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História Contra todas as probabilidades - Só um dia de paz


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 21 - Só um dia de paz


Os dias passaram e a turma não conseguiu se acostumar a vê-la com Felipe. Aquilo fez com que o isolamento dela aumentasse mais ainda. E as provocações também. De vez em quando, Mônica encontrava algum bilhete cheio de insultos em sua carteira, caricaturas pregadas no seu armário, taxinhas na cadeira e Denise não estava pegando nada leve com ela em seu blog.

Quando eles passavam juntos, Felipe sentia olhares atravessados em cima dele, especialmente de alguns rapazes. Toni, Tikara e DC eram um deles. E os olhares do Cebola também incomodavam um pouco embora ele não sentisse medo. Teve um momento em que os olhares deles se cruzaram e Felipe teve a nítida impressão de que se pudesse, Cebola o partiria ao meio com uma serra elétrica.

Os dois só tinham sossego quando se encontravam fora da escola, especialmente na hora dos treinos. Então tudo ficava certo. Com ela, as coisas ficavam em seus devidos lugares e ele não tinha nenhuma dúvida ou receio. Ela o incentivava a crescer cada vez mais e Felipe até tinha melhorado seu desempenho nos patins.

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Era um dia de sol, típico domingo para fazer qualquer atividade ao ar livre. Mônica estava sentada na platéia, olhando os patinadores fazendo suas manobras e esperando a vez da apresentação de Felipe e Luísa. Havia categorias feminina, masculina e duplas. Os dois arrasavam em todas. Os saltos que eles davam eram incríveis e em alguns momentos, eles pareciam voar. O Skywalker era a manobra de maior sucesso da dupla, arrancando gritos e aplausos de todos.

Ninguém era mais rápido e ágil do que Felipe e Luísa arrasava no estilo livre. Eles saltavam, davam giros no ar, cambalhotas e outras manobras com as quais a maioria só podia sonhar. Não era a toa que chovia patrocínio na horta deles.

A única coisa que a incomodava era o assédio das fãs histéricas.

– Felipe, eu te amoooooo!!!

– Lindo!

– Gostoso!

– Casa comigo!

Por instantes ela sentiu ganas de torcer alguns pescoços, principalmente porque algumas faziam de tudo para provocá-la, já que sabiam do namoro dos dois.

Felipe também não estava gostando muito daquilo e teve medo da reação da Mônica. Maravilha! Ele mal conseguia conter sua irmã, se a Mônica começasse a brigar também a situação ia virar um caos. E aquilo já tinha começado quando ele viu Luísa tentando partir para cima de algumas concorrentes.

– Ô Luísa, segura a onda aí!

– Eu não vou segurar nada, vou é arrebentar a cara dessas vagabundas agora mesmo!

– Que foi, nêga? Apelou, perdeu, heim? – elas riam e debochavam, aumentando ainda mais a vontade que Luisa tinha de partir para cima delas. A situação teria ficado feia se Mônica não tivesse aparecido para segurá-la.

– Faz isso não, Luísa. Não vale a pena. Se quiser provar que é melhor do que elas, faça isso patinando, não brigando.

– Fala sério, essas garotas são muito sem noção! Eu nem sei como você agüenta aquele bando de piriguetes dando de cima do Lipe! No seu lugar, eu teria... teria.... grrrrrr! – ela fez um gesto com as mãos como se estivesse torcendo o pescoço de alguém.

Os dois riram da situação, que acabou ficando engraçada. Se pudesse, Mônica teria mesmo quebrado vários narizes, mas o medo de fazer seu namorado passar vergonha por causa dela acabou sendo maior. Ela não queria ser conhecida como a namorada ciumenta e barraqueira do Felipe. Sem falar que ele era lindo mesmo, então era inevitável que todas as meninas babassem por ele. E depois de muitos anos morrendo de ciúmes do Cebola, ela tinha decidido que isso não ia se repetir com mais ninguém. Não valia a pena.

Apesar dos chiliques de Luísa e dos assédios das fãs, tudo correu bem e como sempre, ambos tiraram primeiro lugar em todas as provas, deixando Mônica feliz e orgulhosa pelo seu namorado.

– Nossa, você arrasou! – Mônica vibrou abraçando o namorado pelo pescoço.

– Só ele, fofa? E a sua cunhadinha preferida aqui?

– Foi mal, Luísa, você também detonou!

– Ah, bom. Agora pode continuar com o love!

Foi o que ela fez, abraçando-o mais forte e lhe dando um beijo. Aquele era para ele o melhor prêmio de todos.

– E aonde a gente vai comemorar?

– Você eu não sei, mas eu quero ficar um pouco sozinho com a Mônica. Você sabe, né...

– Hum... tá me deixando de fora? Ah, tá bom! Hoje eu libero. Só hoje, viu?

Eles se despediram e os dois foram até o parque, o local preferido deles. Era tranqüilo, silencioso, bonito e eles não eram incomodados. Os dois sentaram em um banco e ficaram ali, abraçados.

– Sabe, eu acho que sou o cara mais feliz e sortudo da terra.

– Por quê?

– Porque eu tenho você, ora essa!

– Ah, fala assim não... – ela ficou vermelha e escondeu o rosto no peito dele.

– Falo sim, minha linda. Te adoro demais!

– Eu também te adoro muito! – ela respondeu afagando os cabelos meio desarrumados dele. Normalmente ele não deixaria que ninguém mexesse nos seus cabelos, mas ela era a única exceção. Era tão bom ganhar um cafuné daquelas mãos suaves! E ouvir aquilo da boca dela era melhor ainda.

Após alguns minutos de silêncio e de troca de beijos, ele falou:

– Você sabia que eles aceitaram aquelas sugestões que eu dei para o novo modelo de patins?

– Sério? Que legal!

– Pois é! E agora eles querem até que eu desenhe um modelo pra eles. Sem compromisso, claro, mas de repente...

– Você tá gostando mesmo de trabalhar com o design dos patins, não é?

– Cara, é doido demais! Nem sei como eu não percebi isso antes!

Até então ele pensou que sua única vocação fosse patinar e somente isso. Embora tivesse um talento natural para avaliar patins, ele apenas dizia se eram ou não bons, mas não dava sugestões de mudança. Sua nova vocação só foi descoberta por acaso, quando ele tentou encontrar patins adequados para a Mônica e com isso o interesse dele pelo design aumentou. Ele aprendeu a desenhar, fazer esboços, projetos e até andou estudando melhor a anatomia humana. Isso ajudava na hora de estudar os patins e equipamentos de segurança. Será que ele podia estender aquilo a outros esportes? Talvez sim.

– Você já ouviu falar de desenho industrial?

– Não.

– Eu andei pesquisando, sabe? É legal pra caramba! Dei uma olhada no curso e as aulas são do jeito que eu quero! Tem aula de desenho e a gente aprende a fazer modelos e até usar materiais tipo plástico, madeira e argila. Acho que eu já sei o curso que quero fazer! E você, já pensou em alguma coisa?

– No meu caso é mais difícil, sabe? Eu gosto de cantar e interpretar, mas esse meio é um pouco difícil.

– Pra você não. Aposto que você consegue.

– Será?

– Cantar você canta muito bem. Eu sempre gostei das suas músicas e até fiquei triste quando a banda acabou.

– Mesmo? Eu não sabia...

– Pois é. Até tenho aquele CD que vocês lançaram. Comprei três!

– Três?

– Vocês não fizeram muitos, então eu quis ter uns dois de reserva.

– Ai, que fofo! – ela falou dando um beijo na bochecha dele.

– A Luísa me falou que quando você patina, também consegue passar emoção para as pessoas. Um monte de gente já falou isso e eu também percebi. Você vai dar uma ótima atriz. Só não vale ficar dando muito beijo em outros caras, isso não! Pelo menos não com a boca aberta...

Ela acabou rindo da cara de ciumento que ele tinha feito. Ficou tão engraçado...

– Talvez eu siga mesmo essa carreira. Adoro interpretar! Só que agora eu também adoro patinar...

– É mesmo bom ter vários interesses e fazer coisas diferentes.

Ela concordou, feliz por ele apoiá-la sem restrições. Se fosse o Cebola, ele estaria colocando defeito em tudo e tentando puxá-la para baixo.

Por que ela tinha ficado tanto tempo encanada com o Cebola? Claro, ela estava iludida, achando que um dia ele acabaria se decidindo e namorando com ela, o que não aconteceu.

Ela olhou para Felipe, que a contemplava com um olhar apaixonado, e sorriu para ele. Nunca, em momento algum, ela o tinha olhado com outros olhos e nunca se imaginou namorando com ele. Aparentemente eles eram diferentes demais. Só aparentemente, já que com o tempo foram descobrindo coisas em comum. Principalmente a vontade de encarar desafios e crescer. E com ele tudo era mais leve e fácil. Felipe não tinha as neuras do Cebola e nem as complicações do DC ou o narcisismo irritante do Toni. Ele não impunha condições e nem restrições para eles ficarem juntos. Apenas curtia o momento e se permitia ser feliz sem nenhum medo ou paranóia.

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– Segura a onda aí, careca! Não inventa não que a gente não tem condição pra encarar aqueles dois!

– Pois eu só queria acertar um murro bem na cara daquele cretino!

Cascão levou um susto ao ver que o amigo não tinha trocado as letras como sempre fazia quando estava nervoso. Talvez porque ele não estivesse nervoso e sim com raiva, queimando de ódio por dentro. Ele mal reconhecia o Cebola. Sua fisionomia estava endurecida e os olhos faiscavam quando olhavam para o casal sentado no banco. E toda vez que eles trocavam beijos, a coisa piorava e Cascão tinha medo de que ele fosse avançar contra os dois a qualquer momento.

– Vamos embora. – ele falou se acalmando um pouco. Ficar ali vendo os dois se agarrando não ia ajudar em nada. - Eu acho que já tenho uma idéia do que fazer e vou precisar da sua ajuda.

– Seria estranho se não precisasse. Qual vai ser o plano maluco dessa vez?

– Vai ser um plano de abalar as estruturas, pode crer que vai!


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