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História Coquetel de Remédios - Capítulo Único


Escrita por: galacticacookie

Notas do Autor


Heya! Como vão?
Essa one-shot é uma reflexão de parte de meus sentimentos e acredito que alguns irão se identificar. Espero que apreciem.~

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Coquetel de Remédios - Capítulo Único

* ~??? pov's

* Quando isso aconteceu?... Não tenho certeza. Lembro-me claramente de um dia quente de verão em que brincávamos na praça próxima da rua em que morávamos, como sempre. Éramos melhores amigos, eu e ele. Tudo ficou no passado... Ah, você quer saber quem é "ele"? Talvez eu te conte isto em outra oportunidade. Por enquanto apenas te direi a minha história.

 

* Flashback on

* Estávamos correndo pela praça, onde haviam escorregadores, gangorras e mais alguns brinquedos. Gostávamos de coisas assim, como as duas crianças cheias de energia que éramos. Ele tropeçou e caiu, acabou ralando o joelho. De início eu apenas riria, porém ao ver que o garoto se machucou feio fui até ele e pretendia ajuda-lo a se levantar para irmos para casa.

 

- Ei, você tá bem? - Eu disse, preocupada. Estendi a mão para que ele segurasse.

- A-acho que sim... - Ele respondeu, tendo algumas lágrimas rolando pelo rosto e o nariz avermelhado, que sempre ficava desta maneira quando estava chorando. Seu olhar se fixou na minha mão.

- Vamos, levanta logo!

- Não quero voltar para casa... - Cobriu o rosto com as mãos, tentando conter os soluços.

- Por quê? - Perguntei, ajoelhando-me.

- Papai e mamãe vivem brigando!

- Tudo vai melhorar, eles se amam, não é? - Abraço-o, tentando conforta-lo.

 

* Flashback off

 

* Não lembro de mais nada deste dia depois disso. Após aquele acontecimento, seguimos como se nada houvesse acontecido. Os anos foram se passando, e ele passou a ter um semblante abatido, como se não dormisse a noite, no entanto fingia animação diversas vezes no dia, quando alguém falava com ele. E eu acreditava. Acreditava nessa atuação.

Continuamos amigos, entretanto ele parecia querer se distanciar, mesmo com todos os sorrisos e piadas que soltava, como qualquer outro. Claro que eu não notava. Eu sou uma idiota que nunca deu atenção. Bem, não quero me prolongar muito mais, então irei para o ápice desse conto. Uma tarde depois da escola, voltamos juntos para casa.

 

* Flashback on

* Ficamos conversando por todo o caminho que fazíamos a pé para casa... Ou melhor, eu fiquei falando. Ele apenas assentia sobre tudo do meu monólogo sobre diversas coisas fúteis que adolescentes dão tanta importância.

 

- Bem, tchau... - Ele despediu-se assim que chegamos ao portão da minha casa. Sua residência era algumas casas a frente.

- Ei, espere! Entre, vamos jogar video-game! - O convidei.

- É melhor não.

- Não seja chato, vamos logo! - Segurei um de seus braços e praticamente o arrastei para minha casa.

 

* Segui para meu quarto junto com ele depois de cumprimentar minha mãe, que estava na cozinha. O cheiro de comida denunciava o que ela havia acabado de cozinhar, um bolo. Creio que ela nos dará como lanche.

 

- Ei, o que vamos jogar hoje? - Perguntei após entrar no quarto, já ligando o video-game.

- Tanto faz. - Ele sentou-se no chão, a frente de um controle.

- Ah, vamos. Sempre é "tanto faz" para você. - Peguei alguns jogos na estante e sentei-me ao lado dele.

- Existe a opção "não jogar"?

- Claro que não! Você nunca quer fazer nada!

Não obtive resposta. O rapaz apenas baixou a cabeça.

- Ei, o que aconteceu? - Eu era curiosa, as pessoas que conviviam comigo eram bombardeadas com perguntas diariamente, principalmente ele, que não me explicava nada.

- Não quero falar sobre isso... - Sua voz tremeu um pouco.

 

* Foi naquele momento que eu resolvi parar de me fazer de cega e ouvi-lo um pouco, em vez de ser a única que fala. Acho que eu apenas não queria que isso fosse verdade, por isso acreditei em cada sorriso amarelado e cada "Estou bem." dele. Porque nunca esperaria que ele pudesse estar mal.

 

- Hey, se precisar falar alguma coisa, estou aqui para te ouvir. - Segurei uma de suas mãos, tentando conforta-lo. Pude ouvir alguns passos vindos do corredor, minha mãe trazendo o lanche. Deixaria para conversar com ele depois.

 

* Flashback off

 

* Desejo tanto ter feito algo. Desejo tanto não ter deixado para depois. Porém já é tarde demais. Porque no dia seguinte ele foi encontrado morto por overdose de remédios que tomou na noite anterior. Eu poderia ter evitado isso. Eu sabia que ele estava mal.

* Me desculpe por não perceber antes. Me desculpe por não ajudar. Me desculpe por ter te deixado morrer. Me desculpe, me desculpe, me desculpe...


Notas Finais


E assim essa história termina, com uma última reflexão para vocês, leitores: Será que alguém próximo precisa da sua ajuda? Se a resposta for sim, por favor, vá conversar com essa pessoa. Depressão é uma doença séria. Não deixe para se preocupar com isso quando for tarde demais.


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