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História O Caminho Escolhido - Onze


Escrita por: mLiang

Capítulo 12 - Onze


Fanfic / Fanfiction O Caminho Escolhido - Onze


É doce este sentimento vago, este coração palpitante
Acho que eu não conhecia o amor até agora

(Spring Rain - Baek Ji Young)

O CRYOMANCER GUARDOU o celular no bolso e começou a olhar para a faixada do hospital quando foi surpreendido por Liu Kang que estava ao seu lado fuzilando com os olhos. Sub zero não havia percebido a presença do fisioterapeuta e este disse:

- O que procura, Lin Kuei?

Sub zero se voltou para o dono da voz e ficou surpreso ao vê-lo com o jaleco do hospital e perguntou:

- Liu Kang? Não sabia que era aqui que você trabalha.

Liu cruzou os braços e disse:

- Trabalho aqui faz alguns meses. Consegui passar na seleção na terceira tentativa.

- Já ouvi falar que é muito difícil entrar aí. Até para um cargo simples eles fazem uma seleção rigorosa.

- Sim. – disse Liu que fazia da sua mão um sombreiro para não afetar a sua visão devido a forte luz do sol do meio dia.

Sub zero começou a se perguntar o motivo de Kang ter vindo até ele, por eles nunca terem tido tanta proximidade e ainda mais agora depois do retorno de Kitana. Por mais que Liu Kang já estivesse casado, Kuai ainda o via como um concorrente ao coração da edeniana, mas se manteve calado a espera do que Liu poderia falar. Este quebrou o silêncio que pairava entre os dois:

- Veio procurar alguém?

- Eu ia tentar falar com Kitana, mas pelo horário – disse Sub zero olhando em seu relógio de pulso – Ela deve estar almoçando.

- Ela começou hoje – disse Liu Kang – está substituindo uma neurologista muito boa e os pacientes gostavam muito dela.

- Mas acredito que Kitana dará conta do recado. – falou Kuai confiante – Ela é muito boa no que faz.

- Pelo visto você ficou bem intimo dela depois que ela voltou do coma. – Liu Kang soltou uma farpa querendo provocar uma discussão.

Sub zero logo percebeu a provocação do ex-shaolin e resolveu não rebater. De repente sentiu uma mão forte pousar em seu ombro e o cryomancer virou-se de sobressalto pronto para congelar o dono daquela mão. Era um rapaz mestiço entre branco e asiático, de estatura mediana e cabelos longos e presos. Vestia uma camisa azul com detalhes em branco e uma calça jeans. Kuai tentava reconhece-lo, mas não conseguia. Segurou a mão do rapaz e perguntou:

- Quem é você?

- Ah esse é o Sub zero que eu conheço, mas não consegue ser tão durão como seu irmão.

- De onde conhece meu irmão? – perguntou Sub zero ainda sem entender o que estava acontecendo.

- Perdoem-me – disse o rapaz olhando também para Liu – Acho que vocês não me conheceram sem a minha máscara de oxigênio.

- Kabal? – perguntou Sub zero

- Garoto esperto!

Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão e um tapinha nas costas. Kabal também cumprimentou Liu Kang que disse:

- Pensei que continuaria a usar a mascara.

- Como voltei à vida, assim como vocês, não precisei mais dela.

Kabal voltou-se para Sub zero:

- Soube que você estava aqui e vim te pedir para me ajudar a chegar ao quartel das F.E. Chamaram-me para a reunião.

- E por que Sonya não me chamou também? – perguntou Liu atônito.

- Ela deve ter ligado para o hospital – disse Sub zero – e não te liberaram para ir até lá. Mas não se preocupe, ela irá te mandar um e-mail sobre tudo o que foi falado na reunião.

Os dois se foram e deixaram Liu Kang sozinho naquele lugar e começou a passar várias coisas pela sua mente. Resolveu ir para o seu consultório e sem pestanejar ligou para a general. A sargento Cassie atendeu:

- Alô.

- Cassie, aqui é Liu Kang. Sua mãe está?

- Ah Liu. Ela não pode atender agora...

- Mas eu preciso falar com ela – disse Liu já irritado.

- Calma! Vou pedir para ela te ligar assim que ela terminar o que está fazendo. Não se preocupe.

Dizendo isso a linha caiu. Liu Kang estava sozinho na sala e por causa da sua irritação sentiu seus punhos queimarem como brasa, pode ver uma fraca fumaça sair deles e começou a sacudi-los fazendo-os esfriar. Foi até um lavabo e deixou a água correr em suas mãos. Depois de tudo o que viu há alguns minutos atrás percebeu que Sonya ainda estava magoada por ele ter contraído matrimonio com Laura. Respirou fundo e ficou olhando para o espelho por alguns instantes, sentiu uma imensa vontade de voltar no tempo poder fazer tudo diferente, mas não adiantava mais ter todo aquele desejo. Resolveu sair e caminhar pela praça de frente ao hospital enquanto aguardava a possível ligação que Sonya faria.

 

ALÉM DOS combatentes novatos, aqueles que se libertaram da maldição de Quan Chi (exceto Liu Kang e Kitana) estavam presentes em uma sala no quartel das F.E. para uma reunião de urgência. Todos já sabiam da ameaça eminente de Kotal Kahn ao Plano Terreno, mas alguns ainda não sabiam sobre Sheeva. Estavam todos ansiosos, cada um sentado em cadeiras que estavam em volta de uma grande mesa. Sonya chegou com alguns papéis em mãos e disse:

- Fico feliz em revê-los. Há tanto tempo não vejo todos reunidos aqui.

Ouviu-se uma batida na porta e Kung Jin que estava próximo a porta logo abriu, era Jade. Estava ofegante, pois correra um pouco para não chegar atrasada – o que não surtiu muito efeito.

- Perdoe-me, general! – disse Jade um pouco envergonhada.

Sonya fez um sinal para mostrar um acento para a edeniana. Ela senta-se ao lado de Jax e olha atenta para a general. Blade continua:

- Todos já sabem da ameaça que está próxima a nós e graças a Ermac – Este estava do lado da general e ela o apontou – Nós podemos nos preparar para o que virá. Por ele também conseguimos uma aliada que poderá nos ajudar a defender o Plano Terreno.

Sonya fez um sinal com o braço direito chamando alguém.  Sheeva chegou a passos lentos, com um sorriso franco no rosto, ficou do lado de Sonya e acenou com um dos braços. Todos aplaudiram, alguns ficaram surpresos de como Sheeva mudara, parecia estar mais humana, sem uma expressão ríspida, como muitos tinha recordação dela. A shokan sentiu uma comoção ao ver Jade bem e deu um sorriso para a edeniana, esta retribuiu e fez uma vênia com a cabeça. Sheeva deu um olhar em volta para ver cada combatente e disse:

- Fico muito feliz por estar aqui com vocês. Sei que ninguém tem uma boa imagem de mim, pois estava do lado inimigo. Depois da morte de Shao Kahn, acordei do torpor que ele me mantivera e vi quantos erros cometi, o quanto mal ele fizera a todos vocês. Então eu soube do massacre em que foram vitimas e meu coração ficou dilacerado em dor, mas não pude demonstrar isso a ninguém. Por várias noites chorei a morte de vocês... – Sheeva sentiu a voz embargar e fez pequena pausa colocando a mão nos lábios, depois continuou – Sindel me ensinou a amar o Plano Terreno antes de ela se sacrificar por ele, por isso chorei a morte de vocês.

Raiden chegou abrindo a porta devagar sem que ninguém percebesse e ficou do lado de Kung Jin. Sheeva continuou:

- Quando soube que vocês voltaram a vida, fiquei muito feliz e desejava que vocês me visitassem, pois se eu tivesse que ir visitar cada um aqui logo me capturariam para experiências científicas.

Todos riram na sala. A shokan continuou:

- Ermac veio até mim pedir ajuda e me contou sobre a ameaça de kuatal e quero dizer que eu e todos os shokans do meu reino está a favor do Plano Terreno – Ela levantou seus braços – A terra irá vencer mais uma vez!

Todos aplaudiram. Após ter terminado o discurso, Sheeva fez questão de cumprimentar cada um. Enquanto isso, Kung Lao foi até Sonya e perguntou:

- Onde está Liu Kang?

- A chefia dele não o liberou para vir. Vou ligar para ele e coloca-lo a par do assunto.

O shaolin se virou e viu Jade conversando com Sheeva, ambas estavam emocionadas e conversavam com empolgação contando as novidades. Ele se consolava em apenas olhar para a moça de olhos verdes. Mas ainda não tinha coragem de se declarar para ela e resolveu deixar seu sentimento retraído, por mais difícil que fosse.

 

JÁ ESTAVA próxima das seis e meia da tarde, Kitana já havia atendido por volta de quinze pacientes apenas a tarde. Por mais que não fossem casos tão graves, sua mente estava cansada e ela precisava de um refrigério. Viu que a hora de ir embora já estava bem próxima e decidiu sair do seu consultório, enquanto deixava sua mesa em ordem para dar essa saída, ela pensava no episódio que tivera no dia anterior com Raiden. Ao se lembrar do que ele disse sobre sua mãe, sentiu um nó na garganta, mas engoliu o choro que queria vir e deixou escapar de seus lábios:

- Não posso...

Isso se referiu a decisão de ela ir à guerra contra a Exoterra.

Saiu do consultório deixando a porta encostada. Ao ver por uma pequena janela que Yang estava sem pacientes entrou no consultório dela. A coreana disse:

- Eu já ia pra sua sala.

- Parece que adivinhamos as vontades umas das outras.

Elas riram. Mas Yang notou a preocupação nos olhos de Kitana, não queria tocar no assunto sobre a ameaça e tentou puxar assunto:

- E como foi com os pacientes?

- Nenhum caso grave. Mas cansa.

- Eu sei. – disse a coreana se levantando – Estava pensando em sairmos hoje a noite.

Desde manhã Yang pensava em fazer isso e expos essa ideia para a edeniana que não sabia se ia ou não. E ela continuava indecisa.

- Tem certeza de que não quer ir comigo? - Yang Mi perguntou pela décima vez. - Você anda muito séria ultimamente, vai ser bom para se distrair...

- E isso é a última coisa que eu quero agora. - Kitana respondeu. Sabia que estava sendo fria com sua amiga, e que a amizade entre elas parecia esfriar mais a cada dia, mas não conseguia se concentrar em mais nada. As palavras de Raiden ainda a atormentavam.

- Bom, você tem o meu número se mudar de idéia. - Ela falou com a animação visivelmente menor.

Ainda assim, Kitana não conseguia se sentir arrependida, mas mantinha o mesmo grau de preocupação e peso na consciência. Ainda se recordava bem de como havia negado tudo sem nem mesmo deixar Raiden terminar de explicar. Sua hora de ir para casa era agora, mas não queria voltar para ficar sentada no sofá pensando na noite anterior novamente, por isso havia pedido pra continuar ali por mais algumas horas, esperava que se continuasse a atender os pacientes, aquele medo a deixaria em paz.

Respirou fundo e entrou em sua sala novamente, estranhou ao ver um homem de camisa azul escura e cabelos negros, sentado em frente a sua mesa. Ao se virar novamente para fechar a porta, percebeu que a sala estava mais fria que o normal.

Deixou que todo o ar escapasse de seus pulmões assim que foi olhar o paciente novamente. Foi andando devagar até sua cadeira para ficar de frente para ele e quase gritou de surpresa. Mas franziu as sobrancelhas, não sabia o que ele estava fazendo ali, mas tinha uma ideia lá no fundo.

- Boa tarde, doutora. - Ele sorriu ao falar.

- O que está fazendo aqui? - Rebateu a pergunta. Sua consciência a repreendeu por ter usado aquele tom de voz ao perceber que o sorriso dele havia falhado, mas se obrigou a manter a mesma postura.

- Bom, eu estava em uma cidade próxima e resolvi aproveitar a oportunidade para visitá-la. - Respondeu calmamente.

- Está doente? Não me parece que está. - Kitana fechou os olhos e suspirou pesadamente.

- Uma cidade próxima é? E por acaso a base das Forças Especiais fica há 137 km daqui.

- Sim, ontem a Sonya ligou e convocou uma reunião de emergência para discutir sobre o que faríamos no caso de um ataque.

- Então ela te mandou vir aqui para tentar me convencer a aceitar o convite para participar de uma guerra... - Ela sorriu sem humor.

- Ninguém me mandou aqui. - Sub-Zero se levantou e caminhou na direção dela. - Apenas queria saber como você estava.

- Sub-Zero eu... Não posso. - Kitana falou com a voz embargada, mas não ousaria chorar na frente dele. - Não posso voltar, eu estou tentando construir uma nova vida aqui, porque tudo o que sobrou da minha antiga vida foi morte e sofrimento.

- Não vim aqui para pressionar você, apenas queria que soubesse que eu estou do seu lado e vou respeitar qualquer que seja sua decisão. - Ele falou em uma voz baixa que a fez se sentir mais relaxada.

- Obrigada... - Kitana sorriu para ele, pode perceber que a mão dele se aproximava de seu rosto, para enxugar uma lágrima que havia escapado.

Estava prestes a aproximar seu rosto do dele quando a porta se abriu rapidamente.

- Kitana... Eu não sabia que estava ocupada... - Liu Kang falou a última palavra com certa raiva que não passou despercebida por ela, e pelo que pode observar pelo semblante de Sub-Zero, ele também não.

- O que você quer? - Kitana respondeu no mesmo tom.

- O outro cirurgião quer saber que horas você irá embora, ele vai fazer uma cirurgia agora e perguntou se você pode atender mais alguns pacientes. - Ele respondeu lançando um olhar de desdém para Kuai Liang.

Continua...

 



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