História Coração Mecânico - Capítulo II

P.O.V    Agatha

  Todo dia que abria meus olhos, via um teto branco marcado e sujo. Quando olhava em minha volta só existia solidão. Um quarto vazio de paredes brancas e minha cama se encontra no centro. A janela dava pra uma árvore velha e um balanço quebrado, lembro dos bons tempos onde meu único amigo brincava, mas ele morreu por minha culpa. Eu era a culpada pela morte da única pessoa que me entendeu.

"Agatha...-sua voz fraca me chamava, olhei em seu rosto pálido, com olhos profundos de aparência doentia. – Me desculpe.

- Por que esta pedindo desculpa? Eu deveria, sou... – Tentei falar as últimas palavras, mas um nó se formou em minha garganta.

- Você me fez feliz! Foi a única amiga verdadeira e a ir..ir...Irmã... – Ele começou a falar as frases com dificuldade, não o deixei mais falar nada e o abracei, senti suas mãos devolverem o braço. Mas suas mãos perdendo a força, senti o seu corpo mole sem vida.

- Não!....não! – Estava a negar sua morte, havia perdido meu pai...meu único amigo, só poderia ter uma maldição. Por que todos que amava morreram ?". 

Agora eu sei a resposta que a cinco anos atrás não sabia. A vida é feita de perdas, erros e tristezas, o mundo é uma enorme bola de sujeira que tem a filha mais injusta que existe...a vida!

Levantei da minha cama pegando qualquer roupa (Look 1) e saí daquele orfanato rumo a escola, durantes anos nunca soube o que era pior: o orfanato onde todos me agrediram, a escola onde todos me consideravam um demônio ou a vida que tirou tudo de mim.

Assim que cheguei vi várias pessoas sorrindo e conversando. Isso me dava raiva! Por que nunca tive amigos? Eu tenho inveja daqueles que tem uma família, tem apoio dos pais e um lugar onde pode chamar de lar. Essa vida "perfeita" não existe pra mim! Não mais. 

- Olha, não é aquela estranha? – Sussurrou uma menina para a sua amiga, suspirei antes de pegar meus fones e colocar uma música de rock no último. Era sempre assim, todos que me viam já falavam mal de mim. Toda vez que isso acontece sinto que todos querem me apunhalar pelas costas para se livrarem de mim.

As aulas ocorreram normais, enquanto aquele professor ridículo falava, eu em pensamento imaginava mil formas de como aquele ser poderia ser morto.

- Se um dia ele aparecer morto saibam que eu não tenho nada a ver com isso. – Sussurro, a garota começou a me olhar e eu a encarei de volta. – Você deve ser a garota nova, como é mesmo o nome? Alicia... não... é.... Al... – Digo fingindo não me importar com o outro comentário.

- Allyson? – Ela fala me cortando. 

- Isso! – Respondo. 

- Mas eu prefiro Ally. – Diz.

- Como quiser, Ally. Meu nome é Agatha. – Depois das apresentações as aulas ocorreram normais e chatas como sempre. Assim que chegou o intervalo convidei Ally a se sentar na mesma mesa que eu no refeitório. Porém duas garotas patricinhas e metidas bloqueou minha passagem me empurrando para longe da Ally.

- Pare de contaminar os novatos...seu demônio monstruoso. – Falou Ambre puxando consigo Ally eu me afastei delas, talvez elas estejam certas só estou estragando as chances de Ally ser popular e ter muitos amigos.