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História Coração de vidro - Culpado?


Escrita por: btobyookie

Notas do Autor


Pretendia voltar com capítulo novo só na sexta, mas consegui um tempinho pra escrever e tive inspiração, então resolvi postar hoje. Eu realmente espero que vocês estejam gostando, já que só duas leitoras comentaram no capítulo passado. Como toda escritora eu gosto de saber o que minhas leitoras estão achando da história, enfim...espero que esteja agradando.

Boa leitura, docinhos ^^

Capítulo 6 - Culpado?


Fanfic / Fanfiction Coração de vidro - Culpado?

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem 
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem... 
Sou um reflexo...um canto de paisagem 
Ou apenas cenário! Um vaivém 

Como a sorte: hoje aqui, depois além! 
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem 
De um doido que partiu numa romagem 
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!... 

Sou um verme que um dia quis ser astro... 
Uma estátua truncada de alabastro... 
Uma chaga sangrenta do Senhor... 

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados, 
Num mundo de maldades e pecados, 
Sou mais um mau, sou mais um pecador...

- Florbela Espanca

 

Inspirei profundamente enquanto sentia os fracos raios solares outonais banhando minha pele clara. Com os olhos ainda cerrados, expirei lentamente, repetindo o processo mais duas vezes. Nada. Eu não conseguia me lembrar do Seungkwan de 11 anos atrás. O fato de não me recordar dele estava me deixando inexplicavelmente inquieto, como se eu estivesse me esquecendo de algo fundamental.

— O que está te aborrecendo? - Jisoo perguntou assim que abri meus olhos. 

— Nada - menti, pois meu lado racional me dizia que eu não deveria estar tendo pensamentos tão frívolos enquanto meu vizinho — amigo do Seokmin — estava preso em uma cama, lutando por sua vida.

— Sei. Agora me conta tudo.

Coloquei mais um pedaço de bolo de chocolate na boca, desejando que Joshua esquecesse aquele assunto e voltasse a falar sobre seu mais novo interesse romântico, Yoon Jeonghan. Mastiguei lentamente o alimento doce, ignorando propositalmente o olhar escrutinador do meu amigo. 

— É sério que não vai me dizer o que aconteceu, Hansol Vernon Chwe? - Jisoo questionou, dizendo meu nome completo pausadamente, um claro sinal de que já estava impaciente com meu comportamento introvertido. Suspirei, desistindo de manter meus pensamentos fúteis só para mim.

— Eu e Seungkwan fomos colegas de classe no ensino fundamental.

— E? - seu olhar me dizia “só isso?”

— Mas eu não tenho nenhuma lembrança dele. Não saberia que fomos colegas se ele não tivesse me contado hoje de manhã.

— Hm...é isso que está te afligindo tanto?

— Eu não estou aflito - neguei veementemente.

— Até hoje não percebeu que não adianta mentir para mim?

— Okay, talvez eu esteja um pouco incomodado.

Meu amigo permaneceu em silêncio, parecendo estar refletindo sobre a situação. Depois de dezenas de segundos ele voltou seu olhar para mim e perguntou:

— Será que aconteceu algo ruim entre vocês? Algo tão ruim que seu consciente não se recorda?

Pisquei aturdido, sentindo que havia uma possibilidade do Jisoo estar certo. Será que eu fiz alguma maldade contra o Seungkwan e por isso ele me ignorou tantas vezes quando nos reencontramos?

 

 

 

Assim que adentrei a minha nova casa após mais um dia de trabalho, procurei pelo meu colega de quarto de madeixas vermelhas. Como ele não estava na sala e nem na cozinha, imaginei que pudesse estar no quarto. Em um movimento impulsivo, girei a maçaneta da porta sem antes perguntar se poderia entrar. Surpreendi-me ao me deparar com um Seungkwan deitado de bruços na cama, trajando apenas uma cueca boxer branca. Meu olhar automaticamente recaiu sobre seu bumbum avantajado.   

— Que porra você pensa que está fazendo, Hansol!? - ele praticamente esbravejou enquanto se cobria com o lençol rapidamente.

— E-eu s-sinto muito, me desculpa - desculpei-me, sentindo meu rosto em brasas. Fechei a porta com um baque alto, me amaldiçoando por agir tão impulsivamente.

Dirigi-me de volta para a sala e me sentei no sofá. Inspirei profundamente, em uma tentativa de me acalmar e de retirar a imagem do meu colega de quarto só de cueca da minha mente. Após me sentir menos agitado, peguei meu exemplar de 1984 de George Orwell dentro da mochila e o abri na página em que havia parado no dia anterior. Estava imerso na história quando Seungkwan adentrou o cômodo, desviando minha atenção do livro, pois era impossível ignorar sua presença.        

— Por que você entrou no meu quarto sem bater? - o garoto de cabelos avermelhados me interrogou, soando ainda irritado. 

— Eu precisava te perguntar uma coisa - expliquei, sem coragem de fazer contato visual com ele.

— Precisava? Então não precisa mais? - sua voz soou irônica. 

— Não. Quer dizer, eu ainda preciso - meu olhar ainda estava voltado para o livro em minhas mãos. 

— Eu posso te dar permissão para me fazer essa pergunta, mas com uma condição.

— Qual?

— Nunca mais entre no meu quarto sem bater antes, entendido!?

— Entendido - assenti firmemente, finalmente fazendo contato visual com ele. Sentia que se eu voltasse a cometer aquele erro, me arrependeria profundamente.

— Pode falar - para o meu alívio, Seungkwan parecia mais calmo.

— Eu fiz algo ruim para você quando nós éramos crianças?

O garoto de madeixas vermelhas me analisou em um silêncio perturbador pelo que pareceram horas, então finalmente disse:

— Então você não se lembra mesmo.

— O que você quer dizer com isso? - questionei, engolindo em seco.

— Acho que é melhor assim - ele parecia estar se esforçando para não deixar que nenhuma emoção transparecesse em sua feição, porém eu podia ver a melancolia e aflição em seus olhos castanhos.

Levantei-me em um rompante, angustiado demais para continuar sentado.

— Se eu te fiz algo de ruim, você precisa me contar, Seungkwan - implorei, cada vez mais temeroso de que o Jisoo tivesse razão. Por que ele não quer me contar o que aconteceu?

— Não tem nada a ver com você, Hansol, eu te garanto.

— Eu não acredito em você! - disse em voz alta, perdendo meu autocontrole.

Ignorando meu estado de descontrole, Seungkwan deu as costas para mim, pronto para finalizar aquela conversa. Antes que eu pudesse me dar conta do que estava fazendo, levei minha mão até seu pulso, o impedindo de dar mais um passo sequer para longe de mim.

— Não toque em mim! - ele esbravejou, arrancando minha mão do seu pulso em um movimento violento.

Sobressaltado demais para dizer qualquer coisa, o observei enquanto ele corria até a porta da frente e sumia de vista.  

— Eu sinto muito - sussurrei minutos depois que meu colega se fora. Eu era um completo imbecil.       

 

 

 

Acordei alarmado, arfando, buscando ar, e olhei ao meu redor, absorvendo as paredes pintadas de um azul clarinho, o chão de azulejos brancos e a colcha pesada que ainda me cobria. Não fora um sonho. Eu sabia que não fora um sonho. Eu realmente havia feito algo de ruim para o Seungkwan, só que por algum motivo àquela lembrança ficara reprimida no meu inconsciente por onze anos, como se minha mente não quisesse que eu me sentisse culpado por ter convidado meu ex-colega de sala para minha casa em uma tarde em que meus pais não estavam. 


Notas Finais


Não joguem pedras em mim kkkk eu prometo que no próximo capítulo tudo será esclarecido, pelo menos o que aconteceu 11 anos atrás com o Seungkwan e o Hansol. Espero que estejam gostando apesar dos pesares.

Até o próximo capítulo, docinhos!


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