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História Contra todas as probabilidades - Início do alvorecer


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Finalmente o rolo começa a se desembaraçar. Divirtam-se e não se esqueçam dos review!

Capítulo 33 - Início do alvorecer


Depois de se encontrar com o Felipe, DC teve que esperar por um tempo até Cebola deixar Cascão em paz para poder falar com ele. Assim que o careca saiu da casa do sujinho, o rapaz viu que era sua chance.

– Cascão?

– Que foi, mãe?

– Tem um amigo seu querendo falar com você.

– Heim? – ele teve um sobressalto. Será que o Cebola tinha esquecido de algo? – o que foi, careca?

– Careca? Eu? Fala sério! – DC falou entrando no quarto, quase matando Cascão de susto. – Tchau, Cascão.

– O-o que você tá fazendo aqui?

– Eu vim para a gente ter uma conversa muito, mas muito séria!

Não era preciso ser gênio para saber sobre o que DC queria conversar e Cascão engoliu ruidosamente, sentindo um pouco de medo.

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– Ô Luisa, você tá em casa?

– Heim? Estou sim, por que?

– Beleza. Eu chego aí num instante. Quero que você olhe uma coisa comigo.

– O que?

Ele desligou o telefone e continuou correndo para casa, ansioso para tirar aquela história a limpo. Era para ele ter feito aquilo há muito tempo.

Assim que chegou em casa, Felipe correu para o seu quarto e ligou o computador a fim de ver a tal foto mandada pelo Cebola. Pela primeira vez, nem a imagem e nem o e-mail lhe incomodaram. Seu interesse era apenas descobrir a verdade. Ele começou a analisar a foto atentamente, observando cada pequeno detalhe.

– Então era disso que você tava falando? – ela perguntou fingindo não saber de nada.

– Era sim. Aquele careca maldito me mandou essa foto falando que é a Mônica e eu vou ver se tiro isso a limpo agora. Hum... que coisa estranha... como é que eu não reparei nisso antes?

Ele olhava fixamente a foto, percebendo alguns detalhes que tinham passado despercebidos. Claro, seu foco era somente os cabelos que pareciam muito com os da Mônica. Ele não tinha reparado no restante do corpo.

– Você reparou que essa garota aí tá meio alta para ser a Mônica?

– Você acha?

– Acho sim, olha só: ela está quase da altura do Cebola e pra ficar nessa altura, a Mônica teria que ficar um pouco nas pontas dos pés.

– É mesmo... ela é meio baixinha, né?

– É sim. E olha essas pernas! Estão um pouco grossas. E essa bunda definitivamente não é a dela, não mesmo!

– Seu tarado! Você não tira os olhos da bunda da Mônica, né?

– Não tiro mesmo. Que culpa eu tenho se ela é a coisa mais linda do mundo?

– Depois de mim, é claro.

– Blé, você não conta.

Felipe voltou a olhar a foto e viu que não tinha como aquela moça ser como a Mônica. O corpo da sua dentucinha era pequeno, porém harmonioso e proporcional, onde não faltava e nem sobrava nada. Embora não fosse feio, o corpo da garota da foto era meio grande para ser o dela e os quadris mais largos.

E pensando bem, ele não podia ver o rosto dela. Quem podia garantir que aquela era a Mônica? Só por causa do cabelo? Olhado melhor, aqueles cabelos pareceram meio pesados, talvez ásperos e sem o brilho que o cabelo dela tinha. Aquilo podia muito bem ser uma peruca.

– Caralho! Eu não acredito que caí nessa! - ele se levantou, furioso consigo mesmo por ter acreditado naquela farsa e ficou andando pelo quarto pensando em como ia arrebentar a cara do Cebola. - Eu vou triturar aquele imbecil! Vou socar a cara dele até virar carne moída, ah se vou! Carequinha desgraçado filho da puta!

Felipe tinha ficado tão furioso que por pouco ele não quebrou o computador de tanta raiva. Ele não podia acreditar que tinha brigado com a Mônica daquele jeito, falado tantas coisas horríveis para ela e terminado o namoro por causa de uma mentira deslavada! Então ela nunca o traiu? Nunca o enganou com o Cebola? Ela estava mesmo falando a verdade quando disse que não chegava perto dele há vários dias? Ele devia ter acreditado, devia ter confiado nela! Que droga!

– Então podemos concluir que ela não é a Mônica.

– Não é mesmo. Cara, nem sei como não percebi isso antes! Devia ter olhado direito!

– Legal. Agora que você sabe a verdade, por que não procura a Mônica?

– Eu quero mesmo fazer isso, mas com que cara eu vou falar com ela? Tô morrendo de vergonha, Lu! Eu acho que ela nem vai querer mais olhar pro meu lado!

– Você não vai saber se não tentar. Faz o seguinte, vai descansar pra esfriar a cabeça. Amanhã você toma um bom banho pra tirar essa nhaca do seu corpo, capricha no perfume e vai falar com ela.

Ele deu um sorriso, sentindo-se mais animado. Ela tinha razão. Se antes de saber a verdade ele já não conseguia mais ficar longe da Mônica, depois de descobrir que ela nunca o traiu, aquilo ficou impossível. Com aquilo, ele decidiu adiar a surra que pretendia dar no Cebola. Se a Mônica não quisesse reatar o namoro, aquele careca maldito ia apanhar pelo menos três vezes mais.

Luisa ficou aliviada ao ver que Felipe tinha se acalmado e após certificar de que ele não ia atrás do Cebola para arrebentar a cara dele, ela saiu do quarto deixando-o sozinho. Estava na hora de ter uma conversa séria com aquela garota da foto.

Durante alguns dias, ela quebrou a cabeça tentando descobrir quem era aquela garota, sem sucesso. Inicialmente ela pensou que fosse Irene. Não. Ela tinha uma marquinha de nascença atrás da coxa que a garota da foto não tinha. Pela cor da pele, não era Cascuda e nem a Keika e se aquilo era mesmo uma peruca, então não poderia ser Marina, Carmen, Magali ou Maria Melo. Todas tinham cabelos compridos, o que iria dificultar o disfarce. Só havia sobrado uma suspeita e assim que ela olhou melhor e viu aquele par de tênis cor de rosa, suas duvidas se dissiparam em um instante. Não tinha como ser outra pessoa.

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Enquanto Cascão falava, as garotas ouviam com lagrimas nos olhos. Magali já tinha gasto uma caixa inteira de lenços descartáveis enquanto Cascuda tentava evitar que as outras garotas voassem para cima do Cascão. Ela não queria que seu namorado fosse linchado. Pelo menos não antes de ela dar uns tapas nele primeiro.

Convencer Cascão a falar a verdade não tinha sido tão difícil quanto ele pensou. Talvez ele também estivesse farto de tudo. Com aquilo, ele telefonou para Magali e pediu para que ela ligasse para as outras garotas marcando uma reunião urgente. Primeiro eles falariam com as meninas, depois com os rapazes, caso sobrevivessem.

– Cascão, eu não acredito que você fez isso, como pode? Eu briguei com a Mônica e fiquei de mal dela mais por sua causa do que por causa do Cebola!

– Foi mal, Cascuda, mas eu fiquei com medo! Gente, o Cebola tá maluco e me fez um monte de ameaças! Ele falou que se eu não ajudasse, ia colocar todo mundo contra mim!

– Isso não ia acontecer, Cascão! – Marina garantiu.

– Ah, não? E vocês não ficaram contra a Mônica? Se vocês fizeram isso com ela, imaginem o que iam fazer comigo! E poxa, Cascuda, eu fiquei com muito medo de te perder...

– Ah, meu Cascãozinho... – a raiva passou e ela acabou abraçando o pescoço do namorado, enchendo o rosto dele de beijos.

– Isso tá tudo muito lindo, mas agora que vocês já sabem a verdade, o que vão fazer? – DC perguntou interrompendo o momento ternura do casal.

As garotas ficaram em silêncio, tentando imaginar como elas iam se entender com a Mônica depois de tudo o que fizeram com ela.

– Que ódio! Eu não acredito que a gente foi na conversa do Cebola! – Aninha rosnou cerrando os punhos e sentindo vontade de fazer o Titi quebrar o pescoço dele.

Maria: - Nem eu, que horror!

Isa: - Ai, que vergonha!

Magali: – Eu não acredito que perdi minha melhor amiga por causa daquele cretino do Cebola!

Todas estavam tristes e desoladas, não acreditando no quanto tinham sido iludidas e enganadas pela conversa fiada do Cebola. Durante todo aquele tempo, elas pensaram que ele estava sofrendo por causa da Mônica e no entanto tudo não passava de um teatro montado por ele! Até aquela declaração de amor, com buque de rosas e tudo, era falsa!

Ele tinha falado que não sabia do namoro da Mônica com o Felipe e agora elas descobriram que ele sabia de tudo e tinha montado seu plano para forçar a Mônica a terminar com o Felipe! Que horror!

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Quando Denise foi atender a porta da sua casa, ela levou um susto ao se deparar com Luísa, que estava com a cara mais zangada do que a Mônica em dia de TPM.

– E aí, “fófis”? Que tal você me explicar isso aqui? – ela bradou jogando para cima da Denise uma foto dela fingindo ser a Mônica.

– Heim? Eu não sei do que você tá falando!

– Sabe sim, sua vagabunda! – ela pegou uma das chiquinhas da Denise e ficou balançando com força enquanto a moça gritava e se debatia tentando se soltar. Para seu azar, seus pais não estavam em casa aquela hora e não tinha ninguém para ouvir seus gritos de socorro.

– Ai, pára com isso, não foi culpa minha!

– Ah, é? Foi culpa de quem então?

– Foi o Cebola quem me obrigou a fazer isso!

– Obrigou como? Ele colocou uma arma na sua cabeça por acaso?

– Quase isso. Ai, larga meu cabelo senão eu não falo nada!

– Tá bom. Vai falando então!

Luísa entrou seguindo Denise que esfregava a cabeça tentando abrandar a dor causada pelo puxão de cabelo.

– E aí?

– Essa na foto sou eu mesma, usando uma peruca.

– Tá, isso eu já sei. Só quero saber por que você fez isso! Caramba, o Felipe terminou com a Mônica por causa dessa foto e agora ele tá na maior fossa!

– Eu sei, foi pra isso que o Cebola bolou esse plano idiota.

– Como foi que ele te convenceu a entrar nessa?

Denise sentou-se na sua cama, de cabeça baixa.

– Ele tem umas fotos minhas fazendo... er... você sabe o quê... com meu namorado.

Luísa arregalou os olhos.

– Sério? Como ele conseguiu essas fotos?

– Na minha câmera. Ele deve ter arrombado meu armário e copiou tudo sem que eu visse.

– Deixa eu adivinhar: ele te ameaçou com essas fotos?

– Ameaçou. Se eu não ajudasse, ele ia publicar pra que a escola inteirinha visse as fotos.

– Credo! – ela sentou-se do lado da outra, tentando pensar numa forma de resolver aquela situação. Estava na cara que Denise não ia falar a verdade para ninguém. Não enquanto o Cebola tivesse aquelas fotos em seu poder.

– Agora você entende o rolo em que eu me meti?

– Entendo. Foi mal, eu não sabia... que barra! Mas olha, a gente pode colocar o cabeça de cebola contra a parede. Se ele publicar essas fotos, a gente reúne uma galera pra dar uma surra nele.

– Amore, surras e hematomas são temporários. A internet é para sempre! Arrebentar a cara dele depois das fotos serem publicadas não vai resolver nada pra mim!

– É mesmo...

Elas ficaram caladas e pensativas. Primeiro era preciso fazer alguma coisa para que o Cebola não publicasse aquelas fotos. Só assim Denise teria coragem para dizer a verdade. Com isso, Luísa ficou até com medo de falar revelar para o irmão a identidade da garota da foto. Ela tinha que pensar muito bem antes de agir.

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Ela ouvia uma musica com seu iPod e fazia anotações em seu caderno, tentando planejar os movimentos da sua apresentação. Ela tinha visto muitos vídeos no youtube para ver se conseguia algumas boas idéias para montar sua seqüência de movimentos. Montar a coreografia para um show de patinação não estava sendo nada fácil. Ainda assim ela não pretendia desistir por nada.

“Hum... essa música é tudo de bom! Vai ficar lindo!” Era Breakaway, de Kelly Clarkson, música que tocou no filme Diário da Princesa 2 quando Mia saiu no desfile da cidade com as crianças do orfanato. Era uma música que ilustrava bem o que ela estava sentindo.

Outro desafio era fazer a roupa. Ela podia ser muito boa para fazer fantasias e cosplays, mas aquele tipo de roupa seria bem mais complicada para ela. “A Marina é boa nisso... que bobagem, ela nunca iria me ajudar. Vou ter que dar conta disso sozinha. Ah, falta bastante tempo, então acho que vou ver isso depois. Primeiro os passos e movimentos, isso é mais importante.”

Era tarde e ela se sentia um pouco cansada depois de ficar patinando por tanto tempo. mesmo assim, ela se sentia muito bem e com uma gostosa sensação de que o pior da tempestade tinha passado e que dali para a frente as coisas iam melhorar.


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