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História Contos de Loheda - Penegos - Origens


Escrita por: BunnyCah

Notas do Autor


Escrevi esse faz um tempo, como o começo de uma cidade na qual existem super heróis, bruxos, magos. Espero que gostem!

Capítulo 1 - Penegos - Origens


Fanfic / Fanfiction Contos de Loheda - Penegos - Origens

O homem ruivo na casa dos 60 notou grupos se formando ao seu redor assim que escolheu uma mesa no Murder Burguer e pediu um Murder Bullet’s mal passado. Olhou a todos, sorriu e antes da primeira mordida, sorriu.

“Muito bem, e que histórias gostariam de ouvir hoje, minhas boas almas? “ Deu a primeira dentada com vontade no pão, carne de Turvani e picles. Limpou o canto dos lábios. Duas crianças pediram sobre guerra, estes com os seus olhos verdes e sorrisos com dentes faltando pela idade. Outras pediram um romance, com cavaleiros e batalhas épicas. Mas uma garotinha pediu algo diferente, quis saber da cidade em que viviam. Histórias nativas daquele local, algo em especial. Algo que se passou atrás dos portões de pedra negra, o Arco Donuro.

“Uma história onde um rapaz de olhos bonitos... Não salva uma donzela em perigo! Algo que tenha valor sentimental ao que aconteceu, e que tenha acontecido!” Ela parou ao lado do homem, que a tomou em seu colo. “Muito bem, minha menina. Uma história aqui de Loheda...” O ruivo tossiu duas vezes e sorriu

“Vejamos então, contarei a vocês sobre Penegos, Aquele que Não É Verde.” Passou os olhos cinzentos por todas as crianças e se deu a falar. “E a história, ao que ouvi durante minhas viagens pelo soprar do vento é mais ou menos assim... O mundo é conhecido por mundo desde o primeiro dia, quando o criador o fez em sua oficina cheia de monitores. Pessoas nasceram, saíram de seus lugares de nascimento, foram para Loheda após a grande gripe onde 20% da população foram convertidas em... coisas. Algumas com poderes, outras com formatos... singulares. Seres humanos e animais. Loheda foi a cidade escolhida, os humanos especiais apenas precisaram manter um pacto com os nativos: Jamais atravessar o portão de pedra negra. Lá, diziam os nativos do Sul e do Norte, havia morte. Destruição, seres encantados e que não acreditavam em tecnologia. Um povo que havia se isolado em suas superstições, deuses e guerras. E nossa história se dá início em uma guerra muito, mas muito velha.” Um gole no refrigerante que nem lembrava de ter pedido pra começar a história.

“Orcs atiravam suas flechas, balançavam todo tipo de arma contra os exércitos do subterrâneo que tentavam invadir suas terras, havia traidores de ambos os lados, Orcs traiam suas vilas com a promessa de que tudo estava para acabar pois ninguém aguentava mais um ciclo de lua nos campos de batalha após o aniversário de sete anos desde seu início. Um velho Orc que antes fora um grande guerreiro, resolveu rezar aos Velhos Deuses por ajuda uma vez que seus deuses pareciam estar por demasia ocupados para cuidar de seus filhos. Ele rezou durante dias a fio, se negou a comer e até a beber até que fosse atendido. E foi. Pediu sabedoria para ajudar seus homens e iluminar a cabeça de seu líder em batalha, pediu sabedoria para que essa carnificina acabasse.”

“Ele disse que faria qualquer coisa, o deus antigo sorriu e levou o pobre orc para a cama dizendo que ele teria o que pediu. E qual foi a surpresa deste orc ao descobrir que não era mentira? Ganharam a guerra. E o demônio de nome Zuvune não veio cobrar o preço por dois anos, até que um bebê foi entregue a porta daquele orc que rezou aos antigos. Era o preço, ele teria de criar a criança de pele cujo tom era diferente de todos os outros Orcs. A esta criança foi dado o nome de Penegos, filho de Vrato. Obviamente ele não foi aceito por outros, até mesmo por seu próprio pai que o jogou na rua ignorando totalmente o pacto com a entidade, o pacto de cuidar da criança, e treiná-lo para ser um dos novos demônios superiores. A criança andou por ruas, aprendeu a roubar para matar a fome e a matar para não morrer. Ouviu histórias, aprendeu com o erro de outros que nunca viu. Ao menos as coisas foram assim até os seus vinte e dois anos, quando começou a trabalhar como mercenário. Juntou dinheiro e fama até completa 25 verões e partiu da antiga cidade, daquele lugar onde tinha tantas memórias desagradáveis, mas nada de amigos ou amores.” As crianças estavam caladas, sabiam que aquele velho era um professor de história e sabia muito de Loheda, sabiam que antigamente as coisas eram mais cruéis, foi então que aquela menina a pedir essa história, Amélia, perguntou se Penegos jamais conheceria o amor. “Para falar a verdade, ele não demoraria a se apaixonar pela primeira vez.” O professor ruivo sorriu, essa sua aluna era realmente algo especial. Empática, ainda valorizava algo que muitos deixaram de lado.

“Daquele lugar ele levou suas poucas roupas, pouca comida e bebida e sua maça. Andou dias e dias sem grandes desafios, rumava para fora dos portões. Gostaria de oportunidades fora daquele lugar, queria testemunhar os prédios tão altos de que tanto falavam e comer a comida tão bem falada por aqueles que chegavam de fora do portão. A vida não é fácil, ainda mais para escravos escolhidos para o “trabalho” por sua cor de pele. Penegos que via um bando de humanos espancando uma garota da sua própria raça, decidiu naquele momento que tipo de pessoa seria fora dos portões. Ele poderia simplesmente continuar andando, não olhar para o lado e não ver que a garota estava apanhando por ser diferente - como ele - por ter os olhos de cores diferentes. Ele não percebeu quando usou sua maça para acertar a cabeça do humano careca mais próximo com força o bastante para o sangue espirrar.

Quando o líquido tomou sua face, ele já estava pronto para quebrar o braço do segundo e assim o fez seguido de um chute no joelho, um soco no nariz e um golpe com sua arma diretamente no pescoço deste. Contou rapidamente mais cinco homens e o líder. A garota gritou quando notou que dois homens avançavam na direção do Orc com laminas de aço e respirou aliviada quando viu Penegos desviar o golpe do primeiro com sua clava e acertá-lo com um chute nas costelas que foi seguido de um soco no nariz e uma cabeçada. O segundo homem atacou com foco no rosto do Orc e ele pulou para trás, mas não rápido o bastante para evitar um corte que inutilizou seu olho direito. É dito que Penegos sorriu e então zombou com um sorriso e um comentário: Humanos, humanos...

Contam que Penegos avançou com ferocidade deixando seu agressor com os ossos quebrados com chutes, socos e golpes com a clava. Três homens. O líder empunhava em sua espada e gritava para que os seus homens pegassem aquele monstro. O rapaz com a clava e com olho ferido, avançou uma vez mais contra os humanos. Pulou e acertou em cheio a face do humano mais próximo com os pés e este movimento lhe deu impulso para pular e, durante a queda, acertar um outro homem que estava assustado, com a clava exatamente em sua cabeça, mais sangue. O último homem correu deixando seu líder sozinho.  

“Vá embora, Orc. Isso não é problema seu!” O líder humano estava com ódio daquela criatura. Como alguém tão magro poderia ser tão ágil? Penegos não sabia o que brilhava mais, seu cabelo dourado ou sua espada. “É uma humana, da minha raça. Eu decido o que fazer com essa defeituosa!” Foi o que causou sua morte.

“Orcs, humanos... estou cansado de todos vocês tratando coisas diferentes como defeituosas. Estão guerreando desde que o seu povo pisou em minha terra, acusam um ao outro de atos horrendos, atrocidades... mas a única coisa que muda é a aparência. Ambos são monstros, Orcs, humanos...” O Orc atacou com a clava mirando no braço do humano, este se esquivou.  “Meu nome é Ak...” E foi golpeado com a clava na cabeça. O humano jamais acordaria novamente. “Eu não preciso saber o nome dos meus alvos...” O jovem Orc caminhou até onde estava a humana e continuou olhando para a frente. “Estou indo além do portão, indo onde esse bando de atrasados não vão me julgar por ser assim. Você poderia vir comigo caso fosse sua vontade. Mas não vou segurar sua mão para sempre, entendeu?”

O ruivo terminou seu almoço, limpou a boca no guardanapo e finalizou o copo de refrigerante. Amélia estava agitada. “E então? Ela foi? Eles ficaram juntos?” O professor riu. “Dizem que até hoje andam por aí caçando sua liberdade, seu lugar especial onde ninguém vai julgá-los.”

“E é verdade?” A menina tinha os olhos brilhando tanto o lilás como o verde, como se todos os sonhos tivessem sido realizados. “Pode ser que sim, pequena. Pode ser que não” O ruivo se levantou e cruzou a porta do Murder Burguer.



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