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História Contos dos caçadores de Wilhein - O lamento daqueles que não foram ouvidos


Escrita por: OldHunter

Notas do Autor


É...

Capítulo 4 - O lamento daqueles que não foram ouvidos


Contos dos Caçadores de Wilhein

Capítulo 4 -> O lamento daqueles que não foram ouvidos.

Era uma noite fria na vila de Lobburn. Um grupo de caçadores conhecido como "Os cães selvagens" estava à caminho do local designado para seu próximo contrato, uma grande mansão abandonada. Era estranho imaginar uma mansão numa vila pequena como aquela, mas tinha sua explicação. O dono dela era um pintor famoso chamado Edward, que gostava de retratar os cenários rurais e a vida difícil das pessoas da vila, uma pessoa que ganhava do sofrimento alheio.

Relatos de aldeões informaram que ele possuía várias mansões, mas recentemente ele se repousava lá devido a morte de sua esposa e filha.
O motivo pelo qual os caçadores foram solicitados era porque o pintor não saia de lá há dias e sons misteriosos foram ouvidos vindo de dentro da mansão.

As suspeitas iniciais eram de que uma fera da ty na mansão, mas estranhamente não haviam pegadas ou quaisquer rastros que indicavam isso.

O grupo destemidamente entrou na mansão, todos armados e preparados para o pior. Ao abrir as portas, o ranger ecoou por todo o lugar. Ventos fortes deixaram a mansão, como se estivessem engarrafados lá. O grupo de caçadores lentamente adentrou o escuro local.

O lugar estava uma bagunça, haviam inúmeros quadros derrubados no chão e os que ainda estavam presos nas paredes acinzentadas  estavam inclinados, como se uma briga tivesse acontecido no lugar, e isso só aumentou as suspeitas de que algo havia entrado na mansão. Estranhamente os quadros não haviam figuras retratadas, mas um borrão negro que dava a impressão de que a imagem foi arrancada de lá.

O grupo de caçadores foi adentrando pelos cômodos da enorme mansão, mas não havia nada além de quadros caídos e um rastro negro que poderia ser tinta ou sangue. Eles resolveram seguir o rastro, talvez ele os levasse até Edward.

Quanto mais eles avançavam mais o rastro aumentava, isso era um sinal de que eles estavam perto. A mancha negra passava por baixo de uma porta que possivelmente era a entrada de um quarto. Dois caçadores entraram enquanto o resto ficou do lado de fora de guarda. Dentro do quarto haviam apenas um cadáver de um homem segurando uma carta e móveis desarrumados.

O cadáver tinha um corte profundo no abdômen, por onde saíam suas tripas. Um dos Caçadores que entraram foi investigar o corpo enquanto o outro vasculhava o local, aquilo tudo era suspeito demais para eles. O homem que estava próximo ao cadáver pegou a carta, que estava com manchas de sangue em algumas partes, lendo-a superficialmente o caçador descobriu que aquele cadáver era obviamente do dono da mansão. Estranhamente a carta não possuía nenhum destinatário, o que levou a  acreditar que aquilo era apenas um registro pessoal, uma espécie de diário. Ele começou a ler a carta atenciosamente.

                                         ………..

" (Ilegivel)… Bem, Alan me recomendou que eu escrevesse esse diário para me manter são. Eu sinceramente duvido que funcionará, mas escreverei de qualquer jeito. Há um mês atrás minha família e eu sofremos um acidente grave, eu fui o único sobrevivente. Desde então eu comecei a morar aqui, junto à minhas pinturas, eu sinto como se elas me conectassem ao mundo real. (Ilegivel)… eu tentarei pintar um quadro com minha família, eu preciso da memória deles eternamente, a imagem delas está desaparecendo do meu colar com o tempo e eu me sentiria péssimo se me esquecesse deles.

Foi difícil, mas está pronto, eu terminei o quadro. Minha esposa e filha, sentirei saudades…

Eu havia parado de escrever por várias noites acreditando que meu problema havia sido resolvido, mas algo bizarro aconteceu. O quadro com minha esposa e filha sumiu, simplesmente do nada! Eu não tenho certeza se foi um ladrão, ele teria roubado os vários outros quadros daqui. De qualquer maneira eu tenho que me previnir, da próxima vez eu fecharei todas as janelas e portas.

Algumas noites se passaram e eu acho que estou enlouquecendo. Estou escutando barulhos pela casa, como se eu não estivesse sozinho aqui. É praticamente impossível, já que eu fechei todas as entradas. Eu preciso me acalmar mais, eu preciso pintar alguma coisa.

Isto é impossível, não pode ser… Eu estava indo para o porão pegar meus materiais, foi quando eu encontrei o quadro da minha família, só que ele não estava da maneira que eu pintei… Elas duas, estavam enforcadas, da mesma maneira que…(ilegivel)…Eu não botei aquele quadro ali, eu juro que não botei!

Unhas… Unhas, eu encontrei unhas no chão perto dos meus quadros, e cabelos também! Eu sei que é irracional e ilógico, mas está acontecendo, e eu não sei o que fazer.

Eu não posso abandonar esta casa, eu não posso de jeito nenhum. Meu Deus misericordioso, perdoe os meus pecados.

Eu estou trancado no meu quarto agora, eu juro que eu vi alguém andando, mas não era uma pessoa, era uma monstruosidade totalmente escura, ela tinha duas faces e cabelos longos. Aquilo fazia um som aterrorizante, parecia um choro, um lamento… Parecido com…(ilegivel)…

Eu tive que sair do meu quarto, eu sinto que está noite aquilo irá me procurar… Eu não consigo chamar ajuda… Eu não quero… Está tudo bem, eu não preciso daquele quadro, eu tenho meu colar com a imagem delas, tudo vai ficar bem…

Eu estou no porão agora. Estou junto à…(ilegivel)… Eu fui tolo em acreditar que aquilo daria certo. Isso deve ser a punição divina, meus pecados estão voltando para mim...

Os choros e lamentos estão se tornando insuportaveis, junto com a crescente curiosidade, será que aquilo é coisa da minha cabeça?

Eu percebi enquanto andava pela casa, alguns quadros estão totalmente negros como se a tinta tivesse escorrido, mas o mais aterrorizante de tudo, a imagem da minha esposa e filha apareceu em outro quadro, eu não havia pintado elas lá. Nada pode explicar o que está acontecendo. Eu quero deixar esta casa, mas eu não consigo… Eu tenho medo.

(Manchas de sangue)

Eu virei os quadros… Sim, sim, eu virei a maioria deles… Aquilo saiu do quadro, eu tenho certeza. Eu consegui ver a sua aparência... E, meu Deus... Era ela… Era ela… E ela estava segurando nossa…(ilegivel)…

(Manchas de sangue)

Ela me achou… E eu fugi… Ela me atingiu, mas eu fugi... Eu não percebi, mas eu acabei entrando nesse maldito lugar… Por que Deus? Por que?

(Manchas de sangue)

(Ilegivel)… Eu achei que eu poderia trazer elas de volta… Eu fui tolo!….(manchas de sangue)….Deus me ajude… (manchas de sangue)."

                                          ………..

Ao terminar de ler a carta o caçador percebeu que o cadáver usava um colar, e que este estava totalmente escuro, vazando um líquido preto. Os dois examinaram o local por mais tempo e então decidiram sair para procurar a criatura que havia feito tudo aquilo.

Ao se virarem em direção a porta eles perceberam que ela estava fechada, isso era estranho pois o resto do grupo estava de guarda do lado de fora. Ao abrirem a porta, um est.ranho sentimento junto com um calafrio subiu pelas suas espinhas. As paredes estavam totalmente vermelhas, um vermelho forte e vivo, que parecia se mexer e o mais estranho de tudo, o resto do grupo não estava lá.

Um novo rastro negro surgiu no chão. Os caçadores perceberam e seguiram como crianças seguindo uma trilha de doces. A curiosidade e o medo se intensificam a todo momento, o que poderia ter acontecido com seus companheiros?

Eles viraram um corredor que dava até uma imensa escadaria para baixo, o vermelho da parede sumia naquele ponto como se estivesse inacabado. Eles desceram dando passos lentos pelos degraus. À cada passo que davam o som ecoava mais forte e um sentimento de imensidão se instaurava ao local. Quando eles finalmente terminaram de descer a escadaria se depararam com um gigantesco quadro com uma pintura de várias pessoas mortas e duas enforcadas no topo. Era um quadro tão vivo, tão real, ele parecia a vista de uma janela. Eles se aproximaram para analisar a pintura, foi quando eles se tocaram que aquilo não se tratava de uma mera obra de arte. A carne, o sangue, tudo era real e fluía pelo quadro, e o pior de tudo, aqueles eram os membros dos cães selvagens. O olhar de medo e de desespero estavam paralisados na pintura.

Os dois caçadores lamentavam suas perdas próximos daquela obra sádica, mas tudo foi interrompido quando no meio eles escutaram sons de passos ecoando pelas escadas. Os sons aumentavam e também podia ser ouvido um choro feminino. E de pouco a pouco a figura macabra se tornava nítida abandonado a escuridão. Era a figura de uma mulher e junto à ela uma garota, que estava grudada em seu corpo. Suas cabeças tremiam incessantemente e seu corpo se contorcia, um líquido negro escorria de seu corpo. Os dois caçadores observavam paralisados quando subitamente o corpo da criatura parou de se mover. Até que lentamente seu olhar se voltou aos caçadores…. A criatura sorria…. Um sorriso macabro… de orelha em orelha….

Depois daquela noite nunca mais se ouviu falar dos cães selvagens e de nem de qualquer um que entrasse naquela mansão…

"Há uma lenda de um espírito de vingança infiel que atormenta aqueles que possuem uma grande mágoa guardada dentro de si. Esse espírito caça aqueles que se julgam culpados e assume a forma de seus maiores pesadelos. A origem deste espírito é desconhecida, mas relatos afirmam que ele procura um recipiente sem alma para possuir, principalmente em casos de suicídio"
            
                      Desconhecido - O livro proibido

Capítulo 4 -> Fim.

Continua…








Notas Finais


É dnv...


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