Esperei por longos segundos aquele machado atingir meu rosto, comecei a abrir os olhos e vi que a Ally segurava o machado pelo cabo a somente alguns centímetros de distância do meu rosto. Suspirei aliviada, seria estranho falar que, na que naquela hora, agradeci a Deus pois estar viva? Então... eu sou estranha!
- Obrigada Ally! – A agradeci e meu celular começa a tocar, procuro o celular e comecei a sussurrar "onde esta essa merda desse celular?", ate lembrar que o havia deixado no bolso interno da jaqueta, o pego e atendo o telefone.
- "Aonde você esta?” – Perguntou a diretora do orfanato na linha, bufei e sorri levemente.
- Comprando droga... talvez? – Respondi rindo, porém a diretora começa a gritar sermões na linha, como sou muito educada desliguei em sua cara. Por fim guardei o celular e encarei aqueles dois.
P.O.V Ally
Ela me encara e parece pensar por alguns segundos.
- Preciso ir. – Ela fala por fim e começa a andar. O Matt entra na sua frente, mas eu assinto com a cabeça e ele deixa ela ir.
- Eai? Pra onde a gente vai? – Pergunto me aproximando dele.
- De volta pro hotel? – Ele pergunta com uma sobrancelha erguida.
- Acho que... – Digo pensativa. – To com fome. – Falo quando sinto minha barriga roncar. – Você conhece algum restaurante ou lanchonete por aqui? – Pergunto.
- Vem comigo. – Ele diz alguns segundos depois e me puxa pela mão pra fora daquela rua escura.
- O que? Espera! – Digo parando de andar.
- O que foi? – Ele pergunta me encarando. Abro os braços e ele encara meu todo ensanguentado. – Ah. Então vamos pro hotel e a gente come algo lá. – Ele diz.
- Certo. – Digo. – E como a gente vai entrar lá sem chamar atenção? – Pergunto cruzando os braços. – Eu to cheia de sangue daquele cara.... meu “ex-professor”. – Falo fazendo aspas com os dedos.
- Você ta com uma blusa por baixo não tá? – Ele pergunta e eu assinto. – Então é so tirar o moletom e o jogar fora. – Ele fala dando de ombros.
- Mas... eu gosto dele! – Digo fazendo bico.
- Você deve ter um monte desses e qualquer coisa eu compro outro pra você. – Ele diz com uma sobrancelha levantada. Bufo me virando de costas, tiro o moletom e o jogo numa caçamba de lixo que tinha ali.
- Tá me devendo um moletom. – Digo passando por ele e vou pra fora daquela rua.
Voltamos caminhando pro hotel em silêncio e bem, acho que ele também estava pensando no pior que aconteceria se Lúcifer voltar.
- Você me parece pensativa. – Ele comenta quando entramos no elevador.
- Muito. – Sussurro.
- Pode me contar? – Ele pergunta.
- Precisamos fazer algo. – Digo decidida e escuto a porta se abrir.
- Algo tipo o que? – Ele pergunta.
- Sei lá, alguma coisa que não nos prejudique ou nos mate no futuro. – Falo e escuto as portas do elevador se abrirem.
- Me parece uma ótima ideia. – Ele diz. Saio do elevador e vou em direção a minha porta. Entro no quarto e me jogo na cama de frente enterrando a cara na colcha.
- Quer comer o que? – Ele pergunta.
- Nada. – Respondo. Minha voz saiu abafada, mas acho que deu pra ele entender.
- Mas você não estava com fome? – Ele pergunta.
- Sim, estava. Agora sai que eu quero dormir, já deve ser umas 2 da manhã. – Resmungo me desvirando na cama e o encaro.
- Ok então. Se precisar to aqui na frente. – Ele diz e volta pra porta. Acho que ficou chateado. Ah, coitadinho!
- Aqui... na frente? – Pergunto confusa.
- Meu quarto é o da porta em frente a sua. – Ele fala apontando pro corredor e uma porta que não tinha visto ali antes, deve ser porque não reparo muito nas coisas, só as vezes, quando quero.
- Ah ta. – Digo. Ele caminha pra fora e fecha a porta atrás de si.
- Já tava achando que ele ia dormir aqui. – Escuto uma voz familiar dizer. Vejo a figura tão conhecida por mim sair do banheiro e se sentar na beirada da cama. Me ajoelho no colchão e o abraço.
- Pai!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.