História Contract - First Time

P.O.V Louis Tomlinson-Styles

Acordei me sentindo bem melhor e, como de costume, Harry não estava ao meu lado. Levantei, escovei os dentes, tomei um banho e desci vendo Harry falando ao celular encostado no balcão da cozinha.

"Infelizmente eu não estou em Londres agora, mas quem sabe quando eu voltar."

Ele disse sorrindo malicioso e eu caminhei até a geladeira e a abri respirando fundo.

Calma Louis, pode ser um amigo, algo sobre o trabalho ou sei lá.

"Vai ser ótimo passar a noite com você, querida. Mal posso esperar."

Senti um nó se formar em minha garganta e bati a porta da geladeira correndo para a área da piscina que era fechada por paredes de vidro que me permitiam ver as nuvens se acumulando.

Querida

Vai ser ótimo

Querida

Mal posso esperar

Querida

Passar a noite com você

Querida

As palavras se embaralhavam na minha cabeça e tudo que eu conseguia ouvir era o som do meu coração batendo cada vez mais rápido.

Flashback*

-Louis, adivinha! -Harry disse animado se jogando em cima de mim me fazendo perder o lance do jogo de futebol que passava na TV

-O que foi, amor? -Perguntei desanimado

-Consegui marcar a sua consulta no médico. -Ele disse e sorriu enchendo meu rosto de beijos

-Harry, você sabe que isso não vai adiantar de nada não é, meu amor? Eu não posso engravidar! -Eu disse e ele mordeu meu lábio inferior me repreendendo

-Não diga isso, amor. -Ele suspirou e sorriu - Um dia eu vou chegar em casa e vou gritar 'cheguei, querida', então você vai vir da cozinha todo lindo com o nosso filhote no colo. E ele vai ser lindo que nem a mamãe dele!

Flashback*

Eu me lembro que comecei meu tratamento naquele mês. Tínhamos apenas 20 e 22 anos, mas já sonhávamos com filhos. Harry dizia que eles me chamariam de mamãe e ele os ensinaria a tocar kazoo.

Um ano depois veio a notícia que eu estava grávido de apenas uma semana do nosso primeiro filho. O momento não poderia ser mais oportuno, a carreira de Harry ia bem, a minha melhor ainda, e minha mãe esperava mais dois filhos, gêmeos, que cresceriam junto com a minha criança. O bebê se chamaria Taylor, sendo menino ou menina. Irônico, não é mesmo?!

Tudo corria as mil maravilhas, mas, dois meses depois aconteceu. Eu acordei de madrugada sentindo dores sobrenaturais. Harry me levou as pressas pro hospital mais próximo, e tudo que eu fazia dentro do carro era rezar pra que o meu bebê ficasse bem.

Lembro que desmaiei assim que chegamos ao hospital e só acordei horas depois em um quarto com Harry ao meu lado chorando, inconsolável. Naquele momento eu comecei a chorar e a gritar pois havia percebido que o meu filhote não estava mais ali. Taylor estava morto(a)!

Flashback*

Faz um ano que o meu filhote se foi e, ultimamente, Harry tem estado ausente. Sai de manhã cedo e só volta tarde da noite.Mas eu entendo, afinal, ele está gravando seu segundo álbum.

Semana passada alguns rumores estavam rodeando nossas vidas, um site de fofocas famoso dizia que ele tinha me traído com Caroline Flack. Ele negou, disse que saíram pra jantar como amigos que são e eu acreditei, afinal, um casamento não é nada sem confiança.

Casamento.

Hoje é nosso aniversário de três anos de casado e eu me arrisquei pela primeira vez à fazer um jantar para ele. Frango recheado com queijo mussarela, envolto em presunto parma com purê caseiro. Havia um castiçal no meio da mesa que era coberta por um forro branco de renda. Uma garrafa de um bom vinho estava aberta em cima da mesa enquanto duas taças estavam pela metade com o líquido cor de sangue as enchendo.

Tudo parecia perfeito, menos o fato de que já era a trigésima mensagem de texto e a vigésima sétima ligação minha que Harry não retornava. Esperei por horas, até ouvir o relógio antigo do corredor tocar as doze badaladas. Foi quando me dei por vencido e me levantei sabendo que ele não viria mais.

Flashback*

Naquela noite eu chorei até dormir, e foi assim todos os dias durante dois meses. Lembro-me que era uma sexta feira, Harry havia saído com uns amigos e me deixou sozinho em casa novamente. Pra não ficar sem fazer nada, resolvi organizar o quarto. Após tudo arrumado peguei o blazer do meu amado marido e coloquei as mãos nos bolsos para não correr o risco de perder algum documento ou algo assim. Senti um pedaço de papel razoavelmente grande e o peguei, era a fatura do cartão de crédito. Nela haviam gastos numa joalheria, num restaurante e num motel. As datas coincidiam exatamente com os dias que eu estava em Manchester a trabalho.

Naquela noite enquanto a banheira enchia eu escrevi uma carta curta e a deixei em cima da pia junto com a fatura do cartão e a minha aliança.

Os votos que ele me fez no dia do nosso casamento se repetiam em minha cabeça enquanto eu entrava na banheira carregando dois potes cheios de remédios pra enxaqueca.

"Eu, Harry Styles, prometo a ti, Louis Tomlinson, ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, por todos os dias das nossas vidas."

O copo de vidro que, normalmente, ficava na bancada do banheiro estava cheio de água na borda da banheira.

"Por todos os dias das nossas vidas"

Deslacrei o pote de remédios e fui abrindo as cápsulas uma por uma e jogando o que realmente importava no copo. Minha meta estava pra ser atingida quando vi o copo ser jogado dentro da banheira e eu fui levantado. Era Harry.

Ele me segurava pelos ombros e me balançava gritando coisas que eu não entendia.

Eu murmurava 'por todos os dias das nossas vidas' sem parar e via ele gritar comigo enquanto lágrimas rolavam o seu rosto, eu não respondia ele, não tinha controle sobre as minha ações, mas travei quando senti uma ardência na minha bochecha esquerda.

Aquela foi a primeira vez, o primeiro tapa.