História Contos de um garoto qualquer - Marie

Jéssica estava ansiosa para chegar a sua nova cidade. No carro olhava para a estrada lisa e logo em seguida uma placa dizendo o nome da cidade que estavam prestes a entrar. Não queria ter se mudado, mas uma mudança poderia fazer bem a sua criatividade já que queria logo começar a escrever seu livro. A cidade parecia mais com uma vila, sem muitos restaurantes, apenas um shopping. O que chamava mais atenção era a quantidade de adultos que acompanham seus filhos no parque, provavelmente a maior atração da cidade. Seus olhos seguiam as pequenas casas que se afastavam a cada quilômetro que percorria, até chegar a sua casa que era um pouco longe do dito parque, com certeza o visitaria logo, parecia uma boa fonte de criatividade mesmo ela não gostando muito de lugares muito movimentados.
  Em frente sua nova casa o carro estaciona. Jéssica sai apressada para entrar em casa e pega a chave da mão de sua mãe no banco que estava sentada no banco da frente. Seu pai responde à ação brusca da filha "Calma Jéssica, a casa não vai sair do lugar" com muita calma na voz apesar de tudo. Se mudaram pelo trabalho de seu pai, uma empresa de negócios que também se mudara para a cidade fazendo seu pai fazer o mesmo. Durante todo percurso de conhecer sua casa nova, a garota já entrará em seu quarto e largará sua bolsa e uma caixa em um canto já que sua casa estava vazia pois o caminhão de mudança ainda não havia chegado. Esperaria pelo menos o caminhão chegar para poder sair.
  Após o caminhão chegar, algumas pessoas que trabalham com o mesmo carregam as coisas para os cômodos, enquanto Jéssica apenas pega a caixa que há pouco jogou no chão e abri-a. Dentro dela uma máquina de escrever antiga que costuma escrever sempre, ajeita ela em cima da mesa enquanto olha ao redor em busca de rejeitar toda preguiça para que pudesse levantar e ir ao parque. Era a tarde e o pôr do sol chegava, era uma boa hora então, não hesitou em levantar e finalmente ir.
  Sentada e e encostada em uma árvore gigante no meio do parque, ela observava as crianças brincando. Tão alegres e sorridentes. Era contagiante. Colocou-se a olhar o pôr do sol, tão brilhante, o céu ficava tão laranja a medida em que o sol abaixava. Estava cansada e com sono, seus olhos estavam a se fechar quando uma garota aparece em sua frente, ruiva e de olhos castanhos. Exalava felicidade entre confusões.
- Com licença? eu te conheço. Disse Jéssica deixando de lado o sono, para conversar com a garota misteriosa.
- A partir de agora sim. A garota senta e observa o sol ao seu lado. Jéssica estranha o comportamento ligeiramente diferente da garota. Mas para ela, um amigo seria legal de se encontrar.
- Qual é o seu nome? Disse sorrindo em direção a Jéssica que logo ficou vermelha, ela parecia gostar da menina.
- Jéssica. Ela não mantinha contato visual com a menina tentando ao máximo não se mostrar.
- Marie. "Acho que é seu nome" pensou jéssica e logo começou rir. Jéssica estava apaixonada, mas tentava ao máximo de fazer de indiferente. Elas conversaram um bom tempo. Sobre o livro que planejava escrever, sobre o passado que queria esquecer e a vida que desejava viver ao lado, se possível de Marie  a garota por quem estava apaixonada. Tinha dúvidas sobre sua sexualidade mas aquilo realmente não importava no momento. Ao final da conversa já estava de noite, Jéssica percebia que o grupo de amigos de Marie os olhava de longe soltando pequenas risadas. Talvez Marie poderia sentir a mesma coisa. As luzes do parque briljavam suavemente. Marie se levantou.
- Bom, eu preciso ir. Disse indo embora mas Jéssica a impede.
- Espera...- Jéssica a segurou pelo braço- Por quê veio até mim? Ela disse. Marie parou e respondeu.
- Você parecia solitária. Jéssica ficou deslumbrada, a garota parecia ver o que ela sentia naquele momento, as duas se entediam muito bem. Logo Marie desapareceu e Jéssica voltou para casa.
  Jéssica voltou a visitar o lugar a semana toda em busca de Marie que nunca mais apareceu. Ela havia desistido. Em frente a sua máquina de escrever ela se pois a escrever um romance, escrever sobre os olhos castanhos que nunca mais voltaria a ver, sobre como é ter o coração partido antes mesmo de poder amar direito.