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História Contos do Acaso - Você é minha família


Escrita por: 1000Hands

Notas do Autor


Volteeeei. Como vocês estão?
Hoje não tem enrolação, já vamos direto para a leitura.

Boa leitura!

Capítulo 23 - Você é minha família


Fanfic / Fanfiction Contos do Acaso - Você é minha família

 

O pior lugar dentro de um hospital é a sala de espera. A tristeza, o desespero e a dor formam o trio depressivo perfeito para depreciar os que aguardam notícias sobre pessoas importantes em sua vida. Muitas vezes esse trio de sentimentos é maior que a esperança. Nós, seres humanos, costumamos esperar sempre pelo pior. Pensamentos negativos sobrepõem nosso otimismo quando nos vemos impossibilitados de sairmos de situações difíceis por nós mesmo. É desesperador confiar noutra pessoa para ver-se bem, pois é perigoso demais depender de alguém, e isto é assustador para nós seres humanos.

Ver seu filho perdendo a vida e não poder fazer nada para tê-lo novamente é angustiante. Confiar inteiramente à vida do seu filho nas mãos de quem, talvez, possa salvá-lo é amedrontador.

Lauren olhava para seu irmão sentado no outro lado da sala, ele tinha a cabeça baixa entre as mãos, era doloroso vê-lo assim. Desejava veementemente que seu sobrinho se salvasse para que seu irmão e Ally nunca sentissem a mesma dor que ela sentira um dia e tentava superar.

Já havia sido devidamente cuidada, ao chegar ao hospital foi enrolada num cobertor térmico e ficou com ele enrolado ao corpo até que sua temperatura se normalizasse, novamente, isso porque estava frio e chegou molhada ao hospital, havia recebido roupas secas e já estava devidamente agasalha.

Lauren desviou os olhos do irmão e focou seu olhar em Camila que tinha a cabeça repousando em seu ombro, ela parecia ter se rendido ao sono e sua respiração estava leve, agora.

— Camila.

Não foi preciso mais que um chamado para que a latina acordasse.

— Cochilei — disse tirando a cabeça dos ombros da noiva e ajeitando sua postura.

— Vamos pra casa — Lauren se levantou chamando-a.

— Por quê? Já tem notícias do Chris? — Camila também se levantou curiosa.

Lauren suspirou, também estava exausta.

— Não, mas você está cansada e é melhor que durma em casa.

Jauregui estava preocupada com a gestação da latina, com certeza, não faria bem para criança se Camila dormisse torta em cima de uma cadeira.

— Eu estou bem, Lauren — Camila lhe assegurou — Eu quero esperar por notícias dele — Camila olhou ao redor vendo que seu cunhado lhe encarava curioso, mas que desviou o olhar ao ser percebido.

— Eu não vou deixar que você durma aqui, nessa cadeira desconfortável.

Lauren não queria discutir, pois sabia que estava sem paciência, mas Camila era teimosa.

— Ally ainda não voltou? — Camila mudou de assunto.

Lauren negou com a cabeça, queria muito ver a baixinha e lhe dar apoio, mas tinha outras preocupações também.

— Vamos para cara — pediu gentilmente olhando nos olhos castanhos.

— Espera... — Camila pareceu pensar — Você não está fazendo isso porque está com raiva do seu irmão, não é?

Revirou os olhos.

— Não — Lauren mentiu desviando o olhar. Ela tinha a suspeita de que Camila saberia que ela mentia se a olhasse nos olhos.

— Lauren... — Camila advertiu.

Lauren a encarou e não conseguiu repetir a mentira.

Camila tocou o braço da maior tentando lhe passar calma e falou num tom de voz mais brando, era compreensiva, mas queria que Lauren evitasse desentendimentos com o irmão.

— Eu sei o que ele te disse, mas vamos ficar e apoiá-lo, pense na Ally.

Lauren a olhou, levemente irritada.

— Camila, eu realmente estou chateada com ele, mas não é apenas por causa disto que quero ir embora — confessou sendo sincera — Eu não quero que você durma aqui, não vai ser bom para a criança, pense nela um pouco.

— Não se preocupe com isso, Lauren — cortou-a ríspida, tirando a mão de seu braço.

— Antes que fale qualquer coisa — Lauren continuou — Sofia vai passar o dia lá em casa amanhã com você, se esqueceu?

Camila realmente havia se esquecido, por um momento ficou tão preocupada com os recentes acontecimentos que se esqueceu de que amanhã seria um dia importante e alegre, pois finalmente veria sua irmãzinha.

— Temos que dormir bem para aguentarmos o pique da pipoquinha — riu vendo que havia convencido Camila.

Camila a olhou e sorriu também enquanto revirava os olhos.

— Então eu vou me despedir do seu irmão.

— Eu te espero lá fora.

Lauren caminhou pelo corredor que a levaria até a saída do hospital, mas parou ao ver sua mãe e seu pai caminhando em direção à ela, simplesmente não acreditando no que via.

— Lauren! — seu pai sorriu.

— Filha — sua mãe se aproximou primeiro.

Lauren sequer esperou que eles chegassem perto para começar a interrogação.

— O que fazem aqui? Chris chamou vocês?

Clara e Michael, atônitos com a reação da filha, ficaram sem palavras.

— Eu não acredito que ele preocupou vocês, principalmente você papai — encarou o homem grisalho — Não acredito.

— É nosso neto, Lauren — sua mãe lhe chamou a atenção — O que queria que eu fizesse? Não viesse?

Lauren encarou sua mãe sem saber o que dizer por alguns segundos, porém, aquela pontada no peito lhe incomodava.

— Laur? — Camila chegou percebendo o clima tenso — Podemos ir — disse segurando a mão da noiva.

Camila abaixou o olhar quando percebeu que a senhora Jauregui a olhava.

Lauren seguiu o olhar da mãe e finalmente saiu de seu transe formado por lembranças más.

— Vamos? — Camila retornou o olhar de Lauren.

— Vamos.

Lauren suspirou e passou por sua mãe, guiava Camila por onde andava, passou por seu pai e lhe sorriu timidamente. Camila deu um “tchauzinho” acanhado para o senhor.

“O que queria que eu fizesse?”

Queria que estivesse consigo quando ela precisou enterrar sua família e toda sua felicidade junto, só queria um apoio, o colo de sua mãe e as palavras doces que ela lhe dizia quando ainda era criança e machucava o joelho ao cair da bicicleta. Era apenas isso que queria.

 

Camila chegou em casa e decidiu tomar um banho rápido antes de dormir, não cedeu a vontade de ficar mais alguns minutos sob a água quente, mas os sete minutos que ficou no banho foram suficientes para relaxá-la. Trocou-se no banheiro mesmo e ao voltar para o quarto percebeu que Lauren ainda não havia subido. Decidiu descer e perguntar se ela dormiria agora ou não.

Lauren ficou no andar de baixo desde que chegou do hospital, a primeira coisa que fez foi buscar seu refúgio de sempre, não parando na primeira dose como prometera a si mesma. Dessa vez bebia conhaque, mas já havia bebido seu preciso whisky, o qual não ficava sem.

Quando entrou na sala viu a morena sentada no sofá e a televisão ligada, mas Lauren não parecia assistir ao programa de entrevista, talvez.

— Vai deitar agora? — Camila sentou-se ao seu lado no sofá.

Só então Lauren percebeu a presença da latina ali.

— Vou daqui a pouco — respondeu levando o copo a boca.

Mas Camila sabia como era o daqui a pouco de Lauren.

E Camila não disse nada por muito tempo, permaneceu sentada ali ignorando o enjoo que sentia, assistiu ao programa sem realmente dar atenção ao que via.

Quando achou que não conseguiria mais aguentar aquela ânsia que embrulhava seu estomago levantou-se e andou às pressas até o banheiro ali de baixo mesmo, rendeu-se aquela ânsia de vômito horrível e curvou seu corpo sobre o vaso sanitário, colocando para fora o pouco que havia comido hoje. Lembrou-se que nem haviam comido o jantar que Ally tinha preparado. Sua garanta ainda se fechava, seu estomago revirava e seu corpo era impulsionado para frente, porém nada mais saía de sua boca, não tinha o que vomitar, mas a ânsia ainda lhe atacava. Viu de relance Lauren entrar no banheiro, a morena parecia saber sempre quando Camila estava nessa situação, o que a latina achava horrível.

— Camz? — o apelido que usava apenas em pensamentos escapuliu por seus lábios.

Camila se ajoelhou no chão e esperou aquela vontade horrível passar, isso demorou alguns minutos, e Lauren esperou escorada no batente da porta.

Quando se sentiu bem a latina se levantou e passou a mão no rosto limpando algumas lágrimas, odiava vomitar, lavou o rosto e, principalmente, a boca na pia do banheiro. Olhou para Lauren e sorriu fraco.

Lauren abriu os braços convidando-a para um abraço, ao qual Camila sequer pensou em rejeitar, então a morena a envolveu com seus braços e beijou-lhe o topo da cabeça.

— Que tal um chá?

Lauren preparou o tão famoso chá, entre as duas, e serviu a si mesma e a Camila, que decidiu comer biscoitos para acompanhar a bebida, também. Estavam na sala, Lauren já havia guardado as bebidas, fez um esforço para tomar o chá em vez de algo alcoólico, pois desconfiava que este fosse o motivo para o enjoo de Camila.

— Estou com um pouco de sono agora — Camila disse colocando um biscoito na boca.

— Não sei se consigo dormir esta noite — Lauren confessou.

Camila a olhou por alguns instantes.

— Se você ainda pretende brincar com Sofia como disse, acho melhor você dormir.

Lauren riu.

— Verdade — olhou-a — Você está ansiosa para conhecê-la?

— Muito — Camila respondeu de imediato — Demais.

— Agora que eu percebo que vocês se parecem, mesmo — Lauren comentou olhando para o rosto de Camila.

Queria apenas perceber mais detalhes semelhantes ao rosto de Sofia, mas demorou-se no olhar e acabou reparando demais, em questão de segundos deixou seus olhos percorrem por todo o rosto da latina. Podia perceber o olhar confuso e o sorriso tímido que Camila lhe dava em troca. De repente, num impulso que não saberia dizer de onde veio se aproximou do rosto da mais nova a ponto de poder sentir a respiração acelerada da mesma, olhou nos olhos castanhos que pareciam um pouco assustados, desceu o olhar para os lábios carnudos e, de repente, tão atraentes de Camila, fechou os olhos e decidiu não pensar demais.

— Você está bêbada, Lauren — Camila sussurrou contra os lábios da morena.

— Eu sei o que estou fazendo — respondeu roçando o nariz na bochecha de Camila.

Camila nada respondeu então, Lauren decidiu investir, mas não conseguiu sentir os lábios da latina. Camila se levantou do sofá e esquivando-se do beijo num time certeiro.

Dessa vez o olhar confuso era o da morena.

— Não, você não sabe o que está fazendo — Camila a olhou sorrindo sem vontade — Acho que já vou dormir.

— Não é como se fosse o nosso primeiro beijo — Lauren rebateu se levantando.

— Você bebeu e está confundindo as coisas — Camila disse calma — Nos beijamos para atuar na frente dos outros, esqueceu Lauren?

Lauren negou com a cabeça.

— Eu não estou bêbada.

A morena deixou a sala e subiu a escada parecendo chateada e Camila apenas observou a cena ficando mais confusa ainda.

Depois de recolher e lavar os recipientes que haviam sujado, Camila subiu para o quarto e ao entrar pôde ouvir o barulho do chuveiro, não precisou de muito para deduzir que a morena estava banhando-se. Foi ao closet apenas pegar meias, que não eram suas, e deitou-se dormindo em seguida.

Lauren demorou no banho, não era de seu feitio, mas seus pensamentos lhe tomaram boa parte do tempo enquanto esteve no banho. Lembrava-se das palavras de seu irmão tocando em sua maior ferida, lembrava-se de tentar socorrer seu sobrinho, ter cedido ao vício novamente e, o pior de tudo, Camila lhe rejeitando. Tinha mil coisas rondando sua mente ao mesmo tempo. Lauren estava certa de que não dormiria esta noite.

Quando se deitou, Camila já dormia e, fez de tudo para dormir, também, mas não conseguia. Estava cansada e com sono, mas não conseguia dormir, simplesmente não conseguia desligar sua mente. E pensou em todas as coisas que lhe preocupavam, absolutamente todas as surpresas que a vida lhe dera, e percebeu como sua sorte é incrível.

Retornou a cidade por causa da doença de seu pai, dizia para si mesma que o apoiaria nesse momento da vida dele, mas até então o apoio que demonstrava era mínimo. Não estava acompanhando o tratamento e, muitos menos, o visitava para fazê-lo companhia, do mesmo modo que disse a si mesma que tentaria uma relação amigável com a mãe, mas estavam distantes novamente. Quando estavam distantes esteve mais próxima de sua mãe do que estando bem perto dela, como agora, era uma relação tão complicada. E como se já não bastassem os problemas que já tinha foi procurar por mais, mentiu para seu pai e enrolou-se com uma latina que estava virando sua vida do avesso, achava estranho como alguém em tão pouco tempo poderia mudar pequenos detalhes em si.

Numa fim de tarde seus caminhos se cruzam de uma forma tão inesperada e agora seguem juntos, percebiam que tinham mais coisas em comum do que imaginavam, como a tragédia que deixou marcas em suas vidas. Primeiramente queria apenas ajuda-la, deu-lhe uma nova chance, e agora Camila poderia viver e construir uma história melhor. Conhecer a história da latina abriu-lhe os olhos para entender que não era a única a ter uma vida difícil, cheias de lembranças ruins, dores e sonhos interrompidos. Cada pessoa tem seu espinho na carne. Tinha vontade de tornar a vida de alguém melhor com ações que estavam ao seu alcance, então atingiu um nível alto de empatia pela latina, queria vê-la bem. Proporcionar o reencontro com a família, ser a pessoa a quem ela confiou sua pior dor, tudo isso fazia com que Lauren se sentisse útil. Seu instinto protetor intenso intensificava ainda mais quando se tratava de Camila, a morena sentia essa necessidade de protegê-la de tudo, de lhe mostrar que a vida nem sempre era dura. Na verdade, Lauren queria inspirar superação à Camila, algo que a própria morena não era capaz de fazer.  Lauren queria livrar Camila de qualquer frustração que a vida pudesse oferecer, não queria que Camila sofresse as dores que ela mesma um dia já sofreu, como se pudesse livrar Camila do que ninguém nunca havia lhe livrado.

Camila remexeu na cama e chamou a atenção de Lauren, que a viu se encolher na cama e deduziu que ela deveria estar com frio, a madrugada estava fria. Não hesitou em abraça-la, apenas virou para o lado e juntou seu corpo ao da mulher adormecida, abraçou-a um braço e fechou os olhos. Como num passe de mágica, ou milagre, ou como você preferir nomear, a mente de Lauren se iluminou numa ideia, ideia perfeita. Como não havia pensado nisso antes? Camila não queria o filho, mas não queria tirá-lo, ela havia deixado claro. A solução era fácil e esteve diante de seus olhos o tempo todo. Como não havia pensado nisso antes? Era perfeito.

Riu satisfeita com a iluminação divina que atingiu sua mente e empolgada com a alegria de, possivelmente, resolver um dilema apertou mais o abraço na latina e brigou-se a dormir.

 

— Liga pra ela de novo, Laur? — Camila pediu pela décima vez.

— Não faz nem minutos que liguei Camila — bufou irritada, sentando-se no banco de madeira do parquinho — Dinah não vai atender, ela está dirigindo.

— Eu vou matar a Dinah — sentou-se emburrada ao lado de Lauren.

Estavam num parquinho infantil, o preferido de Sofia, pois esse tinha diferentes espécies de brinquedos. Há quase vinte minutos estavam esperando por Dinah que chegaria com Sofia, a loira já deveria estar ali há muito tempo, mas o “estou chegando” significava “estou em casa ainda”.

O celular de Lauren tocou e ela atendeu sem pestanejar quando leu o nome na tela.

— Ally? Tudo bem? Eu iria mesmo ligar — atropelou as palavras.

Camila a observou conversar, estava curiosa para saber o que havia acontecido, mas esperaria pacientemente até que Lauren pudesse lhe contar.

O dia estava parcialmente nublado, diferente de ontem as temperaturas estavam mais altas, mas os ventos frios deixavam o dia agradável.

Lauren se despediu da cunhada e encerrou a chamada.

— Como estão as coisas? — Camila apertou um pouco os olhos para olhar para a morena, pois o sol lhe incomodava.

— Ele está em coma — Lauren olhava para frente — Pelo que Ally me falou é por causa da parada cardíaca, ele esteve morto por cinco minutos, Camila — a encarou.

Camila ergueu as sobrancelhas como reação ao que ouviu.

— Mas não podemos visita-lo, por enquanto, os médicos precisam ver como ele reagirá.

Camila olhou para umas crianças que brincavam no balanço.

— Sinto muito pela Ally e pelo Chris.

— Queria vê-la hoje à tarde — Lauren se referiu a Allyson.

— Claro — Camila concordou.

Estavam tão focadas na conversa que não avistaram Dinah caminhar ao longe segurando a mão de uma garotinha sorridente, que parecia querer soltar-se da mão firme da adulta distraída e correr.

Felicidade era pouco para descrever o que a pequena Sofia sentia, quando sua mãe (Dinah) lhe acordou dizendo-lhe que hoje ela iria ver a irmã que tanto ansiava conhecer, não aguentou-se, parecia em êxtase, uma alegria extrema tomou seu peito, pulou, gritou, abraçou o panda de pelúcia, que um dia fora de sua irmã mais velha, parecia estar no céu, assim por dizer.

De longe pôde ver sua tia Lolo e a Kaki estava ao lado dela. Kaki era igualzinha às fotos, só podia ser a Kaki, a moça era igualzinha sua irmã.

— Kaki! Kaki! — gritou tirando a mão de Dinah de seu pulso e correndo finalmente — Kaki!

Camila olhou para garotinha que corria gritando o apelido que seu pai lhe dera quando ainda era uma criança de três de idade. A menina era tão parecida consigo, ela corria desesperada e olhava diretamente para si, o olhar focado em Camila. Camila já sorria sem perceber, se levantou para receber sua irmã que se aproximava, sabia que era ela.

— É Sofia — Lauren disse desnecessariamente.

— Kaki — Sofia pulou no colo da irmã e a abraçou com todo seu corpo.

— Camz você não pode pegar peso assim — Lauren advertiu sendo ignorada mais uma vez e calando-se quando percebeu que usou o apelido, até então usado em pensamentos, para chamar Camila.

As irmãs Cabello pareciam estar num mundo somente delas, abraçando-se e matando a saudade e a falta que uma fazia na vida da outra, finalmente sentindo uma a outra perto. Camila, nostálgica, deixava as lágrimas banharem seu rosto. Sofia também chorava, ela estava conhecendo o colo de sua irmã mais velha, a pessoa que tanto admirava na vida. Desde pequena via as poucas fotos que tinha com a irmã e nunca pôde tê-la por perto, mas agora qualquer frustração que a criança de cinco anos tinha estava sendo quebrada e em seu lugar a alegria e a satisfação eram sentidas intensamente.

Camila sentou-se no banco onde estava antes ainda com Sofia agarrada a si, tentou olhar o rosto da pequena, mas ela estava com o rosto escondido na curva de seu pescoço e chorava muito.

— Não chora amor — Camila falava calma.

Imagine conhecer seu ídolo, poder abraça-lo fortemente, pular em seu colo e ele te retribuir, então multiplique esta sensação por mil, o resultado é exatamente como a pequena Sofi se sentia.

— Olha pra mim — pediu Camila educadamente, mas Sofia negou-se.

Dinah se aproximou chorando também e tentado enxugar suas lágrimas, ela estava tão emocionada quanto suas irmãs de coração, ajoelhou-se em frente à Camila e tocou as costas de Sofia tentando acalma-la.

— Sofi, querida, deixa a Mila te ver — fez alguns carinhos nos ombros da menina — Ela quer te ver, meu amor — Dinah falava suavemente.

Camila apertou ainda mais o abraço em sua irmã e beijou o rosto dela, podia sentir seu ombro molhado, prova de que Sofia estava emocionada demais.

Por muitos minutos Sofia permaneceu assim, mas depois de acalmar-se e conversar com Camila e conhecê-la um pouco mais a enchendo de perguntas e permitindo que Camila matasse a saudade que sentia da pequena, Sofia ficou mais solta e faltante. Nesta conversa as duas se conheciam e Camila sempre distraia a irmã quando essa queria saber coisas que não poderia contar, mas fazia com que Sofia lhe contasse tudo que perdeu durante anos. Camila descobriu que Sofia fazia aula de dança com Normani e estudava piano no instituto da família, descobriu que Sofia dormia com Sr. Boo, o panda de pelúcia. A menina chegou até a perguntar se Camila o queria de volta, essa que prontamente negou dizendo que não precisava mais dele, disse que agora ele pertencia à pequena.

— E que tal a gente almoçar? Porque eu estou morrendo de fome — Lauren deu a ideia.

— Pensei que não iria oferecer — Dinah se levantou pegando sua bolsa.

Camila riu revirando os olhos.

— Agora vem um pouco no colo da tia Lolo, ou vou ficar com ciúmes — Lauren fez um biquinho chateado para Sofia — Você só ficou a Camila o tempo todo.

Sofia abraçou Camila ainda mais e mostrou a língua divertidamente para Lauren.

Lauren abriu a boca surpresa com ousadia de Sofia.

— Eu acho bom você correr sua pestinha.

Sofia rapidamente desceu do colo de Camila e correu pelo parque o mais rápido que podia, mas Lauren lhe alcançou em segundos e a agarrou colocando-a de cabeça para baixo, ouvindo as risadas de Dinah e os gritos de Camila. Sofia se divertia olhando o mundo de cabeça para baixo.

Almoçaram numa franquia do McDonald’s e almoço foi vários lanches gigantes e porções de batatas fritas, acompanhado por conversas triviais e divertidas, junto a risadas. Estavam se divertindo. Lauren aproveitou um momento em que Sofia estava distraída com Camila e contou a Dinah que precisaria sair à tarde para ir ao hospital, contou o que houve com seu sobrinho e que queria dar apoio ajudando como podia, aproveitaria esta tarde para visitar sua cunhada que estaria no hospital.

Enquanto Lauren dirigia para o hospital, Camila voltava para casa com Dinah e Sofia, que brigou para ir sentada no banco da frente.

Quando chegou ao hospital apenas Allyson estava lá, segundo a Brooke-Jauregui, Chris havia voltado para casa para dormir um pouco. Nem a própria mãe podia ver seu filho, então Lauren também não conseguiu vê-lo, porém pelo tempo que ficou ali tentou distrair a mente da mulher de olhos castanhos chorosos. Fez com que Ally comesse um pouco e tranquilizou-a, distraiu-a contando sobre Sofia e Camila, apenas omitido que se tratava de um reencontro. Contou sobre as perguntas da pequena e de como ela havia esnobado sua carência, mostrando-lhe a língua quando pediu um pouco de atenção, isso fez Ally sorrir. Até mesmo convidou-a para dormir em sua casa hoje, pois Christopher dormiria no hospital e Ally ficaria sozinha em casa, mas a mulher negou insistentemente.

Lauren chegou em casa no fim da tarde e antes que abrisse a porta já podia ouvir a música abafada que vinha de dentro sua casa, entrou em casa passando pelo pequeno hall de entrada e ouviu a batida animada de Safe and sound – Capital Cities  ecoando por sua sala junto ao som de risadas altas e gritos animados, adentrou a sala silenciosamente e viu-as dançando animadamente. Dinah, Camila, Sofia e Normani, dançavam loucamente em sua sala. Escorou-se na parede e observou ao longe pensando que isso só poderia ser ideia de Normani.

Dinah e Normani dançavam juntas, pareciam duas loucas pulando, Camila segurava as mãos de Sofia e as duas rodavam desengonçadamente. Camila ria e parecia feliz enquanto dançava com sua irmã, Lauren pensou em estragar a brincadeira delas, mas depois de ver o largo sorriso no rosto da latina desistiu. Era fato que se perdia naquele sorriso, já havia aceitado isso, e não se preocupava em admitir.

— Vem Lauren! — Normani a chamou acordando-a.

Lauren negou com a cabeça prontamente.

Camila olhou-a percebendo que a morena estava ali somente agora, foi busca-la ainda dançando enquanto as outras riam da cara de desespero de Lauren, Camila segurou as mãos da maior e começou a trazê-la para o centro da sala.

— Não Camila — Lauren negava tentando soltar-se, mas no fundo era apenas charme, pois queria dançar com elas também.

— Vem Lauren — Camila se divertia.

— Dança com a gente tia Lolo — Sofia começou a pular no sofá.

— Lolo? — Camila perguntou curiosa.

Lauren deu de ombros como se o gesto explicasse o motivo do apelido.

Camila gargalhou achando “Lolo” muito engraçado.

Lauren aproveitou a distração da latina para girá-la num movimento rápido, abraçou-a por trás e conduziu a dança, nada de passos bonitos, dançava ridiculamente como as outras também estavam dançando, mas estava se divertindo. Girou-a novamente e agora podia ver os olhos castanhos lhe encarando divertidamente.

I could show you love in a tidal wave of mystery
You'll still be standing next to me
You could be my luck
Even if we're six feet underground
I know that we'll be safe and sound
We're safe and sound

 

Eu poderia mostrar-lhe o amor em uma onda gigantesca de mistério
Você ainda estará de pé ao meu lado
Você poderia ser meu amuleto
Mesmo que estejamos a seis pés de profundidade
Eu sei que vamos estar sãos e salvos
Nós estamos são e salvos

Lauren sorriu tão genuinamente que nem percebera seu ato, em resposta Camila também sorria, aliás, o coração da latina batia mais acelerado agora e ela não sabia o motivo, mas gostava da sensação em seu peito. O frio no estomago, a vontade de retribuir o sorriso que Lauren lhe dava, a vontade de tê-la mais perto. Camila envolveu o pescoço de Lauren com seus braços e acompanhou o ritmo agitado em que a outra dançava, sentiu Lauren segurar sua cintura e trazê-la para mais perto, agora a morena diminuíra um pouco o ritmo dos passos.  Embora estivessem em constante movimento nunca quebravam o contato visual, havia uma tensão estranha, porém boa envolvendo as duas nesse momento.

— Tia Lolo dança comigo? — Sofia cutucou a perna da morena.

— Sim princesa — disse pegando-a no colo, e com gesto de cabeça desculpou-se com a latina.

Camila deu de ombros em resposta.

Naquela mesma noite decidiram ir ao shopping, aproveitaram que a noite estava agradável em relação à temperatura, foram todas juntas no carro da dona da casa. Sofia estava adorando a ideia, na verdade, esse foi o dia mais incrível de sua vida.

Chegando ao shopping houve uma pequena discussão sobre onde iriam primeiro, se iriam ao salão de jogos ou ao cinema, por fim, quem decidiu foi Sofia e disse que queria patinar no gelo, todas concordaram que era a melhor ideia até agora, assim, depois de estarem devidamente protegidas e com os patins nos pés foram para a pista.

Uma batida agitada ecoava pelo salão, Normani ajudava Sofia a entrar na pista enquanto Dinah já patinava sobre o gelo, Camila estava com medo, pois não tinha equilíbrio nem andando com chinelos imagine com tendo que se equilibrar em laminas, porém estava ansiosa para entrar na pista e patinar como restante do pessoal que estava ali.

 — Espera Lauren — Camila gritou agarrada ao braço da morena quando Lauren pensou em se mover.

Lauren gargalhou do desespero da menor.

— Mas eu nem andei ainda.

Camila lhe lançou um olhar assassino.

— Se fizer uma sequer gracinha eu mato você.

Lauren segurou o riso, apenas porque percebeu que a latina realmente estava muito irritada.

Sofia já patinava de mãos dadas com Normani, que era uma excelente patinadora, Dinah patinava em torno delas. A pista não estava cheia, havia alguns casais patinando e poucas crianças, um casal de idosos com o que parecia ser um neto deles.

Lauren pediu que Camila virasse os pés para equilibrar-se melhor e assim ela fez. Posicionou-se atrás da latina segurando firmemente sua cintura e mostrou-a como caminhar até a pista, quando o gelo já estava sob seus pés Lauren instruiu Camila nos movimentos até que esta estivesse se movendo sobre a pista de gelo, ainda de maneira desengonçada Camila começou a patinar tendo as mãos de Lauren em sua cintura.

— Estou conseguindo — Camila falou baixinho com um sorriso no rosto.

— Sofia já está andando sozinha — Lauren mostrou-a — Acha que também consegue?

Camila olhou a irmã que patinava atrás de Dinah tentando alcança-la.

— Eu não sei — confessou baixinho já que Lauren perto.

Lauren soltou a cintura de Camila e foi para frente do corpo dela.

— Lauren! — Camila gritou ao senti-la se afastar.

— Calma — estendeu suas mãos — Me dê suas mãos.

Rapidamente Camila fez o que ela lhe pediu.

Lauren as conduzia cada vez mais rápido, dando voltas por toda a pista, passando pelas poucas pessoas que se divertiam ali também, entre risadas e ameaças de Camila quando Lauren lhe soltava.

— Vou te soltar tudo bem? — perguntou a morena.

— Eu vou cair, Lauren — disse Camila com medo, porém rindo de si mesma.

— Vai nada. Olha — Lauren a soltou enquanto patinava de costas para observar Camila.

— Volta aqui Lauren — a latina tentava se equilibrar, mas ainda ria — Eu estou grávida, não posso cair.

Lauren riu escondendo sua surpresa, pois era a primeira vez que Camila demonstrava alguma preocupação para com o filho que carregava.

— Você está conseguindo. Cala a boca e aproveita — Lauren se afastou, mas não por muito tempo.

Ficaram naquela pista por bastante tempo, Camila patinou com a irmã mais nova, que tinha mais equilíbrio que ela. Estava feliz por ver o sorriso largo no rosto de Sofia, pois podia saber que ela também estava feliz, e que havia gostado de passar esse dia juntas.

Camila foi comprar algumas batatas fritas, enquanto Lauren e Dinah observavam Normani e Sofia jogarem um jogo de dança. As duas imitavam os movimentos que apareciam na tela do jogo, pisando nos quadrados coloridos da plataforma, poucas vezes erravam.

— A Camila está demorando, não? — Lauren comentou com Dinah. Esperou alguns segundos, mas Dinah não lhe respondeu, então olhou para loira para confirmar se ela ainda estava ao seu lado.

Dinah sorria timidamente olhando para um ponto fixo, então, Lauren seguiu seu olhar para descobrir o que prendia a atenção da loira.

Normani ajudava Sofia a descer da plataforma enquanto sorria de algo que a garota dizia. A negra de curvas definidas arrumou a saia preta e justa que usava, então sorriu para Dinah quando percebeu que esta lhe olhava.

— É o que eu estou pensando? — Lauren voltou a falar com Dinah.

— O que você está pensando? — Dinah deu atenção à morena desta vez, olhando-a

Lauren sinalizou com a cabeça em direção a Normani.

— Vai se foder, Lauren — bebeu o resto do refrigerante na latinha — Vou atrás da Mila.

Lauren gargalhou.

Foi difícil Sofia se despedir de Camila, ela pensava que nunca mais iria ver a irmã de novo caso se afastasse dela, a pequena chorou muito e foram precisos muitos minutos para acalmá-la. Lauren disse para Dinah que não teria problema algum se Sofia dormisse em sua casa esta noite, quando perguntou se a garota se ela queria dormir sua irmã, Camila, esta noite, Sofia nem pensou antes de gritar que sim.

Dinah aceitou o convite de Normani para irem juntas a uma balada, há tempos Dinah não fazia algo assim, logo aceitou sem receios.

Sofia estava tão cansada que após o banho dormiu em poucos minutos, Camila deitada ao seu quase dormia também, estavam na cama do quarto principal da casa.

Lauren saiu do banho, vestida com roupas confortáveis, olhou para sua cama vendo Camila deitada com a irmã, a latina parecia cansada, mas Lauren queria conversar com ela ainda hoje. Desde que encontrara a solução para a gravidez indesejada de Camila, Lauren queria propô-la algo, e estava curiosa para saber se Camila aceitaria.

— Ela já dormiu? — perguntou ao se aproximar delas, mesmo vendo que Sofia já dormia.

— Ela estava tão cansada — Camila acariciou o cabelo da irmã — Nós brincamos a tarde toda aqui e ainda saímos à noite.

Lauren suspirou tomando coragem.

— Eu queria conversar com você.

Camila olhou para a morena que lhe encarava seria com os braços cruzados e se perguntou qual seria o assunto da conversa.

— Sobre o quê?

Lauren desviou o olhar para Sofia.

— Eu não queria acordar a Sofi...

— Claro — Camila saiu da cama entendo o que Lauren quis dizer.

Descerem até a sala, Camila seguindo à Lauren que ia à frente, até que se sentaram num dos sofás.

— Então? — Camila perguntou quando Lauren não disse nada.

— Eu não vou ficar enrolando — sentou-se mais perto da latina — Bom, eu fiquei pensando no que você me disse sobre não querer seu filho, está criança, aliás — se corrigiu.

Camila revirou os olhos, em tédio, não tinha a mínima vontade de falar sobre isto.

— Lauren eu...

— Escuta — a mais velha pediu.

Ainda resistente Camila se calou e esperou que a maior continuasse.

— Eu pensei muito — voltou a falar — Você não tem sangue-frio para tirá-lo, mesmo no seu caso em que o aborto é permitido por lei em nosso país, você sabe que pode tirá-lo se quiser.

— Eu não suportaria viver com a culpa depois — Camila disse com lágrimas começando a se formarem em seus olhos.

— Eu sei. Eu sei — Lauren segurou suas mãos tentando acalmá-la.

— Então, por que está falando sobre isso? — encarou os olhos verdes, estava com raiva de Lauren, se levantou afastando-se da morena — Você quer que tire? Você quer? — fitou Lauren esperando uma resposta.

— Não. Claro que não — Lauren respondeu imediatamente, também se levantando para ficar perto da latina — Eu não quis dizer isto.

Camila manteve seu olhar firme em Lauren, sem desviar, estava querendo uma explicação mais óbvia do que, somente, a resposta simples que Lauren havia lhe dado.

— Eu não estou te entendendo.

— Me deixa terminar, por favor — Lauren pediu — Senta.

Camila voltou para o sofá e permaneceu com a cabeça baixa.

— Eu acho que sei o que fazer — Lauren se sentou — Para resolver tudo isto. Eu sei o que fazer.

— Então me fala de uma vez — Camila lhe olhou, uma lágrima teimosa caindo do seu olhas, mas logo Camila a limpou.

Lauren abaixou os olhos, não sabia como dizer o que queria, sequer conseguia olhar parar para Camila.

— E se... E se eu fosse... — olhou para a latina — E se você me desse seu filho?

Camila ficou calada sem saber se havia ouvido direito.

— Eu sei que é estranho, é um pouco bizarro — riu sem graça — Eu sei, mas pensa comigo, seria o melhor a se fazer — esperou a latina dizer algo, mas ela não dizia nada — Olha, você pode pensar com calma, mas pense comigo, por favor, você não precisaria mais se preocupar com isto. Eu estou tentando dizer que... Olha, você pode... — falava rápido, já estava ficando desesperada com o silêncio d a latina — Camila?

Camila olhou bem para o rosto de Lauren, que também lhe encarava.

— Quer ele?

Lauren respondeu sem palavras, apenas afirmou com a cabeça.

— Seria como uma barriga de aluguel? — Camila perguntou olhando para frente.

— Não — Lauren rapidamente a respondeu — Não é isso?

— Então é o quê? — Camila limpou uma lágrima que escorreu por seu rosto, mil pensamentos passando por sua mente agora, não conseguia controla-los.

Lauren ficou em silencio sem saber o que responder, olhava para a mais nova ao seu lado, que encarava o carpete e enxugava algumas lágrimas de vez em quando. A morena suspirou derrotada e sentindo-se culpada agora.

— Tudo bem, esquece tudo que falei. Eu nem sei onde estava com a cabeça. Desculpe-me — pediu vendo que Camila continuava do mesmo jeito.

— Como seria isso? — Camila perguntou interessada, porém ainda não encarava Lauren.

Lauren a olhou por um tempo pensando em como poderiam fazer aquilo.

— Sua barriga vai aparecer em pouco tempo, podemos dizer que você está grávida, depois que tudo isto passar e não precisarmos mais fingir, eu continuo te ajudando com o bebê até que ele nasça e, então, registramos ele para que não haja problemas, mas ele fica comigo.

Camila riu.

— Perfeito, não é? — finalmente olhou para Lauren — E você acha que isto daria certo?

Lauren a encarou sem entender a pergunta.

— Você é uma idiota, Lauren — Camila se levantou — Completamente idiota — saiu da sala.

Lauren foi atrás dela impedindo-a de subir a escada.

— Tem ideia melhor? — segurou o braço magro da latina — O que pretende fazer? Abortar? Criar esta criança e descontar nele todo ódio que sente por aquele cara? Quais são as suas opções?

— Cala boca, Lauren! — Camila gritou — Me solta.

Lauren soltou seu braço, assim como ela pediu, mas voltou a falar.

— Eu posso amar esta criança, posso dar um lar para ela, tudo que ela não terá com você.

— Pro inferno você e ela — subiu a escada correndo ignorando a dor que o esforço lhe causou.

Lauren a seguiu entrando em sua frente e parando-a no corredor.

— Eu não estou falando isto para te ofender Camila — tentou se aproximar — Mas é a verdade. Pensa no que eu te falei.

— Sai da minha frente — Camila pediu com lágrimas nos olhos.

— Camila, por favor — tentou segurar as mãos da latina, mas ela desviou.

— Sai — olhou para a morena furiosamente.

— Pensa — Lauren pediu uma ultima vez.

 

Camila acordou procurando por sua irmã na cama, mas não encontrou, procurou por todo o quarto e também não a viu. Calçou os chinelos e saiu do cômodo chamando por sua irmã, encontrou-a terminando de subir a escada e entrando no corredor.

— Sofia, é perigoso você subir a escada sozinha — repreendeu-a.

— Mas eu segurei direitinho — a menina se justificou.

— Onde você estava?

— Kaki, a Tia Lolo não acorda de jeito nenhum — Sofia contou parecendo preocupada — Eu até puxei o cabelo dela — falou mais baixo.

— Deveria ter puxado mais forte — Camila deu a mão a sua irmã e começou a descer a escada.

Ao descer a escada Camila viu que Lauren dormia no sofá e que havia garrafas de bebida em cima da mesa de centro, como sempre, havia percebido há tempo que Lauren tinha esse habito de beber durante a madrugada. Mas ultimamente isto estava ficando mais frequente.

Sofia iria tentar acordar a tia novamente, caminhou até ela e voltou a cutuca-la, mas a mulher não respondia.

— Será que ela morreu?

Camila bufou irritada por Lauren está assim na frente de sua irmã.

— Venha aqui Sofi — chamou Camila seguindo pra cozinha.

A latina encheu um copo com água e o entregou para a irmã.

— Joga isso aqui nela que ela acorda.

Com um sorriso de pestinha no rosto Sofia rapidamente lhe obedeceu. Entrou na sala e se aproximou de Lauren segurando o riso, então virou o copo derramando toda a água em cima da morena, e gargalhou alto do que havia feito.

Lauren acordou assustada, se levantou do sofá percebendo que estava molhada, até que encarou Sofia morrendo de rir enquanto segurava um copo vazio.

— O que você fez? — foi pra cima dela.

— Ela que mandou — com medo Sofia apontou para Camila.

Lauren se virou para enxergar Camila para  perto da porta que levava à cozinha.

Camila encarava os olhos de Lauren raivosos sobre si. Camila estava chateada, até mesmo magoada, com o que Lauren havia lhe proposto.

— É assim que pretende cuidar do seu filho? — perguntou Camila.

Lauren continuou encarando-a sem ter reação. Dentro do seu peito essas palavras doeram, doeu mais do que doeria se uma faca tivesse lhe atravessado o coração, e a dor se espalhou por todo seu corpo.

— A tia Lolo não tem filho, Kaki — Sofia disse inocentemente para avisar a irmã — A filha dela foi pro céu.

Camila podia ver as lágrimas se juntando nos olhos de Lauren, dando um brilho triste a íris clara da morena, doeu em Camila também. Doeu vê-la assim.

Muitas vezes dizemos coisas sem pensar no peso que as palavras terão para quem as ouve.

— Eu acho que ela está com muita raiva, Kaki — Sofia olhou para o copo em sua mão se sentindo culpada.

Camila suspirou arrependendo-se do que havia feito.

Lauren pegou as duas garrafas em cima da mesa e subiu a escada para o segundo piso, entrou no quarto e foi até o banheiro, jogou as garrafas no cesto de lixo perto da pia e entrou no box ligando o chuveiro, deixando que água molhasse suas roupas e seu corpo, estava um pouco tonta e com sono, então, a água lhe ajudaria a acordar. Tirou as roupas encharcadas e jogou-as no piso do box mesmo, lavou o corpo e o cabelo, enquanto lutava contra seus pensamentos.

Estava chateada, talvez, magoada. Sofia era inocente, Lauren sabia que a menina não teve má intensão ao tocar no assunto, mas Camila a julgou e teve razão ao fazer isto, não tiraria a razão dela. Estava completamente bêbada, esvaziou aquelas duas garrafas e beberia uma terceira se tivesse, e agora sua cabeça doía infernalmente. E era assim que queria seguir com sua vida? Não estava magoada com Camila, mas consigo mesma, pois percebia que estava se viciando novamente.

Saiu do banho e correu para o closet pegando uma toalha limpa e se enxugou, vestiu um conjunto moletom velho, porém confortável e deitou-se.

— Tia Lolo? — Sofia entrou no quarto.

Lauren que estava de bruços virou para enxergar a menina ao lado da cama.

— Oi princesa — falou sonolenta.

— Você está com raiva de mim?

— Claro que não princesa — Lauren se sentou e pediu para que Sofia senta-se ao seu lado — Eu não estou com raiva de você.

— Tia Lolo eu vou te contar um segredo — Sofia juntou as mãozinhas no ouvido de Lauren, colocou a boca perto do ouvido também, então sussurrou — Você é minha super heroína preferida de todas, sabia?

— Ah é? E por quê? — sussurrou de volta, mas estava realmente interessada.

— Por que você trouxe a Kaki pra mim. A minha mãe disse que você trouxe ela de volta para casa — disse Sofia se referindo a Dinah como mãe — E a Kaki disse que estava com pessoas que eram muito ruins pra ela — Sofia olhou nos olhos verdes de Lauren — Eu sei que você teve que lutar com eles para trazer a Kaki de volta, mas você derrotou eles com seu super poder.

— Sofia... — Lauren ao menos sabia o que dizer.

— Não precisa se preocupar. Eu sei guardar segredo — Sofia beijou os dedinhos como se fizesse um juramento — Não vou contar pra ninguém. Mas qualquer dia você mostra seu super poder?

Lauren riu alto achando graça. Será que Sofia acreditava nisso mesmo? As crianças lhe dava medo, às vezes.

Apertou a menina num abraço caloroso e cheio de beijinhos.

— Mostro sim, meu amor, mas agora a tia tem que dormir.

Camila tomava café da manhã com a irmã na sala assistindo desenhos animados, as duas comiam cereais, bananas em rodelas e leite, tudo junto e misturado num recipiente cada uma, dividindo a atenção entre a TV e a comida. Estava entranhando o fato de Sofia estar calada depois de voltar do quarto de Lauren. Queria tanto saber o que haviam conversado. Chegava a ser estranho tudo isso: Sofia sua irmã era apegada a Lauren e vice-versa, sua irmã tratava sua noiva como uma tia, e como brincadeira do destino seu caminho se cruza ao de Lauren.

— É verdade o que a Didi disse?

Sofia perguntou ainda olhando para TV.

— O que ela disse?

Camila perguntou interessada. Fixou os olhos na garotinha ao seu lado.

— Ela disse as pessoas más pegaram você, mas que você é muito inteligente e conseguiu voltar pra casa por que a tia Lolo salvou você — Sofia encarou os olhos castanhos da irmã — É verdade que essas pessoas fizeram mal pra você?

Camila colocou seu café da manhã em cima da mesinha de centro a sua frente e arrastou no sofá até ficar perto de sua irmã. Não deveria ter contado isso quando sua irmã lhe perguntou ontem.

— É verdade sim, meu amor, mas eu estou bem agora — sorriu para a menina que continuava lhe encarando séria — Eu estou com você agora, não estou?

Sofia fez um “sim” com a cabeça.

— Mas eu não quero que eles peguem você de novo.

Camila viu os olhos marejados da irmã e percebeu que ela segurava o choro.

— Eu nunca mais vou ficar longe de você, ninguém vai te levar para longe de mim. Ouviu bem? — colocou a tigela que Sofia segurava em cima da mesa também — Me dá em abraço.

Sem perca de tempo Sofia agarrou a latina e apertou-a como se demonstrasse que nunca a deixaria ir.

— Você é minha família e eu sou a sua família — Camila disse — Somos só eu e você. Sempre.

Perto da hora do almoço Dinah apareceu na casa para buscar Sofia e seu carro, conversou com Camila por bons minutos e não precisou brigar com Sofia para que esta se despedisse de Camila e fosse para casa com ela, pois Sofia finalmente entendeu que poderia visitar sua irmã quando quisesse, assim, foi embora com Dinah para casa sem chorar ou fazer pirraça.

Camila passou à tarde dentro da biblioteca tocando piano, em meio a notas músicas e melodias melodramáticas, pensava se não havia sido muito dura com Lauren. Talvez tivesse sido insensível demais ao lhe fazer tal pergunta, não pensou se iria machucar a mulher mais velha ou não, apenas depois de ter proferido tais palavras pensou no peso delas. Teria de se desculpar com Lauren, dizer que não queria magoá-la, dizer que pensaria na tal proposta que lhe oferecera. Mas e se Lauren nem quisesse ouvi-la?

Já havia parado de tocar a muito tempo, agora o céu estava escuro e sua barriga implorando por algo comestível, não sabia por quanto tempo ficou ali. Contudo, ainda não havia tomado coragem para se desculpar com Lauren, nunca achou tão difícil pedir desculpas.

Saiu do cômodo e foi até a sala viu Lauren passar por si a passos rápidos e apressados.

— Vai sair? — perguntou esquecendo-se do medo de falar com a mulher.

— Vou — respondeu sem olhá-la.

Lauren terminou de vestir a jaqueta e pegou a bolsa, abriu a porta, saiu de casa e a fechou novamente.

Camila seguiu até a porta e a trancou, também trancou a grande porta de vidro que dava acesso ao quintal da casa, fechou as janelas e seguiu  até a cozinha.

Cozinhar não deveria ser tão difícil, tudo que precisava era ter atenção e muita força de vontade, assim tudo daria certo. Isto era o que Camila pensava, mas não foi bem assim que aconteceu.

A latina quase sempre assistia Lauren cozinhar por não ter muito que fazer, por isso, pensou que saberia imitá-la. Tentou fazer uma massa. Encheu uma panela com água ascendeu o fogão e colocou a panela em cima da boca acesa, pegou o macarrão no armário e jogou um pouco dentro da panela, mexeu um pouco e esperou até que estivesse pronto, na verdade, Camila ficou esperando a água ferver, pois sabia que era algo, mais ou menos, assim, sabia que a água tinha que ferver.

Demorou um pouco, mas a água ferveu então, Camila procurou o escorredor que vira Lauren usar tantas vezes, achou depois de alguns minutos. Desligou a boca do fogão e imediatamente a água parou de borbulhar na panela, estava ansiosa para provar seu macarrão, depois o esfregaria na cara de Lauren. Escorreu a massa e deixou à panela na pia, o vapor subiu e pode enxergar o prato de comida que havia feito, mas por que seu macarrão estava daquele jeito? A Massa estava toda grudada e com uma aparência horrível, seu estômago revirou ao ver, aquilo estava muito feio e estranho. Contudo, Camila pensou que poderia ser apenas a aparência mesmo, o gosto estaria incrivelmente bom. Negativo. Quando colocou um pouco da massa na boca cuspiu no mesmo segundo, aquilo estava sem sal, sem tempero algum e estava duro.

— Mas que porra!

Não conseguiu segurar a ânsia. Correu para o banheiro ali de baixo mesmo e colocou tudo que havia comido hoje para fora, ou seja, apenas cereal e bananas. Ajoelhada em frente ao vaso praguejou e chamou a si mesma de burra. Apertou a descarga e foi até o banheiro do seu quarto para escovar os dentes e tirar o gosto ruim e ácido da boca.

Agora precisava esconder aquela bosta de macarrão todo de Lauren, a morena não poderia ver aquele desperdício, mas não havia muito que fazer. Jogou tudo num saco plástico preto e jogou o saco no latão de lixo atrás da garagem. Passou a noite comendo bananas e assistindo TV.

Nenhum dos seus pensamentos eram concretos, tudo se resumia a "talvez" e "será", tinha muitas dúvidas. Mas, talvez, o melhor fosse dar seu filho para que Lauren criasse. Ele seria mais feliz com ela, tendo uma mãe que realmente o amasse e sendo querido por ela, crescendo feliz e sem saber de Camila ou do monstro que tinha como pai. Mas será? E se Lauren depois não quisesse cuidar dele, ele seria rejeitado duas vezes, que futuro teria essa criança? Com certeza, um futuro melhor do quê o que Camila poderia dar. E que futuro poderia dar a esta criança? Ele herdaria seu sobrenome e seu dinheiro, viveria bem, isto Camila não lhe negaria. Estudaria em boas escolas aprenderia música, poderia ficar no instituto estudando, provavelmente teria amigos também. Mas Camila não o abraçaria quando ele tivesse pesadelos à noite, não lhe contaria histórias, não beijaria seus machucados dizendo que logo sarariam. Não seria mãe. E não faria isso na intensão de descontar nele o que fizeram com ela, mas seria fria e distante da criança, simplesmente, porque não conseguia se sentir mãe dele. Não conseguiria amá-lo, ele teria tudo que quisesse menos o amor de uma mãe, não teria a porra de uma mãe para ele. E, toda vez que ele sorrisse, Camila veria o sorriso diabólico do homem que a estuprou. E quando ele fosse um jovem e já tivesse passado pela puberdade, quanto ele fosse mais velho e tivesse barba no rosto, seria a cara do pai e Camila não suportaria olhar para o próprio filho. Ele seria seu pesadelo constante. E Camila tinha certeza de que seria um menino, apenas, para lembrar-lhe do covarde que a violentou e deixou sua marca para sempre na vida de Camila.

Chorava no sofá encolhida, deitada, não se importado com as lágrimas. Não se importava com os soluços que lhe escapavam, pois ninguém os ouviria, permaneceu chorando em silêncio. O tipo de choro que você quer gritar, mas sequer um gemido sai da sua garganta e sua garganta dói com a força do choro, mas apenas soluços a rompem e ecoam em seus ouvidos como palavras dolorosas. É o silencio aflito.

Dormiu em meio a lágrimas, não percebeu quando foi vencida pelo sono, mas dormia tranquila, agora, longe de toda perturbação que rondava sua mente horas mais cedo.

A gritaria do lado de fora e o som da música alta fez a latina acordar incomodada. Percebeu sua situação, deitada no sofá e com a televisão ligada, então deu-se conta de que havia cochilado. Risadas altas e a falação que vinha da entrada da casa roubou sua atenção, poderia ser impressão sua, mas parecia ter ouvido a voz de Lauren.

Camila se levantou e correu até a janela, afastou a cortina e olhou através do vidro, podia ver o carro de Lauren parado em frente a casa e era dele que vinha a música alta. Os faróis foram desligados e a música parou de tocar, a porta do carona se abriu e uma mulher alta e loira desceu do carro. A mulher usava uma minissaia preta que deixava suas pernas quase totalmente à mostra, meia calça também preta e fina, blusa justa e um terninho por cima. Ela deu a volta no carro e abriu a porta do motorista e, de lá desceu Lauren, que quase caiu ao pisar no chão com seus coturnos de salto alto e fino. Lauren fechou a porta do carro e virou prendendo a loira contra o carro. A loira alta, que Camila nunca havia visto na vida, pegou a garrafa da mão de Lauren bebeu o liquido fazendo uma careta horrorosa, Lauren segurou-a pela cintura e a beijou como se estivesse louca para fazer aquilo há muito tempo. Camila não pôde acreditar no que estava vendo.

A latina fechou a cortina e voltou à sala furiosa. Como Lauren ousava trazer uma mulher qualquer para casa na presença dela? Ela pensava em transar com aquela mulherzinha de baixo do mesmo teto em que Camila estava?

— Mas essa Jauregui é muito filha da puta mesmo — Camila se dirigiu a área de serviço — Ela pensa que vai me fazer de idiota? — pegou um balde que estava encostado à parede — Isso não vai ficar assim mesmo — Saiu da dispensa — Ela não vai comer essa vagabunda comigo aqui, não mesmo.

Uma raiva enorme tomava conta de Camila agora sua vontade era rasgar a cara de Lauren com suas unhas, queria bater nela até que aquela branquela se tocasse do quão idiota era, estava com ódio de Lauren. Ódio.

Foi até a pia da cozinha e encheu aquele balde com água, podia ouvir a voz embolada de Lauren do outro lado da casa de tão alto que ela falava, seu ódio só aumentou. Não estava satisfeita com aquele balde cheio de água, pegou gelo na geladeira pôde ouvir o barulho das chaves na porta, jogou o gelo dentro do balde e fez um esforço absurdo para carregar o balde até a porta.

Assim que Lauren conseguiu abrir a porta foi surpreendida por balde de água gelada, soltou um grito surpreso com o susto e demorou alguns segundos para entender o que havia acontecido, assim como a mulher a seu lado.

— O que você pensa que está fazendo, Lauren Jauregui? — Camila perguntou raivosa, entredentes.

— Mas o que... — Lauren passou a mão no rosto tirou um pouco da água — Mas o que porra é essa? — olhou para o balde nas mãos de Camila — O que foi que você fez?

Camila desviou o olhar de Lauren para a mulher ao lado de sua noiva, olhou-a de cima a baixo, vendo a cara de espanto que a loira fazia.

A loira olhou para Lauren de antes questioná-la.

— Quem é essa?

Camila se deu ao trabalho de respondê-la.

— Eu sou a esposa dela e eu quem pergunto: Quem é você?

— Esposa? — a loira olhou para Camila e depois para Lauren — Ela é sua esposa?

— Lauren como você pôde fazer isso comigo? — Camila atuou, fingindo um choro, mas no fundo sua vontade era enfiar aquele balde na cara de Lauren.

Lauren olhou bem Camila que tinha lágrimas descendo por seu rosto, não acreditava que aquela latina impertinente estava fazendo isso com ela, então quem estava com raiva agora ela Lauren.

— Ela não é minha esposa — Lauren disse a loira a seu lado que lhe encara com os braços cruzados.

— E o que significa essa aliança, Lauren? — Camila mostrou o dedo anelar que tinha o anel de noivado que Lauren havia lhe dado — Eu não acredito que você me traiu — Camila intensificou o choro e colocou o balde no chão.

Lauren estava incrédula com a perfeita atuação de Camila, quando ela precisava fazer o papel de noiva ela não fazia, e agora dava esse show para quem quisesse ver.

— Você não me disse que é casada! — a loira de minissaia empurrou Lauren.

— Mas eu não sou — Lauren se equilibrou para evitar a queda — Ela é minha prima...

— Como você abandona a sua mulher grávida do seu filho para ir se divertir na rua e ainda enganou essa pobre mulher — Camila disse em meio às lágrimas.

— E ainda me enganou. Você é uma safada! — a loira deu um tapa no rosto da Jauregui.

— Mas o quê? — Lauren tentava entender o que estava acontecendo — CAMILA!

— Sua tarada — a mulher voltou a bater em Lauren.

Camila aproveitou e bateu também, deu um tapa no braço da noiva que tentou se defender, mas não conseguiu.

— E você também, sua vagabunda, vaza daqui! — Camila empurrou a mulher quase duas vezes mais alta que ela.

 A loira irritada partiu pra cima de Camila.

— Opa! — Lauren entrou na frente dela — Calma Kary.

— Vai se foder, Lauren! — Kary deu meia volta e saiu irritada.

— Kary! —  Lauren gritou.

Camila pegou o balde novamente e o arremessou na direção da loira, mas errou o alvo, felizmente.

— Olha o que você fez?! — Lauren gritou para Camila.

— Você iria mesmo transar com essa mulher aqui dentro? — Camila caminhou até estar frente à frente com Lauren.

— E o que tem? — Lauren gritou deixando seu rosto a milímetros da latina — Eu não posso?

— É falta de respeito comigo — Camila gritou de volta, estava com tanta raiva.

— Era a primeira transa casual que eu arrumei em mais de um mês — gritou Lauren no auge de sua irritação — Porra Camila!

— Você é tão idiota. Que droga! — Camila respondeu sem saber o que dizer e entrou em casa.

Lauren bufou irritada, não iria transar, estava molhada e com frio.

— AAAAAAAARG!

Gritou jogando as mão para o ar.

Sentia vontade de acabar com aquela latina abusada. Chutou o vazo de planta da entrada da casa e acabou quebrando o salto do coturno, caiu sentada no gramado e praguejou o mundo inteiro por isto, olhou para rua e um de seus vizinhos a olhava curioso e assustado.

— Tá olhando o quê?

 

 

 


Notas Finais


Me desculpem pelos erros, prometo que corrijo de novo.
Espero que tenham gostado.
até a próxima. Bjs Bjs Bjs

Trailer https://www.youtube.com/watch?v=EegIM37_Io8


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