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História O Caminho Escolhido - Quatro


Escrita por: mLiang

Capítulo 5 - Quatro


Fanfic / Fanfiction O Caminho Escolhido - Quatro

Os monitores da sala onde as doutoras estavam já haviam apagado suas luzes,  apenas duas luminárias, uma de cada lado da mesa, estavam acesas. Depois de ouvir toda a declaração da história de Kitana, Yang ficou com o seu olhar fixado para o nada, encostada com seu cotovelo na mesa e a cabeça sendo sustentada por sua mão. Kitana olhava a colega e queria saber o que ela estava achando de toda aquela história.

 - Bem, essa é a minha história - disse Kitana tentando quebrar o silêncio.

- Depois do que vi na tomografia do Kung Lao - Disse Yang voltando o olhar para a amiga - não há como desacreditar.

Realmente a história de Kitana parecia filme de ficção científica misturado com aventuras helenísticas.

- Mas você - Continuou Yang - uma princesa de outro mundo?  Ainda está difícil para aceitar.

- Eu fui uma princesa. Agora sou uma residente da neurocirurgia desse hospital, apenas isso.

-Ainda bem que você não é uma dessas que saí contando da sua vida pra todo mundo. Se você contar isso a alguém que não te conheça bem, dirão que estás louca.

As duas riram. Depois de uns segundos, Yang veio com uma indagação:

- E esse Sub Zero?  Tem o visto?

- Nada. A última vez que o vi foi quando saí de alta do hospital das F. E... Por ser grão-mestre de um clã que está crescendo deve ter muito que fazer.

- Você sente falta dele?

Kitana esboçou um tímido sorriso, lembrou-se do seu rosto amigável, do sorriso brilhante que dera quando acordou do coma, a pureza clara ao exprimir seus sentimentos que estavam presos ao coração e que as terríveis circunstâncias não o deixavam  libertar.  Olhou para o chão, ruborizada e disse:

- Confesso que me lembro dele praticamente todas as noites antes de dormir. Ele foi o principal motivo de eu ter voltado do coma.

- Pudera, depois de uma declaração de amor dessas... Deve ter sido emocionante. Decerto você sente algo por ele.

- Sinto um amor respeitoso, não chega a ser uma paixão avassaladora, mas sinto falta dele.

Kung Lao acordara com uma pequena dor de cabeça. "Podia ser as preocupações com a academia", pensava ele. Sentia-se seguro por saber que Kitana era doutora naquele hospital. Ainda não se conformara por ver Liu Kang abandonar aquela que tinha considerado o amor de sua vida. Pelo apreço que o shaolin tinha pela princesa podia gerar desconfiança entre os combatentes de que teria em seu coração algum sentimento erotizado, mas era apenas um amor fraternal por ela. Um amor platônico ele sentia pela combatente de olhos verdes e tez morena, que não saía dos pés de Kitana, ele compreendia o que Sub-Zero sentia. Nunca contara a ninguém sobre essa paixãozinha, nem mesmo para Raiden. Mas quem conseguiu arrancar esse segredo tão escondido foi Fujin, de quem era muito amigo, que devido à tamanha insistência abriu-lhe seu coração.

Kung Lao estava a olhar o quarto onde estava, o leito era bem macio, estava sim confortável. Viu um vulto feminino passar pela porta de vidro e alegrou seu coração ao ver Kitana entrar.

- Não foi dormir princesa? - Perguntou Lao tentando se levantar.

- Estou de plantão essa noite - aproximou-se do leito do shaolin - permaneça deitado.

- Certo, aliás, estava com um pouco de dor de cabeça, mas já passou.

Kitana pegou uma cadeira e sentou próxima a cabeceira do leito, com um ar de preocupação disse:

- Eu estava vendo suas tomografias.

- E aí?

- Yang Mi encontrou algo em seu pescoço, já conseguiu diagnosticar que a fissura que estava lá era mortal.

Logo veio a mente do shaolin a maneira que havia morrido. Preocupado perguntou:

- Você contou pra ela?

- Tive que contar. Lembrar aquele dia... - os olhos dela ficaram embaçados devido às lágrimas – me dói o coração.

Com muito esforço o shaolin se levantou da cama, respirou fundo e abriu os braços perguntando:

- Há quanto tempo não nos abraçamos?

Kitana abriu um sorriso entre as lágrimas e o abraçou dizendo:

- Seus abraços me fazem tanta falta... Nunca pude dizer, mas doeu demais a sua morte, doeu demais...

Kung Lao deixou as lágrimas correrem pelo seu rosto e disse:

- Mas agora eu estou aqui, minha irmã. E pretendo viver muitos e muitos anos.

Os dois se afastaram e limparam cada um suas lágrimas. Lao tentando mudar um pouco de assunto perguntou:

- E o coração?

Kitana logo entendeu e respondeu:

- Está tranquilo, apaixonado pela medicina.

- Há um tempo, quando você ainda era espectro... Sub Zero me procurou lá na Wu Shi.

- Sério? – perguntou Kitana se ajeitando na cadeira.

- Sim. Ele foi me visitar, fiquei muito feliz em vê-lo, foi ele que conseguiu me resgatar. Conversamos muito e ele acabou me fazendo uma confissão. Provavelmente você já sabe.

A doutora esboçou um sorriso entre seus lábios e baixou a cabeça um pouco corada. Kung Lao riu e continuou:

- Fiquei surpreso e ao mesmo tempo feliz por saber que o grão-mestre nutria um puro amor por ti. Aliviei-me, pois eu tinha sabido do noivado de Liu Kang com Laura e se você voltasse à vida ficaria vulnerável a homens de má índole. Sub-Zero tem decência e um coraçãozinho muito puro, esse sim te merece.

Kitana sentou um aperto no peito ao ouvir o nome de Liu Kang, o shaolin logo percebeu o deslize que dera.

- Perdão, Kitana - disse ele tocando o ombro dela - Não foi minha intenção lembrar o Liu.

- Não se preocupe. Ele quis apenas fazer parte do meu passado – Kitana esboçou um sorriso tímido - Mas achei engraçado você querer escolher Sub-Zero para mim, parece um pai falando.

- Considero-te minha irmã mais nova e quero cuidar bem de você. Já sofreste muito, não quero vê-la mais no sofrimento, desejo te ver feliz.

Kitana segurou firme a mão do shaolin, este baixou a cabeça por uns instantes. Começou a lembrar de quando Liu Kang anunciou o casamento com Laura, ele fora pessoalmente à academia Wu Shi para convidar Lao à cerimônia de enlace.

- Como assim? Você vai casar? – perguntou Kung Lao surpreso

- Sim e gostaria muito de ter você lá junto comigo.

- E Kitana? Como fica nessa história?

Liu olhava para o lado tentando encontrar uma resposta. Encontrou os olhos de Lao e disse com um leve aperto no coração:

- Kitana está morta. É apenas um fantasma agora, preciso seguir em frente com a minha vida.

- Ela morreu como todos nós naquele dia terrível e cá estamos vivos! E ela voltará à vida assim como nós voltamos.

- Quando ela voltará? Não temos certeza disso! Eu não posso parar minha vida e espera-la.

- Sabe muito bem que sou contra este casamento. – Lao segurou o braço de Liu – Você ama Kitana.

- Ela morreu Lao! Acabou.

Dizendo isso Liu soltou o braço da mão de Lao e se foi. Não imaginava que isso aconteceria, sua visão ficou embaçada com as lágrimas que deixou escorrer pelo seu rosto. Chorou pela amiga que não podia chorar e sua esperança de que ela viveria se renovou naquele momento.

Kitana olhava o amigo mergulhado em lembranças. Ela o tocou e perguntou:

- Está tudo bem?

Lao ergueu os olhos e com os olhos marejados disse:

- Kitana... Eu preciso te pedir perdão.

- Pelo que? – perguntou Kitana atônita.

Ele limpou as lágrimas com as mãos e disse:

- Pelo que o Liu Kang fez com você. Quero pedir perdão por ele! Nós, shaolin, não somos assim, não desistimos das coisas facilmente, somos persistentes até conseguirmos atingir a nossa meta. Liu Kang não deveria ter feito isso com você...

Kitana sentiu uma comoção e com voz embargada disse:

- Não se preocupe Lao! Isso tudo é passado agora.

Os dois sorriram entre lágrimas.

Uma semana se passou. Kung Lao se recuperou logo e teve alta voltando para a academia Wu Shi prometendo visitar Kitana mais vezes. Yang Mi não esquecia Lao e começava escrever mensagens no celular como rascunho, mas com uma grande vontade de enviar para ele. Kitana percebia que nas horas vagas a amiga estava constantemente com o celular em mãos escrevendo algo.

Enquanto estava em seu notebook abrindo a página do hospital de Los Angeles para ver se havia passado no processo seletivo Kitana perguntou a Yang que estava ao celular:

- O que tanto você escreve aí?

Pairava um silêncio na sala e Yang se assustou com a pergunta de Kitana. Disse:

- Você me assustou!

Kitana riu e disse:

- Vai, me fala logo!

- Não é nada, Kit! São só uns poeminhas que estou escrevendo.

- Hmmmm e pra quem é?

- Você quer saber demais! – disse Yang guardando o celular no bolso de seu jaleco.

- Ah, Yang! Você já sabe tudo sobre mim. Agora está na hora de você me contar alguma coisinha.

Yang respirou fundo e foi até a mesa da colega, sentou numa cadeira próxima e disse:

- Sabe aquele seu amigo que ficou internado aqui?

- Sim, Kung Lao, certo? - Kitana mantinha a atenção no site e na amiga.

- Este mesmo. Desde que eu o vi pela primeira vez, sinto algo por ele tão bom. Depois que ele foi embora, estou morrendo de saudades dele.

Kitana deu um sorriso, olhando para a amiga e disse:

- Estou sentindo que o amor está no ar.

Yang ruborizou, deu um tapinha na mão de Kitana e disse:

- Para!

Kitana riu, mas mudou sua feição ao ver o resultado do processo seletivo. Yang se assustou e perguntou:

- O que foi Kit?

- Nós duas passamos no processo seletivo... Do hospital de Los Angeles!



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