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História Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 24 ''Antes do Pôr-do-Sol''


Escrita por: Witchlynn

Notas do Autor


Hey 0/
Tenham uma boa leitura ♥

Capítulo 24 - Capítulo 24 ''Antes do Pôr-do-Sol''


Fanfic / Fanfiction Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 24 ''Antes do Pôr-do-Sol''

Era sábado.

Especificamente, uma tarde de sábado no auge da primavera. Havia flores por todo canto, um céu azul e pássaros cantando na varanda. Cosima estava de folga, a vontade, pôde contar com seus trajes confortáveis; uma blusa cropped estampada de alças finas e uma saia longa. Ah, e um kimono com franjas multicoloridas. Segura essa hippie. 

Após o talharim com abobrinha descer relutantemente por seu estômago, decidiu que - como acordou disposta- começaria a limpeza pela cozinha. Passou pela sala e aumentou o som cantarolando trechos de sua playlist a medida que juntava as roupas espalhadas pela casa.

Como uma típica adolescente cantando e dançando, quase não ouvira o som  de batidas insistentes na porta. Ela abaixou a música e caminhou descalça pelo piso de madeira. 

— Oi. 

— Oi. – Cosima diz surpresa, porém não tanto quando a viu pela primeira vez. Curvou seus joelhos e afagou os cabelos encaracolados de Kira- esta que apesar de manter uma expressão um pouco séria- sorriu. – Hey Kira.

— Não sei porque eu vim... – Sarah balbucia sem jeito.

— Não perguntei. Quer entrar? 

— Eu... Não sei... – Sarah encolheu os ombros.

— Vou deixar a porta aberta... – Cosima conduz Kira até o sofá e liga a tv. 

— É... Cosima? – Sarah chama com cautela. Enfim invadindo seu apartamento e atentando-se a cada detalhe exótico nas paredes decorativas. – Sei que não nos falarmos muito... Mas... – deu uma pausa. Sério, uma lâmpada de lava? Poderia ser mais nerd? Pensou. – Será que você poderia olhar a Kira por algumas horas? Ela não tem escola hoje e acabou que surgiu um imprevisto. Ia pedir pra Delphine, mas ela tem uma cirurgia. – fala tudo muito rápido. – Claro que se você tiver planos... 

— Deixa comigo. 

— O quê?

— Eu disse, deixa comigo. 

— Sério? 

— É, pode contar comigo, eu olho ela. – Cosima responde sem pestanejar. Era o mínimo que poderia fazer, afinal, as células de tronco da garota foram responsáveis por sua cura. Além do que, poderia passar um tempo com Kira.

— Ok. – Sarah entrega um cartão com sua profissão rabiscada e apenas o número em destaque. – Me ligue. Qualquer coisa. Venho o mais rápido que puder.

— Não se preocupe. 

— Ok, obrigada. – Sarah se despede com um beijo nas maças de Kira e um sorriso tímido p/ Cosima. 

Cosima fastou seu notebook e espalhou alguns lápis e papéis pela Escrivaninha. Avisou que iria na lavanderia do prédio e que voltava antes mesmo de terminar seus rabiscos.  Pegou a cesta de roupa suja e caminhou em direção a porta. 

— Hey... O que está fazendo.... – Delphine nem deu tempo de terminar seu pensamento. Cosima largou o cesto e  fora abruptamente surpreendida pelo gesto inusitado da médica. – Aqui. – murmurou entre um suspiro e outro enquanto Delphine distribuía beijos por seu pescoço. – Não tinha uma cirurgia...?

— Foi adiada para o final da tarde – respondeu sem muito importância. Com passeis ágeis a prensou na parede, puxando uma de suas pernas. – Qual o problema Cosima? – provocou mordiscando sua orelha.

— Kira está aqui – gemeu contra seus lábios – Não podemos fazer S-E-X-O  – soletrou – neste exato momento.

— Você soletrou sexo. – Cosima arregalou os olhos escutando a voz da criança. – Tenho 7 anos, já sei ler. – Delphine se separou no mesmo instante.  – Oi, tia Delphine. –  Disse inocentemente hasteando seu braço pequeno e lhe mostrando o desenho que acabara de fazer. 

— Oi Kira – se abaixa ruborizada. – Vamos ver o que você desenhou. – pondera, analisando seus desastrosos traços. – Uau, que legal! Um desenho com detalhes de uma planta de banco.  Garota esperta. – Soltou uma piscadela e afagou seus cabelos. 

— Na verdade... É uma casa com jardim. – Kira corrige indicando os quadrados coloridos. Delphine murmura um penoso ''oh'', tinha certeza que Kira teria outros dons. – Estou entediada. 

— O que você quer fazer querida? – Cosima pergunta gentilmente. – Jogar rpg? – sugeriu abrindo o notebook e deslizando seu dedo pela área de trabalho. – Posso ter ensinar Dragon Age. – anima-se. 

Delphine apoiou-se na parede e  balançou a cabeça negativamente.

— Porque odeia sua sobrinha Cosima?

Cosima gira os olhos. 

— Você tem uma ideia melhor? 

— Batalha de almofadas, bolas de sabão, subir e descer escada rolantes? – Kira balançava a cabeça infinita vezes a cada nova alternativa. – Público difícil esse. 

— Ou... Podemos ir ao parque central e andar de bicicleta. O que acha? – Cosima propôs. 

— Não sei andar direito.  – Kira disse cabisbaixa. Cosima e Delphine entreolharam-se. Dia de sorte.

**

O parque central de Sam's Town era o local mais arborizado de toda cidade, contava com muitas arvores dispersas pelos gramados bem aparados. Pontes maravilhosas e fontes bem conservadas no centro das calçadas.  O tempo agradável atraia muitas pessoas naquela época do ano. Em especial, artistas de rua. 

Kira sentia a brisa agradável brincar com seus cachos leves a medida que pulava alegremente sem soltar as mãos de Cosima. 

Como a cidade contava com uma boa infraestrutura cicloviária, acabaram optando por alugar uma bicicleta. Delphine se encarregou de alugar o veículo de duas rodas e trazer-lo p/ debaixo da sombra das folhas. 

Não demorou muito até que voltasse manobrando uma bicicleta pequena, rosa e com cestinha juntamente de equipamentos de segurança. 

— Pronta para pedalar? – perguntou animada. 

— Ei... – Cosima a chamou discretamente. – Acho que esqueceu de um detalhe, esta bicicleta não tem rodinhas.

Kira deixou bem claro que não havia andado de outra forma. 

— Eu sei... – Delphine respondeu convicta. Achara que usar rodas de apoio não era a melhor forma de ensinar-la.

— Delphine querida, as rodinhas de suporte tornam o processo de aprendizado mais fácil... E seguro. – ressaltou. Obviamente, tinham métodos de ensino diferentes. 

Delphine insinuou que esperasse até tirar suas conclusões precipitadas. 

—  Kira... – Chamou a garota. Ajoelhou-se na grama e a equipou, colocando cotoveleiras, joelheiras e por último o capacete. Certificou-se que estava tudo seguro e deu um joinha. – Você só precisa subir e colocar os pés no chão. Okay? Vou te mostrar como pedalar. – Delphine montou na bicicleta passando uma perna de cada lado e depois recuou. – Viu? Sua vez.

Cosima sentou-se em um dos bancos p/ observar-las. Apesar de não gostar muito da ideia, achara engraçado. Suas pernas compridas numa bicicleta tão minuscula. 

Delphine ajudou Kira a se sentar e manteve uma mão sob o assento e outra do guidão. Kira colocou os pés nos pedais e começou a pedalar devagar.

— Não me solte. – Kira a avisou insegurança. 

— Não vou.  – Delphine a empurrou gentilmente, aumentando a velocidade aos poucos.

— Jura?

— Eu juro. 

Quando Kira equilibrou e sentiu-se mais confortável, Delphine largou a bicicleta e a deixou seguir sozinha. 

— Você soltou! –  gritou desesperada. Estava por conta própria. 

— Está indo bem, continue. – Delphine tentou motivar-la andando ágil ao seu lado. Contudo Kira caiu na prima curva, Cosima levantou-se incrédula e correu até lá.

— Ei, tudo bem. – Cosima manteve seu tom doce para não assustar-la. Tirou a terra de suas roupas e procurou por machucados.  –  Espere aqui, ok? – Prendeu a respiração de raiva e bufou arrastando a médica p/ um canto. – Meu Deus Delphine, como pode? VOCÊ-JUROU!

— É uma técnica de aprendizado. – rebateu ríspida cruzando seus braços sob o peito. – Podemos tentar de novo. – Kira fez um bico gigante, cruzou os braços e ficou emburrada. 

— Viu o que você fez?

— É apenas uma birra Cosima, birra de jardim de infância!

— Ela está com medo.

— Ela tem que tentar de novo.

 — Cuido disto. – Cosima estufou o peito e impediu sua aproximação.  Queria ensinar-la como seus pais a ensinaram. – Tudo bem se Kira não quiser ir de novo... Quando estiver pronta...

 — Isso é fingir que está tudo bem. – Delphine retrucou. O universo não era mágico como idealizava, p/ ela isto era colocar os problemas acima de sua cabeça. – Minha mãe dizia: não aja assim quando ficar com medo, acenda a luz que o medo vai embora...   Ou... Mesmo que congele seus ossos na piscina use sua dor como motivação. 

— O quê? Não... – Cosima franziu a testa contra o sol e torceu de leve o pescoço em sinal de dúvida. ''Sua mãe não pode ter sido tão rígida assim? '' se perguntou. Ou pôde? Delphine sempre aprendeu do modo mais difícil, rígido. E quando Cosima se deu conta disto, sua raiva foi absorvida e sua dúvida em relação ''porque os internos a odiavam tanto'' foi enfim cessada. Ela ficou de frente p/ a francesa - com claros problemas de infância - e pegou suas mãos. – Delphine, é uma criança. 

Delphine sustentou o olhar por breves segundos e respirou fundo. 

— Tem razão. Vamos fazer do seu método agora.  Vou pegar uma com rodas.  Mas antes... Posso falar com ela? – Pediu. 

Cosima arqueou uma sobrancelha e sentenciou. 

— Última chance. 

Delphine aproximou-se da garota que permanecia emburrada, encarando seus sapatos com o olhar perdido. 

— Sei que está com medo.... Mas sabe Kira, há várias formas de escapar dele. Uma hora vai ter que tentar de novo, porque não agora? Não quer competir com as outras crianças? – Seu expressão ainda era severa mas quando sorria permitia que vissem seu lado bom. – Ok... ​– iria negociar. – Vamos tentar mais 7 vezes e se não der certo vamos pra casa. 

— 2.

— 5.

— 3.

— 4 e te pago um algodão doce.

A garota se virou e um pequeno sorriso brotou de seus lábios. 

— Feito. Mas tia Cosima vem junto. 

— Acho justo. – Selaram o “acordo” com um abraço.

**

— No três.... – Cosima segurou de uma lado e Delphine do outro da sela e juntas a conduziam pela ciclovia.  Delphine queria soltar-la a qualquer momento mas se conteve por causa de Cosima. Saberia a hora certa. E bem, quando chegou, Kira nem percebeu que já ia longe e desacompanha.

— Eu consegui! Estou andando de bicicleta. – Kira gritava cada vez mais distante. Nunca acreditou que conseguiria. 

— Tenha cuidado querida. –  Gritou de volta.  Ela sorriu para Delphine e fez um “High Five”.  Sentou no assento do parque e esperou Delphine voltar com dois algodão doces. – Senti falta disso. – Cosima diz melando seus dedos de açúcar e olhando o desabrochar das cerejeiras. Nunca achou que as veria tão cedo. – É... Você conseguiu.

As árvores transbordavam de flores rosadas, com os dedos limpos da outra mão, Cosima pegou uma delas e colocou nos cabelos coloridos de Delphine. Seus fios amarelos estavam presos num coque desajeitado e sua blusa azul deixava seus braços firmes a amostra. Com toda a atenção voltada p/ Kira Cosima quase não notara que era a primeira vez que via a médica de calça jeans e sem os famigerados saltos altos.

Toda aquela troca de afeições serviu de expiração p/ alguns músicos que por ali tocavam, reuniram seus violões folk e começaram a romantizar ''flowers in your hair''.  O vento soprava fraco, proporcionando uma sensação de paz. 

Delphine retribuiu o sorriso inebriante e aproveitou a batidas relaxantes de fundo. Ela segurou em seu queixo e capturou seus lábios em um beijo suave e apaixonante. 

— Não, você conseguiu.  – rebateu – Acha que ela vai contar pra Sarah?

— Qual parte? A que você me atacou ou a que você a largou na ciclovia? – brincou.

— Ok, fui um pouco rígida. – começou a explicar. Cosima fechou um pouco os olhos e fingiu uma tosse. Um pouco?  – Ok. Banquei a diretora Agatha Tronchatoro enquanto você foi a professora Honey. Está bom assim? – Recebeu fez um sinal concordando – Mas foi a forma que fui instruída. E agora percebo que nem tudo precisa ser assim, olhe bem pra você... Foi criada por hippies e se tornou chefe do departamento com vinte e tantos anos. 

— Ei!  – Cosima fingiu ofensa enquanto Delphine cabisbaixa permitia que um longo suspiro escapasse de seus pulmões. 

— Eu sou uma droga com crianças.

— Não diga isto. – Disse, levantando seu queixo para que a encarasse. – Você ensinou uma garotinha a andar de bicicleta hoje. A fez enfrentar os medos e por fim os superar. Deveria se orgulhar.

— Você acha? 

— Sim, deveria mudar algumas táticas de ensino mas devia se orgulhar. 

Delphine sorriu de canto e fez um charminho. 

— Oh... Não exagere, não é um especial da tarde. – Cosima riu e revirou os olhos detrás das lentes, eles vagaram por um momento até voltarem a atenção p/ Kira. 

— Se ficarmos juntas o bastante. Espero que você se veja como eu te vejo. – murmurou juntamente de um ''o-ops''.

— O quê?

— Acho que esquecermos de ensiná-la a fazer a curva. – Correram para impedir que Kira encontrasse o chão novamente. 

— É... Foi bom passar um tempo com ela. – depois dessa Sarah certamente mataria as duas. – Tomara que ela aceite ao menos nossos cartões de natal. 

**

No fim da tarde Kira acabou ganhando mais algodão doce do que planejara. Uma tentativa de suborno? Talvez.  E antes que o céu ficasse escuro aos poucos Sarah desceu de um táxi e as encontrou. 

— Mamãe. – Kira gritou em direção a mulher de cabelos desordenados e de um completo contraste de cores. 

— Ei, você se divertiu com.... – estava receosa em denominar. – sua tia Cosima?

— Muito. – a garota começou a tagarelar sobre sua nova aprendizagem.

— Obrigada por cuidarem dela. – Sarah agradeceu.

— Não foi nada... Bem, receio que já vou indo. Tenho que voltar ao hospital. – Delphine diz checando as horas no celular. 

— Te acompanho. 

— Porque não fica mais um pouco? – Delphine sugere para Cosima. – É seu dia de folga, aproveita o ar puro. Acho que Sarah não está com pressa, certo Sarah? 

— Acho que posso ficar mais um pouco. 

— Deveria, sinto que a Kira está doida p/ fazer novos amigos. – insinuou. Queria que as duas aproveitassem cada pequeno e valioso detalhe.

— Não dá pra forçar duas crianças serem amigas. – Cosima deu aquele típico sorriso amarelo. 

— Pode sim, é só colocar os brinquedos no meio delas. – retrucou empurrando-a mais pra perto de Sarah. 

— O que está fazendo?

— Você não quer passar um tempo com ela, não quer conhecê-la? – Delphine cochicha.  Cosima ponderou, ponderou e voltou a ponderar.

— Eu não sei como lidar com isto.

— Posso ajudar? Você fica feliz. Qual é. – Cosima bufou relutante, Sarah continuava parada e um tanto quanto impaciente espalhando as folhas com seu coturno. – Tenho que ir... – Delphine se despediu de Kira, Sarah e por ultimo Cosima –  A vida de filho único é muito solitária queria ter tido irmãos –  Disse por fim enquanto inclinava-se p/ delicadamente lhe dar um beijo rápido e casto.  

Foram devolver a bicicleta, Cosima surtou animadamente ao descobrir que também alugara patins e apesar de receosa Sarah acabou alugando dois aceitando as justificativas de que ''era como patinar no gelo, só que no concreto''. 

— Não é que Delphine tinha razão. – Cosima fala fitando Kira brincar no parque e retirando seus sapatos. 

— Acho que ela tem os genes de Ethan. – Sarah ficou de pé apoiando-se numa arvore. – Meu Deus, no avião, tenho certeza que ele usou quase todas as combinações de palavras.

— Nem me fale. Quando eu o atendi no hospital, ele falou com todos do corredor. – Cosima esticou os braços e estendeu as mãos. Sarah hesitou em pegar mas sem jeito agarrou. – Mantenha os pés separados e os joelhos levemente dobrados. – instruiu. – Sabe... Deveríamos dar uma lição nele. – comentou com o cenho franzido

— Deveríamos? 

— Sim, vamos comprar-lhe um papagaio. 

Sarah deu passos curtos e escorregou. Sentia-se a beira de um abismo prestes a pular.

— Por favor, me segure... Não... Me deixe cair. – Sarah resmungou soltando um riso divertido assim que Cosima deu a resposta definitiva. 

— Não vou. 

 Era como se o vento lhe desse asas.  A cada passo uma mudança de ritmo e também de cenário, o sol já estava se pondo. Estava ficando tarde, mas isso não parecia importar.


Notas Finais


Melhores babás kkkjjj
Espero que tenham gostado, até a próxima.
bjs bjs ♥


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