P.O.V Ally
Entro na escola caminhando até o enorme corredor e paro em frente ao meu armário, pego o celular na mochila e jogo ela dentro do armário indo pra sala. Sento na mesma cadeira de ontem e fico jogando um joguinho besta até que a sala esteja cheia.
- Por que você não trouxe o material? – Pergunta a Ambre. – O professor vai te mandar pra diretoria. – Ela diz.
- Tava muito pesado. – Digo sem a olhar e continuo jogando.
- Você pode ser suspensa. – Diz a Mel.
- Não vou. – Falo escutando o sinal e escondo o celular em baixo da perna vendo a diretora entrar na sala. Olho pro Matt e ele me olha de volta com um sorriso. Seguro o riso e a diretora pede ordem na sala. Todos ficam quietos e a olham atentamente, ela parece o Slender desse jeito, só que em vez de sala da mansão e creepys são a sala da escola e alunos. Ela da suspensão e o Slender punição. Fico imaginando a diretora alta, sem boca e com tentáculos e começo a rir baixinho.
- Algum problema senhorita Martin? – Ela pergunta se virando pra mim e a sala toda faz o mesmo.
- Nenhum senhora. – Respondo educadamente com um sorriso amigável, ela sorri de volta e volta a falar pra sala toda.
- Como eu estava dizendo, o professor de vocês sofreu um assassinato e nós não possuímos um substituto no momento, eu ficarei na sala e vocês farão uma atividade de leitura avaliativa. – Todos fazem cara feia e ela começa a entregar um livro pra cada aluno e senta na mesa do professor. – Podem começar. – Abro o livro na primeira página e pego o celular o desbloqueando e escondo em baixo da mesa pra ela não ver, recebo uma mensagem e abro o chat vendo que era meu irmão.
Bryan: eai maninha, ta legal a aula ai?
Ally: tédio, matei o professor ontem e agora a diretora que vai dar aula passando atividade avaliativa
Bryan: eu sei
Ally: como sabe?
Bryan: olha pela janela
Olho pra janela o vendo em pé encostado numa árvore com o celular na mão olhando pra mim. Seguro o sorriso e olho rapidamente pro livro quando a diretora olha pra mim, passo a pagina disfarçando e vejo pelo canto do olho o Matt olhar pra janela e recebo outra mensagem.
Matt: seu namorado?
Ally: o que? Não, é meu irmão seu retardado
Matt: ah kkkk será que ele não pode nos tirar daqui não? Ta bem tédio esse livro
Ally: eu nem li nenhuma palavra kkkk mas ok. Vou pedir pra ele.
Ally: maninhooooo
Bryan: que foi?
Ally: me tira daqui
Bryan: ta
Olho pro Matt dando um sorriso em aprovação e olho pra janela vendo que ele não estava mais lá, alguns segundos depois o alarme de incêndio toca e todos começam a gritar e sair correndo. Me levanto calmamente e ando até o pátio entrando na floresta sem ser vista e quando o vejo corro até ele o abraçando, ele me levanta no ar girando.
- Seu sumido, tava onde? – Pergunto dando um tapinha em seu braço.
- Inglaterra. – Ele diz.
- Por que o Slender te mandou pra lá? – Pergunto.
- Me infiltrar num grupo lá e pegar umas informações. Dai depois que consegui matei todo mundo.
- Legal. Preciso voltar pra lá antes que a lacraia me procure, pode vir comigo? – Pergunto.
- Bora. – Ele diz e vamos pro pátio junto com os outros alunos e todas as portas se trancam.
- Você incendiou mesmo a escola? – Pergunto desconfiada, ele não iria só acionar o alarme.
- Er... Sim. – Ele diz e começo a rir. – Sugiro que queira brincar e que você deixou a faca na mochila.
- Acertou. – Digo sorrindo e ele coloca algo em meu bolso.
- Então vamos nos divertir maninha, hora da festa. – Ele diz se transformando num lobo negro que batia na altura do meu ombro e começa a atacar os outros.
- Nem me espera. – Resmungo pegando a faca no bolso e corto o pescoço de todos que aparecem em minha frente. Uns 10 minutos depois já haviam pilhas de corpos ensanguentados no chão e haviam duas pessoas no canto da quadra. Matt e Agatha. O Bryan se aproxima deles rosnando e corro ate ele ficando em sua frente. – Ei ei ei. Calma ai, eles não. – O Bryan bufa e senta no chão me olhando, faço carinho em sua cabeça e olho pra eles. – Se eu fosse vocês corria. – O telhado começa a se quebrar e fumaça invade o Local, saio correndo o mais rápido que posso passando em meu armário pegando minha faca, vou pra floresta encontrando eles e vemos a escola desabar em chamas e os bombeiros chegarem.
- Bom trabalho Allyson. – Escuto o Slender e me viro o vendo segurar a Agatha com um tentáculo tampando sua boca para que não grite.
- O que? – Pergunto confusa.
- Você encontrou a garota. – Olho pra Agatha percebendo que ela era a garota que eu estava procurando.
- Ata. – Digo.
P.O.V Agatha
Naquele momento de silêncio , me encontrava sentada no chão de um quarto no qual Slender havia me trancado. Não poderia mentir, sentia o pavor persistente de não saber meu destino, incerteza do dia, hora e onde morreria.
- Vai desistir? – Falou uma voz que poderia dizer que sentia falta, sorri de leve e andei até um espelho quebrado vendo a sombra de grande órbitas brancas que brilhavam no breu do quarto, constituído somente com a iluminação natural da lua.
- Pensei que estava selada na Boneca. - Falei a olhando, a sombra riu e se deitou no ar apoiando seu queixo com as mãos.
- Não mude de assunto. – Disse.
- Você esta também mudando de assunto! – A questiono logo rindo de leve ao ouvir a sombra resmungando coisas como "insuportável". – Por que está aqui?
- Sou o gênio da lâmpada que veio lhe dar conselhos relativamente aceitáveis. – Falou a sombra rindo.
- Desde quando faz cosplay de gênio da lâmpada? – Perguntei imaginando a sombra azul com roupas de gênio, não pude deixar de rir. Uma sombra demoníaca e assustadora realizando pedidos de quem a invocaria.
- Você está fazendo muitas piadas para quem, em breve, irá morrer. – Falou a sombra com voz irritada. – Palhaça! – Sorri de leve e olhei para janela.
- Não me importo. Eu tenho medo, isso não nego.-falei.
- Idiota de natureza, não é mesmo? – Resmungou a sombra. – Do que adianta encontrar um fim para existência e causar mais problemas aos demais? Isso seria egoísmo!
- Como poderia causar problema aos outros, sendo que estaria morta? – Perguntei confusa, a sombra apenas balançou a cabeça negativamente, de forma meia indecisa.
- Deixe para lá, apenas fuja. Mostre como se faz uma boa fuga para esses assassinos velhotes! – Falou a sombra de forma animada, como se esperasse algo acontecer.
- Você esta armando algo para mim? Me motivando a enfrentar assassinos e morrer talvez? – Perguntei e a sombra apenas gargalhou de forma maléfica.
- Talvez... – Falou em meio a risada e foi desaparecendo em meio ao nevoeiro com cheiro de enxofre.
- Credo, que fedor! – Resmunguei tampando o nariz e abri a janela para respirar ar fresco. Vejo que há um telhado estreito, respiro fundo perante meu plano suicida. O telhado poderia estar liso, o que ocasionaria minha queda e um pescoço quebrado. De qualquer forma eu estaria com minha sentença de morte agendada e uma vaga vip reservada no inferno. Posso escolher a opção: que se exploda tudo se cair do telhado a tentativa é a que vale.
Me sento na janela, colocando os pés no telhado. Me levanto com cuidado segurando na janela e ando devagar pelo estreito telhado até uma árvore rezando por uns minutos.
- Se cair do chão não passo. - Ri da minha própria piada e pulei no galho sentindo os demais galhos da velha árvore balançar e alguns quebrarem, vou arrastando minhas mãos para me mover tentando encontrar meu pé em algum galho. Ouvi um barulho e o galho quebra, bato minhas costas nos demais galhos até cair num arbusto. – Vou me nomear imortal quebrada. – Ri e me levantei com dor nas costas, mas que se dane a dor nas costas era hora de correr igual uma condenada a morte, de fato era a minha situação. Corro em direção a densa floresta com neblina densa que deixava o lugar com a cara de uma floresta onde você poderia morrer, droga! Tudo que estou falando é realidade, aquele local esta infestado de assassinos! Corro por mais tempo e não acho nem um sinal de casa ou ruas. Estava perdida, tem como as coisas piorar? Só encontrando o capeta.
Corro até avistar uma grande árvore seca, essa arvore era gigantesca! Percebo que tinha alguém sentado num dos galhos mais baixos. Não conseguia ver seu rosto. Me aproximei mais do indivíduo, que abriu um sorriso macabro. Congelei no lugar, sentindo um ar frio em volta de mim, comecei a suar frio, aquela presença me dizia perigo, meu cérebro gritava para correr. Só que não conseguia, havia congelado naquele lugar.
- Por que fui falar sobre encontra o capeta... – Resmunguei comigo mesma, eu e minha boca grande. Aquele garoto começou a rir como se houvesse ouvido a melhor piada do mundo.
- Irmãzinha, irmãzinha... não se preocupe não sou o capeta. – Falou em tom de deboche. – Não ainda. - Terminou de falar e desceu da árvore e pude ver seu rosto melhor. Seu cabelo era uma mistura de ruivo com castanho, olhos dourado como de um felino e um sorriso medonho que estava me causando calafrio, e o fato mais assustador? Suas roupas estavam sujas de sangue.
- Você não era humano? – Perguntei, não poderia mentir falando que não estava com medo do que via a minha frente, sinto algo apertar meu braço e vejo que era uma serpente, arregalo os olhos, e vejo que o que me prendia no lugar não era meu medo e sim serpentes.
- Humano? Você deve ser uma ótima piadista irmãzinha. – Falou ele rindo do meu desespero por causa das cobras. – Minhas serpentes não são majestosas? – Ele olhava para as serpentes negras com orgulho.
- Estão mais para coisinhas nojentas, agora tira essas coisas de mim preciso ir andando. – Falei tentando tirar uma que estava se enrolando no meu pescoço, percebo que acabo irritando o garoto. Agora eu morro! – Ah desculpe, elas são majestosas e divas agora tira elas de mim. – Corrigi meu erro.
- Como consegue ser tão falsa? – Perguntou ele.
- Do mesmo jeito que você consegue ser irritante com essas coisas nojentas desgraçadas do inferno que você chama de coisinhas majestosas. – Falei o retrucando e sinto uma picada na nuca.
- Cuidado com as palavras, elas podem se tornar veneno. – Falou ele, minha visão estava ficando cada vez mais borrada, perdendo a cor e um frio congelava o meu sangue e me fazia tremer. Caí de joelhos antes de chocar contra a grama seca e úmida. Sentia minha garganta ficar mais apertada mesmo não havendo mais nenhuma serpente. – Irmãzinha sinto muito, espero que você viva de verdade. – Ele desapareceu como se não passasse de uma ilusão enquanto sua gargalhada pairava no ar. Respirei fundo tentando buscar ar aos pulmões e me arrastei até onde julgava ser a saída, não podia desistir, não agora, mesmo que meus músculos parecem estar definhando preciso continuar tentando achar a saída. Caio novamente não conseguindo mais me mover.
- Maldição! – Falo com raiva antes de minha visão apagar por completo.
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