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História Contos de Fadas?! - Eu realmente, sem sombra de dúvidas, odeio isso


Escrita por: Cass_YK

Capítulo 2 - Eu realmente, sem sombra de dúvidas, odeio isso


Depois de vinte minutos de viagem chegamos ao lugar onde passaríamos o resto dos dias de nosso “feliz casamento”. O motorista nos deixou na porta do prédio Le Gran German, o mais luxuoso e refinado condomínio de apartamentos da cidade, entramos no edifício e fomos direto para o elevador que nos levou diretamente para a cobertura do prédio. Uau, a cobertura do prédio, esse lugar deve ser grande o bastante para que eu não precisasse ver a cara desse bastardo todos os dias. Errado. Mesmo com um lugar espaçosos desses eu não poderia ficar muito tempo afastada dele. Porque? Bem porque assim como na mansão em que fui criada, esse apartamento estaria cheio de empregadas e cozinheiros que estariam aqui todos os dias trabalhando sem contar com o fato que haveria uma governanta que moraria nesse mesmo apartamento conosco e só nos deixaria em paz nos fins de semana, ou seja, nós teríamos de fingir e continuar com essa farsa até dentro da nossa própria casa. Merda.

As roupas e outros pertences já tinham sido levados para o novo apartamento e guardados, a decoração do lugar provavelmente tinha sido feita por uma empresa especialista e bem-conceituada e os móveis deviam ser da mais nova coleção de algum designer famoso. Bem, essas coisas nunca foram para mim, ao invés de ficar admirando a mobília eu queria era tirar esse vestido esvoaçante e apertado e ir para cama. Estava acordada desde cedo para a preparação do casamento, o qual deveria ser perfeito por causa da imprensa e vários outros motivos, e não tinha parado um minuto sequer desde o momento em que abri os olhos.

Tirei o vestido branco de noiva e o joguei em cima da cama e fui para o banheiro. Comecei a tirar os acessórios de meu corpo e cabelo, juro que nunca tinha visto tantos grampos de cabelo de uma vez só, tentei pentear meu cabelo depois de desfazer o penteado, mas o pente não se movia um centímetro sequer, teria que lavá-lo agora. Achei um demaquilante e comecei a tirar as várias camadas de maquiagem postas em meu rosto para esconder as grandes olheiras que se formaram debaixo de meus olhos. Quase me assusto com meu reflexo no espelho, esse provavelmente era o pior estado em que já estive depois da morte da minha mãe, a combinação de meu cabelo desgrenhado e as olheiras monstruosas me faziam aparentar uma pessoa bem mais velha e descuidada ou uma pessoa doente se preferir. Abro o registro do chuveiro e deixo que a água quente caísse e escorresse por meu corpo, fico assim por um tempo até começar a me lavar de verdade, talvez uma banheira fosse mais apropriada para mim agora.

Depois de uns bons quinze minutos debaixo da água saio do banho e me enxugo. Me enrolo em uma toalha e saio do banheiro em direção ao guarda-roupa à procura de uma roupa confortável para dormir, uma camiseta grande e velha provavelmente. Abro o armário em busca do que ia vestir, mas que estranho, não me lembro de ter pendurado meu vestido antes de entrar no banho, nem de ter.… um paletó em meu armário?! Olho em direção da cama e me deparo com ele arrumando as cobertas da cama, ele tinha tirado a gravata, desabotoado os primeiros botões de sua camisa, seu cabelo estava um pouco bagunçado e.... isso não era hora de ficar examinando a aparência dele! O que esse idiota estava fazendo em meu quarto?!

-Ei! – Chamo sua atenção.

-Ah, você já saiu do banho, acho que agora é a minha vez de... – seu rosto começa a enrubescer e ele só me encara sem dizer mais nenhuma palavra. O que será que ele estava olhando será que tinha alguma aranha ou algo.... nesse momento me lembro que estava só com uma toalha enrolada em meu corpo, sinto meu rosto queimar e nem preciso olhar em um espelho para saber que meu rosto estava mais vermelho que o dele.

-Só um minuto – entro no banheiro como um furacão e me visto apressadamente, saio do banheiro ainda vermelha de vergonha e um com o coração batendo a mil. Ele poderia pelo menos ter me avisado em vez de ficar encarando que nem um idiota! – Pronto – digo tentando parecer calma, o que com certeza não parecia. Eu tinha acabado de ser vista só de toalha por um homem que eu nem conhecia direito! É claro que eu não estaria parecendo calma!! – Agora você pode explicar porque está no meu quarto?

-Você quis dizer nosso quarto, não é mesmo? – Ele disse com aquele tom brincalhão de todas as conversas. Repugnante.

-Não, meu quarto, você não ouviu errado. Sei que todo aquele teatrinho de casamento de mais cedo pareceu bem real, mas será que você pode parar de brincar de casinha só por enquanto e sair do meu quarto? Olha, já tá tarde e eu queria dormir um pouco antes de ter que reiniciar esse teatrinho de casal apaixonado amanhã.

-Exatamente como você disse: somos um casal apaixonado – o encaro com uma cara feia – .... aos olhos da sociedade – ele se corrige. – Você não acha que as empregadas achariam estranho ter que arrumar duas camas em dois quartos diferentes todos os dias? – Bingo. Não acredito que não tinha pensado nisso! E eu achando que pelo menos poderia dormir sossegada. Que idiota! Eu realmente, sem sombra de dúvidas, odeio esse casamento.

-Ok, mas já vou avisando: se tentar alguma gracinha sequer eu juro que vou arrancar essa coisa que você chama de sorriso desse seu rostinho bonito. Está avisado Sr. Volkan.

-Como desejar Sra. Volkan – ele disse com um leve tom de provocação e entrou no banheiro.

Argh! Como eu poderia fingir estar apaixonada por ele? Isso era simplesmente impossível. I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L. De qualquer forma eu só queria dormir. Apago as luzes e entro debaixo dos cobertores, me aconchego, mas não consigo pregar meus olhos. Isso seria impossível, como poderia dormir tranquilamente sabendo que Sett estaria logo ao meu lado durante a noite toda e quando abrisse meus olhos pela manhã? Não havia passado nem um dia que ele tinha me beijado, como poderia passar uma noite inteira dormindo o lado dele? Isso era demais, mesmo para mim. Fico remoendo esse pensamento até que a porta do banheiro se abre e a luz irrompe o cômodo escuro. Fecho os olhos e finjo estar dormindo, não queria ter que conversar com ele novamente. Logo sinto ele deitar-se na cama.

-Boa noite Alice – ele diz em um sussurro quase que inaudível, sua voz dessa vez era terna e carinhosa. Não sei porque, mas me senti mais calma depois de ouvir isso, o sono que eu tanto almejava chegava aos poucos e meus olhos começaram a pesar até eu adormecer por completo.



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