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História Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 28 "Um Lugar Que Só Nós Conhecemos"


Escrita por: Witchlynn

Notas do Autor


Hey 0/
Tenham uma boa leitura ♥ ♥

Capítulo 28 - Capítulo 28 "Um Lugar Que Só Nós Conhecemos"


Fanfic / Fanfiction Cophine - E se eu ficar? - Capítulo 28 "Um Lugar Que Só Nós Conhecemos"

O chão estava frio, quando seus pés o tocaram pôde sentir. De pé, não sabia como havia ido parar no corredor, mas sentia que estava em casa então apenas seguiu a música que tocara de repente. Sempre deixava uma lamparina na estante, já que em tempestades a luz costumava faltar. Acendeu o objeto e prontamente as chamas iluminaram a casa. Deixou guiar-se pelo tato, tocando nos compartimentos p/ identificar cada cômodo. E próximo o bastante, deduziu que o som vinha do último quarto da casa. Parou na entrada e observou os anjos de papeis girando com o vento, a corrente de ar entrava por uma das janelas abertas e invadia o cômodo silenciosamente.

Havia algo ali, em baixo dos anjos. Aproximou-se para ver, perto o bastante para ouvir o piano cessar e um barulho irritante e continuo preencher o ambiente. Foi daí que seus olhos abriram de súbito. Cosima ergueu seu corpo como se estivesse se afogando e alguém a puxasse. 

Desligou o relógio cuco e encarou um teto quadriculado por breves segundos. A chuva matinal embaçava o vidro de sua janela e apesar de relutante, remexeu-se nas cobertas e partiu p/ o chuveiro.

Seus pensamentos a levavam de volta p/ noite passada, onde poderiam dizer qualquer coisa, mas optaram por nada dizer. O silêncio que tanto as fazia refletirem foi quebrado pelo código vibrando no bolso esquerdo do jaleco. E de repente Cosima deduzira, que nenhuma resposta, também é uma resposta.

Delphine não entendia seu coração, não tinha noção o quão era grande o seu desejo.  Talvez se voltasse ao capítulo 6 de sua história e soubesse que no passado, Cosima salvara um criança órfã e tentara ficar com ela, quem sabe entendesse que não se tratava apenas de anjos.

Naquele corredor ambas encaravam os próprios sapatos e aos poucos afastavam-se em direção opostas. Parecia a coisa certa a fazer.  Agirem como adultas e terem um termino amigável. Delphine havia acabado de contar a mãe sobre elas, mas talvez isso fosse mais sobre si, e agora podia ser feliz.

E desde então, os dias se passavam desenfreados, à medida que o tempo corria, as duas se tornavam cada dia mais distante.  Podiam muito bem ser estranhas de novo. 

*****

- Porque a Sarah está aqui? – Adele pergunta colocando o canudo na boca e sugando o resto de sua soda de limão.

Próximo ao refeitório, Sarah buscava informações com Cal, o médico que a instruía e lhe lançara um sorriso cortês. Excelente, não bastasse competir com o McDreamy - Paul - agora aparecia o McSteamy de Finn Dorset

- Hoje é a cirurgia da Kira. – Felix respondeu analisando-a. – Qual o lance de vocês?

- Está ficando difícil pra você Adele. – intrometeu-se Donnie. Este que revezava sua atenção entre o sanduiche de almondegas e a tela do celular. Tentando atualizar o site deixou que caísse mostarda em seu suéter. – Que droga!

- Adele é nossa amiga. Então o lenhador barbudo ou o engomadinho gostosão não são páreos pra ela. Eles nem sequer são nossos amigos. – Felix rebateu na defensiva. 

- Ei! Do que estão falando? Eu e Sarah foi lance de uma noite – fez questão de deixar bem claro. – Só... – Ela abaixou um pouco a voz e coçou a nuca. – Não quero que ela saia com ninguém até superar meu crush. Não gosto dela, é só algo físico.

- Certo, assim como a Cormier não está desejando que Dra. Norris se engasgue mentalmente. – articulou dando uma bela garfada em seu macarrão com queijo. Delphine o olhou incrédula, não queria que se engasgasse, no começo. - Não acredito que terminaram. De novo.

- Delphine odiava bebês até quando era bebê odiava bebês. – Donnie murmurou lambendo seus dedos.

- Bem, isto é uma baita de uma calúnia. – Delphine retrucou sentando-se com sua salada. – Não os quero mas eu gosto. – exprimiu fuzilando-as a medida que cortava feroz as tomates do prato. – Uma obstetra e uma pediatria. Tão obvio. O casal perfeito p/ um conjunto habitacional no subúrbio com protetores para tomadas e moveis travados. – comentava com deboche. Cosima conversava com Aynsley duas mesas a frente. Trocavam papeis em pastas de arquivos, além de compartilharem batatas e sorrisos. – Fico feliz dela estar buscando por isso. Algo que sempre esteve presente em seu planos. E até quem sabe até.... – superar. – Mas ela tinha que ser tão gostosa, alta e loira? Olhe o Donnie ta apaixonado por ela.

- O quê? Isto não é verdade! 

- Ah, é? Então porque estava a encarando?

- Porque.... - balbuciou fingindo ofensa.  – Eu queria saber onde ela comprou esse suéter listrado.  – mentiu – Ela nem é estas coisas, muito magra e oferecida. Provavelmente deve ser arrogante.

- Na verdade ela é bem caridosa, participa de vários trabalhos voluntários. – Felix sussurrou.  

- Não está ajudando Felix. – cochichou p/ ele. – Somos os melhores amigos da Delphine, nosso trabalho é odiá-la. 

Delphine deu um sorriso de canto e tornou a mastigar os alfaces. 

- Porque está aqui Donnie?

- Oh sim... – Donnie anima-se quando vê que a página no site finalmente atualizou. Mas antes que pudesse tomar qualquer iniciativa Mark chega ofegante pela corrida do hall até o refeitório.

 - Delphine. –  enuncia depois de uma pausa, recuperando o ar. Mark pediu espaço e colocou o notebook em cima da mesa. Depressa, todos acercaram-se do homem eufórico. 

- Aconteceu alguma coisa Mark?

- Crazy Science... Lembra?

- Sério Mark? – Delphine diz sem tempo p/ gracinhas.

- Não essa "crazy science", a revista cientifica crazy science. – dar ênfase. – Você me falou sobre ela, sugeriu que eu enviasse meu artigo cientifico sobre a patologia de Grace logo após mandar o seu sobre a doença de Cosima, lembra?

- Oh não... – ela murmura esticando os lábios.

- Oh sim... O editor se interessou pelo artigo e enviou para os assessores. Comentaram suas opiniões p/ o editor e.... – Mark deu uma pausa dramática, tetando fazer um suspense. 

- E o quê? Desembucha logo, caramba!

- Vão publicar! Veja. – Desceu a barra de rolagem, indo para baixo e verificando a tabela. – Saiu agora a lista no site. E adivinhe, vão completar nossas pesquisas de campo e fazer um artigo sobre nós. E ainda vai ter uma conferência no hospital. Ahh Art vai se arrepender de ter me dado aquela suspensão. 

- Droga Mark, queria contar pra ela! – Donnie resmungou desapontado. Era sua razão de estar ali.

 - Não importa. Temos uma conferência pra organizar. 

*****

Delphine apressava os passos, ou melhor, praticamente corria rumo a SO4. Ao passar pela recepção, presenciou uma cena que não achara que testemunharia tão cedo.  Na sala de espera, Ethan, Sarah e Cosima aguardavam notícias do estado de Kira. Entre duas cadeiras, Ethan segurava as mãos das gêmeas num gesto carinhoso de "estamos juntos nessa".

Sarah aguardava de pernas cruzada batendo o pé impaciente e rodando a cabeça pelo lugar. Enquanto Cosima encerrava uma ligação e voltava com uma expressão murcha e olhar perdido no rosto. 

Delphine gostaria de saber o que tinha de errado mas não podia se permitir a perguntar. Então apenas seguiu seu trajeto. Lavou as mãos depressa, pôs as luvas e entrou na sala cirúrgica.

Susan foi solicitada para operar Kira juntamente de S. Já que Cosima optou por ficar ao lado de Sarah. 

- Dra. Sadler, Dra. Duncan? Cadê seus residentes?

- Mandei sair por serem irritantes. – S respondeu fria. – E achei que quanto menos gente aqui, melhor. Sutura.

S odiava gracinhas e conversas aleatórias na so, principalmente quando se tratava de sua neta na mesa cirúrgica. Por isso, tratou logo de expulsar Ferdinand e Evie da sala. 

- Achei que precisaríamos de um par extra de mãos.  – Susan esforça-se p/ cobrir a seriedade de Siobhan. – Pode me ajudar aqui?

- Oh claro. – Delphine diz prontamente. 

Continuaram o procedimento e apos longas horas a cirurgia deu por encerrada. Kira estava estável e S mal podia esperar p/ contar aos seus entes a noticia que tudo ocorreu bem. 

- Você vem comigo? – S pergunta p/ Delphine. Visto que a francesa não saia de sua cola. Delphine negou com a cabeça e fez menção de perguntar algo, mas calou-se. – O que quer saber? 

- Como vai o processo de adoção? De Cosima... – especificou sem jeito. 

- Burocrático. – limitou-se a responder. 

- Aff. Esse processo de adoção é muito longo. Deveria ser logo ‘’me dê a maldita da criança’’.  –  Esbravejou, encobrindo sua expressão ansiosa depois de algum tempo.

- Porque o interesse love? Não vai ser mãe dos meus netos. 

- Você não quer que eu tenha seus netos? – Delphine cruzou os braços indignada. 

- Você quer ter os meus netos?  – S rebateu mantendo a pose calma. Delphine ponderou, o que S entendera como uma deixa. – Foi isto que pensei. Bem, se quer tanto saber, o pedido foi negado. – disto isto ela saiu. Soltou a bomba e se mandou. 

Deixando a médica estática, com cada músculo de seu corpo paralisado. Sentia-se terrível depois disso. Delphine ficou lá assistindo a reunião de família, contemplando os abraços e tudo mais. Até que se decidiu, aproveitou que Cosima estava ocupada, caminhou em direção ao vestuário, deixou um bilhete em seu armário e saiu. O qual dizia; 

“Encontre-me num lugar que só nos conhecermos”.

****

Cosima andava pelo jardim, atravessando as pilastras de gesso, conhecia o caminho como a palma da sua mão. 

Protegia-se das cargas d’agua segurando firme no cabo do guarda-chuva vermelho. A terra molhada inundava suas botas e sujava as bordas de sua calça clara.

Ela ouviu um praguejo que vinha especificamente do lago ornamental. Cruzou o labirinto de flores e a viu, resmungando p/ o céu. Amaldiçoando a mudança de tempo repentina.   

Sentada nas pedras que delimitavam o espaço da grama e dos vasos, Delphine encontrava-se. Suas roupas escuras encharcadas e  pregadas ao corpo. 

Cosima franze a testa.

O que estava fazendo? Procurando por outro resfriado?

- Hey... Pensando alto? – indagou cortando os praguejo da médica.

Delphine afastou os fios amarelos grudados na cara e a olhou embaraçada.

Planejava fazer algo, um gesto significativo. Sendo assim, pendurou nos galhos das árvores diferentes tipos de lanternas decorativas, porém nem tudo saiu como planejado e como se não bastante o vento, a chuva veio e apagou as velas.

- Hey... Acho que esta é a alternativa menos ridícula, então... Sim. – respondeu.

- Recebi sua mensagem. Queria falar comigo?

- É... Eu te convidaria pra sentar, ou quem sabe, ofereceria um cigarro... Mas... – ela deu de ombros e mostrou a carteira molhada.  Mas não acho que consiga acendê-lo.

Cosima riu.

- Quer uma carona até o estacionamento? – Ela indicou o guarda-chuva como transporte.  – Ou se preferir,  podemos pegar um atalho por aquela janela. – indicou a janela do quarto 36C. – Aviso logo que é mais fácil descer do que subir. 

- Não quer sentir a chuva? – Delphine indaga abrindo os braços. Sentia falta daquele contato. – Isso é tão você, tão nós.

-Não quero adoecer. – Cosima deu um passo pra trás e desviou da água que Delphine jogava.

- Desde quando se importa com isso? Está curada. O máximo que pode acontecer é pegar um resfriado.

- Não o suficiente. – confessou cabisbaixa, permitindo que um longo suspiro escapasse. – Ao menos não p/ a agencia de adoção. Eles me ligaram e me recusaram. Aparentemente, não estou curada o bastante. Acham a doença pode regressar e não seria bom. 

- Sinto muito.

- Tudo bem. Eu queria um sonho. De novo. – continuou com um tom baixo de voz.  Quando era mais nova, era mais vulnerável e aberta pras coisas. Talvez só quisesse se sentir assim de novo. E antes que ouvisse o som da piedade por ser rejeitada suas vezes pelo sistema adotivo, mudou de assunto. – Eu soube do seu artigo. Parabéns. Quando vai ser a conferencia?

- Próxima semana. Eu ia te contar mas achei que estivesse muito ocupada com sua nova amiga. – comenta com desdém – Vocês... Estão saindo? – perguntou fitando-a, tentando disfarçar o que estava sentido. 

- É, a gente se diverte juntas. – provocou, visto que Delphine ficava muito fofa com ciúmes, não fofa, mas fazia uns carão e era algo p/ se admirar.  Mal sabia que Cosima estava emocionalmente indisponível. 

- Ah bom. 

- Você quer ajuda pra preparar o discurso? Acho que tenho algum tempo antes....

- Não.

- Okay... Então... – Ela apenas franziu o cenho fazendo menção de vira-se p/ dar as costas. – Eu vou parar de tentar te ajudar... 

- E se eu não quiser que você pare? E se eu quiser que você continue tentando? – Delphine levantou-se e só então Cosima pôde ver sua real intenção. – Cosima, fiquei esperando por você. Porque fiz essa coisa estupida e clichê. – indicou as velas. – E agora está tudo arruinado, porque você demorou tanto pra chegar que começou a chover. – Estava com raiva, dirigiu 100km p/ achar a loja que tivesse objetos artesanais pra no fim dar errado.  Contou até três e procurou se acalmar, focar no realmente importava. – Ok... Não irei me ajoelhar, não vou te perguntar nada. Estou apenas dizendo que estou dentro, se você estiver.

A médica de dreads tombou a cabeça e ponderou. Observando cada detalhe fascinada. Não esperava que isto acontecesse, isto complica as coisas.

- Tem algo errado? – Delphine pergunta se aproximando. Encolhendo-se p/ caber debaixo do pequeno guarda-chuva. – Você está  tão quente...

- Você... –  Cosima começa, desta vez quebrando o silêncio incomodo. – Lembra do Doutor Morisson?

- Sim. O médico do exército.  Conseguiu verbas p/ trazer as crianças pra cá?

- Não... Art apresentou meus projetos p/ Cal. Teve essa reunião... – explicava a razão de seu atraso. – E ... Ofereceram-me uma bolsa p/ o projeto na África.

- Quando?  - Seu corpo pálido começava a tremer e seus dentes trincaram. 

- Em menos de cinco dias vou poder ajudar crianças que jamais veriam um cirurgião pediátrico. Vou poder mudar vidas e até poderei ganhar o prêmio Valerie Kudrow. – falava com pesar.

- Oh Meu Deus Cosima... Isso é maravilhoso! – exclamou com um falso entusiasmo. – Parabéns.  Você já aceitou? Precisa aceitar. Isso é importante.

- Sim, eu já aceitei.  – Respondeu. Porque bem, já tinha perdido tantas coisas naquele dia. – Mas se soubesse disto, teria falado com você antes. 

- Cosima. Sabe como é raro e especial? É a grande oportunidade de sua carreira. Pode ir a Malawi com fundo quase ilimitados.

Delphine disse compreensiva, porque bem, sabia que quando se tratava de carreira teria feito o mesmo. 

- E enquanto a você? A nós? O que isto significa?

Indagou expressando tristeza. Pensou que iria seguir em frente, mas Delphine a trouxe de volta. 

 - É uma chance única e você precisa aproveitá-la. Eu vou ficar bem.

Delphine tentava ser forte, alguém tinha que ser. Segurava a mão livre de Cosima enquanto ela, de olhos marejados cogitava o que diabos deveria fazer. O lugar era familiar e a chuva ao redor traziam lembranças vívidas. Faziam seu coração apertar. 

- Mas eu também quero passar o resto dos meus dias com você.

- Então vamos nos casar antes de você partir. Porque eu acredito que podemos ser extraordinários juntos, melhor do que ser comuns separadas.


Notas Finais


Aquela frase final de Grey’s pra enaltecer o drama né. =3
Cosima indo pra África é bem calzona né? kkkjkk
Bem, coloquei esta passagem de tempo, tipo como se fosse possível acompanhar a mudança das estações em plano de fundo, pra ter aquela noção da série de acontecimentos. rsrs
E de praxe, peço desculpas se deixei passar algum erro.
Espero que tenham gostado, e até o caps final s2


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