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História Contradições do amor - Uma difícil missão


Escrita por: Miss_Amelie

Capítulo 2 - Uma difícil missão


Fanfic / Fanfiction Contradições do amor - Uma difícil missão

 

Bruce não queria magoá-la. Pelo menos, não por vilania ou desvio de caráter. Ele realmente tinha sentimentos por Diana, mas ele tinha a plena consciência de que não podia dar a ela toda atenção e carinho que ela merecia. Ele era um homem quebrado emocionalmente, com o coração calejado o bastante para impedi-lo de amar sem reservas.

Ele não conseguia mais dar-se por inteiro, de coração aberto e alma entregue, porque suas relações anteriores o feriram permanentemente o espírito, impedindo-o de confiar absolutamente em alguém nas suas relações românticas. Além disso, ele acreditava-se condenado à escuridão, como uma alma errante que jamais experimentaria o frescor da felicidade e ele jamais condenaria Diana a uma vida infeliz ao seu lado. Mas ela não pensava assim!

Ele estava honestamente honrado de ser merecedor dos afetos da mulher mais formidável – em todos os sentidos – que já conhecera na vida, mas nunca veio a considerar-se merecedor de tal devoção. Seria muito mais fácil para Bruce se ela caísse de amores por outro homem. Muito embora esse pensamento lhe causasse uma angústia desmedida no coração e a nítida sensação de perda de equilíbrio só de pensar nela nos braços de outro. Contudo, se ela estivesse feliz, este era um preço que ele estava disposto a pagar.

O problema não estava só no fato de que a amazona o amava; ou que ela era incapaz de disfarçar estes sentimentos; ou até mesmo no fato de que ele, em diversas situações, também não teve controle suficiente sobre si mesmo para esconder os seus sentimentos – como quando ele desesperadamente tentou usou as mãos para cavar um acesso até ela e retirá-la de baixo de um míssil, em Gorila City, na presença de dois de seus companheiros de Liga.

Era um sinal evidente de que sua afeição por Diana o fazia perder o controle; ou quando Zatanna percebeu imediatamente que ele estava apaixonado pela Mulher Maravilha que fora transformada em uma porquinha por Circe; Ele não conseguira esconder seu afeto por Diana nem mesmo da própria Circe, que imediatamente percebeu que havia ‘algo mais’ entre os dois.

O maior obstáculo que Bruce enfrentava era a teimosia hercúlea da princesa. Pela primeira vez na vida, ele encontrara alguém capaz de rivalizar em pé de igualdade no quesito teimosia com o Batman, reconhecidamente, a figura mais teimosa que a humanidade produziu.

No princípio, quando ela se juntou à Liga e eles se tornaram bons amigos, ele não fazia ideia do perigo que estava correndo. Nem mesmo quando os flertes inocentes entre eles começaram. Até que a amizade aprofundou-se, a confiança e admiração cresceram exponencialmente, a atração física virou desejo e fome, a vontade de protegê-la tornou-se obsessiva e estar junto dela tornou-se uma necessidade. Aí sim, Bruce viu-se em apuros, mas já era tarde.

Ele lutou bravamente contra as investidas da princesa, que deixaram de ser sutis e passaram a ser mais diretas e ousadas. Dia após dia, missão após missão, desde que percebera que o Batman também era recíproco em relação aos sentimentos por ela – por mais que tentasse negar – Diana esforçava-se na missão de derrubar as barreiras emocionais que a impediam de chegar ao coração do morcego.

Não importava quantas vezes Bruce repetisse as razões que ele havia exposto a ela no telhado, em frente ao cinema, durante uma vigília em Gotham: ‘Ser um mortal, um garoto rico com problemas, ter inimigos que a machucariam para chegar até ele’. Bruce tinha a impressão de que quanto mais ele reforçava suas razões para não se envolver com ela, menos eficácia elas tinham. Ela parecia não se importar com nenhuma de suas justificativas e lhe dirigia um sorriso deliciosamente irritante quando ele as repetia:

 

‘Porra, princesa, estou tentando me concentrar... Pare de sorrir pra mim... Estou tentando convencer você de que eu não sou o homem certo pra você’, ele pensava. ‘Merda... Estou ferrado... Eu amo quando ela sorri pra mim’, era sempre o sentimento seguinte.

 

Ele lutou contra esse sentimento até o dia em que voltaram de uma missão particularmente difícil para ele. Mordred, filho de Morgana Le Fey, lançou um feitiço sob o mundo que conjurava todo ser humano considerado adulto a habitar outra dimensão, inclusive sua mãe Morgana, permitindo que a Terra fosse habitada apenas por crianças.

Para desfazer o feitiço, a bruxa transformou o Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde e Superman em crianças de oito anos. Em resumo: eles tiveram sucesso na missão e o mundo voltou ao normal. Mas a verdade é que isso custou caro para Bruce. E só Diana percebeu... Lanterna e Kal estavam longe da maturidade ou do envolvimento emocional aos oito anos para perceber Bruce havia tomando distância deles no fim da missão.

Ela ficou triste quando, ainda como uma menina de oito anos, livre de inibições por ser ainda mais ingênua que agora, tentou aproximar-se dele demonstrando todo seu afeto e vontade de ser mais que sua amiga – com a infantilidade de uma criança que gosta de outra, claro – dizendo-lhe como a aventura ao lado dele foi divertida e especial pra ela e perguntando se ele também se divertira sendo um garoto novamente e ele respondeu irritado ‘eu não sou uma criança desde os oito anos’, fazendo-a lembrar-se dos motivos trágicos que lhe roubaram a infância naquela idade.

Mesmo antes de voltar ao normal, o coração de Diana, sentira o impacto emocional da dor de Bruce. Ela o deixou se afastar e não o seguiu. Ela sabia que ele precisava ficar sozinho. Ela o amava... Ela o entendia... Ela não se intimidava com suas tentativas de afastá-la.

Ao fim da missão, de volta à fase adulta, Bruce disse que precisava voltar à Gotham imediatamente. E ela disse que iria com ele.

– Não quero metas na minha cidade, Diana! – Chamá-la pelo nome já era um grande indicativo de que havia algo errado. 

– Eu vou com você, Bruce. Está decidido! – Ela sentenciou, mostrando que não iria ceder.

– Eu não tenho tempo pra jogos ou flertes, Diana. Hoje não! – Ele aproximou-se dela furiosamente numa tentativa clara de intimidação – Eu preciso me concentrar nos casos em aberto em Gotham. As atividades da Liga têm consumido meu tempo mais do que eu gostaria e eu estou negligenciando a minha missão. Você não vai comigo! – Ele rosnou.

– Rosnar pra mim não me intimida nem um pouco, Bruce. – Ela rebateu em um tom suave, mas com seriedade. ­– O Cavaleiro das Trevas não é tão aterrorizante – Ela cruzou os braços e olhou nos olhos dele com a mesma determinação – Não se esqueça que eu já fui pessoalmente ao Tártaro. Demônios e figuras aterradoras estão longe de me assustar.

– Inferno, Diana! – Ele recuou, amaldiçoando a si por ceder a ela – você pode vir, mas só porque eu não quero perder meu tempo discutindo com você. – Ele acionou os comandos de acesso do Batmóvel por controle remoto e em um par de minutos a impressionante máquina automotiva do morcego estava diante deles.

Para sua surpresa, Diana não conseguiu esconder a satisfação infantil em seu rosto quando ele a mandou entrar no batmóvel. Ela não esperava... Ela achava que ele iria ser frio e ela teria que ir voando. Isso a deixara visivelmente empolgada e Bruce olhou com fascínio a excitação infantil da princesa amazona.

Diana era fácil de se ‘ler’. Ela era a epítome da verdade. Um livro amplamente aberto. Por isso, Bruce precisou se esforçar para não sorrir quando a viu flutuar até o banco do passageiro exibindo um sorriso bobo. Os olhos, cheios de fascinação, eram de uma criança que ganhara um presente há muito desejado.

– O que foi? – Ele perguntou, fingindo irritação, para esconder seu divertimento e manter a impressão de estar incomodado com sua presença.

Eles estavam à caminho da mansão e ela admirava, completamente absorta em suas ações, os inúmeros controles, computadores, botões e consoles no painel, no teto, nas portas... Era uma máquina absolutamente intrigante.

– Esse carro é incrível!! ­– ela disse com mais entusiasmo que devia, o que a deixou levemente envergonhada, com medo que Bruce a tomasse como uma tola. Mas rapidamente voltou ao contentamento natual – Eu sempre quis saber como ele era por dentro, Bruce. Mas você nunca me convidou!– Ela olhou pra ele com o mesmo brilho infantil de quando ele a vira criança. O que derreteu seu coração de pedra imediatamente e ele teve que se segurar para não perder o controle e beijá-la imediatamente – você vai me deixa pilotar um dia, Bruce? Por favor? Por favor? Por favor?

Bruce não conseguiu conter o riso diante do pedido inusitado. Ela era uma deusa – ou semi-deusa, seja lá o que for – dotada de poderes sobre-humanos, incluindo a capacidade de voar e estava implorando humildemente a um mortal para dirigir um carro: – Nem pensar, princesa! – a resposta bem humorada não a irritou e ela sorriu de volta.

– Bem que o Kal me disse que era mais fácil eu convencê-lo a se casar comigo do que ter permissão pra pilotar seu brinquedo preferido. – ela revirou os olhos, sem perceber a reação de Bruce sobre se casar com ela.

Ele estava frágil por causa da missão recente. Ela estava lá, tão perto, tão gentil, tão bonita... E ele a amava. ‘Ela é a criatura mais linda que ele já vira’, era tudo que ele pensava, enquanto era bombardeado com pensamentos aleatórios de como seria uma vida ao lado dela. Ele a via vestida de noiva, de braços dados com Alfred, que lhe sorria com uma espontaneidade que ele jamais viu. Seu fiel e requintado mordomo, sempre destacado por sua postura irrepreensível e imutável de polidez, estava sorrindo indisfarçavelmente, caminhando lado a lado da mulher da sua vida até o altar, para ‘entregar-lhe a felicidade’.

Ele imaginou como Diana se encaixava perfeitamente em tudo: eram ótimos parceiros na Liga – sempre se deram muito bem em missões, sabendo aplicar suas competências de modo muito equilibrado e eficaz, nunca deixando seus sentimentos interferirem de modo prejudicial em suas ações; Ela era uma mulher extremamente forte, com habilidades de combate relevantes – não uma donzela constantemente em perigo; além disso, ela conhecia Bruce e seus alter-egos: o playboy e o morcego – lidando muito bem com os dois; mas principalmente, ela entendia e admirava sua missão, seu compromisso com Gotham... Ao contrário das outras, ela não se lastimava com o fato dele admitir que Gotham era sua prioridade, acima de tudo e de todos.

Ela era a única mulher que realmente compreendia seus motivos, admirava-o por manter-se fiel a eles e se dispunha a estar em um relacionamento com ele mesmo não sendo prioridade, mesmo que isso significasse que, se eles ficassem juntos, suas noites seriam solitárias, à esperá-lo diariamente, e que ele muitas vezes voltaria quebrado, ferido, cansado.

Nunca o caminho para mansão fora tão longo... E foi justamente neste dia, em que ele estava emocionalmente frágil e ela estava lá, tão amorosa, que ele não teve forças para manter a distância.

Ele não só confessara seu amor por ela depois de uma intensa troca de beijos e carícias, mas permitira-se mostrar-se fragilizado para ela. E ao encontrar nos olhos da amazona todo amor e compreensão que ele precisava para renovar as forças tirou-lhe completamente o domínio da razão. Ele finalmente cedera, concordando em dar-lhes uma chance para o relacionamento.

Mas depois de voltar ao normal, alguns dias depois, ele percebeu que tomara uma decisão precipitada e começou a traçar um plano para resolver as coisas sem machucar Diana.

 



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