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História Conversa Particular - Capítulo Único - Prequel de Minnies Coffee Shop


Escrita por: UliEvee

Notas do Autor


Bem... Essa história se passa antes das visitas do Jongdae à famosa cafeteria de Minseok e todo o universo que ronda em MCS.
Para ser sincera, essa OS era para ser a minha fic do projeto You Are The One, mas acabei mudando um pouco o contexto.
Sem delongas, boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único - Prequel de Minnies Coffee Shop


Um dia antes...

_ Prometa-me que não contará a ninguém o que viu, Kris.

Dei mais um trago no cigarro e soprei a fumaça para fora do quarto, enquanto encarava o céu estrelado de Seul.

Ainda que fechasse os olhos, ainda que tentasse esquecer, ainda que implorasse para que não pensasse mais naquilo, não havia como afastar as lembranças do garotinho de bochechas grandes, olhos de gato, visivelmente tonto e com o nariz sangrando.

Não havia como esquecer de Minseok suplicando para que eu não contasse nada aos garotos.

Não havia como esconder a dor em meu peito ao vê-lo tão frágil.

Desviei a atenção para o celular em minha mão e apertei o botão de discagem rápida, colocando o aparelho no ouvido.

Mais um trago e apaguei o toco, deixando-o no cinzeiro.

_ Alô? – murmurou a voz suave na outra linha. Involuntariamente, um sorriso transpareceu em meus lábios. Como é possível eu me derreter por aquele timbre calmo e apaziguador? – Alô?

_ Eu te acordei, Hyung? Você estava dormindo?

_ Kris? Ah... Ah, meu Deus!... Você... Como... – gaguejou ele, e, pelo que percebi, estava animado. – Que bom ouvir sua voz!

_ Posso dizer o mesmo, Hyung. – suspirei. – Eu devia ter ligado mais cedo, não? Você podia estar dormindo...

_ Não, imagina! Eu estou muito feliz que tenha me ligado... Você... Você chegou hoje em Seul?

_ Na verdade, cheguei ontem. Eu... Queria saber como você está.

_ Eu... – e, por alguns minutos, ficou em silêncio. – Eu ainda estou na mesma.

Ele não removeu o tumor.

_ Mas, a medicação está ajudando. – garantiu.

_ Não é a mesma coisa. – suspirei.

_ Kris...

_ Você sabe que a melhor solução é fazer a cirurgia!

_ Vamos ter mesmo essa conversa? – questionou.

_ Até que entre em sua cabeça e você perceba a merda que está fazendo, sim. – rebati.

Silencio na outra linha.

_ Certo... Por que não conversamos cara a cara? – sugeriu. – Eu vou lhe passar o endereço da minha loja.

Às pressas, procurei por uma caderneta e anotei o endereço ditado pelo mais velho, agradecendo e desligando em seguida.

Em poucos minutos, vesti um casaco de frio, coloquei as carteiras – de dinheiro e de cigarros –, o celular e as chaves do quarto de hotel nos bolsos e rumei para fora do prédio.

Sem esperar muito, peguei um táxi, ditando o lugar que queria ir e respirei fundo, encarando a noite pouco movimentada pela janela do veículo.

Durante esse período, fiquei pensando na possível conversa que teria com o mais velho.

Com certeza, Minseok não me ouviria.

E nem diria aos outros sobre seu problema.

Então...

Por que não o convenci antes?

_ Aqui estamos, senhor. – desviei os olhos para a frente do estabelecimento e engoli em seco.

Dei-lhe algumas notas e desci do taxi.

Em silêncio, assisti o veículo partir e virar na esquina, ao que minha atenção se voltou para a porta de vidro.

A hora é agora, Kris.

Mais alguns minutos se passaram até que a porta da cafeteria se abriu, revelando um sonolento, mas contente rapaz que se aproximava devagar, olhando-me de forma atenta.

E, contra a minha vontade, eu me perdia no meio daqueles mares escuros e profundos.

_ Hyung... – murmurei.

Ainda não acredito que ele é mais velho do que eu.

_ Yifan. – disse Minseok, mostrando seu sorriso gengival. – Por que não entra? Está frio aqui.

_ Por que continua tomando os remédios? Eles não adiantam de nada.

_ Tudo bem. – suspirou, rindo. – Quer mesmo que eu haja como o seu hyung? – e estreitou as sobrancelhas como se estivesse com raiva. Prontamente, o tampinha apontou para a porta. – Já para dentro! Não vê que se ficar aqui, vai acabar adoecendo?

Bufei, revirando os olhos e balancei a cabeça, caminhando devagar para dentro da loja.

Admito que ele fique fofo com essas bochechas infladas.

Parece até uma criança de seis anos quando está chateada por não conseguir ganhar aquele sorvete gigante do pai.

No entanto, no segundo em que me virei para vê-lo fechar a porta, seu corpo quase tombou no chão se eu não tivesse o segurado a tempo.

Meus joelhos latejaram contra o impacto do piso de cerâmica, mas minha atenção estava focada ao rosto suado e cansado do mais velho.

Chamei por Minseok, dando leves tapinhas em seu rosto e o fazendo acordar.

_ Calma... – murmurou, sorrindo de leve. – Eu estou bem.

_ Seu nariz... – e virei o rosto. – Está sangrando de novo.

_ Desculpe... – sussurrou, conseguindo ficar de pé e ergueu o rosto para o alto, a fim de estancar o sangue.

Observei-o andar até o balcão e pegar alguns lenços, limpando o rosto.

Suspirei, levantando do chão e caminhei até si, ajudando-o em seu trabalho.

Novamente, aqueles olhos felinos me encararam longa e demoradamente, como se esperasse alguma reclamação de minha parte.

Se ele sabe que eu vou brigar...

Por que continua sendo teimoso?

_ Pronto. – falei, juntando os lenços sujos.

_ Obrigado. – agradeceu com seu ar infantil. – Kris...

_ Não começa. – rebati, fuzilando-o com os olhos. – Você sabe que está doente. Sabe que se não fizer a cirurgia, vai acabar morrendo e, mesmo assim... – sem perceber, meu tom subiu algumas oitavas. – Ainda continua agindo como se nada estivesse acontecendo?!

Minseok permaneceu em silêncio por longos minutos, apenas me encarando e um suspiro arrastado abandonou seus lábios.

_ Você contou a alguém? – murmurou.

_ Ninguém sabe até agora. – falei.

_ Obrigado por manter segredo. – sorriu de leve.

_ Você sabe que manter isso guardado vai só piorar, não sabe? – lembrei-o.

_ Sei. – assentiu.

_ E você chegou a contar isso para alguém?

_ Não, Yifan. – negou. – Nenhum dos garotos sabem...

_ Nem o seu querido Jongdae?

Subitamente, os olhos de gato do mais velho se desviaram para os meus semelhantes com o terror estampado neles.

Eu conhecia o menor o suficiente para saber que ele era apaixonado por uma das crianças da Beagle Line, assim como também sabia que Jongdae e ele eram muito mais próximos do que todos os outros.

_ Você nem contou a ele. – balancei a cabeça.

_ Jongdae não precisa saber disso.

_ Como é? – bufei rindo. – Minseok, você... Você vai mesmo esconder isso do Jongdae? Logo daquele que seu coração bate mais forte?!

_ Se for para o bem dele...

_ ISSO NÃO É PARA O BEM DELE E NEM PARA O SEU! – berrei, vendo-o virar o rosto. – Quantas vezes preciso repetir que...

_ Fume um cigarro. – ditou, afastando-se e entrando na cozinha.

Bati no balcão, sentando-me na banqueta alta e retirei um cigarro da carteira, acendendo-o em seguida.

A cada trago, mais meus ânimos conseguiam se acalmar – apesar de minha mente fervilhar –, fazendo-me observá-lo de longe, enquanto Minseok preparava uma xicara de café.

Assim que dei meu último trago, apaguei num guardanapo, empacotando-o e coloquei dentro do bolso do casaco, ao mesmo tempo que o castanho se aproximava devagar.

_ Se sente melhor? – sorriu de leve, servindo-me uma xícara, ao que arqueei uma das sobrancelhas.

_ Me sentiria melhor se você contasse a eles.

Em resposta, Minseok sorriu e tomou um breve gole de café.

Suspirei, soprando a fumaça da xícara e beberiquei a bebida, pousando o objeto de porcelana sobre o pires.

_ Conte a verdade. – supliquei, sem encará-lo. – Eles podem ajuda-lo.

_ Por que está sempre reclamando, Yifan?

_ Eu estou sempre reclamando por que você é muito teimoso! Não conta a ninguém sobre seu tumor, nem mesmo a Jongdae...

_ Luhan está suspeitando. – sussurrou.

Devagar, virei minha atenção para seu rosto tristonho, enquanto uma lágrima solitária escapava de seus olhos de gato.

_ Eu estava conversando com ele nesses últimos dias... – fungou. – E... Deus! Eu sei que ele suspeita. E-eu...

_ E por que não contou?

_ Por que eu não posso. – e me encarou, choroso. – Yifan, entenda. Eu não posso ser um peso morto para vocês. Eu não posso enchê-los de preocupação. É por isso que eu não contei a ninguém! E... Nem era para você saber. – logo, virou o rosto. – E-eu... Eu fui descuidado naquele dia. Eu sabia que, em algum momento, seria pego por vocês, mas... Eu tentei esconder.

_ Sabe de alguma coisa dos outros? – questionei.

_ Eu... – e respirou fundo. – Eu falei com a Sra. Ho hoje de manhã...

_ Sra. Ho?

_ A governanta de Jongdae. – explicou. – Ela me disse que ele estava em Londres.

_ Sente falta dele?

_ Muito. – e um sorriso tímido transpareceu seus lábios. – Mas... Eu estou com medo.

_ De contar a verdade e ele ficar puto? Por que ele vai ficar furioso quando souber...

_ De morrer antes de me declarar.

Pisquei confuso, vendo-o fitar a xícara longamente, enquanto o silêncio preenchia o local.

Deixa eu ver se entendi: de todos nós, Minseok foi o único que nunca se declarou para aquele que estava apaixonado?

O castanho, gradativamente, levantou os olhos e sorriu fraco, sem pronunciar mais uma palavra.

_ Por que nunca se declarou? – questionei.

_ Por nada. – desconversou. Rapidamente, olhou para o relógio de pulso e fingiu surpresa. – Olha a hora! Já está muito tarde. Eu... Não queria fazer isso, Yifan, mas...

_ Por que nunca se declarou, Minseok? – cortei-o, segurando seus ombros. O menor me olhou por alguns instantes e baixou a cabeça. – O que estava te impedindo?

_ Luhan... Você... Os outros garotos...

_ Nós não...

_ Vocês sempre apareciam para desabafar quando o peso em seus ombros se tornava insuportável. – ditou. – E tudo o que eu podia fazer era ouvir. Ouvir, e tentar aconselhar da melhor forma possível. – por fim, me encarou. – Mas... Nunca ninguém parou para me ouvir. Nem... Sequer me perguntaram o que eu tinha, ou o que eu gostava...

_ Nós sempre perguntamos se você estava bem. – murmurei. – E você sempre dizia que sim!

_ Eu mentia... Por que eu sabia que vocês ficariam preocupados demais. – chorou. – Eu queria contar tudo à Jongdae, mas... Eu também tinha medo dele descobrir sobre a minha doença.

_ Ainda acho que você devia ter contado.

_ É melhor você ir, Kris. – e soltou-se de minhas mãos. – Vá para casa. Eu preciso dormir um pouco.

_ Então... Quando irá contar a verdade para o Jongdae?

_ Não irei. – negou, se virando de costas.

_ Minseok...

_ Já pode ir, Kris. – resumiu. – Tenha uma boa noite.

E, mesmo relutante, fiz o que me pediu.

Deixei o estabelecimento em poucos minutos e caminhei pelas ruas frias de Seul até o hotel onde estava hospedado.

No meio do trajeto, peguei meu celular e enviei uma mensagem para todos os rapazes.

“Tem alguma coisa errada com o Hyung. Visitem-no imediatamente”.

Por fim, escrevi e enviei uma mensagem especial para Jongdae.

“Volte para Seul. Minseok está sentindo a sua falta”.

_ Vamos ver se assim, a situação muda. – suspirei.


Notas Finais


Então... Aquele que fez a primeira jogada foi... Wu Yi Fan???
E vocês, o que acharam desse Prequel?
Comentem...


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