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História Coração Azul - Capitulo 8


Escrita por: Qetsya

Notas do Autor


Demorei, mas voltei. Espero que gostem!

Capítulo 8 - Capitulo 8


   Vozes enchiam os corredores por onde eu passava. Sons de violino enchiam os cantos dos palácios, fazendo com que pela primeira vez em muito tempo eu me sentisse confortável.  Ângelo Beaumont não era mais um problema. Ele que achasse uma forma de justificar o fim sem entregar os jogos com dinheiro que fazia escondido.

    Fosse a calma repentina, fosse qualquer outra coisa, comecei a caminhar, quase inconscientemente para onde toda a minha vida se entortara.  Era primavera e as cerejeiras floresciam o fim da tarde lindamente emoldurado e esculpido, uma obra sendo admirada por uma leiga critica.  Depois do que ocorrera nesse lugar com Ângelo, nunca mais tive coragem ou ate mesmo vontade de voltar aqui. Aquele bastardo tornara meu lugar favorito, meu refugio em meu local de tortura, mas não mais iria permitir isso.  Lidar com os vermelhos se tornara minha principal preocupação, mas acharia um jeito de resolver isso.

    Passos suaves invadiram meus ouvidos, mesmo assim não abri os olhos, ainda queria alguns minutos, mesmo os míseros.

     - Acabamos de ser informados do fim do seu noivado. Sinto muito Katherine.

    A voz suave de Beatrice preencheu o espaço e envolve-nos. Sempre tive empatia por ela e seu marido. Durante Batalha, muitas pessoas se refugiaram em nosso reino vindo do dela e como agradecimento após o trágico evento, um banquete foi organizado para minha família. Desde então, os laços entre nossas famílias se estreitaram e ela e eu desenvolvemos um sentimento pela outra. Talvez seja relacionado à perda de seu filho durante a Batalha, talvez nós nos déssemos bem de qualquer forma. Fosse como fosse, essa era nossa relação.

   - Não sinta. Ele era ainda pior do que ouvíamos. - Falei virando para ela. A dor deve ter sido evidente, pois sua expressão foi de ‘’sinto muito’’. Mesmo que seus lábios não pronunciassem as palavras estava claro.

    - A vida dos azuis pode ser pior que a nossa em muitos aspectos, mas eu abriria mão de muito pela liberdade de amar que eles têm.

   - mesmo se não fosse correspondida? Eles não estão livres disso estão?

    - Não minha querida. Mas quando estão podem se entregar.

    - Você não ama seu marido?

   Sua risada gostosa encheu meu peito, desfazendo a timidez que a pergunta provocara.

    - Sim eu o amo- respondeu- mas nem sempre foi assim. Passamos por muita coisa ate chegar onde estamos. A morte de Sebastian foi impactante para nós dois. Depois disso, nos aproximamos. A questão é não o amo como mulher. Admiro-o de fato, mas o amor de esposa, ah, esse não existe. Assim como ele me vê não como mulher, mas como companheira. Acho que só por essa razão tolerei as mulheres que entram e saem de seus aposentos.

     A lembrança de Bash na cama com outro foi como um soque em meu peito, desperta pelo comentário de Beatrice. Só de imaginá-lo beijando-a enquanto suas coxas eram aquecidas pelas coxas torneadas da mulher me causavam náusea.

 - Majestade, conceder-me-ia a chance de falar?

Bash aproximou-se chamando-nos a atenção. Rapidamente Beatrice se assustou preocupando-nos.

    - Esta tudo bem, alteza?- perguntei à rainha.

   Alguns instantes se passaram, até que as palavras saíram de sua boca:

Sim, sim. - uma pausa- Angeline. Ela é uma criada que veio durante a guerra, sabe onde ela esta? Estou a sua procura

  - A senhora que procuras hoje esta no cozinha. Desejas que eu chame para a majestade?- foi Bash quem respondeu.

- Muito obrigada. Eu mesma irei ate ela. Com licença Katherine vejo-a no jantar. - falo já retirando-se.

    A vontade que eu tinha era de impedi-la. Implorar para que ficasse, mas hora ou outra teria que lidar com ele.

    - O que você quer Bash?- falei, virando-me.

O céu já escurecera e agora apenas as estrelas e a lua iluminavam a noite.  Por mais escuro que estivesse, sentia-me incrivelmente exposta. Aquele homem em pouco tempo tornou-se meu melhor amigo e, infelizmente, tornou-se o ladrão do meu coração e o destruíra completamente. Minha razão dizia que ele não tinha culpa. Não tínhamos nada, se decidíssemos ter, passaríamos por grandes provações. Mesmo assim, o choro em meu coração falava mal dele por não corresponder, por deitar-se com outra.

   - Precisamos conversar. Sobre o que você viu- falou se aproximando e parando ao meu lado. Podia sentir seu olhar queimando a pele de meu rosto, mas me recusava a virar.

    - Não quero conversar. E tenho certeza de que a loira com quem chupava os peitos gostaria de estar conversando com você. Acho que ambos concordamos que não estás com quem gostaria de estar agora.

    - pois eu sei estou exatamente onde deveria e quero estar. -  sua mão tocou meu queixo e virou-me para ele.- Olhe para mim. 

     Seu tom era firme, mas suave. Não era uma rainha perto dele, era apenas uma amiga e eu detestava isso. Detestava que fossemos amigos, que não pudesse tocá-lo como gostaria. No fim, cedi. Deixei que seus lindos olhos verdes me afogassem e virei-me para ele.

- O que você viu... - não o deixei terminar.

- O que eu vi deixou bem claro que não sentes o mesmo que eu. - o que eu falei me assustara mas não iria voltar atrás. Cansei de me esconder. Posso ser uma ótima conselheira quando o assunto era o coração dos outros, mas ficava perdida quando o meu estava questão.

- Eu fiz aquilo por que eu te amo- suas palavras me atingiram com toda a força e deixando-me zonza.

   Ele estava tão perdido quanto eu. As mãos passavam constantemente pelos cabelos e os olhos moviam-se incansavelmente enquanto abaixava a cabeça. Eu conhecia os sinais do corpo dele e ele só fazia aquilo quando estava nervoso.

    As palavras dele tiraram as minhas e diante de silencio, ele continuou.

- Eu precisava te esquecer. Eu me apaixonei perdidamente e gradativamente.  Fui sentindo sem sentir e quando, menos esperei estava imerso num sentimento que não podia sentir.  Hoje mais cedo eu percebi que se as chances de ficarmos juntos eram escassas, elas seriam ainda menores. Você se casaria. Seria de outro. Outro que te beijaria, tocaria e o pior, você nem feliz seria. Então fiz o que eu fiz e viu e agora me odeia e eu continuo perdidamente apaixonado.

     - Eu não te odeio- foi tudo que eu pude dizer. Meu peito estava apertado e lágrimas escorriam por meu rosto.

      Bash aproximou-se ainda mais, tocando meu rosto com suas mãos. Por um instante deixei-me sentir o toque e fechei os olhos.  Precisava dizer a ele.

      - eu te odeio por ter beijado ela e não a mim. Eu te odeio por não ter me dito isso antes. Eu te odeio pelo fato de que com um simples sorriso você consegue me relaxar. Mas eu te odeio ainda mais por não ser capaz de te odiar. Porque na verdade a única coisa que eu queria agora era ser sua e você ser meu. Eu te od...  

    Nunca fui capaz de terminar porque nesse instante seus lábios encontraram os meus. Achava que ao toque de um homem eu temeria, mas tudo que eu senti foi uma paz espalhar-se por todo o corpo e o coração acelerar. Não tinha mais azul ou vermelho, corte politica ou problema. Só existia dois seres, Nós dois, finalmente aceitando o que há tempos vínhamos lutando contra.  Seus lábios colados nos meus. Minhas mãos em seu pescoço e suas mãos em meu rosto. Sua língua sugando a minha em um beijo apaixonado e delicado. Acariciando, chupando, lambendo e provocando.

     Eu te odeio- eu disse quando encerramos o beijo, seus olhos grudados nos meus. Sorri.


Notas Finais


Ficou meio cliche, mas espero que tenha agradado assim como me agradou escrevê-lo. Até o próximo


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