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História Coração de Dragão - Por traz do manto vermelho


Escrita por: KhatleenZampieri

Capítulo 8 - Por traz do manto vermelho



A cor verde reluzente da esmeralda nunca fez tanto sentido para mim, antes dos olhos de Natsu eram apenas joias caras, mas o brilho e a intensidade no olhar daquele homem eram inimagináveis, essa cor virou simplesmente minha vontade de viver e de aventurar-me com ele.
Havia um ímã muito forte entre nós, era inexplicável como nossos corpos se aproximavam daquela maneira por pura vontade de ficarmos perto um do outro, eu nunca havia sentido essa conexão com ninguém, sua respiração estava leve como uma folha de outono recém liberta do galho seco de uma árvore, seu hálito era quente como uma chama viva e o cheiro que ele emanava, o perfume que me hipnotizava, o aroma de grama só me fazia ter a vontade de ficar em seus braços e correr com ele ao ar livre, ele tinha uma aura de liberdade, que era exatamente o que eu mais ansiei por toda minha vida.
_Lucy?! – a voz de Gray despertou-me do transe profundo que estava, reparei que estava muito próxima a Natsu, então meu corpo agiu por instinto recuando dois passos e procurando por Gray. – O que está acontecendo?
Gray estava na varanda e descendo os degraus em nossa direção, Natsu baixou a cabeça como quem está triste e sem esperança, meu coração doeu e meu corpo queria ir até ele, o que estava acontecendo? Por que me importava tanto.
_Lucy? – Gray chamou minha atenção quando estava em minha frente parado.
_Ah, oi... – eu queria responde-lo, mas minha atenção ainda estava desfalcada, toda a sensação que tive perto de Natsu passou tão de repente, meus pensamentos estavam embaralhados. – Ah você já chegou, conseguiu um médico?
_Sim. – Gray respondeu olhando estranhamente para Natsu. – Eu já o deixei na casa de Juvia, ele já está tratando da mãe dela.
_Ah, que ótimo. – finalmente meu coração se acalmou e eu consegui recobrar onde eu estava e o que estava acontecendo. – Obrigada Gray.
_Não precisa agradecer. – ele sorriu para mim. – Então, o que faziam aqui?
_Ah, Natsu consertou o chafariz. – eu apontei para a água que jorrava para cima.
_Ah. – Gray olhou com certa desconfiança. – Obrigada senhor Dragneel.
Natsu apenas assentiu e se dirigiu as escadas para entrar no palácio.
Vendo-o daquele jeito era doloroso, mas eu estava noiva de Gray, precisava ficar com ele agora.
_Está tudo bem entre vocês? – Gray pediu reparando o jeito como Natsu estava estranho e minha suposta preocupação com ele. – Aconteceu alguma coisa?
_Ah, nada Gray. – Olhei em seus olhos tentando buscar a mesma sensação que tive com Natsu, mas vi apenas o brilho natural dos olhos negros de Gray. – Eu só estou com fome, quer tomar café comigo?
_Seria uma honra. – ele sorriu e me acompanhou até a mesa.
Chegando lá procurei por Natsu, mas ele não estava, novamente um aperto em meu peito avisou-me que algo estava errado, me sentei na cadeira que Gray puxou para mim e me servi, mas não toquei em nada, a fome se esvaiu assim como Natsu.
Gray me contou sobre sua viagem, eu realmente queria ouvir e prestar atenção, afinal era uma coisa que me interessava, eu gostava muito dele, queria saber se ele correu algum perigo, mas sua voz simplesmente era mais baixa que meus pensamentos voltados aqueles olhos esmeraldas que não saíam de minha mente.
_Lucy? – Gray me chamava, olhei para ele imediatamente. – Você está bem? Não tocou na comida.
_Eu... – seus olhos eram lindos Gray, mas não chegavam nem perto de me transmitir o que Natsu conseguia. – Eu sinto muito Gray, mas preciso ir agora...
_Mas Lucy... – Gray tentou me chamar de volta, mas eu já havia partido.
Corri o mais rápido que pude pelos corredores do palácio e ele não estava em lugar algum, onde você está? Você não foi embora não é?
_Lucy? – encontrei meu pai conversando com alguns guardas no corredor. – O que faz correndo pelo corredor?
_Desculpe pai. – parei e fiz uma reverência educadamente. – O senhor por a caso viu o senhor Dragneel hoje?
_Bem lembro-me de vê-lo no jardim com você mais cedo e depois ele saiu do castelo. – Meu pai franziu o cenho tentando lembrar mais algo, admito, me admirei com a vontade dele. – é depois disso não lembro.
_Obrigada pai. – agradeci e passei por ele e pelo guarda graciosamente, quando virei a curva comecei a correr de novo.
Fui em direção à saída do palácio e olhei para todos os lados, nem sinal, olhei para a floresta, será?
Já sem fôlego corri para lá. Os guardas no meio do caminho me barraram assim que me viram.
_Princesa, onde vai? – um deles perguntou.
_Vou passear. – respondi. – Posso passar, por favor.
Eles se entreolharam e depois deram espaço para que eu pudesse passar.
_Obrigada. – sorri e saí pelo portão da frente, como nunca fiz antes, depois virei à esquerda e subi a colina correndo, minhas pernas já doíam, mas pouco importava, eu só queria encontra-lo ver que estava tudo bem.
Adentrei com todo o meu fervor na floresta e logo tive que parar, pois meus pensamentos estavam tão longe que eu simplesmente me perdi no meio da mata. Tentei prestar atenção se não conseguia achar um lugar mais claro, mas parecia que hoje ia chover, o céu estava escurecendo e as nuvens estavam negras e carregadas.
Minha respiração passou a ser o único som que pude ouvir entre o vento, tentei prestar atenção no cheiro, qualquer coisa que pudesse me levar até ele, mas ali tudo tinha o cheiro de grama, comecei a andar na direção oposta a que vim calmamente acreditando ser o caminho certo, por que era tão fácil se perder ali?
De repente como se tudo tivesse me ajudando, o destino, o universo e as forças divinas, eu finalmente encontrei aquela clareira onde Natsu estava enterrando os ossos de dragão no dia anterior. Corri até lá na esperança de encontrá-lo, mas ele não estava, apenas o túmulo que eu havia ajudado a construir.
Olhei em volta e o desespero começou a vir à tona, me ajoelhei e as lágrimas vieram, será que não o veria mais? Você foi embora?
_NAAAAAAATSUUUUU! – Gritei com toda a força, me colocando em perigo total, pois se houvesse algum animal selvagem ou um ladrão na floresta, eu estava exposta, mas não importa, eu apenas queria vê-lo mais uma vez.
Como se o universo tivesse escutado meus pensamentos, um lobo cinza com olhos negros aparece entre as árvores, seu andar era firme e intimidador, seus dentes serrados demonstravam que ele ganharia a briga, e seu olhar me falava para apenas desistir.
Fiquei parada, afinal estava cansada e emocionalmente instável, não havia para onde correr, o lobo com certeza era bem mais rápido e ágil do que eu, afinal eu não corria assim fazia um bom tempo.
O lobo percebeu que eu não faria nada então veio em minha direção, o som de suas patas batendo no chão fez meu coração disparar, então apenas fechei os olhos e aceitei a inevitável morte.
Mas ao in vez da mordida, senti uma brisa rápida e o cheiro de grama que eu tanto queria sentir, e junto o som de uma lâmina brandindo no ar e logo o estrondo de um corpo sem vida caindo no chão. Meu coração se aqueceu e tive coragem de abrir os olhos novamente.
_Mas que droga Lucy... – Natsu estava com as roupas um tanto rasgadas e muito mais ofegante do que eu, haviam vários arranhões pelo seu corpo e o cabelo mais bagunçado do que nunca e com algumas folhas penduradas dando um toque índico nele.
_Natsu... – o chamei e sem pestanejar o abracei fortemente e neste momento as lágrimas vieram novamente, o alívio de não tê-lo perdido, senti seus braços me entrelaçarem com a mesma intensidade, tudo o que eu queria era ficar ali para sempre, sentindo essa sensação de conforto e segurança.
_Lucy... – a voz dele estava calma, mas pesarosa. – Por que veio até aqui?
_Eu pensei que você estivesse aqui. – respondi ainda abraçada a ele. – e quando percebi que não estava, pensei que tivesse ido embora.
_Eu não vou embora. – ele respondeu calmamente. – Não depois deste abraço.
_Natsu, por que estou me sentindo assim? – me soltei um pouco dele ficando em sua frente.
_Por que estamos ligados... – ele respondeu cauteloso e limpando delicadamente as lágrimas que ficaram em meu rosto.
_Mas eu não entendo, eu te conheci fazem dois dias e agora sinto como se não pudesse viver longe de você... – quando dei por mim já tinha revelado meus pensamentos a ele. – Eu me sinto atraída por você, mas de uma forma tão intensa, meu peito dói quando estamos afastados, é como se eu soubesse quando você está triste, tudo se resume a você, eu preciso ficar perto de você senão me sinto mal, por favor me diga que você nunca mais vai embora... 
Não pude mais falar pois senti meus lábios pressionados pelos seus, meu coração disparou de uma maneira absurda, como se fosse explodir para fora do peito, mas não doía, era como se finalmente tivesse feliz, meu corpo se acalmou e automaticamente meus braços se envolveram em volta de seu pescoço o puxando para mais perto e meus olhos se fecharam para que eu sentisse tudo.
Nossas respirações estavam aceleradas, mas em ritmo constante, o calor que o beijo e o corpo dele emanavam me fez nem perceber as gostas de chuva que começaram a cair, toda a intimação que tínhamos e o desejo de estar um com o outro foi depositado neste beijo, era intenso, cheio de vontade, proteção e amor.
Logo senti a falta de ar e precisei me afastar poucos centímetros para poder respirar e ele também, estávamos molhados, mas pouco importava, com ele eu não sentia frio algum, o sorriso discreto na boca nele me fez sorrir também, o que foi isso?
_É amor Lucy... – ele sussurrou. Juvia tinha razão, só podíamos ser almas gêmeas para que fosse tão forte e tão de repente, diante de mim, estava a minha outra metade, quem me completava e quem mais me entendia. – Eu não vou embora, nunca mais, eu prometo.
_Se eu fosse você não prometeria o que não pode cumprir. – Gray apareceu diante de nós, Natsu segurou minha mão firme com medo que eu fosse embora.
_Gray... – o chamei para que ele prestasse atenção em mim. – Sei que está chateado, mas preciso que entenda...
_O que? – ele pediu, estava claramente chateado. – Eu dei tudo de mim para que nosso noivado fosse bom pra você, para que você ficasse feliz, por sei que é difícil casar-se com quem não ama, e você simplesmente não deu valor algum ao meu sacrifício.
_Gray eu...
_Não, eu fui até o meu reino que fica longe para conseguir um médico para uma pessoa que eu nem conhecia por você, pra lhe deixar feliz. – ele elevou a voz mostrando a raiva guardada, Natsu instintivamente me puxou para trás de seu corpo. – Pra que, um simples obrigado e traição?
_Mas eu não traí você... – ele estava com tanta raiva que não pensava direito.
_Fiquei preocupado hoje quando saiu sem comer nada e vim correndo atrás de você com medo que estivesse mal. – Ele contou. – Foi quando seu pai disse que você estava procurando por ele, então vim para cá e ouvi seu grito o chamando, pensei que estivesse em perigo... e... quando chego... vocês estão trocando juras de amor... e um beijo... que... que em um mês eu não consegui conquistar e ele... em um dia...
_Gray... – eu me soltei dos braços de Natsu o olhando com determinação para que ele entendesse que estava tudo bem. – Olhe para mim, por favor, preciso que me escute.
_NÃO! – ele gritou e de repente o ar começou a ficar frio e uma névoa branca rodeava sob seus pés e subia dançando em volta de seu corpo.
_Gray? – o chamei novamente. – Por favor me escute.... não faça nenhuma bobagem.
_Bobagem? – ele pediu e sua fúria já não deixava que ele pensasse direito. Em sua mão formou-se uma estaca de gelo, ele segurou com toda força e arremessou contra Natsu. 
_Nãããããoooo... – gritei me lembrando da última vez que vi uma estaca de gelo assim, que matou meu amigo dragão quando eu era pequena.
Meu corpo agiu por instinto me arremessando entre a estaca e Natsu, eu não iria ver ele morrer como aquele dragão morreu anos atrás, daquela vez eu não pude fazer nada mas agora eu posso.
Mas antes que a estaca pudesse me atingir a mesma fumaça negra que levou o meu amigo naquela vez, fez com a estaca desaparecesse. Salvando-me.
_Lucy... – Natsu veio até mim. – Você está bem? Nunca mais faça isso.
Ele estava preocupado, mas olhei para Gray sem acreditar no que eu estava vendo, ele era uma mago de gelo, mas não um qualquer, foi ele que matou meu amigo daquela vez.
_Como você ousa atacar a princesa? – a voz de Zeref saiu enraivecida, ele apareceu do nada por trás de uma árvore, então ele agitou a mão e sua fumaça cobriu o corpo de Gray, seu rosto por breves instantes mostrava arrependimento, e então ele desapareceu. – Você se machucou princesa? 
_Não, estou bem, obrigada. – agradeci, pois foi a magia dele que me salvou. – o que fez com Gray?
_O transportei para a minha sala no castelo, tenho que tratar disso depois, mas não se preocupe ele vai ficar trancado lá, não fará mal de novo a você. – Zeref olhava com desconfiança para Natsu que estava ao meu lado.
Eu baixei a cabeça e olhei para Natsu que retrucava o olhar de Zeref com a mesma intensidade e desconfiança.
_Vamos voltar ao palácio, seu pai está a sua procura Princesa. – Zeref fala e assim ele transporta todos nós de volta ao salão de entrada do palácio com sua magia.
Era como estar dentro de uma sala giratória com muita fumaça dentro, uma sensação de sufoco horrível, mas durou poucos instantes e já estávamos em solo firme.
_Meu Deus. – meu pai ficou surpreso com nossa chegada nas sombras. - O que aconteceu?
_Pai, preciso falar com você. – fui até ele implorando.
_Certo. – ele disse e olhou para Zeref. – Obrigado por achá-los.
Zeref apenas assentiu e recuou um passo indo para as escadas, suponho que iria até Gray, mas antes ele lançou-me um olhar de ameaça para que eu não falasse nada do ataque de seu aprendiz.
_Bem, eu vou me lavar. – Natsu recuou e também foi em direção as escadas, sua expressão era de cansaço, mas havia preocupação em sua voz.
_Onde você estava Lucy? – meu pai agora olhava seriamente para mim.
_Eu estava bem pai, estava com o senhor Dragneel. – respondi.
_Mas seu noivo estava preocupado e procurando por você. – Meu pai exclamou.
_Eu... – engoli em seco, ele estava me escutando, seria agora ou nunca. – Eu não quero mais casar-me com o senhor Fulbuster.
_Já conversamos sobre isso... – mostrando não ter paciência.
_Eu quero me casar com o senhor Dragneel. – falei determinada, meu pai pareceu um tanto chocado, seus lábios estavam entreabertos em choque, estava processando a informação.
_Posso saber o por quê? – ele pediu.
_Eu o amo. – respondi prontamente.
_Lucy, eu não sei como o senhor Dragneel é em questão de reinado, ele não parece muito certo, como posso confiar a uma pessoa assim meu reino? – Eu sabia que essa era a questão.
_Ele sabe reinar pai, não vai deixar que nada aconteça com o reino, ele tem muito dinheiro, o senhor mesmo viu.- comentei.
_Lucy isso não será possível, pois já fiz um acordo com o meu conselheiro. – ele explicou. – Você vai se casar com o senhor Fullbuster sim, e será adiantado para que você não fique insistindo mais nesse assunto.
_Mas...
_E o senhor Dragneel irá embora amanhã pelo amanhecer, ele já conseguiu o queria e já pagou tudo, não tem mais assuntos aqui. – Meu pai cruzou os braços. – É uma ordem minha Lucy. Guardas, levem ela para o quarto e vigiem para que ninguém entre lá, nem mesmo a dama de honra.
_Pai... – tentei alcançá-lo, mas ele já havia se virado e estava indo para seus aposentos, os guardas me pegaram pelos braços e levaram-me para meu quarto, trancando assim que me deixaram lá.
Soltei-me de joelhos no chão, eu não queria mais chorar, mas doía muito pensar em nunca mais vê-lo, agora que eu descobri que realmente o amava, que essa conexão entre nós era o destino nos unindo.
Me levantei sem ânimo e fui me lavar, depois deitei na cama pensando em Natsu, no beijo que esclareceu tudo e em Gray que mentiu pra mim, ele que matou meu amigo e nunca me contou, ficou um mês ao meu lado e mesmo assim não havia me contado que era um mago justamente pra que eu não soubesse que ele era o assassino. Mas mesmo que meu pai soubesse que ele atacou Natsu hoje, ele o defenderia, pois daria todas as razões a ele, não tinha ninguém que nos apoiava, estávamos sozinhos nessa.
Acabei pegando no sono e acordando no meio da madrugada com barulho do lado de fora da porta do meu quarto, levantei e ouvi sons de soco e espadas brandindo, fiquei preocupada então tentei abrir a porta, mas ainda estava trancada, então o silêncio predominou o lugar e pude sentir que alguém estava do outro lado da porta, a respiração estava próxima, tinha que ser ele.
_Natsu... – o chamei, mas apenas senti algo batendo em meus pés, quando me abaixei vi um pequeno pedaço de papel e ouvi os passos dele se distanciando.
O papel estava dobrado então desdobrei e reparei numa pequena carta.
Lucy,
Apesar do tempo você não mudou nada, continua preocupada com o bem estar de todos, inclusive os dragões, isso me encanta, mas o que mais me surpreende, é que depois de tanto tempo, ainda posso ver a pequena sonhadora dentro de você, corajosa, determinada e incrivelmente linda.
Eu realmente espero que possamos ficar juntos, mas antes tenho assuntos pendentes a resolver, não se preocupe, não irei embora, é aqui no palácio, espero que só uma pessoa saia ferida, e que seja Zeref, portanto, preciso que você fique neste quarto e não saia, por favor, prezo por sua segurança.
Eu amo você de todo o meu coração.
Ah, quase ia me esquecendo.
NOM DIA.




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