Satsuki achava muito estranho os olhares que as pessoas davam para Daiki. No início pensava que fosse pura implicância dos adultos, pois sempre soube como ninguém levava as crianças a sério. Mas com o tempo, percebeu que não eram apenas os adultos. Seus colegas da escola também o olhavam dessa forma estranha. Ele não se importava, ou pelo menos fingia isso muito bem, mas isso deixava Satsuki muito incomodada. Ela só queria entender como as outras crianças não conseguiam gostar dele. Nunca tinham trocado uma palavra com ele, e ela sabia muito bem como Daiki nunca tinha feito mal a ninguém. As suas amigas viviam dizendo para se afastar dele, porque era uma má influência, mas o que ele tinha feito de tão errado para ninguém gostar dele? Sempre foi muito extrovertido, alegre e gentil com todo mundo (apesar de ser meio travesso), não fazia o mínimo sentido. Julgar sem conhecer alguém nunca fez sentido para ela, na verdade. E com o passar do tempo começou a ouvir murmurinhos sobre ele. Alguns papéis passavam pela sala sem que ele soubesse e as pessoas começaram a fazer questão de demonstrar nojo sempre que ele se aproximava. Isso a frustrava, e deixava muito triste também — principalmente por ter entendido o motivo daquele desprezo. Daiki era o seu melhor-amigo desde sempre, não gostava de ver o modo que era tratado. Até alguns professores o tratavam mal na escola, aquilo estava muito errado. Como ela o defendia com unhas e dentes, as pessoas começaram a falar dela também. Mas Satsuki não se importava com isso. Sempre iria estar do lado de seu melhor-amigo.
Podia ser pequena, mas sabia como a cor de pele dele não tinha nada demais.
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