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História Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 26 ''Rebobine-me''


Escrita por: Witchlynn

Notas do Autor


Hey 0/
Bem, a gente sempre viu a história de Cosima, quem ela era antes de possuir o codinome 324b21.
Neste caps, veremos a de Delphine, quem era antes de ser solicitada p/ um caso especial.
Sem mais, tenham uma boa leitura ♥ ♥

Capítulo 26 - Capítulo 26 ''Rebobine-me''


Fanfic / Fanfiction Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 26 ''Rebobine-me''

flashback on

Delphine dirigia por Aix-en-Provence há quase uma hora, seu porsche branco vagava em alta velocidade pelas ruas monótonas da cidade. Apesar de residir a bastante tempo naquela comuna da França, não sabia onde se situava e muito menos onde estava indo. E nisto, podia ser dito em todos os sentidos.

Era seu dia de folga. No hospital Louis Pasteur, a qual trabalhava, Cormier era uma renomada médica. E há duas semanas havia se tornado chefe do departamento de sua especialidade, cirurgia geral. Além do cargo elevado, Delphine tinha um apartamento à beira-mar, bens patrimoniais e  tickets para torre eiffel. Bem, só não tinha um maldito lugar p/ uma comemoração especial.

Respirou fundo e contou até três mentalmente. Balançou a cabeça com o intuito de expulsar aqueles pensamentos e dirigiu-se a cafeteria mais próxima.

No momento em que entrou, a campainha tocou e todos observaram sua presença notória no café. Visto que além do nome conhecido Delphine também possuía uma beleza admirável. Deu de ombros, pediu um Caramelo Macchiato e sentou-se no final da cafeteria. Quando a moça veio com o copo alongado de vidro na bandeja, ela pôde notar que não andava sozinha. 

- Como me achou? – perguntou p/ seu assistente e também seu único amigo o qual  sentara á sua frente. 

- Rastreei seu celular. –  Delpine o olhou com ar de desaprovação –  Qual é? Sou seu assistente e também seu amigo. – Ah, antes que eu esqueça.  – começou fazendo uma nota mental.  – Você tem um encontro amanhã as vinte horas no L'Abeille. Não lembro as características descritas, mas provavelmente é algum cara de terno. 

- Ela te ligou? – Delphine bufou revirando os olhos. 

- Sete vezes seguidas. Na oitava tentei fazer um barulho de túnel cortando a ligação. Mas sabe, Mrs Cormier é persistente. Tenho algo para você. – Disse animadamente e abriu seu notebook. – Solicitaram um médico p/ um caso de emergência em Sam's Town. 

- O que é isso? Uma canção? – ela perguntou com deboche balançando a cabeça.

- É uma pequena cidade costeira. Localizada em Terra Nova, Canadá. Achei. – comemorou enfim clicando no arquivo. – Kendall Malone, 64 anos. Câncer de pulmão em estágio II. Precisam de um método inovador. Eu te sugeri e liguei buscando indicações a seu favor. O caso é seu se quiser. 

- Donnie, é isso que você tem pra mim? Trabalho? – Exprimiu parecendo bastante desapontada. Esperava algo a mais. 

- É uma viagem. Novos desafios. Pode ser bom pra você. – Achou que estaria precisando. Afinal, ele sabia que estava se sentindo sozinha, que sorria assim p/ manter tudo por dentro. 

- Mas já é amanhã? Como cuidarei de tudo em menos de 24 horas? Minha agenda cirúrgica...

- Eu cuido de tudo pra você. Além do quê, se tivermos sorte voltaremos no mesmo dia.  Vamos lá Delphine... Em algum lugar daquela cidade pacata tem alguém que precisa de alguém como você. – o jeito que falava era sonhador. – Qual é, o que você sempre diz. Anda, diga. – Delphine sabia que ele não pararia de lhe cutucar até que enunciasse as palavras. 

- Meu trabalho é a cura.  – ela falou com certa modéstia. – Mas é que... É inesperado... 

- Mas é ai que está... O inesperado é o que muda nossas vidas. – Donnie sorriu, ele revirou sua mão nos bolsos de sua calça apertada e lhe entregou uma pequena caixa dourada. – Feliz Aniversário, Delphine. 

flashback off

Rebobinando-se o tempo todo, Delphine encarava o para-brisas com os braços cruzados, forçando-os contra meio peito. Há exatos 15 minutos estava parada frente ao “The Modern Age’’ o restaurante mais chique de Sam’s Town. Sua mente cogitava se entrava ou não no ambiente cinco estrelas.

Apertou firme a direção, encostou sua cabeça cheia de pensamentos no volante e deslizou o dedo sob a tela de celular.

Chamando... 

Depois de três toques uma voz soou baixo do outro lado da linha.

- Alô? – Nenhum som saia de sua boca, apenas ouvia-se o ar-condicionado de potência frio fundido a sua respiração pesada. – Delphine é você?

- Sim. - ela soltou o ar de seus pulmões levemente e continuou - Oi pai.

- Ei querida, aconteceu alguma coisa? Você está bem?

- Sim... Só que... – ele conhecia aquele tom de voz.

- É sua mãe, não é? Já disse, digo... Seja cristão, adore a bíblia mas mantenha a maldita mente sã. O que ela fez dessa vez?

Delphine sorriu mesmo que não pudesse vê-la. 

- Céus, senti sua falta. Como estão as coisas no Alasca? Algum progresso nas pesquisas? 

- Frio. Missão com satélites. Explicação científica. – resumiu. – Ah, campos floridos na primavera. Precisa ver querida, estão lindos.

- Eu... Recebi suas fotos.

- Qual o problema querida? Sei que não ligou para saber do andamento dos meus projetos –incrivelmente- chatos.

- Ok. Vou ter que ser rápida porque vem vindo o terceiro cara que pergunta se vou estacionar. E não estou nos meus melhores dias então vou xingar-lo e depois implorar para que ele me desculpe. Porque eu tenho essa necessidade especial de agradar as pessoas. – fala impaciente. 

Phil riu.

- Esta é minha garota. – murmurou. – Ei, calma... Faça como te ensinei. Sempre que estiver hesitante, conte até três mentalmente e respire fundo. Isso... Pode me contar agora?

- Okay... Mãe está me esperando há 15 minutos em um restaurante e apesar de meu estomago estar se revirando, eu não sei se devo entrar... Porque faz alguns dias que preciso tomar uma decisão... – Uma decisão que se repetira. Mas que desta vez precisava de um final diferente. Porque de um jeito ou de outro, nosso karma nos levará a enfrentarmos a nós mesmos. 

- Emocional?

- Sim.

- Não tem. O coração quer o que coração quer.

- E se o que o nosso coração quiser... Deixar as pessoas desapontadas? E se nosso coração saber a verdade, mas e se a verdade deixar as pessoas infelizes?

- A verdade pode ser dolorosa para alguns. Mas também pode ser libertadora para outros. E querida, boa ou ruim, todo mundo merece a verdade. Até mesmo sua mãe.

A francesa olhou para algum ponto distante e deu um logo suspiro. Estava certo. Segredos não podem ser mantidos para sempre. Não adiantaria ficar repassando em sua mente, em algum ponto, teria que tomar uma decisão. 

- Pai? – o chamou, mas então percebeu que a ligação caiu. – Amo você.

Delphine guardou o celular e calçou seus sapatos ainda dentro do carro. Chamou o rapaz que - sussurrara um ''finamente'' - , ao deixar o veículo alinhou seu vestido e entrou no restaurante. Ela inclinou um pouco a cabeça e viu uma figura reconhecível de costas. Respirou fundo e caminhou decidida até lá. 

- Está atrasada. – Constance avisou fechando o cardápio e colocando na mesa.

- Me desculpe, tive uma cirurgia. – Delphine escutou um "boa noite'', virou o rosto para o lado e viu o rapaz de terno em pé, perto da mesa. Prontamente, ela retirou seu sobretudo vermelho e o entregou. – Não nos decidimos ainda, obrigado. – sorriu gentilmente. 

- Delphine. – Constance a repreende visto que sabia que não era um garçom. 

- Qual é mãe, acabei de chegar.

- Delphine! – Fingiu uma tosse p/ chamar atenção. – Este é Adrien Caillat. Adrien, esta é minha filha Delphine. – os apresentou formalmente. 

- Encantado. – o rapaz sorriu beijou a mão dela.

- Você lembra dos Caillats não é querida, Louis e Eloise? Adrian é o primogênito.

- É, tanto faz. – Sussurrou. Estava com fome, procurando desesperadamente algo que a agradasse no menu.

- Com licença, preciso atender. –  Adrien retirou um aparelho de ultima geração do bolso de seu terno. Constance  apenas consentiu com a cabeça e  o observou sair do local. 

- Então, o que achou? Adrien. Este é o tipo de cara que vai abrir a porta pra você.

- Que bom que eu mesmo sei abrir. – disse folheando sem dar muito importância no que sua mãe tagarelava. – De que tamanho acha que é esta lagosta? 

Constance não respondeu, ela remexeu-se na mesa e perguntou completamente incrédula

- Porque sempre faz isto?

- O quê? 

- Ignora os garotos.

- Ok. – Delphine ajeitou sua postura na cadeira e a encarou com uma expressão séria. Quer atenção? Tome atenção. – O que é isso, um encontro triplo? Precisa de minha aprovação?

- Bem, sua aprovação é importante. – rebateu como se fosse óbvio. Delphine franziu a testa e colocou os cotovelos em cima da mesa.

- Não que eu dê a mínima para esses padrões impostos pela sociedade.... Mas, ele é não é um pouco... Novo?

- Adrien tem 29.

- Ainda sim, mãe, você tem...

- Não se atreva!  –  A interrompe exaltada. Odiava que mencionasse sua idade. – Jesus cristo Delphine, é pra você, não pra mim.

- O quê? Não! – Revirou os olhos. Parece que alguém não esquece essa ideia.

- Precisa conhecer alguém. Não está ficando mais jovem.

- Não, não preciso. – rebateu irritada. Não precisava que arrumasse encontros com caras de ternos.  – Porque eu já conheci. – O garçom abre a garrafa de vinho e enche as taças. – Acho que é melhor irmos p/ um lugar mais reservado. Com licença, você poderia checar se tem... 

- Não, vamos ficar aqui.  – Constance retruca rígida impedindo qualquer ação do garçom. 

- Okay... Então é assim que termina. – Delphine suou frio, avançou com cuidado na taça e bebericou. 

- Está saindo com alguém? Vocês estão juntos? – Constance disparou sem pausas, obrigando Delphine a perder a calma e beber tudo de uma vez. – Isso é sério? Porque não me contou? Como ele se chama? 

- É... Okay.... – Delphine suspirou nervosa. Onde estava sua coragem? Precisava dela. Reuniu toda sua coragem e deu continuidade. – Mãe, eu preciso te contar algo. E eu preciso que você aceite isso, porque isto ta acontecendo.   

Constance arregalou os olhos. 

- O que está acontecendo, Delphine?

- Eu sou bi....

- O QUÊ VOCÊ DISSE? – Se exaltou, falando mais alto do que planejara.

- Eu sou-bi – enfatizou – Que a senhora estava em Paris e não me avisou nada. Visitou Sainte-Chapelle e... – Deu uma pausa, passeando com suas mãos inquietas pelo cabelo. – Não, não posso fazer isto. – Deixe o destino seguir ou vai voltar para assombrá-lo. – Não mais. – contou até três e soltou com o ar. – Não é ele. É ela. Estou em um relacionamento com uma garota. 

- Uma garota? – indagou descrente. – Não... E enquanto ao Oliver, seu namorado no colegial? 

- Eu me apaixono pelas pessoas, não pelos genitais.

Constance engoliu em seco, enxugando delicadamente seu rosto suado. Tentara processar. 

- Ela é a gêmea não é?

- Sim.

- Está apaixonada por ela? – fez aspas no ar.

- Sim. Sem aspas.

- Como é o relacionamento de vocês? Aberto? Você viu, ela ficou com a ruiva no bar.

- O quê?

- Isso mesmo. Sarah ficou...

- Sarah? O quê? Não. Cosima. – ela enfatizou e como se tivesse tentando ensinar-lar, proferiu pausadamente. – Se-chama-Cosima. 

- Por Deus Delphine, não tenho retardo mental. – rebateu ofendida. – Só não consigo entender... Cosima? Você está louca querida. Não, ela... Ela...

- Ela fez aquilo por mim... Mas não é justo, com ela, comigo, com a senhora... Olha... – ponderou. Como explicaria aquilo? – Sabe quando você conhece alguém, então algo floresce e esta pessoa reflete partes nossas que a gente quer que todos vejam, partes adormecidas que até então não conhecíamos.... E mal pode esperar pra contar o mundo sobre ela. Mãe... Eu me sinto assim.... Você nunca se sentiu assim? Pelo papai ou por qualquer outra pessoa.

Delphine sorria doce enquanto Constance passava os dedos nas têmporas, sentindo sua veia saltar acima do sobrancelha 

- Quando se tornou tão egoísta? – disse entre dentes. – Isto não é certo. Você  nem sequer pensou em mim, o que direi pros seus tios. Meu deus, sua vó! Delphine não sei que tipo de influência anda recebendo, mas eu não faço mais ideia de quem você é.  

- Quer saber? – A médica levanta-se abruptamente. –Você está certa! Não faz ideia de quem eu sou.... Porque você nem ao menos tentou. Quando eu deixei Aix-en-Provence foi como se eu finalmente pudesse respirar. Sei que não é o quer ouvir mas é a verdade. 

- Tudo bem Delphine.

Constance cochichou procurando manter a calma e a classe. Estavam se tornando o centro das atenção e detestaria passar vexame. 

- Tudo bem? 

- Vamos resolver isto. Você vai fazer as malas e nos vamos voltar para França. Encontraremos um sacerdote... Vamos achar um convento, uma colônia cristã... Algo que a ajude. 

- O quê? Não insinue que estou doente.

- Eu temo por você Delphine. É uma abominação. Eternidade no inferno. 

- Eu li sobre isso... Você é uma pessoa extremamente ligada a suas crenças e possa ser que leve um tempo pra processar. Mas eu sou sua filha... – exprimia entre lagrimas solitárias que cortavam seu rosto. – O que aconteceu com ‘’ameis uns aos outros’’?

Constance nem a olhava. 

- Faça as malas.

- Não... – Delphine esbravejou fechando seus punhos. – Não... –  Negava incontáveis vezes com a cabeça.  Apesar do peso das palavras que Constance a direcionava, sentia-se milhões de vezes mais leve. Uma coisa sobre segredos que não mencionam muito é como pode ser boa a sensação de liberta-se deles. – Sinto muito se não gosta de quem eu me tornei, mas eu gostei.  E  não vou me desculpar por isso. – limpou suas lágrimas com a mão esquerda e completou. – Não mais. 


Notas Finais


Sorry, não teve cophine lovers girls ç.ç - no prox. terá -
Este caps foi mais pra contribuir p/ o crescimento de Delphine. Uma coisa que ela precisava fazer.
Pois como já dizia Florence, é preciso livrar-se dos demônios e liberta-se -saindo do armário- kkkjkk
Ahhh e sobre Constance. Ela foi inspirada nas personagens de American Horror Story
n sei se perceberam, a mistura de Constance Langdon + Irmã Jude.
Imaginei que além da personalidade, as características físicas podiam ajudar a lembrar Delphine.
Bem, peço desculpas se deixei passar qualquer erro.
E espero que tenham gostado, até a próxima s2


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