1. Spirit Fanfics >
  2. I Promise, You'll Never Be Alone. >
  3. A profecia

História I Promise, You'll Never Be Alone. - A profecia


Escrita por: NicksAli

Notas do Autor


Atualizada 29/04/2020

Capítulo 2 - A profecia


Fanfic / Fanfiction I Promise, You'll Never Be Alone. - A profecia

Os dois homens carregaram a Nicolle até uma cabine que mais parecia uma biblioteca, ela já tinha desistido de se debater desde que percebeu que eles não a largariam, assim que a jogam no chão a trancam lá na tal cabine, mas logo que ouve o trinco da porta ela se levanta e bate na mesma para pedir sua liberdade de volta, mas a única coisa que conseguiu foi dor em seus braços, quando olhou para o braço esquerdo seguido do direito viu que possuía roxos por causa do aperto dos homens, assim desiste de tentar sair dali, já se conformando que ali era onde ficaria por um bom tempo.

- Filhos da... – Chuta a porta e sente dor interrompendo a frase – bela cortesia senhor capitão – faz reverencia para a porta e sentou atrás dela - Merda o que vou fazer agora? – apoia sua cabeça sobre as pernas e respira fundo tentando manter a cabeça no lugar.

Quando ela olhou a sua volta notou que estava cercada por livros e mapas, esse lugar possuía uma poltrona ao fundo da sala, aparentemente confortável, no centro uma mesa e uma cadeira igualmente confortável aos olhos, Nicolle por um momento sorriu ao lembrar que sua mãe possui uma biblioteca parecida, mas ao perceber já estava com algumas lágrimas em seus olhos que logo se preocupou em limpá-las, ao menos não estava sozinha tinha uma companhia inigualável a sua volta, livros, mesmo que ela quisesse sair dali percebeu que poderia gritar, espernear, mas ninguém vinha a salvar, talvez por ordem do capitão ou ninguém a estivesse ouvindo, pois ela já tentara muitas vezes antes de desistir. Então decide aproveitar seu tempo livre forçado e ler um pouco dos livros que estavam ali, talvez pudesse aprender algo novo ou mergulhar em uma boa história, seus dedos deslizavam entre os títulos até parar em um que lhe chamou a atenção e o fez rir pela ironia.

- “Pirataria, como saquear, roubar e matar” Bem a cara do Gancho, talvez tenha aprendido com o tutorial no youtube - Ela olhava para um espelho que havia na sala ao lado da janela e viu que estava sorrindo, logo suspirou e desfez o sorriso de seus lábios - Por que estou aqui? – Ao perguntar isso para seu reflexo, ele pareceu piscar para ela e quando ela se atentou ao espelho viu algo que brilhava na estante, era um livro que se destacava - O que é isso? – apanha o grande livro pesado com capa de couro, pedras preciosas e muito excitante para leitores compulsivos - “Navegações e suas lendas”

Havia uma página com um pequeno pedaço de papel escrito “leia-me”, a página marcada tinha duas mulheres, uma loira de longos cabelos cacheados que segurava um cetro com um sol na ponta e em seu pulso um bracelete que possuía um pingente muito brilhante em formato de sol, ela estava ao lado de uma morena de pele incrivelmente pálida, cabelos longos, negros e que possuía um colar que era o mesmo do que Nicolle tinha recebido quando nasceu, o que a deixou curiosa, a morena possuía um arco que se assemelhava a uma lua minguante.

- Quem são essas? – Como nunca tinha visto tal livro começa a ler o texto abaixo da imagem

“Na antiga mitologia, Selene a encantadora Deusa da Noite e da Lua, vivia em um mundo próprio, frio e triste que era trazido pela escuridão da noite e o sereno do anoitecer. Seu trabalho exigia dela longos momentos de solidão, então um dia cansada de viver só na noite, jogou um brilho sobre a terra encantada, assim foi à primeira vez que a luz da lua refletiu nas águas do mar, ela procurava pelo amor verdadeiro que tanto ouvira falar, mas nunca encontrara. Então Poseidon, o Deus das águas, viu aquele brilho que Selene emitia em sua busca, o brilho que refletia na água penetrava em sua pele e invadia seu coração, ao ver a beleza de Selene, ele se viu apaixonado por ela. Porém Selene havia encontrado o amor em um humano e com ele gerou uma nova vida, a princesa que representaria a luz da noite, a chamada esperança da noite estava prevista para nascer em alguns meses, porém Poseidon em um ato de fúria matou o rapaz que conquistara Selene em uma tempestade terrível. Sem seu verdadeiro amor, Selene aceitou as trevas como sua melhor amiga e subiu o monte Olímpo com sua filha crescendo dentro de seu ventre, envolvida pelo ódio, subia para matar seu avô, Zeus o pai de todos os deuses a mando das trevas que a possuía, seu bebê não escapou, absorvera as trevas para si e tão mal quanto às trevas que consumiram Selene a pequena criança seria,  um coração antes inocente de uma criança ficar carregado de trevas para sempre...”

- Que história horrível, por que julgar uma criança pelos seus pais... - então ela se viu acreditando na história contada - O que eu estou falando isso é só um conto de fadas... - continuou lendo

“... Zeus ao saber da traição de Selene mandou a executar, mas a pedido de Máni, o deus da Lua e pai de Selene, Zeus deu uma punição diferente a deusa, condenada a ser uma estátua de mármore como lembrança do que acontecia com os traidores, mas antes de se transformar em pedra, deixou uma lágrima escorrer, dizem que até hoje pode-se ouvir um choro baixo vindo de perto dessa estátua, pois antes disso, Selene viu o primeiro sorriso de sua filha que foi dado ao homem que tinha matado seu amor verdadeiro. Poseidon entregou a criança para Máni que a todo o custo tentou retirar de seu coração as trevas, mas falhará em todas as tentativas de retirar a maldade do coração de sua neta, Aisha, ele pediu ajuda a sua irmã Sigal, a deusa do sol que estava grávida de um bebê puro e inteiramente feito de luz do amanhecer, Zeus, juntamente ao conselho dos deuses, decidiram em uma reunião que seria melhor, o único jeito de deter as trevas era mandar os dois bebês para o “mundo real” para quando tivessem idade o suficiente pudessem achar um jeito de destruir as trevas nem que Aisha fosse destruída no processo”

- Mundo real? – Nicolle fica pensativa, o que seria o mundo real, seria seu mundo?- Chega de contos de fadas - coloca o livro de volta e vendo um que estava ao seu lado - “Como navegar pelos sete e outros mares” Isso deve ser interessante – retirando assim o livro da prateleira.

Ela começa a ler o livro, a cada página o interesse sobre o assunto crescia, assim passando rapidamente pelos capítulos iniciais, quando estava na metade do livro, lendo sobre posicionamento das estrelas, a porta é destrancada e o Senhor Smee adentra o recinto com um largo sorriso, ao ver a jovem sentada lendo em silêncio, ele se sentiu aliviado, pois achava que ela poderia querer atacar o próximo que entrasse na sala, incrivelmente ela estava exatamente como o Capitão havia previsto e parecia mais calma que antes.

 - A senhorita poderia me acompanhar? - se aproximou dela calmamente, não queria atiçá-la.

- Me dê um bom motivo para isso?  - Continuou olhando para o livro em sua frente sem ao menos dar atenção ao senhor que se esforçava – Afinal a chance de me jogarem aqui de novo é grande, não é?

- O capitão quer conversar a sós com a senhorita – Smee sorria como se fosse obrigado a levá-la para o Capitão ou andaria na prancha

- Sabe o que ele quer? – Perguntou à jovem fechando o livro - Não estou com vontade de vê-lo de novo muito menos a sós – ela olha para Smee que ainda possuía um sorriso.

- Não, infelizmente isso apenas saberá com ele - Observou o livro que ela lia e dá um sorriso verdadeiro - Vejo que se interessa por navegação

- Acho fascinante esse mundo que podemos ir para onde quisermos sem um destino previsto, mas sempre sabendo como voltar para casa - Sorriu para ele, até perceber que ele poderia a estar enrolando – Por que tanto interesse?

- A única pessoa que conheço que tem todo esse entusiasmo por navegação é o nosso capitão - O sorriso dela se desfez aos poucos em seu rosto que entendeu onde ele queria chegar com isso - posso te dar um conselho sobre o capitão?

- Pode falar, se eu disser não você falara da mesma forma - suspirou profundamente como se já estivesse cansada dessa situação.

- Ele é um homem bom deixe que demonstre isso para você - Ela riu como se fosse absurdo as palavras dele

- Ele é um pirata com um gancho no lugar de uma mão, não é muito amigável aos olhos - seu rosto fechara e seu coração pulsava ao pensar em tudo que ele poderia ter feito com ela ou Letícia – E não é por história de piratas que estou falando isso, ele me colocou em um quarto fechado e sei lá o que ele fez com minha amiga - Ela se preocupara com Letícia todo o tempo que ficou fechada na biblioteca do Gancho, mesmo que soubesse que ela poderia fugir a qualquer momento - Ele não é uma boa pessoa....

- Sim ele é - Cortou ela antes que continuasse o difamando – Ele tirou as senhoritas do mar, deu lhes roupa e uma cabine confortável no barco, eu nunca vi o capitão ser tão benevolente com duas mulheres como ele está sendo com vocês - pegou a mão dela e sorriu, mas essa ação foi considerada como estranha por ela - mas acho que você vai precisar dar um espaço dentro do seu coração para o Capitão te conquistar, dê uma chance para que isso possa acontecer - Tira o cabelo do rosto dela, ela já estava achando que ele tentaria qualquer coisa e já se preparava para um ataque de defesa - Meu pai sempre me dizia, nunca se julga um livro velho pela capa, não sabe o que pode aprender com ele – ele mostra a capa desgastada do livro que estava na sua frente.

- Odeio admitir, mas você tem razão, em partes, mas tem razão - Ela larga o livro que lia em cima da mesa com cuidado, se levanta da cadeira, a encosta na mesa de volta e caminha até a porta com uma expressão serena no rosto - vou confiar em você, espero que esteja certo.

- Verá que estou - a guiou até a cabine do capitão – Antes de entrar, boa sorte

 Ela adentra a porta que dava acesso a cabine do Capitão, o ambiente estava um pouco mais escuro do que anteriormente, mas a mesa estava com o banquete ainda disposto no centro do quarto, as velas estavam acesas dando ao ambiente uma luz fraca, como as janelas estavam cobertas por grossas cortinas não entrava mais a luz da lua cheia. Ela se senta na cadeira próxima da porta onde podia ver o homem da outra ponta que a encarava, Smee lhe entrega o guardanapo, então Gancho diz em alto e bom tom:

- Nos deixe a sós senhor Smee – Gancho não deixava de encarar

- Como quiser senhor

O senhor da touca vermelha se retira do ambiente que se tornou pesado de repente, apenas um pensamento passou pela cabeça dela “O que ele quer de mim?”, enquanto Gancho apenas a observava com a mão em seu queixo até que Nicolle, não agüentando mais a situação embaraçosa que se viu decidiu começar a falar, em uma tentativa falha de fazê-lo parar de encarar, o que a deixava constrangida e sentia seu corpo esquentar, junto com seu coração acelerado.

- Está tentando ser romântico? - Nicks olhava os talheres na mesa, prata polida, provavelmente saqueado de algum navio mercador - Porque vai precisar mais que um jantar a luz de velas para que eu me derreta por um tipo como você - Se serve de um liquido que estava em uma garrafa a sua frente, rum.

- Nada disso – Ele observa à jovem se servindo sem deixar de encará-la - Não quero que se sinta mal a bordo do meu navio - ela leva a taça aos lábios e sente o aroma do rum, talvez pudesse beber um pouco para cumprir o que disse a Smee - Isso não traz bons presságios - Ela tomava um pouco de rum o que a deixava mais constrangida em ser observada, como se ele a julgasse por estar bebendo.

- Então me diga o que quer de mim para que eu possa me sentir realmente bem - Ele se levanta lentamente, se aproxima dela que percebe a diminuição da distância entre eles o que a fez beber mais um pouco do rum de nervosismo.

- Eu não posso apenas fazer uma boa ação – Ele passa a mão delicadamente sobre seu rosto tirando uma mecha de cabelo dela que se recusava a manter-se no lugar, o que a fez recuar.

- Eu queria poder acreditar que fosse verdade, mas sei que não é, então apenas me diga o que quer, tenho certeza que não é por boa ação sua – ela desvia olhar dele para evitar que seus olhos encontrassem os dele, mas era uma missão quase impossível, já que os olhos azuis dele clamavam atenção de seus olhos castanhos esverdeados - É assim que o mundo funciona...- quando seus olhos encontram os dele sente algo estranho que não queria sentir.

- E lá vamos de novo – Ele sabia que olhando no fundo dos olhos dela, poderia ser mais efetivo – Por que não pode simplesmente acreditar na minha palavra?

- Porque todos mentem – ela suspirou não conseguindo mais evitar olhar nos olhos dele – Não importa o que diga, sempre me soa tão falso... – ele passa a mão no seu rosto de novo, quando ela percebe que estava caindo no charme dele se levanta subitamente – Como disse sei que não está falando sério – Fica de costas para ele tentando se recompor sem demonstrar que isso tinha mexido com ela, mas ele se aproxima novamente dela, já bem próximo, ele sussurra em seu ouvido.

- Você é mais esperta do que eu tinha imaginado que seria – Ela sentia um formigamento pelo corpo, que percorria em conjunto com um arrepio, sentia a proximidade dele e queria recuar, mas se viu presa em um beco sem saída, estava entre a mesa, uma cômoda, a parede e ele, então se virou de frente para ele, vendo sua expressão.

- Vai me dizer a verdade ou vai continuar tentando me fazer acreditar que é apenas por bondade desse seu coração? – disse ela de forma agressiva tentando fazer com que ele recuasse, mas ao invés disso ficou bem mais próxima dele, o que a fez repensar seus atos, agora parecia estar querendo se aproximar.

- Não esperava que fosse tão parecida comigo – ele apanha seu queixo, pensando que já tinha conseguido conquistá-la, mas ela ergueu a sobrancelha esquerda em sinal de repúdio.

- Parecida com você? - riu ironicamente, não pensava mais na cena constrangedora que isso parecia, mas com o que ele dizia, fazendo o acreditar que ela ainda estava relutante em se aproximar dele - Não sou nem um pouco parecida com você, ao contrário de você digo a verdade as pessoas, mesmo que isso possa doer.

- Está certo, quer mesmo ouvir? – disse ele dando um pouco de espaço para ela, mas ainda mantendo ela presa contra a parede - Eu preciso de vocês, era o que queria ouvir? - Ele estava sério quando disse, mas logo um sorriso malicioso se forma em seu rosto, o que a espanta.

- Saber que você precisa da gente eu já sei - Olhou para ele, confusa com tudo que estava acontecendo, no momento já não estava nem mais pensando que estava presa – Mas para que? Por acaso quer que a gente se prostitua?

- Não, mas se for sua preferência não irei impedi-las – seu sorriso ainda permanecia com o mesmo tom de malicia que antes - Parece que não sabe a importância que vocês tem nessa terra.

- Importância? – Ela questionou, pois ninguém tinha lhes dito que eram importantes – Por que acha que somos importantes?

- Existe uma profecia antiga... – Ele começa a caminhar pelo quarto até um quadro curiosamente útil naquele momento, onde estavam as mulheres do livro, enquanto ela apenas o seguia com os olhos - onde diz que as princesas do sol e da lua viriam para a terra do nunca, sendo a fonte mais pura do poder das trevas e da luz... – voltou a se aproximar dela – Tenho motivos para acreditar que vocês são essas princesas

- Espera um instante... Você está querendo que eu acredite que eu e a Letícia somos o bem e o mal encarnados? - ela estranhou, caminhou até a mesa se apoiando na mesa de jantar, pegando a taça de rum e dando um gole como se quisesse deixar as coisas mais simples.

- A profecia conta sobre duas princesas irmãs não de sangue, imaginei que viriam da floresta encantada, mas estava errado – a olhou intensamente, enquanto se aproximava sem que ela percebesse ficando de frente – Mas minha sorte foi que as princesas caíram no meu colo praticamente – passou a mão suavemente no lado do corpo dela, como se a desejasse há muito tempo.

- Isso é loucura, está bebendo muito rum - Riu como se fosse realmente uma piada, mas ele permanecia sério – Isso é sério?

- Pode até parecer uma piada ou lenda de pescador – a empurra lentamente para fazer se sentar na mesa – eu tive certeza ao ver isso – com o gancho cuidadosamente tirou o cabelo do seu pescoço jogando para trás do ombro deixando o colar a mostra – Não tenho como provar quem você é, apenas você poderá dizer quem é princesa – ele afasta as pernas dela que permite, assim deixando que ele se aproximasse mais do rosto dela, enquanto ela estava apenas absorvendo as informações sem se dar conta do que ele estava tentando fazer.

- Não é possível – Nicks o olhou espantada – Então você acha que eu posso ser a Aisha?

- Então você achou meu livro sobre a lenda não é? – a olhou no fundo dos olhos.

- Por isso quis me trancar naquela biblioteca – ela parecia brava, mas não se afastou dele, talvez ainda não tivesse se atentado a situação – Sinto muito, mas acho que isso não é possível.

- Eu acredito que seja, por qual outro motivo os ventos mudariam tão depressa para uma área isolada em alto mar, uma área que humanos não sobrevivem nadando – ela não soube o que poderia responder para ele, mas logo ele completou - Me responda uma coisa, nunca acreditou em magia? – ele colocou a mão ao lado do corpo dela e se aproximava um pouco, talvez tivesse testando até que ponto poderia ir sem que ela percebesse.

- Eu acreditar? Quando era uma criança, acreditava em contos de fadas até achava que poderia ter pokémon na vida real, mas depois de tudo que eu vivi é complicado voltar a acreditar em algo que nunca aconteceu – ela olhou para baixo em um movimento de desistência, percebendo que ele estava bem próximo, mas não se afastando, afinal que mal isso poderia fazer no momento.

- Eu não sou um desses tais contos de fadas? – ele levantou a cabeça dela com o gancho fazendo a olhar para ele e sorrindo - Não estou na sua frente?

- Pode ser apenas um sonho muito louco que estou tendo - olhou os olhos dele que a observava de forma estranha que não a deixou constrangida – ou posso estar alucinando.

- Sou um sonho bom ou ruim? – perguntou curioso, os dois estavam caindo um na armadilha do outro sem conseguir mais parar, já fazia algum tempo que ele estava sozinho e fazia tempo que ela não sentia o coração pulsar dessa forma.

- Ainda não tenho certeza, mas pretendo descobrir – sorriu para ele, se aproximou mais do mesmo – Se for um sonho isso tudo vai sumir em breve – quando ele percebeu o que estava acontecendo decidiu se afastar dela.

- Vamos comer então - sorriu de volta, indo para seu lugar na mesa, enquanto ela ficava um pouco sem entender o que tinha acontecido.

A cada garfada que ela dava em seu prato muito bem montado, olhava para o homem na sua frente, não acreditaria se alguém lhe contasse que um dia jantaria com o Capitão do Jolly Roger, ele sabia que ela estava olhando e voltava sua atenção quase toda para ela, em dado momento seus olhares se cruzaram e se fixaram e por um instante eles pararam de pensar em tudo, para quebrar o silencio embaraçoso Nicolle voltou a falar.

- Como você perdeu a mão? – Ela desvia o olhar para o gancho que refletia a luz das velas, dando mais uma garfada no seu prato.

- Achei que soubesse - se levanta novamente e caminha pelo quarto com o objetivo de chegar até ela, quando o fez se apoiou na mesa, mostrando a ela o gancho - isso foi um presente de um crocodilo, mas infelizmente ele me tirou um pouco mais que a mão – ele volta a tirar o cabelo dela do rosto com o gancho de forma suave - Seu cabelo é meio rebelde – sorriu como forma de descontrair

- Ah sim, isso o conto de fadas não falou, sinto muito pela sua perda – disse olhando a sua volta e suspirando - talvez Smee esteja certo – disse suavemente sem olhar para ele, mas colocando sua mão sobre a dele.

- O que foi que ele te disse? – parecia curioso sobre o que seus homens estavam dizendo sobre ele, nunca tinha ouvido o que eles diziam pelas suas costas.

- Não importa o que ele me disse – Corta o assunto com um gole na taça a sua frente – O importante é que ele estava certo sobre você

- Mais rum? - pega a garrafa e oferece a mulher

- Está tentando me embebedar? – disse sorrindo, o sorriso dela era tímido, mas fazia o coração do capitão palpitar mais forte.

- Não, mas um pouco de rum não faz mal – ela se levanta ficando de frente para ele, que sem se controlar se aproximou dela, foi tão orgânico.

- Você deve ter muitas histórias com esse navio – disse passando suas mãos suavemente pela nuca dele e as pousando, sem notar que o álcool subia a cabeça bem rápido.

- Ainda não todos que eu queria, pretendo ter mais histórias com ele - ele também um pouco bêbado passa a mão na cintura dela para puxar mais perto - quer fazer parte delas? – Se aproxima dela intensamente sem pensar em seus atos

Quando já sentiam a respiração um do outro estavam a alguns centímetros de se beijarem sem ao menos se darem conta do que estava para acontecer, quando faltava apenas mais um movimento para o beijo o barco sacode atirando os dois no chão, Nicolle cai em cima de Gancho, sem perceber que tinha se cortado, os dois se levantam rapidamente.

- O que foi isso?

- Não sei, mas vou ver

- Eu vou com você – Gancho e Nicolle vão até a porta da cabine

Assim que saem para o lado de fora, eles descobrem que estão sobre ataque do seu pior inimigo e que ele queria o mesmo que Gancho, enquanto isso, Letícia estava caminhando meio perdida pelos marinheiros do navio sem saber onde ir ou o que fazer, então perguntou a um deles.

- Ei, você sabe onde levaram minha amiga? – Letícia perguntou a um dos marujos – queria conversar um pouco com ela.

- Não tenho certeza, mas se enfrentou o capitão daquela forma que foi dita a nós, talvez logo ande na prancha - Sussurrou a ultima palavra – Isso faz com que esteja nas celas no porão do navio.

- Alby não fale bobagem a nossa hospede – disse o loiro que antes tinha a levado para comer algo na cozinha, pois ela mesma não queria jantar a sós com o Capitão – Perdoe, ele é novo no Jolly Roger.

- Qual é seu nome? - olhando os olhos do loiro que devolvia o olhar profundamente - Você é o cara que me levou pra cabine de volta?

- Me chamo Thomas - Pega a mão dela e a beija em um sinal de cavalheirismo - Sim, foram ordens do capitão, aqui ninguém faz nada se não for por ordens.

- Ah entendo – parecia um pouco constrangida com a situação – Meu nome é Letícia, prazer – ela tinha um sorriso, mas logo se desfez ao pensar em algo - Espere se ele te mandar pular da prancha e você soubesse que morreria, pularia mesmo assim? 

- É um prazer imenso conhecê-la princesa e sim ele é o capitão – Thomas fica um tanto cabisbaixo –Devemos nossas vidas ao Capitão, ele nos salvou da maldição da terra do nunca, coisas terríveis que não conhecíamos.

- Caralho – ela realmente parecia surpresa como um pirata poderia ser bom? - onde está minha amiga, você sabe? - Bate no peito do rapaz de leve

- Creio que ela esteja em uma das salas que apenas o senhor Smee e o Capitão têm a chave, salas que não são permitidas a todos nós – Ele olhava bem no fundo dos olhos dela

- Não pode ser – disse Letícia espantada

- Não quis te assustar – Thomas pediu sua retenção que foi aceito por Letícia – Se fosse no porão, nas celas, eu poderia te levar para vê-la, mas ela deve estar na biblioteca, o cômodo mais seguro do navio.

- Ah então eu não posso vê-la – ele responde que não com sua cabeça e ela suspira pesadamente – Só quero que saibam que minha amiga não é má... – Letícia tentava se explicar, mas as palavras fugiam de sua mente ao ver os olhos castanhos do loiro - queria que soubessem que ela está mal, muito estressante para ela, longe da família, foi demitida e ainda por cima com um coração partido.

- Eu acredito em você – pegou as mãos dela que apenas ficou a olhando – Lhe garanto que ela não será executada – Letícia parecia estar mais espantada que anteriormente, temerosa pela vida de sua amiga – Não precisa ter medo de nós, o capitão pode ser um pouco duro às vezes, mas ele também está sobre estresse constante, ele carrega um coração partido e um lembrete constante disso.

Ela passa a parte da noite com ele, olhando as estrelas e conversando um pouco sobre tudo que lhes dizia respeito, estranhamente o céu estava limpo e lá as estrelas eram nítidas, a lua mais que todas as estrelas, mostrava seu alto esplendor, Leeh se perguntava o porquê a terra do nunca parecia tão charmosa então uma estrela entre as outras chama sua atenção, fazendo a mudar seu foco.

- Como veio parar na terra do nunca? – Perguntou a Thomas que estava deitado ao seu lado.

- Eu e os meninos viemos de uma terra distante, o pouco que nos lembramos era um deserto enorme e um labirinto, era horrível – lembrou de algo que o fazia estremecer - Haviam verdugos por toda a parte era terrível.

- Verd...que?

- São animais gigantes que laceram a sua carne e não deixa nem os ossos – Thomas estava horrorizado por lembrar essa situação e Letícia percebeu isso.

- Que horrível – Letícia coloca suas mãos sobre as dele, recolhendo logo que percebeu que tocou a mão dele - mas Gancho quem salvou vocês?

- Salvar é uma palavra forte demais, fizemos um acordo.

- Então ele sempre quer algo em troca, minha amiga estava certa? – Letícia dizia em um tom totalmente desgostoso, agora entendia por que Nicolle não acreditara no capitão

- Realmente ele faz muitas trocas, mas tem um motivo no qual ele precisa de vocês, acredito que é mais que uma vingança e... – Thomas logo se calou ao perceber que falou demais – E como se ele soubesse que vocês poderiam salvar a todos nós.

Antes que Letícia pudesse perguntar qualquer coisa, algo atinge o barco que o sacode jogando os dois para trás, Thomas levanta correndo em posição de ataque, Letícia ainda se levantava com dificuldade e caminha até o Thomas para saber o que era.

- O que foi isso? – Disse Assustada olhando para todos os lados, procurando uma explicação.

- Smee, eles voltaram – Thomas ignorou a pergunta de Letícia e correu para a escada próxima a cabine de Gancho

- Eles quem? – Leeh tentou parar o Thomas, mas o mesmo correu para outro lado - Caralho viu, eu quero saber o que está nos atacando

- Sabe o que o capitão pediu caso isso acontecesse – Smee repassando uma ordem de Gancho para Thomas – Então faça logo.

- Claro – Prontamente Thomas pegou no braço de Letícia e a olhou no fundo de seus olhos - Precisa que me escute para o seu bem, venha comigo e não sai do meu lado, ok?

- Não se preocupe – Letícia agarrou no braço de Thomas – Não vou te soltar, a menos que peça

Logo Gancho e Nicolle saem da cabine e se aproximam de Leeh e Thomas que estavam de mãos dadas, Gancho dá uma olhada nas mãos e olha para os dois e Nicks dá uma risada que deixou Leeh vermelha, mas logo olha para o Sr. Smee que se aproximava deles.

- Senhor eles voltaram - Olhando desesperado – Devo pedir a posição de ataque a todos?

- Não é possível - Pega a luneta para ver os inimigos e logo os encontrou – Todos em posição de defesa  – Todos em posição de defesa.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...