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História Contos do Inferno de Gelo - Boas Vindas ao Novo Lar


Escrita por: Uchiha_Sayto

Notas do Autor


Eae pessoal, tudo beleza?


Demorei pouquinho mais que o esperado, peço desculpas, houves alguns problemas de percurso e não trouxe o capítulo mais cedo.

De qualquer forma, vamos direto ao cap.

AII VAAAAI

O

SAMURAAAAAAAAAAAAAAAAI

Capítulo 3 - Boas Vindas ao Novo Lar


Alex saiu do chuveiro, era muito bom poder tomar um banho reconfortante e bem demorado de água quente, limpou o sangue do corpo e lavou os ferimentos, bagunçou os cabelos com a mão esquerda, pegou a faixa e a gaze, olhou o ferimento estava bem aberto provavelmente teria que levar três ou quatro pontos, xingou a cadela infernal que fez o ferimento, respirou fundo, doeria e ele sabia, pegou uma toalha de rosto e colocou entre os dentes, firmou a mão na beirada do vaso sanitário, esticou a perna e derramou sob o ferimento água oxigenada. Lançou a cabeça para trás urrando de dor enquanto os dentes forçavam contra a toalha, a mão já doía de tanto apertar a beirada do vaso ouviu batidas na porta, provavelmente as meninas deveriam estar em pânico pelo seu urro, pressionou os olhos e o maxilar com força e após alguns minutos a dor cessara, derramou um pouco mais de água na gaze e envolveu o ferimento, trincou o maxilar devido a dor mas o cobriu, enfaixou a coxa esquerda com um pequeno esforço, passou esparadrapo para segurar e vestiu a calça, saiu com o peito nu, não era muito comum, não gostava tanto de andar sem camisa quanto mais com duas garotas o secando sem nenhum pudor , ele era um guerreiro e seu corpo demonstrava isso, tinha a pele queimada do sol, seu corpo sempre escondido por camisa e jaquetas bem mais largas era bem definido, ombros largos, costas retas, braços fortes, peitoral e abdome bem definidos e Amanda tinha que admitir, mesmo com um ferimento horrível no abdome e um corte no peito ele ainda era bem bonito, ele a olhou enquanto o olhavam de cima a baixo, ele suspirou — Qual vai ser? Vão ficar só me comendo com os olhos ou vamos pra sala poder esclarecer algumas coisas e poder fazer os curativos? — As meninas instantaneamente coraram e saíram da frente do corredor dando passagem.

            Desceram até a sala, enquanto Alex passava água oxigenada e mertiolate, passou no peito com uma grande dificuldade e muita dor, por fim passou a gaze e a faixa, no ferimento do abdome apenas passou a faixa já que o ferimento quase o trespassou, esperou as meninas se sentarem no sofá, respirou fundo — Por onde começo... Aquelas criaturas que estavam encima da quadra, feitas de vento, são espíritos do vento também chamados de Anemoi Thuellai, do grego... — Foi cortado por Maxine que de súbito respondeu — Espíritos da tempestade... Espera! Como eu sei disso?  — Alex deu um sorriso eram mais poderosas que imaginou, apenas por ouvir um nome sabiam traduzi-lo — Por que é simples... Vocês devem saber alguma coisa da Grécia antiga... não é? — Amanda sorriu fazendo um gesto de como se fosse óbvio — Claro... A mitologia grega, Zeus, Poseidon, Ha... — Foi cortada pelo moreno — PARA! Faça o favor...  Não fica falando esses nomes por ai... Nomes têm poder garota... Então... Imagine uma sociedade caótica onde todos eles estão muito mais muito vivos e sem perder a sua mania de ser grego... Prazer esse é o mundo real. Eu sei eu sei... É loucura! Insanidade! Impossível! Esse garoto é louco! Então... A não ser que vocês tenham alguma explicação melhor para um ser feito de vapor ser transformado em poeira de cor dourada com um soco ou um cachorro negro de três metros ou até mesmo um ciclope virando poeira quando tocado por uma adaga dourada... Chamem-me de louco.

            Elas ficaram em silêncio, de fato não havia outra explicação qualquer para o que viram, se entreolharam estavam ambas com medo, estavam em choque, porém menos assustadas de quando viram um cachorro enorme, Maxine tomou a iniciativa se pronunciando —Tá... Tudo bem os deuses estão ai... Lançando relâmpagos e mexendo com os oceanos, mas como isso tem a ver com agente? — Fez um gesto incluindo as duas Alex bufou e colocou a camiseta, não podiam ficar ali por muito mais tempo — Se não se lembram ou se não tiveram aulas de história suficientes, os deuses tinham a infame mania de não ser muito fiel, e ter vários filhos... Muitos deles com mortais... E então, não preciso ficar ligando todos os pontos e desenhar pra vocês, eles são infiéis e adoram sair transando com os mortais, e então estamos nós três aqui, sentados na sala conversando, preciso explicar?

            Elas ainda estavam chocadas, ele estava insinuando que seu pai biológico seria um deus, Amanda deu um sorriso — Sabia! Eu sabia que era diferente! Nunca fui igual a todos, então quer dizer que meu pai era um deus!? Tenho que contar pra minha mãe! — Alex bufou era mais difícil que imaginava, já vira Quíron explicar isso uma centena de vezes mas nunca imaginou que fosse tão difícil, Maxine bateu a mão na mesa irritada — Tá errado! Eu conheço meu pai e minha mãe! Não tem como um deles ser um tal “Deus do Olimpo” eles são normais e.... — O moreno riu a interrompendo com um gesto — Me perdoa ser assim tão grosso mas, algum deles tem cabelo roxo?  Ou você pinta? — Ela olhou em silêncio abaixou os olhos — Isso não é incomum — Continuou ele — Conheço centenas de meios-sangue... Mas, tudo tem seu preço... Somos poderosos, vemos coisas que humanos não vêem por isso somos caçados pelos monstros... E quanto mais se sabe, mais seu cheiro fica evidente, e agora somos três... Se quiserem, façam ligações para seus familiares avisem que teremos uma viagem de acampamento da escola ou coisa do gênero, e deixem os celulares, deixei qualquer coisa que não seja essencial... Peguem alimento e quanto dinheiro que puderem... Vamos ao único lugar seguro para pessoas como nós, Long Island, Nova York... Acampamento Meio-Sangue, deixem os celulares, ligações é como se lançasse um sinal “Oi eu sou um semideus venha me devorar”, por tanto liguem rápido.

            Foi mais difícil delas convencerem os pais que ele achava, parece que acham estranho uma adolescente sair para um acampamento surpresa do outro lado do país sem nenhum aviso prévio da escola, quando terminaram de dar os avisos deixaram os celulares colocaram alimentos e alguns poucos dólares que possuíam e partiram, caminhavam com uma certa lentidão, o moreno não podia andar direito com aqueles ferimentos, demoraram quarenta minutos e finalmente chegaram ao prédio do orfanato, as meninas olharam aquele lugar grande, porém precário, ele tomou a frente mancando com dificuldade — É, bem vindas ao meu “lar doce lar” —Resmungou alguma coisa e passou pelos portões, guiou-as por entre o jardim era bonito porém bem mal cuidado, caminhou até uma parte onde a grama era mais alta e bem menos cuidada e abriu um alçapão — Precisamos pegar algumas coisas aqui antes de irmos — Assim que elas entraram ele fechou mergulhando-as no breu, desceu as traiçoeiras escadas com muita cautela, não tinha uma perna boa para usar de apoio, chegou ao fundo e acendeu a luz e então elas puderam descer, não era um lugar muito aconchegante ou mesmo amplo, mas era mais seguro que a rua, as mãos dele buscaram uma sacola, tirou uma garrafa tomando dois goles e dois pequenos brownies, comeu-os e sentiu as dores do corpo amenizarem, Amanda estava com cede tentou alcançar a garrafa que ele bebera a pouco e recebeu um tapa na mão — não! Relaxa ai, isso é néctar, você é meio-sangue, mas mesmo assim melhor não arriscar de primeira... Sei lá a dose que você suporta... E nem toque nos brownies são ambrósia é a mesma coisa do néctar... Eles curam ferimentos... pelo menos é menos arriscado... — Levantou-se já com menos dor, porém a pontada na coxa esquerda ainda o incomodava, caminhou até o guarda roupa velho, abriu-o e retirou alguns pertences, uma muda de roupa velha, uma camiseta laranja, uma calça jeans bem conservada uma outra jaqueta xadrez, retirou a camisa e a camiseta, com cuidado com os ferimentos, sentiu os olhares das duas em si novamente meio tímidas mas ainda o olhavam, revirou os olhos, vestiu a camiseta laranja com a estampa escrito “Acampamento Meio-Sangue”, colocou a jaqueta por cima dobrou as mangas até acima dos cotovelos, bagunçou os cabelos negros que já começavam a secar.

            Abriu o fundo falso do guarda-roupa velho, tudo dele tinha fundo falso, ele praticamente adorava fundo falso, pois mesmo que se chegasse ao maior esconderijo do mundo ninguém iria procurar um fundo falso se já estava escondido, retirou um pedaço de madeira e o arremessou para Maxine que o apanhou com certo desconforto pelo peso dele, era um pedaço de madeira com uma espécie de arco deitado, duas manivelas hasteavam a corda elástica para o disparo do arco — O-o-o que é isso!? — Alex respirou fundo revirando os olhos enquanto procurava outras coisas dentro do armário — Se chama besta, funcionalidade é simples, um tiro uma morte, demora pra recarregar, por tanto... —Lançou a ela uma aljava com os virotes para a arma preso a um cinto, lançou-lhe um olhar severo — ...Não erre. —Amanda sorriu e se posicionou ao lado dele — Então, tem alguma coisa pra mim? — Ele a olhou confuso e ela suspirou. — Ela ganha uma arma que atira uma flecha a uma centena de metros e eu fico com uma faca? — Ele pareceu dissolver o que ela disse e depois começou a rir — Ciúmes? — Amanda imediatamente corou, o garoto continuou rindo — Eu estou usando um soco inglês e sou o único que sei lutar aqui, e não estou reclamando... — Ele sorriu e se aproximou dela bem próximo ao ouvido dela — A adaga vaporiza qualquer monstro que tocar, o virote não tem bronze celestial... Ele causa estrago? Lógico que causa, mas se não disparar num lugar perigoso ele não mata... A adaga é mais perigosa — Disse por fim num sussurro rouco — Eu estou confiando minha arma a você. — Ela estremeceu, aquela adaga presa a cintura realmente podia vaporizar os monstros só encostando? Viu o moreno levantar-se e pegar uma arma que parecia uma pistola, colocar presa a calça as costas e cobrir com a blusa e com a jaqueta, se era mesmo o que pensou teria que estar muito bem escondida. Ele levantou-se, começava a andar normalmente de novo respirou fundo e olhou para elas — Vocês duas... O caminho não vai ser fácil... Vão ter perigos, três meios-sangues chamam atenção, sempre! Mas a partir de agora, vamos confiar um nos outros... Seremos uma família e não importa o que aconteça, a família vem primeiro... Concordam? — Elas assentiram lentamente e tomaram rumo para New York.

            Caminhavam os três pelas ruas lotadas do meio dia, Maxine fora obrigada a esconder a besta dentro de uma bolsa pra que ninguém os parasse para perguntar por que uma adolescente de treze anos andava com uma arma medieval perigosa pelas ruas, Alex era o mais preocupado, a cada pessoa que olhava-os de esguelha ele levava a mão até o soco inglês, e também a cada passo ele parecia estar menos ferido, a ambrósia e o néctar deviam estar fazendo efeito, conversavam entre si tentando conhecer melhores um aos outros, perguntavam muito do tal Acampamento meio sangue e o moreno contava tudo que perguntavam e um pouco mais com um sorriso, iam até a rodoviária onde pegariam um ônibus direto para NY sem escalas e de lá ele disse que podia levá-los até o acampamento sem nenhum problema, estavam próximos da rodoviária quando um grito grotesco chamou-lhes a atenção, mesmo se não tivesse tido encontros com ciclopes Amanda saberia que aquilo não era humano, buscou com os olhos Alex, ele puxou a alça do violão livrando-se do fardo e o entregou a ela, já começando a corrida, as duas ficaram estáticas em dúvida se o seguiam ou se esperavam, ele nada disse apenas correu, na duvida correram atrás, se eram uma família teriam que cuidar uns dos outros.

            O grito veio outra vez mais alto estava chegando perto, era uma casa comum da região pintada da cor amarela e ele odiava amarelo, impulsionado pela corrida chutou a porta por um instante esquecendo que a perna esquerda estava ainda machucada, sentiu a fisgada da dor e provavelmente o ferimento voltara a sangrar, ajeitou a mão no soco inglês e socou a fechadura, três vezes e ela quebrou, entrou na casa sem cerimônias quatro ciclopes aguardavam no interior, tinham de refém uma mulher e o filho, o menino estava amarrado a uma cadeira nocauteado com a cabeça pendendo, com um olhar rápido Alex pode confirmar, era um meio sangue, suspirou cansado, vasculhou o lugar com os olhos antes de ser notado, viu um outro garoto com uma armadura romana caído tinha um ferimento grave na cabeça, estava inconsciente e ao seu lado estava caída uma gládios comum banhada em sangue, provavelmente tinha matado um dos ciclopes antes de ser nocauteado, um dos ciclopes virou-se para ele, suspirou cansado, não gostava de lutar, mas muita gente ia sofrer se simplesmente tenta-se enrolar, socou o joelho de um ciclope, girou sob o eixo do pé direito evitando um porrete que estava na mãos de um outro, enfiou fundo os espinhos do soco inglês no pulmão do gigante, o primeiro mal terminava de virar poeira e o segundo já estava fadado a morte, um terceiro veio lhe atacar, desviou de dois socos arqueando o corpo, colocou os braços em cruz a frente do corpo usando-os para aparar e desviar um terceiro soco, golpeou com o punho direito protegido por bronze o estômago do ciclope, que caiu virando poeira, o quarto e ultimo correu até a mulher pegou-a de refém, Alex deu um suspiro cansado, levou a mão esquerda até as costas e ergueu a direita em rendição, o ciclope mal esperou ele erguer as mãos e atacou com a lança que provavelmente era do garoto romano, desviou a ponta de aço bem afiada com o bronze do soco inglês e puxou a esquerda, nela havia uma garrucha 22 de cano duplo, disparou sem piedade uma bala atingiu certeira a cabeça do ciclope, sangue jorrou e ele tombou virando poeira dourada, correu os olhos na sala não havia mais ninguém, pegou o garoto de armadura romana pelo peitoral de metal, o arrastou procurando um sótão, não poderia correr riscos, logo as meninas estariam ali, desceu as escadas.

            Chegaram ambas afoitas, entraram desesperadas, viram uma mulher caída com marca de sangue na testa, Maxine tirava a besta da bolsa enquanto Amanda corria até ela, verificou e ela estava simplesmente inconsciente, foi até o menino e concluiu o mesmo caso, viu duas poças bem grandes de sangue, logo Alex subia as escadas, em sua mão uma garrucha totalmente descarregada e fumegante, tirou da bolsa duas balas e colocou uma em cada cano, e o fechou, travando a arma para não ocorrer um tiro acidental, caminhou até elas, as mãos tremiam levemente, tinha preso a cintura uma espada, que tinham certeza que não viram ele tirar do armário ele as olhou e suspirou cansado — Quatro ciclopes tinham pego ambos, um deles tinha essa espada — Apontou para a arma presa a cintura — O menino é meio sangue... Devemos levá-lo... Não é seguro pra ele nem para mãe — cortou as cordas que prendiam o menino e o acordou, ele abriu os olhos ainda sonolento, e os esfregou, Alex foi o primeiro a se pronunciar — Ei, garoto, quem é você?— De prontidão foi empurrado pra trás por Amanda — Assim você vai assustar o garoto Alex! Seja mais educado, talvez menos rude — Tomou a frente se curvando pra ficar na altura do garoto com um sorriso feliz — Oi, me chamo Amanda, qual seu nome? —Jhon... — Respondeu o garoto sonolento. — Cadê minha mãe? — Amanda virou-se para Alex e com um olhar mandou-o colocar ela na cama pra não assustar o menino, voltou-se para o garoto sorridente e calma — Ela está  na cama... Você vai ter que vir com agente, ta bom? Sua mãe pediu pra gente ir levar você pra um acampamento super legal você vai adorar — Disse com um novo sorriso — Pega lá suas coisas, pra tia Amanda poder te levar — O garoto concordou e foi buscar algumas roupas, ela virou-se para Alex e Maxine que faziam vistoria da rua — Ele é novo... se tiver dez anos é muito — murmurou para ele não ouvir — Você tem que levá-lo com agente, se não... — Alex a cortou — Eu vou, fica calma, “Tia Amanda” vamos levar ele, quanto mais jovem melhor... — Ele caminhou até Maxine com firmeza a olhou nos olhos sério — Eu confio em você, você vai proteger esse garoto... — Pegou a espada e entregou-lhe nas mãos, e mostrou-lhe a garrucha — Ponha-a na cintura, coloque um casaco amarrado como vocês meninas adoram fazer na cintura pra escondê-la, cada gatilho aciona um cano, cada cano um disparo, dois tiros até ter que recarregar. — Entregou a ela a garrucha e também um pacote que levava na bolsa — Aqui tem seis balas, e tem mais duas na arma, cuidado onde usa, faz muito barulho e cuidado em quem mira... Se acertar uma pessoa que não tem nada a ver com a história... Se nos separarmos que não é meu plano, ou se entrarmos em combate, o mantenha seguro, se caso eu cair em combate, atire e corra... conto com você. — Ela assentiu, o garoto voltou com suas malas prontas e seguiram viagem.

            Com uma pequena mudanças de planos agora seguiam de trem até uma cidade qualquer de New York que Alex praguejava por não lembrar o nome, o sacolejar do trem era sonolento, ficaram dois dias de ônibus e mais três horas de trem, Sentavam-se os quatro, Amanda e Alex de um lado, Jhon e Maxine do outro, e ainda tinham mais duas horas até chegar, Amanda e Maxine tentavam distrair Jhon enquanto Alex comprava alguma coisa para eles almoçarem, o dinheiro que Amanda e Maxine juntaram era o suficiente pra pagar o ônibus dos quatro, então a passagem do trem  era por conta dele, tinha uma gorda economia de quase quatrocentos dólares pra quando fosse voltar para o acampamento, e agora se mostrava muito útil, comprou quatro cheeseburger e batatas fritas, fora refrigerante para todos, voltou com as bandejas e sentou-se enquanto as meninas tentavam explicar para Jhon o por que falavam que eram uma família, tomou uma latinha de coca nas mãos e se pôs a beber enquanto ouvia. — Ah, acho que entendi! — Disse o pequeno — É como aquela brincadeira de família! Quase igual papai e mamãe! — Amanda e Maxine sorriram confirmando — Ah, então... — Apontou para  Maxine— Você é a titia — Apontou para Amanda com um sorriso — Você é a mamãe e... — Apontou para Alex — Ele é o papai? — Alex chegou a engasgar com o refrigerante, tossiu três vezes e voltou a respirar normalmente, deu uma mordida no cheeseburger enquanto eles beliscavam as batatas, Amanda deu um sorriso um tanto feliz por ele ter entendido — Isso, quase isso! É essa nossa brincadeira! — Disse ela tentando confortar o garoto, ele assentiu sorrindo — Então você e ele são namorados?!— Amanda corou e Alex cuspiu coca no banco da frente enquanto deixava cair o cheeseburger  — Ou, ou, ou... Não é b...— Foi silênciado pela mão de Maxine— Não fala nada! — Disse ela firme e depois sussurrou para ficar longe dos ouvidos do pequeno — Finalmente ele não está se queixando da falta da mãe... Ele tem nove anos, deixa ele pensar o que quiser, colabora ai... Vou te ajudar a limpar essa sujeira que você fez. — Disse pra por fim no assunto enquanto o garoto e Amanda conversavam animadamente, ela realmente tinha jeito com crianças, almoçaram tranquilos depois que o garoto pediu outro hambúrguer, ainda tinham uma hora e meia e o sacolejar lento do trem dava sono, Maxine já dormia escorada no vidro do trem enquanto o pequeno Jhon estava ao seu colo, Amanda como a mais velha dali colocou a própria bolsa como travesseiro para Maxine e arrumou-lhe a postura para não ter torcicolo, e voltou a sentar-se ao lado de Alex, que tamborilava os dedos na mesa ele não conseguia ficar parado três minutos que começava a polir a soqueira, dar uma volta pelo vagão, vasculhar de novo e de novo e de novo, mas agora visivelmente estava cansado, tinha dormido quase nada em três dias, o olhou sorrindo —Ei, já passou da hora de você dormir... Eu cuido deles, pode dormir — Ele negou com a cabeça — Não estou cansado, durma você... Temos ainda uma longa viagem pela frente, está cuidando das duas crianças desde cedo, melhor dormir pra poder ter ânimo de cuidar deles quando acordar. — Ela riu baixinho concordando e ajeitou-se para dormir.

            Acordou com os apitos do trem, estavam próximos a estação, sentiu uma coisa quente sobre os ombros e sua cabeça estava sob algo fofo, piscou algumas vezes, estava deitada no ombro do moreno com a jaqueta dele sob os ombros, ele dormia sereno escorado nas cadeiras do trem, a frente Maxine e Jhon davam algumas risadinhas pela situação, ouviu um “ Eu disse que eles eram namorados” vindo do pequeno e levantou-se de súbito corada, e eles logo começaram a rir, sentia as bochechas queimarem e se afastou de Alex que ainda dormia, logo que o trem parou, acordaram o garoto que levantou-se de sobre salto com um soco inglês na mão perguntando “ Onde? Quem? Quantos? Cadê?” Saíram do trem chegando finalmente em Manhattan, Amanda aproximou-se do moreno e ainda ruborizada estendeu-lhe a jaqueta —É... o-obrigada... — Ele aceitou a jaqueta um tanto indiferente, caminhou pelas ruas sendo seguido pelos três, murmurava pragas sempre que errava uma rua, em fim chegou a uma rua que cortava uma das avenidas principais da cidade que ele sempre esquecia o nome, tirou uma espécie de moeda de ouro, girou-a entre os dedos e lançou-a no ar, antes de tocar o solo um taxi pareceu, tinha uma aparência de ser quase totalmente feito de nevoa, Alex voltou-se para os três calmo — Vamos entrar... Só tem um porém... Vocês vão de olhos fechados até eu dizer que podem abri-los... Certo? Não quero ter problemas... Confiem em mim que vai dar tudo certo. — Guiou primeiro Amanda, assim que ela colocou um pé para dentro do taxi esperava que seus pés fossem atravessar a aparência nebulosa, mas era sólido por dentro tinha um cheiro estranho porém era como qualquer outro taxi, ouviu a voz do garoto avisando-a para não abrir os olhos de jeito nenhum, ouviu passos leves e Jhon foi posto em seu colo, abraçou-o ternamente para protegê-lo, não sabia o que estava acontecendo e mesmo que confiasse no moreno conhecia-o a apenas quatro dias, não era suficiente para ser cegamente confiante nele, sentiu alguém sentar ao seu lado e depois a porta foi fechada, Alex se sentava no meio das duas meninas, segurava a mão de Maxine que dizia estar com medo, tirou do bolso esquerdo da jaqueta uma pequena sacola e arremessou no banco da frente — Ei, vocês... Tem nove Dracmas ai, fora o outro que joguei pra chamar vocês... Nos deixem no Acampamento Meio-Sangue... — evitou olhá-las nem mesmo ele gostava muito e já devia estar acostumado com aquela anormalidade, tocou de leve a mão da Amanda, procurava passar-lhe confiança e segurança, inclinou-se até o ouvido dela — Vai dar tudo certo, tá tudo bem fica calma... — Abraçou Maxine como podia com apenas o braço esquerdo e segurou firme a mão de Amanda.

            Maxine estava abraçada com o garoto deitada em seu peito, sorvia o perfume excêntrico, tinha um cheiro adocicado e intoxicante de tão bom, foi tirada de seus devaneios quando o taxi parou, Alex abriu a porta pra si e segurou-lhe a mão garantindo que nada aconteceria, colocou um pé pra fora do taxi e sentiu o solo firme sob eles, saiu, Alex permanecia lá dentro, logo sentiu algo pequeno abraçar-lhe as pernas ele havia tirado o pequeno Jhon primeiro, pela mão conseguiu sentir que ele havia saído, percebendo que podia abrir os olhos viu-o puxar Amanda pra fora do carro, tão rápido quanto saíram o carro sumiu dando meia volta e seguindo a estrada, seguiram por entre as árvores seguindo Alex, a cada passo o garoto abria mais e mais um sorriso no rosto, pararam de súbito entre umas arvores o moreno virou-se para eles sorrindo — Fiquem aqui, e não façam nada, não importa o que aconteça... — Eles estranharam, mas concordaram com a cabeça, então ele estufou o peito e avançou, duas flechas zumbiram uma a cada lado de seus pés, ficou firme até que uma figura surgiu, avançou contra ele.

A figura desferiu-lhe um chute de direita sem sucesso na linha da cintura, o moreno defendeu com a mão esquerda, golpeou o pulso do oponente com a mão direita jogando-o para direita evitando um soco de esquerda, viu-o girar e arqueou o corpo para trás evitando um chute giratório que acertaria o na face, acompanhou o giro pelo sentido ao contrário, quando achou um ângulo bom desferiu um potente soco de direita, a figura a sua frente apenas girou evitando o soco e apanhou o punho o lançando contra o chão sob os ombros, subiu encima dele, os joelhos encima dos bíceps e sentou-se no peito dele, era uma menina, tinha pele clara, olhos de cor mel que ele já conhecia a anos, os cabelos da mesma cor caiam em uma trança pelo ombro esquerdo, para ter certeza verificou o braço esquerdo onde havia uma  cicatriz, tentou-se erguer e ela o impediu com uma adaga de bronze celestial em forma de lua crescente no pescoço dele. — Seu idiota, maldito, imbecil, estúpido!— Ela segurou-lhe com a mão esquerda o rosto e se aproximou perigosamente dele, ambos ofegavam e podiam um sentir a respiração do outro de tão próximo, porém, encarar os olhos cor de mel tão furiosos de tão perto para Alex não era tão agradável— Se você fizer isso mais uma vez, Eu juro por todos os deuses que vou até onde você estiver e te trago de volta pela orelha em segurança, pra depois te matar eu mesma! Ouviu!? — Ela o soltou jogando a cabeça dele contra o chão, o mesmo riu, levantou-se calma, guardou a adaga, olhou para as duas meninas e o menino mais novo que se escondia trás da menina de cabelos violetas, que por sua vez estava meio escondida atrás de uma outra de cabelos cor castanhos, Amanda a avaliou, não era nem ameaçadora devia ter pouco menos de 1,67 talvez 1,65, ela era apenas pouco menor que Alex mas a forma que ela o subjugou tão rápido ele que fez um ciclope de quase três metros ser arremessado como se não pesasse nada, a fez engolir seco, a menina continuava os olhando com aquele olhar crítico de cor de mel, ela voltou-se ao moreno que ainda estava no chão rindo do ataque — Você só pode estar enganado... Três? Você trouxe três  meio-sangue? Não é possível — Ele ergueu-se batendo a poeira da jaqueta — Sim, eu trouxe... Três deles, e eu nunca me engano... Vamos?— Maxine seguiu o moreno, com Jhon ainda apertando sua mão com medo, Amanda seguia atrás de ambos com a mão trêmula intensamente tocando o cabo da espada.

O caminho entre as árvores foi um tanto curto, Alex ia a frente um tanto distanciado demais, conversava com a menina que o atacara, que constantemente lhe dava um soco ou tapa no ombro enquanto riam animados, Maxine quase sentia graça naquela cena, se não estivesse morrendo de medo, estavam longe da avenida, num lugar onde ela nunca havia ido e caminhando cerca de dez minutos pela floresta, de mata bem fechada diga-se de passagem, e eles ficavam rindo como se estivessem num clube de férias, a parte engraçada? Amanda os fitava incansavelmente, com uma expressão curiosa e com uma pitada de raiva no olhar, na humilde opinião de Maxine, morta de ciúmes, o pequeno Jhon inocente como era, soltou a sua mão e caminhou até Amanda, resmungou que estava cansado e ela o pegou no colo mesmo reclamando que ele já era grandinho pra ir no colo, o pequeno agarrado a latina com um sorriso perguntou — Tia, a senhora tá com ciúmes? — Amanda corou e Maxine engasgou com a própria saliva, indecisa entre tossir pra poder respirar e rir da cara da amiga tentou fazer os dois ao mesmo tempo, numa mistura bizarra entre tosse e risos seguiu caminho atenta a conversa, Amanda ainda corada e um tanto irritada pela amiga — Não... — O garoto a olhou confuso — Ué, mas vocês não são namorados?! — Amanda corou mais ainda, olhou a menina de cabelos roxos num olhar piedoso e ela resolveu ajudar, se aproximando Maxine abriu um sorriso pro pequeno — Jhon! A Amanda tá cansada, vem aqui com a tia Max deixa ela descansar. — O garoto virou-se pra ela e mostrou a língua para ela— Não, a tia Amanda me carrega, você é chata! —Proferiu o pequeno, Max o olhou contrariada e irritada — Hora seu... Eu vou te fazer tanta cosquinha que você vai se mijar pelo menos três vezes e pedir misericórdia dizendo que eu sou a tia mais legal! — Se aproximou do garoto que suplicava a ajuda de Amanda, foram despertos quando um bando de garotos apareceram.

Chegava a ser cômico vestiam armaduras que cobriam o peito imitando músculos do abdome e do tórax, elmos que acima tinham uma estranha pelagem vermelha, uma armadura típica grega, levavam escudos e lanças, porém ainda usavam calças jeans e tênis, eles pararam quando viram Alex, formaram duas filas, uma de cada lado os escoltando, pararam em frente a uma estranha construção, um arco com uma placa de madeira acima, com uma mensagem escrita — Ame, acle, angue — Tentou Maxine, as letras faziam um certo sentido mas não conseguia traduzir completamente, Alex riu e virou-se para eles, com um sorriso feliz no rosto — Bem vindas ao novo lar, o único lugar seguro para meios-sangues, bem vindas ao Acampamento Meio-Sangue

 


Notas Finais


Então é isso ai, espero que tenham desfrutado de bons momentos.

Obrigado por sua audiência, por me aturar nas notas inicias e finais, por ser essa pessoa maravilhosa.

e

TCHAU


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