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História Coração de vidro - A alma de outrem é outro universo.


Escrita por: btobyookie

Notas do Autor


Voltei logo, porque sou daquelas que não aguentar ficar muito tempo sem escrever e sem postar e felizmente estou inspirada, então aí vai mais um capítulo, queridas leitoras. Obrigada a todas que comentaram, saibam que comentários sempre me incentivam e me deixam muito feliz, é muito bom saber que gostaram.

Boa leitura, mores!

Capítulo 2 - A alma de outrem é outro universo.


Fanfic / Fanfiction Coração de vidro - A alma de outrem é outro universo.

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

- Fernando Pessoa

 

— Vamos voltar para sala - Seokmin pediu, parecendo levemente envergonhado pela atitude do colega.

Assenti, ainda surpreso por ter me encontrado duas vezes com a mesma pessoa em um curto período de tempo. Assim que nos sentamos no sofá, virei-me para Seokmin, questionando-lhe:

— Você disse para ele que eu viria, certo?

Com uma expressão um tanto quanto receosa, meu colega assentiu. Pela primeira vez desde que eu o conhecera, Seokmin parecia não querer falar, o que me deixou um pouco intrigado, pois fora ele que me convidara para conhecer seu apartamento.    

— Então por que ele pareceu tão incomodado ao me ver? - perguntei, sem o mínimo de julgamento em minhas palavras.

Eu realmente não estava julgando seu amigo, pelo contrário, quem era eu para tirar conclusões precipitadas de alguém que não conhecia?

— É que o Seungkwan não tinha concordado em dividir o apartamento com outra pessoa.

— Entendi.

— Eu sinto muito, achei que ele poderia mudar de ideia depois de te conhecer. Você parece ser uma pessoa fácil de lidar - Seokmin explicou, com um sorriso sincero na face simpática.

Assenti mentalmente, pois essa era uma das minhas melhores qualidades. Todas as pessoas que eu conhecia me diziam como eu era uma pessoa fácil de lidar.

— Ah, sim. De qualquer forma, obrigado por ter me oferecido um lugar para morar. Eu acho que já vou, então - falei, me levantando.   

— Já? Não quer que eu converse com o Seungkwan antes? Posso tentar convencê-lo.

Não sabia por que ele estava insistindo tanto naquilo sendo que mal me conhecia, mas não era curioso o bastante para perguntar, por isso só me limitei a comentar:

— Se ele não quer dividir o apartamento com mais ninguém, não acredito que consiga convencê-lo.

Meu colega assentiu silenciosamente, parecendo estranhamente derrotado.

— Tudo bem. Desculpe-me por lhe fazer vir até aqui para nada.

— Ah, não foi nada.   

 

 

 

Sentindo-me demasiadamente sonolento e arrependido por ter dormido tarde na noite anterior, desliguei o despertador matinal. Sentei-me vagarosamente na cama, espreguiçando-me e bocejando alto.

Assustei-me com o toque repentino do celular, perguntando-me quem seria àquela hora da manhã. Assim que vi o nome do meu amigo na tela, atendi:

— Alô.

— Eu te acordei? - Jisoo questionou, soando muito mais disposto do que eu.

— Não, acabei de acordar - respondi em meio a um bocejo.  

  — Eu tenho uma ótima notícia.  

— Qual?

— Eu acabei de chegar a Seoul.

— Sério? Por que não me disse antes que estava vindo para cá?

Era ótimo saber que agora eu teria companhia, ainda mais do meu amigo de infância. Sempre gostei de apreciar minha própria companhia, mas já estava cansado de viajar sozinho.

— Eu quis fazer surpresa. Surpresa!

— Você está no aeroporto?

— Sim, do lado de fora. Onde você está hospedado?

— Vou passar o endereço pelo line.

—  Okay, até mais tarde então.

 

 

 

Estava no fim do meu expediente quando o colega do Seokmin, Seungkwan, adentrou o hostel em que eu começara a trabalhar naquele dia. Ele estava acompanhado de uma garota alta e sorridente, mas o que mais me chamou atenção naquela cena foi o fato dele também estar sorrindo. Observei-o atentamente, notando mais uma vez o quão bem ele ficava com o cabelo vermelho. Assim que seus olhos encontraram os meus, desviei-os, me sentindo novamente envergonhado por ser pego o encarando. Como um bobo, observei através da minha visão periférica os dois caminhando até o balcão em que eu me encontrava.

— Boa tarde - cumprimentei-os, voltando meu olhar para a garota bem-humorada, pois não queria que seu colega me surpreendesse novamente.  

— Boa tarde. O Seokmin já foi embora? - ela perguntou, sem hesitação.

— Faz alguns minutos.

Seu sorriso se desvaneceu no mesmo instante em que terminei minha frase.

— Ah, sim...você é novo aqui, certo!?

Antes que eu pudesse responder, o garoto de madeixas vermelhas me interrompeu dizendo:

— Vamos embora, Min Hee.

O comportamento arisco do Seungkwan estava me deixando cada vez mais curioso, além disso, eu tinha a leve impressão de que o conhecia de algum lugar.

— Tudo bem, vamos. Até mais...qual é seu nome mesmo?

— Hansol - respondi, sem conseguir deixar de notar que o garoto ao seu lado estava se esforçando para ignorar minha presença. Estava começando a acreditar que já havíamos nos encontrado antes e eu fizera algo de errado contra ele. Reprimi o desejo de lhe perguntar se já nos conhecíamos, pois temia que fosse ser ignorado ainda mais.  

— Prazer em conhecê-lo, Hansol.

— Igualmente.  

Despedimo-nos e os observei — na verdade, o observei — enquanto eles saíam do albergue. Com um bocejo longo, verifiquei as horas, me questionando quantos minutos mais teria que esperar pelo recepcionista do turno da noite.

Sentei-me em uma das cadeiras dali, determinado a fechar os olhos só por alguns minutos quando me assustei com um repentino grito agudo. Sobressaltado, levantei-me no mesmo instante à procura da origem do som. Segundos depois notei uma movimentação atípica do lado de fora, então sem pensar duas vezes, corri até lá.

Meu sangue ferveu quando vi um homem estapeando a amiga do Seungkwan, Min Hee. Trotei até os dois, incapaz de ficar imóvel em uma situação ultrajante como aquela. Sem uma palavra sequer, enrijeci o corpo e desferi um soco em seu maxilar, de baixo para cima, forçando a cabeça dele para trás com violência. Assisti enquanto o covarde se espatifava no chão, urrando de dor.

Aproveitei-me do seu estado de impotência e pedi para uma Min Hee perplexa e assustada que entrasse o mais rápido possível em um táxi. Lancei um olhar preocupado para o amigo dela, que parecia ainda mais aterrorizado do que ela, porém não me atrevi a me aproximar dele.

Acatando meu pedido, Min Hee arrastou Seungkwan pelo braço e acenou para um táxi que felizmente passava no momento. Assim que o taxista parou, ela se virou para mim e perguntou:  

— Você vai com a gente, certo!?

Observei o homem que ainda parecia incapaz de se levantar do chão e neguei. Ele parecia ser só mais um daqueles seres covardes que bate em mulheres, mas não consegue lutar com um homem, por isso não o temi. 

Para a minha profunda surpresa, seu amigo olhou diretamente para mim e questionou:

— Tem certeza?  

Permaneci calado por alguns segundos, pois estava sentindo-me pateticamente estupefato com o fato de ele falar comigo pela primeira vez depois de três encontros.   

Então depois do que pareceram séculos, respondi convicto:

— Tudo bem, podem ir sem mim.

Seungkwan desviou seu olhar do meu e assentiu, entrando no táxi logo em seguida. Com uma expressão nitidamente mais calma, sua amiga me agradeceu e fez o mesmo. Observei o carro se distanciando enquanto pensava no quanto Fernando Pessoa estava certo ao dizer que a alma de outrem é outro universo com que não há comunicação possível, com que não há verdadeiro entendimento. Eu mal conhecia aquele garoto de madeixas vermelhas, porém sentia-me cada vez mais intrigado com o seu comportamento. Na verdade, eu queria tentar entender minimamente sua alma. 


Notas Finais


Estou adorando escrever sob o ponto de vista de um Hansol paz e amor e inteligente. Apesar de que nesse capítulo ele foi obrigado a esmurrar um otário né, mas que homem que deixa uma mulher apanhar de um covarde, né non!? E por que será que o Seungkwan está agindo desse jeito com o Hansol hein!?

Espero que estejam curtindo a história até aqui, até o próximo capítulo <3


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