História O Caminho Escolhido - Oito

- E o que você pensa em fazer diante disso tudo? - perguntou Yang um pouco aflita.

- Eu ainda não sei... Não quero ver aquela cena se repetindo na minha vida, ver os meus amigos morrerem diante dos meus olhos como outrora.

- Mas se você não agir aí você verá toda a humanidade se definhar diante de seus olhos e não poderá fazer nada.

Kitana olhou a amiga dizendo isso é se espantou, parece que via o Raiden falando. Sem hesitar perguntou :

- Quanto Raiden te pagou pra você tentar me convencer?

- Não precisa ninguém me pagar pra dizer o óbvio. Querendo ou não você está com a humanidade em suas mãos, eu falo por mim que faço parte dela.

A edeniana debruçou-se sobre a mesa e ficou calada enquanto Yang terminava de comer seu lamen. Ela terminou de comer e Kitana continuou da mesma forma, Yang a cutucou:

- Ei!

Kitana continuou imóvel e dizia mesmo com o rosto enterrado na mesa:

- Eu só queria ser uma pessoa normal.

Yang se levantou e colocou a cuia vazia junto com o hachi em cima da mesa, voltou e disse à edeniana:

- Acho que você voltou não apenas pelo amor que Sub Zero sente por você, mas para proteger o Plano Terreno também.

Kitana levantou de sobressalto, não esperava que sua amiga falasse tal coisa. 

- Do que vc está falando, Yang? - perguntou a edeniana fazendo-se de desentendida.

- Você sabe muito bem do que estou falando. O amor que Sub Zero sente por ti é tão forte que te convenceu a voltar do coma. O que falo é verdade. Ele não hesitaria em salvar o Plano Terreno e você junto com ele seria uma motivação maior.

De fato Yang não havia mentido, podia se concluir que o sentimento que Kuai Liang tem pela princesa de Edenia é um Amor de Salvação. Mas Kitana ainda não sabia definir o que sentia pelo Lin kuei, mas sabia de uma coisa: não amava mais Liu Kang.

(...)

Os primeiros raios de sol apareceram em Los Angeles, Yang e Kitana já estavam saída para se apresentarem no hospital onde começariam a exercer suas profissoes. Resolveram ir a pé, pois o hospital era bem próximo, precisavam apenas atravessar uma grande praça e uma avenida movimentada para chegarem até lá. Kitana foi caminhando calada, não dormira bem devido a tudo o que ocorreu no dia anterior:

- Você não descansou nada, Kit. - disse Yang tentando puxar assunto.

- Quem conseguiria dormir com uma pressão dessas. Só rezo pra que isso não reflita no meu trabalho.

- Vamos ter que fé que tudo dará certo.

Chegaram ao hospital e foram direcionadas para o departamento de RH para assinar os papéis e entregar os documentos que haviam solicitado. O processo burocrático foi rápido e foram logo para a chefia da área de Neurocirurgia. A secretária pediu que as duas esperassem na sala da médica-chefe e elas esperaram. Kitana não parava de bater suas unhas sobre sua bolsa de couro e olhava para um ponto fixo. Yang começou a se irritar com o barulho produzido por aquele gesto da edeniana.

- Dá pra parar um pouco? - pediu Yang com os dentes semi-serrados

Kitana parou de fazer o gesto e bufou olhando para o chão. Yang olhou para a amiga e começou a imaginar o drama que ela estava passando, colocou sua mão sobre a dela e disse:

- Kit,  Eu sei que é difícil pra você tudo o que está acontecendo, me perdoe por eu estar te condenando por estar assim...

- Tudo bem, Yang. É que eu estou pensando muito sobre isso...

- Pois você terá que parar para poder trabalhar direito.

O diálogo das duas foi interrompido pela entrada da médica-chefe. Ela tinha longos cabelos negros enrolados nas pontas, estatura média e tez morena.

- Bom dia, senhoritas! - ela cumprimentou- as cordialmente.

- Bom dia! - responderam em coro.

- Parece que esse bom dia foi ensaiado - disse a doutora tentando quebrar um pouco a tensão das novatas. Elas reagiram com risos tímidos.

- Bem – continuou a médica – permita-me que eu me apresente, me chamo Ellen Asunción , antes que me perguntem, meus pais são da Costa Rica, mas eu nasci aqui mesmo. Formei-me em Medicina pela Standford e trabalho aqui há quase dez anos. Recentemente me deram esse cargo que ainda está me dando dor de cabeça, mas com a ajuda de vocês essa dor irá passar.

Ellen olhou para as duas e perguntou:

- Vocês duas são coreanas?

- Apenas eu  - respondeu Yang levantando a mão.

A doutora estranhou e disse:

- Você não tem feição asiática, Kitana. Você é daqui mesmo?

Kitana olhou para a amiga, não podia dizer que era de outro mundo,entãorespondeu:

- Sou daqui mesmo, resolvi ir para a Coréia apenas para estudar.

- Entendi – disse Ellen tranquilizando a edeniana.

Kitana esqueceu um pouco o que lhe tencionava até uns dois minutos atrás. Ellen explicava como funcionava todo o hospital, tirando todas as dúvidas possíveis.

(...)

Kuai Liang estava nos Estados Unidos a pedido de Sonya. Ele estava com roupa civil, camisa polo azul marinho, calça jeans cinza escuro e um tênis formal. Chegou pela manhã na base das Forças Especiais, enquanto tomava um suco de laranja na lanchonete veio Hanzo ao seu encontro.

- Há quanto tempo não encontro um Lin Kuei – disse Hanzo dando alguns tapas nas costas de Sub Zero, este se virou e apertou a mão do Shirai Ryu cordialmente.

- Também foi convocado pela general? – perguntou Kuai.

- Digamos que sim... Quando ela diz que é uma urgência já sabe. – replicou Hanzo que pegava em sua algibeira um remédio para dor de cabeça. Pegou um copo, encheu de água e bebeu junto com o comprimido.

Kuai pegou a embalagem do medicament, estranhou e disse:

- Nunca te vi com dor de cabeça.

- Pois é, começou umas semanas atrás. Eu tomo o remédio e não passa.

- Você precisa procurar um médico. – advertiu o Lin Kuei preocupado.

- Fique tranquilo, deve ser os novatos do Shirai Ryu que estão me dando trabalho. Vou até pedir o Takeda emprestado por uns dias para me ajudar lá. Qualquer coisa eu passo no hospital onde a Kitana trabalha, ela pode me examinar, talvez...

- Kitana? Mas ela não está em Seoul?

- Você não soube? Ela voltou pra cá. Está trabalhando em um hospital em Los Angeles, acho que começa hoje.

Sub Zero sentiu algo queimar em seu coração ao ouvir que ela voltou para os Estados Unidos. Estava perto dela e isso lhe fazia feliz, agora queria encontrar uma oportunidade de se declarar a ela diretamente, já que quando fizera ela estava em coma. O medo da rejeição o grão-mestre existia, mas ele queria arriscar.

(...)

Kitana e Yang já estavam com seus jalecos e andavam junto com doutora Ellen enquanto ela apresentava cada canto do hospital. A coreana estava feliz por ver sua amiga sorrindo, tinha certeza que a preocupação com a invasão da Exoterra havia se afastado de sua mente, pelo menos naquele momento. As novatas cumprimentavam os pais e brincavam um pouco com as crianças que estava na área de pediatria.

- Agora vamos para a área de Fisioterapia, trabalharemos em conjunto com eles, para a recuperação dos pacientes.

Elas logo chegaram a essa área. Ellen foi à frente para ver se havia alguém na sala de exercícios. Yang e Kitana ficaram mais afastadas, a doutora ao ver um fisioterapeuta preenchendo alguns papéis disse:

- Liu, venha ver as duas doutoras que trouxe de Seoul.

Ele largou os papéis em uma banqueta e foi ver quem era. Kitana ouviu o nome do fisioterapeuta e sentiu suas pernas tremerem, ela segurou com força o braço da amiga que dizia:

- Calma.

Kitana queria sair dali, mas não deu tempo, seus olhos se encontraram com os de Liu Kang, sentiu seu coração estremecer. “Se eu soubesse que Liu Kang trabalhava aqui, nem teria me inscrito nessa vaga.” Pensou a edeniana.

Continua...