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História Contra todas as probabilidades - Não, você não me derrotou


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 31 - Não, você não me derrotou


Mônica foi para seu armário pegar suas coisas para a próxima aula e também para se acalmar um pouco antes. Foram muitas emoções em um dia só e ela precisava esfriar a cabeça. Foi difícil resistir a vontade de cair nos braços do Felipe e deixar tudo aquilo para trás, mas foi preciso. Ela não queria voltar para ele enquanto houvesse aquela dúvida na cabeça do rapaz. Primeiro era preciso que tudo fosse resolvido para só depois eles voltarem a namorar.

– Você se acha muito engraçada, não é? – uma voz desagradável falou atrás dela.

– É, eu me acho sim. Algum problema?

– Não brinque comigo desse jeito, você pode se dar muito mal!

– Ui, tô morrendo de medo! Ah, vá pentear macaco, vai! Eu nunca tive medo de você e não vou começar agora. E sai da frente que eu quero voltar pra sala!

Ele bufou de raiva por causa da impertinência dela e continuou.

– Eu não vou sair coisa nenhuma. Você vai ter que me escutar primeiro!

– Você escolhe: vai sair da minha frente ou eu vou ter que te jogar pela janela?

– Acabou, Mônica. Eu ganhei e você perdeu. Eu te derrotei.

– Engraçado... não foi o que me pareceu agora a pouco. Escuta, por que você não vai olhar se não tem alguma outra “minhoca” escondida na sua cueca, heim?

– Deixe de ser engraçadinha, garota! Aquilo foi só um contratempo! Eu te deixei sem amigos, sem namorados, totalmente sozinha! Posso até ter perdido uma batalha, mas quem ganhou a guerra fui eu!

– Ah, é? Nossa, parabéns! Então vai comemorar sua vitória e me deixa passar!

– Por acaso você não ouviu? Eu te derrotei! Agora a gente pode namorar!

– E quem disse que eu quero namorar com você?

– Esse era o trato!

– O trato já era há muito tempo!

– Se ficar contra mim, vai ficar contra todos!

– Eu já estou contra todos. Não vou namorar com você só pra ter a turma de volta. É mais sacrifício do que eu posso suportar.

Ela tentou passar e ele segurou seu braço com força, lhe dando um beijo forçado. Quando ela sentiu a língua viscosa dele tentando invadir sua boca sem permissão, seu estomago se contorceu de nojo e ela o empurrou para bem longe com toda força.

– Nunca mais faça isso, ouviu? Nunca mais!

Cebola a olhou com muita raiva e ela quase não o reconheceu.

– Você é orgulhosa demais, ouviu? Não quer aceitar que eu te derrotei e prefere dar uma de teimosa!

– Pense como você quiser.

Ela foi andando e parou, ficando de costas para ele durante um tempo. Sem se virar, ela falou com a foz firme.

– E quer saber de uma coisa?

– O que? – ele perguntou de forma arrogante.

– Você não me derrotou.

– Como é que é? Agora você pirou? Mônica, eu te deixei sozinha, sem amigos, sem namorado, te humilhei de todas as formas e você ainda fala que eu não te derrotei?

– Sim. Você me perseguiu, me magoou, me humilhou, mas não conseguiu me derrubar.

Mônica virou-se para ele e o encarou com sua postura forte e confiante de sempre.

– Eu ainda continuo sendo a Mônica, teimosa, birrenta e mandona. E sempre serei assim. Você nunca irá mudar o que eu sou! Só que eu também tenho um outro lado que você também nunca vai conhecer.

– Que outro lado? Você sempre foi a Mônica durona que todos conhecem!

– Engano seu. Mas isso não importa. O que eu guardo aqui você não irá ver nunca em sua vida. E eu ainda tenho sonhos, ainda vou superar isso e seguir em frente. Você pode ter ganho a batalha, mas não a guerra. Ainda pode acontecer muita coisa!

Ele a olhava em silêncio, com os olhos faiscando de raiva. De alguma forma, ele sabia que ela tinha razão.

– Você me queria humilhada e implorando, não queria? Pois isso não vai acontecer! Não vou fazer isso nem que você tente me matar! Eu vou cuidar da minha vida e até pretendo voltar a patinar, por que não? Eu sei que posso fazer coisas diferentes e que nada é impossível para mim. Agora adeus, Cebola.

– Você não pode me dar adeus assim, Mônica! Vai desistir da gente logo agora que podemos namorar?

– Não, não podemos namorar. Eu não te amo mais. Você matou todo sentimento que existia dentro de mim. Lamento muito que tudo tenha acabado dessa forma, nos fomos muito amigos, passamos por tanta coisa, tanta aventura! E agora tudo acabou...

O rosto dele abrandou por instantes e logo endureceu de novo. Não, ele não podia fraquejar daquele jeito. Do contrário, nunca poderia ter a Mônica de volta.

Antes de ir embora ela falou uma ultima vez.

– A propósito, te agradeço. Não por ter me magoado, mas por ter me ensinado a ser mais forte. Depois disso tudo, nada mais me derruba.

– Humpt! Se você pensa que eu vou desistir, está muito enganada! Eu ainda vou ter você toda minha, pode esperar!

Sem falar mais nada, ela saiu dali, deixando-o falando sozinho. Vendo que ela não o escutava, Cebola voltou para a sala furioso. Ele nunca ia aceitar perdê-la daquele jeito e estava disposto a fazer qualquer coisa para tê-la de volta. Só era preciso um pouco mais de tempo para pensar em algo.

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“Hum... isso foi bem interessante!”

– Ô Luísa, vamos logo pra sala antes que o professor venha xingar a gente!

– Ah, já vou.

Ela correu atrás da amiga e ambas foram para a sala de aula. As cenas de minutos antes não saiam da sua cabeça e só aumentaram suas suspeitas de que aquela foto era forjada. Afinal, a Mônica podia ter voltado com o Cebola se quisesse e ao invés disso, acabou dando outro mega-fora nele.

Felipe estava sentado no fundo com aquela cara de velório e daquela vez ela não ficou com pena. A Mônica estava mesmo certa em ter ficado magoada com ele, o vacilão. “Agora ele vai ter que ralar um bocado pra ter ela de volta. Humpt! Bem feito! Quem mandou ser burro?”

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Depois da aula, Mônica não falou nada aos seus pais sobre o que tinha acontecido. E ao invés de ir até a casa da Magali, ela resolveu fazer uma coisa que não fazia há vários dias.

“Nossa, há quanto tempo!” ela pensou enquanto deslizava pelo gelo. Depois de vários dias sem ir até o ringue de patinação, ela finalmente resolveu voltar a patinar de novo.

Por ser dia de semana e por causa do horário, o local estava com pouco movimento. Poucas pessoas estavam no ringue e ela pode se movimentar mais livremente. Seus saltos tinham melhorado muito e ela viu que poderiam melhorar mais ainda. Mesmo sem treino, ela conseguia patinar muito bem.

“É... mas eu não vou poder participar sem o Felipe...” outras moças também treinavam no ringue e ela viu que estavam sozinhas. Foi então que Mônica se lembrou de que havia categoria solo no concurso e uma luz se acendeu sobre sua cabeça. Por que ela não tinha pensado nisso antes? Era começo de abril e as inscrições tinham começado. Se ela não podia patinar com Felipe, então faria isso sozinha. Tudo o que ela queria era apenas saber do que era capaz e até onde podia ir.

Uma nova energia tomou conta dela, fazendo com que ela desse um salto e uma pirueta no ar. O pouso foi perfeito. Claro, suas pernas eram muito fortes e capazes de suportar o impacto sem perder o equilíbrio. Mesmo que não fosse capaz de vencer, ela queria tentar. O que ela teria a perder? Nada!

Quando esgotou seu tempo de usar o ringue, ela correu para o local de inscrição que era ali mesmo no shopping. Para sua sorte, era sim possível uma pessoa participar apenas da categoria solo. Ótimo! Com aquilo, ela sabia que teria que treinar muito, o que não seria fácil.

Para usar o ringue, era preciso pagar e sua mesada poderia não ser suficiente. Quando treinava com Felipe e Luísa, eles tinham conseguido um preço mais acessível para usar o ringue em um horário sem movimento. Eles podiam pagar esse luxo, ela não. Somente a inscrição havia lhe custado toda a sua mesada daquele mês, lhe deixando zerada.

“Acho que eu vou ter que pensar em outra coisa. Ah, tem problema não. Eu dou um jeito!”

Seu coração ainda doía muito ao saber que havia a possibilidade de ela não ter seus amigos para apoiá-la e torcer por ela no dia do concurso. Ela engoliu ruidosamente para evitar o choro. Lágrimas não iam adiantar de nada e ela pensou que estava na hora de seguir outro caminho, talvez fazer novos amigos e tentar seguir em frente da melhor forma possível.


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