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História Contos de Halloween - A casa sem retorno - primeira parte


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Essa fanfic foi inspirada na história com o mesmo nome da série Goosebumps. Ah, como eu adorava essa série!

Capítulo 9 - A casa sem retorno - primeira parte


Fanfic / Fanfiction Contos de Halloween - A casa sem retorno - primeira parte

– Muito bem, tulma, silêncio! Assunto da leunião de hoje: plano nº 583 pla delotar a Mônica...

– Ahhhh... - vozes desanimadas encheram o ambiente, seguido de caras feias, suspiros e resmungos. Será que naquele clubinho não se fazia outra coisa?

Ignorando a má vontade dos amigos, Cebolinha continuou.

– O plano de hoje se chama “Susto na casa assomblada” e esse vai delotar a Mônica de uma vez por todas! Hahahaha!

– Já sinto as coelhadas na minha cabeça! – Cascão reclamou.

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Mônica estava no campinho sentada em uma pedra com o Sansão no colo. Ela parecia muito distraída e não viu que atrás de uns arbustos, Cebolinha observava pronto para agir. Cascão e Xaveco já estavam posicionados no lugar certo e tudo o que ele precisava fazer era correr bem mais do que ela. Não tinha como aquele plano dar errado.

Golducha, dentuça, baleia! – ela ouviu uma voz enjoada atrás de si e bradou com raiva.

– Grrrrr! Cebolinha, você vai ver só!

– Hahaha, você não me pega!

O garoto saiu correndo a toda velocidade com ela atrás sacudindo o coelho no ar.

– Volta aqui seu moleque!

– Volto nada, golducha!

Ele virou a esquina, pegou um atalho por um terreno baldio e chegou a uma casa velha e abandonada.

– Rápido, esconde que ela tá vindo! – Xaveco falou e ele escondeu rapidamente atrás de um monte de tábuas velhas. Foi bem a tempo. Pouco depois, Mônica apareceu bufando e com o rosto vermelho de raiva e cansaço.

– Vocês viram aquele moleque do Cebolinha? Ah, se eu pego aquele danado!

– Ele te xingou de novo? – Cascão perguntou fazendo sua cara de inocente.

– E você ainda pergunta? Fala logo senão vai sobrar pra vocês dois! – Xaveco respondeu tremendo de medo.

– Ele veio correndo que nem doido e escondeu naquela casa velha. Ai, bate na gente não!

– Credo, que casa feia! Parece assombrada!

A casa nem era tão velha e feia assim, mas para uma criança de sete anos parecia bastante assustadora. Apesar de não gostar daquele tipo de lugar, ela acabou entrando. Mais do que depressa, os garotos fecharam a porta por fora e prenderam as duas maçanetas com um arame bem grosso, já que a porta era dupla. Cebolinha saiu do esconderijo para ajudar os amigos. Uma pancada veio do lado de dentro.

– Ei, o que tá acontecendo? Me deixa sair!

– Haha, não deixo não, golducha! Você vai ficar plesa nessa casa assomblada!

– Mentira, vocês estão falando isso pra eu ficar com medo!

Eles deram risadas sinistras e contaram a lenda que assombrava aquela casa.

(Cascão) - Ouvi dizer que aí morava uma mulher que ficou doida depois de perder os filhos!

– Depois que ela moleu, o fantasma dela vem assomblando a casa e pegando qualquer cliança que entra aí dentlo.

(Xaveco) - É por isso que essa é a casa sem retorno, porque toda criança que entra aí não volta nunca mais!

– Não, eu tô com medo! Deixa eu sair! – a menina choramingou, fazendo com que os garotos rissem mais ainda.

Ao ver que ela estava com muito medo, Cebolinha resolveu impor suas condições.

– Eu só deixo você sair sob tlês condições: me dar o Sansão, palar de bater na gente e me nomear o dono da lua! Senão vai ficar plesa pla semple!

– Seu moleque abusado! Se eu te pego...

Pla me pegar, você tem que sair daí. Isso se o fantasma não pegar você antes!

– Me solta, por favor! – ela choramingou algumas vezes e ele se manteve irredutível. Aquele plano estava a um passo de dar certo e daquela vez o Cascão não ia estragar tudo.

Vários minutos se passaram e o choro acabou.

– Será que ela cansou? – Xaveco perguntou colando o ouvido na porta.

– Que nada, deve estar bancando a dulona achando que a gente vai deixar ela sair.

Meia hora de espera. Uma hora. Uma hora e meia. Nada. Nenhuma voz, nenhum choro ou gemido. A casa estava silenciosa. Cascão cochilava na pequena escada em frente a varanda da casa e Xaveco mexia na terra com um graveto. Cebolinha estava sentado com as costas apoiadas nas porta esperando que a Mônica se manifestasse. Por que ela estava demorando tanto? Será que achou outra saída? Não, não era possível. Quando estava planejando aquele plano, ele tinha dado uma volta pela casa e viu que a porta dos fundos estava trancada. Não tinha como ela ter saído. A não ser que ela tivesse pulado a janela. Também não, todas estavam fechadas com tábuas. Será que ela dormiu ali dentro?

(Cascão) – Cebolinha, isso tá demorando muito e daqui a pouco minha mãe me chama pro almoço.

(Xaveco) – Eu também quero ir embora, tô cansado e isso aqui tá muito chato!

– Não podemos desistir, gente! Estamos quase delotando a Mônica!

(Cascão) - Então fica você aí. A gente vai embora.

– Afe, tá bom! Mas a gente vai ter que ablir a polta pla Mônica.

(Xaveco) – Tá doido? Vai soltar a fera?

(Cascão) – Ela vai estraçalhar a gente!

– Vamos fazer assim: eu ablo a polta e a gente sai colendo bem deplessa.

Ele tirou o arame das maçanetas com algumas gotas de suor escorrendo pela cabeça. Cascão e Xaveco estavam preparados para sair correndo. Ele abriu a porta bem depressa e correu junto com os outros. Eles estavam há uns dez metros de distância da casa quando ele percebeu que ela não os seguiu.

– Gente, espela! Ela não saiu! – o garoto parou chamando os outros.

(Cascão) - Vai ver tá só dando um cochilo. Vamos deixar quieto que uma hora ela sai.

(Xaveco) – Que nada, ela tá esperando a gente pra dar uma surra!

Cebolinha se aproximou lentamente, com Cascão e Xaveco atrás. A porta dupla estava aberta e o interior da casa estava relativamente escuro. Não se ouvia nenhum barulho ou ruído.

Eles subiram os degraus da varanda e Cebolinha parou diante da porta, colocando só a cabeça para o lado de dentro.

– Mônica? Você tá aí? Pode sair agola, a gente já palou. Oi?

Nenhuma resposta e ele começou a ficar preocupado. E se alguma coisa aconteceu com ela? Aquela casa velha podia ter muitos perigos.

– Ela não lesponde. Vamos entlar e plocular. – Cascão não gostou nem um pouco.

– Nem vem, você entra sozinho. A gente vai embora.

– Se alguma coisa acontecer com ela, nós tlês estamos enclencados. Eu é que não vou apanhar sozinho!

– Seu traíra dedo-duro! – Xaveco resmungou seguindo os dois casa adentro.

A casa estava uma grande bagunça, como se tivessem começado uma reforma e parado no meio do caminho. Havia tábuas soltas, andaimes, latas de tinta, vigas penduradas no teto e vários tijolos espalhados por toda parte. Era uma casa de dois andares, bem antiga e estava escura. A pouca luz vinha do lado de fora através das frestas das tábuas que cobriam as janelas. O cheiro de mofo e sujeira era bem desagradável e o chão rangia a medida que eles andavam lentamente.

Quando eles chegaram no meio da sala, ouviram um rangido e olharam para trás apavorados, vendo a porta se fechando sozinha. Cascão voltou rapidamente e tentou abrir sem sucesso.

– Socorro, abre! A gente tá preso aqui!

– Tem alguém aí fora? Socorro!

– Calma vocês dois, eu aposto que é a Mônica do lado de fola quelendo dar um susto na gente!

(Cascão) – Que Mônica nada, seu tonto! A gente nem viu ela sair! O fantasma pegou ela e vai pegar a gente também!

Cebolinha foi para perto da porta e gritou para o lado de fora.

– Eu sei que você tá aí, able a polta! Essa blincadeila não tem glaça!

– Então porque fez isso com ela? – Cascão repreendeu e levou um tapa na orelha.

– Não muda de assunto! Mônica, able aí, vai!

Um vento gelado soprou sobre eles, causando vários arrepios desagradáveis. De onde vinha aquele vento se todas as portas e janelas estavam fechadas?

– Isso tá ficando muito estranho! – Cascão falou tremendo.

– Eu quero minha mãe!

Um gemido fraco se fez ouvir, aumentando o pavor dos dois. Cebolinha ainda não estava convencido.

– Haha, muito boa Mônica! Só que eu não caio nessa! – o gemido ficou mais alto e o vento frio mais forte.

– Eu quero sair daqui, vamos embora! – os dois falaram ao mesmo tempo.

– Pois eu é que não saio daqui! Se aquela golducha acha que pode nos assustar, vai queblar a cala!

Mais gemidos e um vulto voou pela sala, arrancando gritos dos três. Cebolinha tentou se acalmar.

– Deve ser algum pombo, só um pombo pleso aqui dentlo! – o garoto repetia muito nervoso. O vulto voou por cima deles novamente e parou no meio da sala, flutuando a mais de um metro e meio do chão.

Os gritos ficaram mais fortes e seus cabelos se arrepiaram totalmente. Aquela coisa parecia um fantasma, ou talvez um espantalho com roupas de mulher e cabelos compridos e brancos. Eles não conseguiram ver direito. A criatura usava um vestido longo, velho e em trapos. Ela tinha uma boca grande, bem vermelha e que parecia borrada com batom. Seus olhos arregalados tinham um contorno bem preto ao redor. Os braços estavam abertos e balançavam lentamente, sacudindo as mangas longas e rasgadas do vestido. Ao seu redor, havia uma espécie de luz fraca e tétrica, como uma aura sobrenatural.

– Bem vindos a casa sem retorno. – uma voz esquisita e assustadora falou. – Eu estava esperando por vocês, minhas crianças! Meus filhinhos queridos!

Eles mal ouviram, apenas batiam e socavam a porta gritando como loucos.

– Oh, minhas crianças, por que estão com medo? A mamãe ama vocês!

– Sai pla lá, você não é minha mãe não! Cluz cledo! – Cebolinha gritou apavorado. Cascão e Xaveco estavam quase desmaiando.

– Claro que sou! Todas as crianças que entram nessa casa são meus filhos! Por isso eu nunca mais os deixo saírem daqui! Vocês ficarão comigo para sempre!

Eles correram de um lado para outro, mas não havia saída.

Socolo! Ela vai devolar a gente que nem fez com a Mônica! – o fantasma deu um riso assustador e disse.

– Mônica? A menina de vestido vermelho? Ela esteve aqui e me disse que se eu a deixasse sair, três meninos iam ocupar seu lugar. Então eu a deixei ir embora pela porta dos fundos e aqui estão vocês!



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