História Contos - 4

O castigo da Morte

Em um reino vivia um nobre muito poderoso, sua riqueza e seus grãos abasteciam todo o reino. Nem a realeza poderia viver sem ele, quanto mais as pessoas mais humildes. Sabendo disso ele passou toda a sua vida fazendo maldades, destruindo casas, famílias, matando quem bem entendia e não sofrendo nenhuma consequência. Por um tempo até controlou o Rei, depois de se divertir bastante maltratando a família real e atingindo uma idade mais avançada, ele parou de fazer suas maldades com o reino e decidiu maltratar sua família.

Sempre menosprezando seus filhos e sua esposa, tendo casos com outras mulheres e deixando isso bem claro para toda a família. Até dizem que ele matou um dos filhos, pois ele não queria trabalhar num emprego de sapateiro pelo resto da vida. Resumindo ele fez de sua casa um inferno para todos, mas fiquem calmos, isso irá acabar.

Durante o jantar, enquanto ele menosprezava sua cunhada e seus netos por terem um nariz muito grande para serem da família, o homem engasgou com um osso de galinha. Começou a tossir como um louco e sua família foi tentar ajuda-lo, mesmo sendo tão ruim eles não queriam sua morte. Enquanto ele estava engasgando e perdia cada vez mais ar, ele ficou mais próximo de mim, a Morte. Tendo um tipo de sonho que todos têm antes de me abraçarem e se desprenderem da vida terrestre.

O lugar que o homem recriou era perto de uma árvore num morro, um lugar bem tranquilo para uma alma tão conturbada. Enquanto ele olhava ao redor preocupado e desorientado, eu surgi. Com minha pele branca e fria como a lua e minha capa mais escura que o carvão, acho que o homem me reconheceu e começou a se ajoelhar implorando por perdão. “Perdão? Você tem que pedir isso para Outro, mas não acho que Ele deixará você ficar perto Dele. ” Com minha mão de osso fiz sinal para ele se levantar. “Mas vou fazer algo que não é para você considerar como uma segunda chance ou algo parecido, só estou aqui para lhe dar um aviso: Sua vida será tão depressível quanto a de todos que você já maltratou e viver será seu maior pesadelo comparado a morrer” O homem ficou assustado e ficou pedindo que o mate é isso que mais gosto no meu trabalho ver homens poderosos chorarem feito bebês. “Pare de espernear! O que você fizer de agora em diante não mudará em nada o seu castigo, espero que aproveite, porque fiz ele só para você.” Num estalar de dedos o homem acordou.

Olhou ao redor e viu que seu primogênito que havia salvado sua vida, não poupou nem um segundo e começou a brigar com ele. “Por que fez isso? Eu ia morrer! ” Ninguém conseguiu compreender o homem, começaram a achar que estava louco. “Por que essas caras ridículas? Saiam daqui! Agora! ” Depois desse show, todos foram embora menos sua esposa e os mais novos, que foram para cama. O homem não conseguia acreditar no que acontecerá, e se fosse verdade iria se matar e me vencer. Ele pegou uma faca da mesa de jantar e a enfiou em seu coração, nada aconteceu, pegou outra e atingiu a garganta, nada aconteceu, ele repetiu isso várias e várias vezes até perceber que não iria morrer tão fácil. Tirou as facas e decidiu começar a fazer o bem á aqueles que fez mal.

Mandou que pegassem seu dinheiro e usassem para ajudar todos os mais pobres do reino em seu nome. Foi o que fizeram e depois de algumas semanas, todos estavam felizes, todos os mais pobres. Ele tentou se matar, sem sucesso novamente. Depois de muito pensar lembrou-se da Realeza. Foi até o Rei e pediu que ele o perdoasse, por ser um homem bom ele perdoou o covarde, mas o Rei mandou que ele se desprendesse de seu poder que tinha na Corte. Então foi o que fez de um conselheiro virou um ninguém para a Corte. Depois desse feito ele tentou se matar afogado no mar, mas descobriu que conseguia até mesmo respirar de baixo d’água, quando saiu da água começou a me xingar. Então pela primeira vez em toda a sua vida, lembrou-se de sua família, deu toda a sua herança para seus filhos, netos e sua mulher. Começou até a tentar ser gentil nos jantares, depois de um mês fazendo tudo isso tentou se matar e continuou a viver.

Com muita raiva de mim, ele percebeu que nada que fizesse iria mudar o fato de ser imortal a suas mãos, e que ninguém iria querer mata-lo agora que era “bom”. Primeiro pensou que viver para sempre seria bom, mas depois olhou ao seu redor toda a farsa que criou sobre si mesmo, poderia ser uma família feliz, mas era falso. Queria morrer, mas isso não aconteceu.

Por anos e anos ele viu a morte de toda a sua família, pela qual ele começou a ter afeto. Por causa da praga todo o seu feito para deixar os mais pobres felizes não adiantou, e todos morreram. Depois a realeza foi traída pelo reino vizinho. Cansado de não poder morrer, de ser um escravo para os Reis e de viver na miséria, ele se engasgou com um osso de galinha e novamente foi para aquele mesmo lugar de sonho onde me viu.

Ele disse que fez de tudo para ser bom, mas não adiantou, e ainda disse que agora vivia na miséria, que seu castigo deveria acabar. “Muito bem, você tem razão está vivendo na miséria, até tem agora um coração mais mole. Irei deixar você descansar, mas não pense que vai para o céu, porque eu não irei deixar, você não irá nem para o inferno. Ficara aqui mesmo nessa terra de sonhos” O homem sem entender resolveu perguntar o motivo. “O motivo? Bem... é que você é instável, quando resolveu virar bom depois de anos de maldade, não tem como eu deixar que você vá para um dos lados. Sabe, não seria justo com os outros. Então, deixarei que fique neste lugar por toda a eternidade. Ou você prefere sentir o osso de galinha entalado em sua garganta para sempre? ” Como sempre os mortais preferem viver sem nenhum tipo de ferimento físico, sempre preferem castigos que mudam a alma. O Sr Grimm ficou naquele lugar por todo aquele tempo descansando e meditando, então depois de muito tempo sua alma ficou boa por completo e tive que deixar que fosse para o Céu. É engraçado ver como os humanos podem mudar por conta do medo da morte, outro motivo do porquê adoro meu emprego.