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História Contraste - Capítulo IX- This is what makes us girls.


Escrita por: AliceDracno

Notas do Autor


Eu demorei para um tio caralho, né?
Problemas de inspiração. Pois é, coisa triste.
Enfim, vamos aos seres incríveis que comentaram?
Anne_Inutil-_, te abraço sim! Duvido que você seja mais baixa que eu! Tenho 1,58m.
Evil-Uzumaki, já sabe um segredo meu, apelido de humilhante, né?
Rock-you, que está sempre aqui. Também já sabe que eu detesto cozinhar para os outros.
nekoryuu, fico feliz que esteja cada vez mais apaixonada.
MikanzinhaDlc, obrigada!
Gisele_Haruno, sim, elas são duas lindas!
SandaraBae, é esse capítulo, se acalma, não me mate!
lesbianshippe, alguém direta, para informação de todos, sim, vai ter hot!
Beijos e bom capítulo!

Capítulo 9 - Capítulo IX- This is what makes us girls.


Aquele fim de semana seria a famosa festa do pijama de Ino. Todo colégio ficou sabendo disso, e ser abordada por pessoas nos corredores perguntando se podiam ou não ir, era uma novidade para Hinata. Por sorte, ela sempre estava com uma das meninas quando isso ocorria, e por isso não falava quase nada. Estar com as meninas era bom. Não que elas fossem suas únicas amigas, tinha Shion que frequentava o mesmo clube de fotografia, e Gina, do curso de francês. Porém, com elas, Hinata se sentia melhor.

—Tenho que ver um pijama novo —Ino comentou naquela ensolarada quinta-feira. O sorvete derretia dentro do potinho. A sorveteria estava calma, a maioria dos alunos estavam em casa ou no shopping.

—Eu preciso ver os filmes de terror que vamos ver —Temari retrucou, piscando e balançando os cabelos, para se livrar dos fios que caiam em seu rosto. Sakura abriu um sorriso sujo, ela sempre se lambuzava de sorvete, principalmente o de morango, seu favorito.

—Filmes de terror, pijamas novos... vamos fazer como nos filmes? —Pedindo para Hinata segurar sua casquinha, Sakura arrumou o cabelo e limpou o rosto olhando na tela do celular. —Vamos ter aquela famosa guerra de travesseiros com chuva de penas?

—Talvez —o grupo riu.

—Eu não sei se tenho um pijama próprio para isso —Hinata corou.

—Qualé! —TenTen revirou os olhos. —Só a Ino acha que há um pijama próprio para isso. De qualquer forma, não pode ser mais estranho que o meu do Bob Esponja.

—Verdade —Ino jogou fora o pote. —Não há nada mais broxante que o Bob Esponja e aquela risada dele.

—Gosto de Bob Esponja —Sakura respondeu. —E de My Little Poney também. Meu pijama é da Celestia.

—Quase tão broxante quando Bob Esponja —estreitou os olhos para Ino, jogando um dos guardanapos.

—Bem, o meu é um Baby Doll normal, preto e lilás. —Hinata confessou. As outras riram.

—A mais normal daqui —Temari piscou para ela. —Enfim, acha que há uma probabilidade dos meninos nos espiarem?

—Não duvido nada —Ino revirou os olhos. —Seu irmão é daqueles que quer ir.

—Naruto provavelmente é o segundo da fila! —TenTen zombou.

—Neji deve aparecer para saber o que eu estou fazendo, e para espiar a TenTen —Hinata arriscou a piada. Caíram quase todas na risada, TenTen ameaçou jogar seu sorvete de chocolate em Hinata.

—Seu primo é um porre!

—Mas tem um lindo peitoral —Sakura comentou, piscando sapeca. —E cabelos longos... e olhos muito bonitos. É educado, gentil e inteligente também. —Era uma provocação, mas Hinata sentiu uma pontinha de inveja de ver alguém falando assim de Neji. —Vou desistir do Sasuke e investir no Neji, o que acham?

 —Que Sakura Hyuuga soa bem —Temari também entrou no jogo. Ino sorriu maldosa:

—Serei a madrinha mais linda.

—A família adoraria ter alguém como você, Sakura —Hinata foi firme. TenTen realmente pareceu não ligar e, na visão de Hinata, poderia ser legal. Talvez Neji fizesse bem a Sakura, como nem Ino muito menos Sasuke poderiam fazer.

—Neji é um pouco possessivo demais para mim —TenTen finalmente disse algo, suspirando. —Eu concordo que ele pode ser maravilhoso em alguns aspectos, mas é exagerado em outros tantos que mal consigo me imaginar com ele.

—Sei —Temari estreitou os olhos para ela. —Enfim, eu acho que poderíamos fazer uma lista de filmes e doces para levarmos para a festa. —Elas assentiram, a mudança de assunto foi bem-vinda. Depois de algumas risadas e de terem decidido os comes e bebes e até os filmes, cada uma ficou encarregada de comprar ou fazer algo. Sakura ficou de alugar os filmes, Hinata levaria uma torta, Temari e TenTen comprariam salgadinhos e bebidas, e Ino disse que pagaria uma pizza e o café da manhã do dia seguinte.

 

(...)

 

Quando o fim de semana chegou e Hinata disse aos pais que iria a casa de uma amiga passar a noite, as coisas não ocorreram exatamente como ela esperava. Hinata imaginava uma negativa alta e clara, mas recebeu um sorriso e a aprovação dos pais.

—Bem, você vai sozinha ou quer que eu te leve? —O pai de Hinata perguntou quando a menina surgiu na sala com uma mochila nas costas. —Acho que já é um pouco tarde para você ir sozinha.

—Não exagere, Hiashi —a madrasta de Hinata, Amaya, disse sorrindo. —Ela já é uma moça e, admita, uma bela moça. Quem sabe um menino não a leve até essa festinha?

—Não vou sozinha, papai —ela engoliu saliva e, corada, disse: —Uma amiga vem me buscar. E Amaya, não terá meninos na festinha.

—Oh, é a típica festa do pijama? —A morena assentiu. —Bem, viu, ela vai estar ao redor de várias meninas. Relaxe, homem —a campainha tocou, anunciando que Sakura já devia estar lá fora a esperando.

—Será sua amiga? —Hinata sacou o celular e viu a mensagem de Sakura, que dizia que ela já estava ali a sua espera.

—Sim, é a Sakura.

—Eu gostaria de conhece-la —pediu a madrasta. —Ela é, tecnicamente, a primeira amiga que aparece aqui na mansão que não veio para fazer trabalho com você.

—Vou pedir para ela entrar —Hinata sussurrou, corada. Deixando a mochila sob o sofá branco, a Hyuuga caminhou até a porta e abriu para a Haruno.

—Oi —foi recepcionada pelo sorriso de Sakura. Aquele de lado a lado do rosto, o que era impossível de não corresponder. —Já está pronta?

—Oi, estou sim. Meus pais pediram para que você entrasse —Sakura soltou uma risadinha e assentiu.

—Vamos, estou curiosa quanto a seus pais —Hinata guiou Sakura pelo corredor branco e longo que dava para a sala. O lugar era bonito e simples: havia um par de poltronas brancas, um grande sofá da mesma cor, na parede cinza uma televisão grande num móvel preto e grande. No sofá, os pais de Hinata.

—Olá —acenou para eles. O pai de Hinata primeiro fitou os cabelos rosados, depois olhou a menina de cima a baixo. A saia plissada azul, a blusa de botões social e branca e o blazer azul por cima. Hinata a analisou também, e tomou conta que jamais viu Sakura vestida tão formalmente. Ela não costumava usar o uniforme da escola completo. A mochila preta também não era a mesma do colégio. —Sou a Sakura.

Sem vergonha alguma, Sakura andou até os pais de Hinata e estendeu a mão em comprimento. O aperto firme de seu pai não foi surpresa para Hinata.

—Hisashi Hyuuga, é um prazer.

—Você vai para uma festa vestida tão formalmente? —Sakura abriu um pouco mais o sorriso e depois disse:

—Acabei de voltar do meu emprego, por isso estou vestida assim —Hinata arregalou os olhos, não sabia que Sakura trabalhava.

—Você trabalha? —O sr. Hyuuga pareceu feliz em saber daquilo.

—Sim —assentiu. —Trabalho como secretária de meio período numa firma de direito daqui da cidade. Aos sábados eu trabalho o dia inteiro —explicou a rósea.

—Bem, Sakura, sou Amaya —ela ficou de pé, abraçando a jovem. —A madrasta de Hinata.

—Bem, como eu disse, é um prazer. Mas ficaremos atrasadas se não partirmos agora, e Ino detesta atrasos —Sakura pediu e, agora sim, estava constrangida. O olhar de orgulho e felicidade do sr. Hyuuga a deixou assim.

—Se preferirem, posso levar as duas de carro —Hinata estava prestes a negar, quando Sakura disse:

—Bem, seria muita gentileza a sua. Ainda mais que está prestes a chover. Mas não há muita necessidade, Ino mora há algumas quadras daqui.

—Ora, não posso deixar as duas andarem sozinhas pela rua nesta hora —ainda eram seis horas e o sol só não se punha porque as nuvens não deixaram que ele aparecesse naquele dia. —A chuva vem se anunciando já tem um dia, quando cair, será forte. E se vocês a pegarem no caminho, chegaram lá não só ensopadas como também podem acabar doentes.

Olhando por aquele lado, o pai de Hinata tinha razão. Sakura olhou para a nova amiga, perguntando com o olhar se devia aceitar ou não. Hinata disse: —Bem, acho que vamos aceitar, então, papai —os três, que mantinham o olhar sobre a Hyuuga, sorriram com aquela afirmação. O caminho foi silencioso. Hinata estava no banco do carona com seu pai, fitava vez ou outra Sakura, que estava entretida com o celular. Quando Sakura cutucou Hinata, indicando a casa amarela, a Hyuuga disse: —Pai, pode parar, é ali —Hiashi parou na frente da casa da Yamanaka, sorrindo para as duas.

—Se quiserem, amanhã posso busca-las —Sakura sorriu, assentindo.

—Seria bom, senhor Hyuuga, mas creio que não há essa necessidade —Hinata se despediu do pai com um beijo na bochecha, Sakura acenou para ele. —Seu pai parece super-protetor.  —Disse enquanto abria o portão da casa de Ino.

—E ele é —reafirmou, assentindo. Apertou a alça da mochila firmemente. —Tenho certeza que ele só me deixou vir porque Amaya falou um monte na cabeça dele.

—Sua madrasta parece legal —Sakura sorriu, enquanto começava a mexer na mochila.

—Ela é —ia tocar a campainha, mas Sakura enfiou uma chave na porta antes mesmo de Hinata conseguir. —Você tem uma chave daqui?

—Eu venho muito aqui, sabe —Sakura coçou a cabeça. —Ino é emancipada dos pais, e eu e meus pais estamos entrando no processo de emancipação, por isso eu e ela decidimos que poderíamos morar juntas depois que tudo terminasse. —Hinata não soube explicar, mas se sentiu um pouco enraivecida com isso.

—Ino também tem um emprego na firma de advocacia que você trabalha? —Sakura não havia aberto a porta ainda, e retesou o corpo quando Hinata afirmou aquilo.

—Olha, queria pedir desculpas, mas eu meio que menti para seus pais —ela coçou a bochecha, fazendo uma carinha de quem havia aprontado das grandes. Hinata franziu o cenho. —Eu e Ino trabalhamos num Maid-café. Ás vezes, alguns clientes que marcam, pedem para serem atendidos por meninas vestidas de secretárias, entende? —Inicialmente, Hinata ficou um pouco chocada de Sakura se submeter a isso, depois ela também ficou chocada por Ino também o fazer.

—Os pais de Ino são uns dos mais ricos da cidade! —Grunhiu. —Os seus também! —Sakura baixou o olhar, sabendo o que ela estava insinuando.

—Ino quer fazer moda, e não seguir o ramo da família e ser médica —Hinata entendeu. —E sim, é o mesmo comigo. Quero fazer artes, ser pintora, meus pais querem uma filha advogada.

—Eu não sabia —sussurrou. O clima tenso pairou entre elas por alguns segundos.

—Só as meninas sabem —abriu a porta e elas finalmente entraram. O hall, assim como a fachada da casa, era amarelo e agradável aos olhos. —Cadê vocês, suas putas?

—Estamos aqui em cima! —Temari gritou. Sakura arrancou dos pés os sapatos e indicou a Hinata para fazer o mesmo. Sem entender muito, Hinata fez o mesmo. Sakura tomou das mãos de Hinata a mochila e a colocou na mesa do canto, pegou a mão da morena e a guiou, correndo pelas escadas, até a sala de onde a voz de Temari vinha. A casa tinha vários cômodos e Hinata se perguntou como o salário de Ino sustentava a casa.

Uma das várias surpresas da noite apareceu na frente delas duas. Era um quarto amplo, com tapete felpudo e azul, uma parede era toda em espelhos, com uma barra de metal na frente e sem tapete por alguns metros, um sofá turquesa dividia o espaço de onde parecia uma sala de dança. Num canto, em frente a enorme janela envidraçada, estavam sapatinhas pretas e básicas, e uma rosa de ponta. Ino dançava?

—São da outra garota, a Karin, e do Deidara —Temari respondeu, enquanto mexia na fiação da televisão. —Karin dá aula de dança e Deidara mantém a forma assim.

—Eu gostaria muito que o Deidara e o Sasori não deixassem a cozinha parecendo uma loucura depois que fizessem algo para comer —Ino murmurou, surgindo de trás do balcão do outro lado. —Oi, meninas —ela deixou o pote que trazia no balcão de granito e andou até as duas. Deu um abraço formal em Hinata e apertou Sakura até não querer mais. Outra vez, a pontada surgiu.

—Saiu do trabalho agora? —TenTen surgiu de outra porta, provavelmente o banheiro. Estava vestida num pijama velho do Bob Esponja. Sakura somente assentiu.

—Vá tomar um banho! E você —Ino apontou para Hinata. —Vá trocar de roupa no meu quarto! —Sakura riu e foi para o banheiro.

—Ei, espera, seu pijama não está na sua mochila? —Hinata perguntou antes que Ino a puxasse escada abaixo.

—Não —Ino respondeu. —Um dos pijamas da Saky sempre fica aqui em casa! —O quarto no qual Hinata entrou era roxo, lilás e rosa. A cara de Ino, valia ressaltar. Não sabia porque, mas se sentiu um pouco enjoada entrando ali, em meio as cores tão femininas e ursinhos de pelúcia. Com uma maldade que não pode explicar, pensou que era o quarto de uma criança. —Eu sei, é um pouquinho infantil. Mas eu sou infantil, então... —ignorou o sentimento que teve depois que Ino saiu do quarto para ela se trocar.

Demorou para subir, não porque estava com vergonha de a verem de pijama curto, o baby-doll preto e lilás rendado de sempre, mas sim porque uma foto na mesinha de cabeceira de Ino lhe chamou a atenção. Não eram como as outras que estavam ao redor, não: era uma foto de Ino e Sakura sozinhas, abraçadas, quando os cabelos de Sakura estavam longos e, numa trança, uniam-se aos loiros de Ino.

—Seria um contraste mais bonito se fosse com os cabelos escuros, como os de TenTen ou os meus —afirmou. Contudo, não podia negar que as cores pasteis dos dois ficavam bem juntos. Depois que colocou o enorme e belo porta-retratos de volta ao lugar, se perguntou o que era aquele sentimento. Jamais teve uma amiga tão chegada como Sakura, e mesmo a conhecendo há apenas uma semana, já sentia que ela era uma grande amiga. Ciúmes de amiga, constatou.

Saiu do quarto e aproveitou para pegar sua mochila e a de Sakura.

—Eu não acredito que fizeram isso! —Temari guinchou.

—Mas fizemos —era a voz de Sakura, cortada por risadas dela e das outras. —Ah, demorou, hein! —Sakura exclamou quando Hinata surgiu com as mochilas. —Pera, vou te ajudar —se levantou e pegou as mochilas das mãos de Hinata. Depois, analisou o pijama da morena. Sorrindo, disse: —Tem bom gosto! —Hinata corou, olhando também para o de Sakura. O pijama consistia numa calça rosa de bolinhas verdes e uma blusa com uma coelhinha branca com laços rosa acenando.

—Eu também gostei do seu —murmurou.

—Hei, cambada, vamos ou não ver o filme? —Temari também já havia se trocado e usava um pijama azul marinho listrado de preto.

Sentaram-se em um semicírculo, o filme se iniciou. Não era de terror, Ino disse que jogaria Temari da janela se o filme fosse de terror. Optaram por uma comédia romântica com Ryan Reynolds. Três Vezes Amor.

Enquanto Ino ria e chorava, Temari e TenTen mandavam mensagens e riam uma com a outra, um tipo de segredo compartilhado somente entre as duas. Já Sakura e Hinata viam o filme mais tranquilamente que Ino, mas sem ignorar como a outra dupla. No momento final, quando o personagem de Ryan se declara para a mãe de sua filha, aí sim Hinata e Sakura deixaram uma lágrima de felicidade cair.

—O que vocês veem nesse tipo de filme? —Era uma voz masculina, vinda do outro lado da sala. Era um garoto magro, de cabelos ruivos bagunçados e olhos castanhos indiferentes. Ele era bonito e usava roupas manchadas de tinta e argila; a regata branca estava imunda de tinta azul, rosa e amarela, assim como a bermuda, e essas cores fortes eram realçadas pelo tom terroso da argila. Pelo visto, o avental creme que estava em suas mãos não havia cumprido seu trabalho direito.

—Não sei —Ino sorriu para ele. Hinata não pode deixar de se cobrir com a manta roxa que havia ali, e se perguntou se aquele era Deidara, o irmão de Ino. Bem, ele nada tinha a ver com ela.

—Sasori, quer vir ver o filme com a gente? —Temari perguntou. O ruivo negou.

—Deidara está me esperando lá embaixo, vamos para meu ateliê —ele declarou, cruzando a sala. —Só vim pegar as sapatilhas dele.

—Leva o rádio com a música também, ele sempre acaba esquecendo disso —o ruivo assentiu para a rosada. —Qualquer dia desses posso ir ver seus quadros e marionetes, Saso? —Os já grandes olhos verdes de Sakura, ficaram ainda maiores com o realce da luz e do brilho que tingiu as íris dela.

—Claro.

—Estão todas vestidas? Não quero acabar traumatizado! —Outra voz masculina surgiu do mesmo lugar que a de Sasori havia surgido. —Ah, estão vestidas, graças a Deus! —Pôs as mãos sobre o peito, suspirando dramática e exageradamente. Esse sim era parecido com Ino: com longos cabelos loiros num tom mais escuro que os de Ino, pele bronzeada, grandes olhos azuis e beleza tão estonteante quanto a do ruivo e da loira. Também usava uma regata, mas essa era azul marinho. Num dos braços, uma tatuagem tribal era exposta. —Pensei que havia me trocado pela minha irmã! —O loiro fez bico.

—Nada disso —Sasori riu, caminhando até o namorado e dando um selinho nele. —Eu não te trocaria pela Ino.

—Eu sei, ela é minha cópia fracassada, afinal —sorriu zombeteiro para Ino, que em resposta jogou o cabelo de forma teatral.

—Só porque é o mais velho, não significa que eu sou a cópia, afinal, tenho esse penteado muito antes de você! —Talvez ela dissesse isso baseado na franja loura que caia sobre um dos olhos dele.

—Mesmo assim, ele não me trocaria por você. Pela Sakura talvez, mas não por você, que nada entende de arte —piscou para ela novamente.

—Entendo o suficiente para saber que sou uma obra de arte! —Fez pose, deslizando as mãos por seu corpo. Hinata não soube porque, mas admirou o corpo de Ino. Se tocando disso, olhou para Sakura, procurando ver se ela também observava a loira. Encontrou-a se remexendo de tanto segurar a risada, sorriu com isso.

—Arte abstrata —Deidara caçoou, se virando para sair.

—Idiota! —Gritou a loirinha, jogando o controle remoto na cabeça do irmão, ou tentando, porque o controle passou longe da cabeça dele. Sasori pegou o controle e jogou de volta para Temari.  Deidara e o namorado desceram as escadas rindo das pragas de Ino.

—Péssima de mira! —Temari exclamou rindo.

—Bem, pelo menos ela é melhor que você na cozinha —TenTen cutucou a ferida de Temari. —Sabe, Shikamaru adora a comida da Ino.

—Não fale do que não sabe! —Jogou um travesseiro contra a morena. A briguinha de travesseiros entre as duas se iniciou. Aquela insinuação, inicialmente, tinha ferido Temari, mas depois a briga se tornou engraçada.

—Devíamos para-las? —Hinta perguntou, segurando a risada.

—Não até que saia sangue —Sakura piscou para Hinata, que riu com isso.

—Acho que deveríamos nos unir a elas —Ino sorriu marota, entrando na briga de travesseiro, acertando a cabeça de TenTen. Sakura acabou entrando na brincadeira e depois Hinata se sentiu melhor para entrar na roda. A chuva de penas, típica de filmes, não ocorreu. Mesmo assim, foi divertido brincar daquela forma.

Jogada na cama provisória, Ino rolou para longe delas, rindo. Sakura se jogou no sofá e TenTen caiu sobre um dos travesseiros, mesmo que o som oco de cabeça batendo no chão e o resmungo da morena mostrasse que a queda não havia sido amortecida, Temari ainda assim fez o mesmo.

—O que fazemos agora?

—Conversamos sobre os meninos —o sorriso malicioso de Ino foi dado para Hinata. Provavelmente, era porque Ino não sabia quem era o garoto por quem ela havia se apaixonado.

—Vai sugerir o jogo da garrafa, né? —A pergunta de Temari era carregada de malicia e ironia. Ino revirou os olhos e negou.

—Não —Ino indicou com as mãos, dizendo para que elas se sentassem em círculo. —Eu estou namorando —a afirmação chocou, inicialmente. Ninguém esboçou nenhuma reação. Hinata buscou o olhar de Sakura, e se aliviou ao ver o sorriso enorme e verdadeiro desenhar os lábios dela.

—Com quem?

—Aquele estudante de artes plásticas que estuda com o Sasori —Ino enrolou uma mexa de cabelo, olhando para o nada. —Sai Sasaki.

—O Gaara sabe sobre isso? —Temari ficou séria, o clima ficou pesado do nada. Hinata não havia entendido inicialmente, mas depois de reanalisar como o ruivo lidava com a loira, soube o motivo da irmã dele fazer essa pergunta.

—O Gaara ficou um ano me enrolando, Temari —Ino endureceu as expressões. —Eu fiquei um ano na dele, querendo ficar com ele. Você sabe que desde pequena eu queria isso. Mas ele, desde os 13 anos, mudava mais de namorada do que de roupa!

—Ino tem razão —TenTen afirmou, apoiando a amiga. —Aliás, tem tanta razão que a Sakura deveria seguir o exemplo dela.

—Vocês sabem e eu voltarei a repetir: só vou desistir do Sasuke quando me apaixonar por outra pessoa.

—Não importa o quanto ele te fira —Ino emendou.

—Não importa o quanto ele te ignore —Temari também o fez. —Você só vai deixa-lo quando outro te conquistar. —Hinata ficou perdida.

—Exatamente. —Acalmando o assunto Uchiha, o assunto do namoro de Ino recomeçou. Temari olhou para a amiga, Ino fazia a mesma coisa, esperava uma reação de Temari.

—Vou te apoiar nessa porque sei que vocês têm razão.

—Ótimo! —Ino bateu palminhas. —Nessa semana eu vou apresentar vocês a ele!

—Opa, ele terá que passar pelo teste das melhores amigas? —Sakura abriu um sorriso maldoso.

—Sim, terá —Ino revirou os olhos. —Mas vamos mudar de assunto, porque eu quero saber quem é o garoto da Hinata, ou melhor, ouvir isso da boca dela. —Sakura olhou para Hinata, rindo baixinho, as outras fixaram seus olhos nela também. Houve silêncio enquanto Hinata corava e tentava formular uma frase.

—Naruto —o murmúrio fez Ino e as outras saltarem de felicidade.

—Eu sabia! Vocês ficariam fofos juntos —Ino declarou, mesmo que para Sakura aquilo não tenha soado tão verdadeiro assim. Encontrou aquela pontinha do tom que Ino tinha sempre quando queria arrumar alguém para a rósea. Sakura  Hinata coraram, Hinata parecendo ter sido despejada em tinta vermelha, Sakura com um leve rubor. Viria plano de Ino pela frente, Sakura sabia!

—Vamos assistir mais um filme e terminar a pipoca? —Sakura sugeriu. Ino estreitou os olhos, bem como TenTen e Temari.

—Espera, é só isso? Não vão insinuar nada entre eu e Neji?

—Não há o que ser insinuado —Ino declarou, pegando o controle e colocando outro filme. —Vocês estarão juntos num futuro bastante próximo. —Sorriu zombeteira. —E a Temari ficará linda do lado do Shikamaru.

—Oh, não! Aquele preguiçoso não! —Temari se jogou para trás, apoiando a cabeça no sofá.

—Oh, sim, aquele preguiçoso sim! —As outras disseram juntas, até Hinata não se conteve e riu da cara da Sabaku no. —Ele e você terão filhos, e eu serei uma das madrinhas —Ino continuou, com um ar solene de quem sabe o que fala.

—Não, somos muito diferentes.

—São muito parecidos em outros aspectos também. —TenTen argumentou.

—Está do lado de quem? —A voz de Temari ficou fina e esganiçada enquanto jogava um punhado de pipoca no rosto da amiga.

—De quem está com a verdade, no caso, a Ino!

—Droga —afundou o rosto no seu travesseiro. —Eu posso até gostar dele, mas ele nunca vai gostar de mim. Eu não sou aquelas menininhas intelectuais com quem ele costuma sair. Não uso saia lápis e não tenho notas boas em matemática. Também não leio aqueles livros difíceis e não faço ideia daquelas coisas sobre Freud. 

—Ahn, Temari, Freud era um psicanalista, não acho que Shikamaru esteja, no ensino médio, estudando isso, e mesmo se ele estudasse, não é sua obrigação saber — Hinata corrigiu, Temari abriu um dos olhos para ver Hinata, depois disse:

—Viram? Hinata é mais o estilo dele: fofinha, bonita, delicada e inteligente.

—Hinata é o tipo de todo mundo —Sakura corrigiu. —Ela é quase tudo que um garoto quer numa só menina —é claro que Hinata voltou a ficar corada, murmurando um agradecimento.

—É, mas eu tenho planos e é bom vocês não vão atrapalha-los. Temari, aquieta o cu e não seja tão depreciativa. Você é incrível do jeito que você é.

—Me sinto depreciativa quando estou do lado dele —sussurrou.

—É, a merda do amor causa isso —Sakura murmurou.

—A merda do amor e das visões estereotipadas da sociedade —TenTen disse.

—Lá vem você e suas ideias anarquistas! —Ino revirou os olhos.

—TenTen tem razão em ver a sociedade dessa foram, eles estereotipam tudo! —Hinata concordou com a outra.

—Bate aí, menina! —Deram um toque de mãos. A cada minuto, Hinata se sentia mais à vontade com elas.

—Droga, são meus pais —Sakura disse, olhando o celular e se levantando para atender. —Já volto.

—Que tipo de merda vocês acham que eles vão dizer para ela? —Temari perguntou, seguindo Sakura com o olhar, até a janela afastada dali.

—Que nós somos companhias erradas, que vamos leva-la para o mal caminho e que ela deveria ir para casa e desistir da ideia de ser aquilo que ela mais quer ser —Ino narrou, numerando tudo com os dedos. Hinata ficou de pé, indo atrás dela. —Não, Tema, deixa a Hina lidar com isso, ela é a mais fofa de nós. Vai saber o que falar —Hinata duvidava disso, mas admirou um pouco Ino por isso.

Não dava para ouvir direito o que os pais de Sakura diziam, mas uma frase soou clara para Hinata: Nós já te aceitamos, mesmo com o fato de você gostar de meninas também, mas não podemos aceitar o fato de você ficar com essas meninas, que não terão um futuro e que querem tirar você de nós. Volte para casa e desista dessa ideia de ser artista, Sakura.

A rósea não respondeu, apenas desligou na cara deles. Um muxoxo fraco chamou a atenção de Hinata, e quando ela puxou Sakura para um abraço, viu as lágrimas que queriam cair.

 —Você é uma pessoa incrível —foi tudo o que disse. Naquele momento, soube que Sakura era incrível em aspectos que ela nunca imaginou. —Fico feliz em ter você como minha primeira amiga.

Quando os braços de Sakura enlaçaram a cintura e o pescoço de Hinata, a Hyuuga sentiu o coração de Sakura a mil. Era reconfortante saber que não era somente o seu que batia desesperado.

—Hei, vou voltar o filme para a gente ver desde o início! —Ino declarou alto para as duas. —Venham aqui, vamos ver Titanic!

Se separaram e sorriram uma para outra. Hinata soube, com aquele sorriso que trocaram, que sempre estariam ali uma para outra. E foi ali, vendo que até mesmo Sakura podia ser frágil, que uma chama bem quente dominou seu coração. 


Notas Finais


E é isso. Um dos maiores capitulos da fic. Espero que gostem!
Ah, gostam de zombies?
Se sim, deem uma olhadinha nessa fic para dar uma moral a uma amiga minha!
https://spiritfanfics.com/historia/o-inicio-de-um-legado-6603760

Beijos!


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