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História Contos de uma prostituta - I


Escrita por: AnnabethPrior

Notas do Autor


Desculpa pela demora.

Capítulo 2 - I


Luzes vermelhas piscam lentamente e iluminam o ambiente negro, o cheiro de álcool e cigarro no ar mostra um prelúdio de um lugar onde tudo é permitido, onde o pudor não tem espaço em meio a tanto pecado. Belas mulheres desfilam pelo local, das mais altas as mais baixas, todas em seus sensuais e provocadores trajes rendados ou em couro. Tudo para eles, os homens - grandes empresários, advogados, juízes, políticos ou apenas os que tiveram o privilégio de nascer em berço de ouro -, que vem para beber e desfrutar do mais puro prazer. Homens que são levados pelo clima erótico e a posição de controle, e aos poucos se esquecem de suas vidas cobertas de moral e normais.

Uma boate de luxo, com bebidas de luxo e putas de luxo. Uma boate onde eles podem escolher a dedo o que querem tomar, e quando falo tomar não me refiro apenas às bebidas. Cada garota possui seu perfil modificável, onde o cliente chega e diz como ele quer tomá-la para si, como e por quanto tempo ele quer tê-la em sua cama - é como uma lanchonete onde o cliente escolhe como ele quer seu lanche, para que ele possa comê-lo com prazer, neste caso, o comer é literal. Então tudo ocorre como um leilão, as mulheres dançam e são apreciadas com atenção, luxúria e cobiça pelos olhos dos homens, que não hesitam, em gastar fortunas ao apostar no número de sua serva.

Sim, números. Nós não temos nomes ou voz, somos chamadas por números de acordo com a ordem de chegada à boate. Eu fui descoberta no período que tudo ainda estava crescendo e se implantando na cidade, por isso, sou a número Sete. As meninas que por aqui tentam lucrar, ou são descobertas ou são vendidas. Eles compram as mais belas e as tiram da prostituição suja que ocorre nas ruas, já as descobertas, eram garotas que precisaram de ajuda e tiveram seus atrativos descobertos e reivindicados.         

Hoje a boate esta cheia, todos relaxando a espera do show. Em meio a esses homens estará o meu mais novo mestre, a quem eu servirei pelo tempo que ele ordenar, ou melhor, pagar. Observo a roupa que usarei essa noite e percebo que não será necessário muito esforço para aguçar a mente dos clientes. A vestimenta é sensual, um corpete todo de couro acompanhada de uma calcinha minúscula e luvas de couro. O meu cabelo está solto e bagunçado e passei apenas um batom vermelho sangue, já que a parte superior do meu rosto estaria escondida sob uma máscara.

Bem, a resposta para as perguntas sobre a máscara é simples e objetivo: contribuir para o clima erótico. A psicologia diz que o desconhecido excita, neste caso o desconhecido é proibido e intocável o que lembra a clássica frase o ‘’o proibido é mais gostoso’’. Eu nunca irei ver a face do homem que me comprar por um tempo, já ele, pode ver a minha quando bem desejar. Percebe que é uma relação onde só um é privilegiado? Quando você diz ‘’Sim’’ para essa boate, é isso que você deve esperar.

Encaminho-me até o palco e fico aguardando o momento da minha entrada. As dançarinas que já se apresentaram e as que esperam o seu momento, lançam seus olhares cobertos de inveja para qualquer mulher em um raio de 5 metros. Posso ouvi-las rezar para que o show seja ruim, e assim, elas possam ser escolhidas por um cliente mais rico e jovem. As luzes diminuem deixando apenas o palco iluminado, sinto o sangue correr e meus batimentos cardíacos acelerados pela ansiedade.

É a hora do show.

Caminho até o centro do palco em passos precisos e provocantes, para ao lado do poste de pole dance e apenas espero as primeiras batidas da música. Dark Times começa a tocar, e logo ouço a voz sensual do Ed Sheeran que faz meus lábios serem presos pelos dentes juntamente com o balanço do quadril. Desço lentamente apoiando meus joelhos no chão, jogando minha cabeça para trás.

 Levanto-me com o apoio do poste e logo deixo a música dominar meu corpo. Faço bom uso de toda a minha flexibilidade e técnica em pole dance, observando a cobiça surgir com força total no olhar de cada um presente. Estando ciente de que o show está alcançando o objetivo desejado, sigo para perto da borda do palco e atiço os homens presentes. Mostro todo o domínio que tenho do meu quadril quando rebolo intensamente, me movimento como estivesse fodendo e fito a face maliciosa dos clientes.

Apelo totalmente quando dou um selinho nos lábios de uma mulher próxima a borda do palco, ouço os suspiros do público e sei que terei um bom lance. Intercalo a velocidade de meus movimentos e deixo tudo mais sensual ao fim da música, mantendo meu olhar fixo em alguns homens por alguns segundos.

Saio do palco com os aplausos a minhas costas e os olhares fuzilantes das dançarinas a minha frente. Vou em direção aos camarins e sou parada no meio do caminho pelo chefe. Alto, com grandes olhos tão negros quanto a cor de sua pele, feição séria e contida, uma voz potente que bota medo e pressão em todos a sua volta e um poder de coesão incrível definem o homem à minha frente, conhecido por James ( apesar de que eu ache que esse é apenas um apelido ou uma espécie de nome artístico, e não seu  nome de registro). Sem enrolar, ele vai direto ao ponto:

- Foi uma boa apresentação, boa o suficiente para pagar o valor que você me deve.

- Eu irei pagar James!- exclamo já me afastando dele - Assim que alguém me comprar eu lhe pagarei.

Bem, como a vida não é um mar de rosas algo tinha que ser ‘’mais’’ pior além de ser vendida e usada como objeto sexual. Nós temos que pagar por apresentação e pela benevolência de James nos permitir se apresentar em seu estabelecimento. Então a cada apresentação temos que pagar o valor que ele diz, e essa dívida só vai aumentando e nunca conseguimos sair dela, até que somos obrigadas a trabalhar de graça. A única maneira de isso não acontecer é a garota ser comprada em totalidade, ou seja, ao invés de ser comprada por um tempo ela se tornará a sua escrava sexual até a sua morte. Eu sei que parece horrível, mas isso não é fácil de acontecer.

Olho-me  no espelho e não consigo enxergar a mesma garota que entrou ha tempos atrás. Meu corpo está mais desenvolvido e esses olhos já viram coisas que não queriam ver e que nunca vão se esquecer. Esse corpo já passou por tantas mãos que é impossível lembrar-se de todos. Vejo a movimentação das outras meninas e logo sei que o leilão vai começar. Confiro a minha maquiagem e consto que tudo está na mais perfeita ordem. Levanto-me e quando vejo as meninas saindo do camarim eu sei que chegou a hora.

Acho incrível a maneira que uma mudança de luz transforma um lugar. No momento que os shows estão acontecendo, as luzes em tons sensuais como o vermelho são lançadas e dão esse ar mais sexy há boate, mas agora, é tudo uma escuridão. As luzes no palco são baixas e frias, enquanto os clientes estão no escuro. Todas as meninas se posicionam e é possível ver as mais diversas emoções vindo delas. Algumas demonstram nervosismo, medo, ansiedade, desprezo e até mesmo indiferença.

Eu ouço a movimentação dos clientes e o vai e vem das garçonetes, ouço alguns cochichos e risos espalhados, todos á espera dos lances. James sobe ao palco e lança seu sorriso mais falso que uma nota de 3 reais aos clientes, ou melhor, suas presas e fontes de renda. Pega o microfone e começa seu discurso:

- Agradeça a presença de todos, e a confiança nos serviços aqui oferecidos. Trabalhamos com muito gosto para servir o melhor - Só você querido, só você - Sem mais enrolações, Senhores preparem seus lances e desfrutem das belas ninfas presentes.

Bota a mão em uma urna e retira o primeiro número: 12. Ouço um arfar vindo da minha direita e uma garota vai em direção ao centro do palco. Com certeza ela é nova aqui, suas pernas tremem e ela se mexe inquietamente a espera do primeiro lance. Suas pequenas mãos alisam seu belo cabelo loiro em um sinal claro de nervosismo, assim como seus olhos que teimam em focar o chão. James não perde tempo e diz:

- Dê uma voltinha querida - olha diretamente para a bunda da menina quando ela o obedece - Meus amigos, o homem que levar para casa terá sorte. Olhem esses grandes lábios rosados, farão milagres com toda certeza. E o melhor é que ela vai aprender tudo que você ensinar, essa visão que vocês estão tendo é a de uma deliciosa virgem. - Oh não! Ouço alguns homens darem risadas maliciosas enquanto devoram a jovem garota - Isso mesmo Senhores, uma virgem. E o lance inicial é de 5 mil dólares.

Logo os lances são dados até que ouço o martelo bater. Um homem em seus prováveis 50 anos se aproxima do palco e sorri para a menina, e a visão de seu sorriso com dentes amarelados é de embrulhar o estômago. A 12 desce do palco e é recebida por um belo tapa em sua nádega esquerda, e algumas palavras de reconforto:

- Não se preocupe baby, eu vou ser um ótimo mestre.

Tadinha, vendida para um velho por 67 mil dólares.

Sou tirada de meus pensamentos ao ouvir meu nome sendo dito. Olho para cima e vejo James me olhando com um sorriso malicioso, suspiro e boto um olhar confiante e feroz em meu rosto. Caminho com passos precisos, como se fosse uma rainha e eles simples súditos. Quando chegou ao centro do palco, ouço James dizer:

- E a nossa já conhecida 7 está de volta! - exclama - O lance inicial para o nosso furação é de cinco mil também senhores.

Prendo a respiração quando vejo o primeiro homem levantar a plaquinha, logo tendo seu lance batido por outro. Velhos barrigudos, jovens ricos e até mesmo um conhecido deputado levanta sua plaquinha. O valor aumenta, pulando de cinco para dez, quinze e por aí em diante. Mantenho meu olhar passeando pelos clientes, se nos fixando que ainda não deram lances por alguns segundos e levantando a sobrancelha direita em sinal de desafio, um gesto simples que garante o aumento do valor.

Sinto uma pressão em meu peito quando dois homens continuam disputando meu corpo, dando valores mais altos e encarando o outro quando tinha seu lance batido. Quando ouço o valor atual do lance, me surpreendo totalmente, são sessenta fuking mil reais. Vejo o homem loiro negar com a cabeça e se sentar aceitando a sua derrota, e o sorriso triunfante no rosto do moreno. Este se aproxima do palco em passos longos e passei seus olhos pelo meu corpo exposto.

Pronto, esse é o meu mestre. Espero que não seja pior que o último.

Antes que o martelo seja batido, vejo um homem belíssimo se levantar bruscamente. Se a beleza fosse um homem, com certeza seria esse. Seus cabelos enrolados batem em seus ombros, algumas madeixas rebeldes ficam desalinhadas dando- o um ar sexy. Consigo ver seus olhos verdes refletirem, apesar da escuridão.

Uau, oh lá em casa em!

Vejo tudo em câmera lenta. Ele levantando a plaquinha, o olhar de raiva no olhar do homem moreno que queria me comprar antes, o sorriso que James poe no rosto ao saber do valor, o arfar das garotas atrás de mim, o meu próprio arfar e só então eu consigo assimilar o que o deus grego disse:

- 1 milhão de dólares pela sua totalidade.

Ai meu Deus!

É a única coisa que consigo pensar antes de tudo escurecer.


Notas Finais


Quem é esse o belo homem dos olhos verdes? Eu ouvi alguém dizer ''Harry''?
Espero que tenha gostado.
Deixe um comentário com sua critica, sugestão ou apenas incentivo.
Beijinhos da Duende .


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