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História Corações Aprisionados * Malec * - Capítulo 2


Escrita por: WAS_Blackstairs

Notas do Autor


Só para esclarecer: nessa fanfic, Sebastian e Valentim terão papéis diferentes do que no livro e série. Por isso, aqui Jace não teve tantos sobrenomes, apenas o Herondale. Boa leitura...;)

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Corações Aprisionados * Malec * - Capítulo 2

Magnus POA


 - Magnus...Magnus...Magnus... - Alguém me chamava.

 A voz penetrava minha mente, enquanto eu tentava abrir os olhos para descobrir quem era o dono de tal. Mas eles não obedeciam, simplesmente, minhas pálpebras não queriam se levantar para permitir a meus olhos uma visão do que se passava em torno de mim.

 - Magnus!

 O estranho parecia desesperado. Eu não fazia ideia de quem poderia ser, não o reconhecia. Em minha última tentativa de abrir os olhos, senti uma pancada na cabeça. A dor piorara. E em vez de um simples encomodo, agora eu tinha uma parte de meu crânio latejando. Para minha surpresa, por mais que doesse muito, pude enchergar uma luz por detrás de minhas pálpebras. 

 - Magnus! - Chamou-me novamente - Não queria que tivesse sido tão forte, me desculpe!

 Era Vicent. Levei a mão até minha cabeça, no ponto onde mais doía, e quando a tirei de lá, percebi que havia algo líquido e quente demais nela. Eu estava sangrando.

 - O que aconteceu? - Perguntei. Minha voz estava rouca e baixa. E tive que me esforçar para que ela saísse.

 - Cara! Você estava delirando, e eu não sabia o que fazer...

 - Vicent... - Tentei perguntar

 - Então resolvi que o melhor a fazer era te acordar - Completou.

 - Você me bateu? - Indaguei

 - Quase isso... Joguei uma pedra para fazer com que a dor e o susto te acordassem - Ele era um vampiro bem esperto, não?

 - Seu idiota! - Exclamei com um pouco de raiva. Passou em um instante - Obrigado...eu acho...

 - Magnus, você está legal? - Vicent agarrou as barras que nos separavam, assim que viu que eu possivelmente piorara.

 Eu tentava me sentar, mas só conseguia ficar deitado. Minha vista estava tomada de luz, nem a venda agora era visível, ou qualquer coisa fora dela. Minha cabeça parecia queria explodir, e eu não tinha mais forças para manter-me acordado. Assim, meus joelhos cederam, e eu bati com tudo no chão.


                               ∆∆∆


 - Acha que devemos?

 - Não podemos! Se os soldados da Clave vendaram os olhos dele, nós não podemos mexer!

 - Mas ele pode ter se machucado!

 - Nos olhos? Duvido!

 - Podem parar! Os dois!

 - Olhem! Ele está se mexendo!

 Droga, vozes e mais vozes... Será que é demais pedir um pouco de paz? Eu não estava mais em minha cela, e não era Vicent que estava ao meu lado. O cheiro que havia no ar era peculiar, limpo e ao mesmo tempo... industrial. Enfermaria.

 - Sabe onde está? - Um médico teria a coragem de falar comigo?

 - Não estou onde eu gostaria - Respondi - Isso é óbvio...

 - Mas que audácia... - Ele não parece ter gostado muito da minha pequena e inocente piada, pois me segurou pela gola da camisa, e me ergueu até meu rosto estar perto do seu. Senti ódio daquela amarra pela primeira vez que eu a colocara - Se atreve a falar comigo assim?

 - Você não representa nada para mim - Murmurei

 - Como se...

 - Dr. Wayland! - Alguém havia interrompido nossa pequena discussão. Quem era o idiota- Pode nos deixar a sós?

 Wayland me soltou com uma relutância brutal. Quando me equilibrei, levantei as mãos em um gesto de rendição. Ele ficaria irado.

 Assim que a porta bateu, encarei o vazio. Ou pelo menos, onde eu esperava que estivesse o Nephilim intrometido.

 - Dê-me seu braço direito - Pediu

 Hesitei. O quê diabos ele iria fazer?

 - Por que? - Perguntei

 - Quero ver uma coisa - Aquela voz era incrivelmente familiar. Quem seria?

 - Acho que não hoje... - Sussurrei.

 Alcancei o travesseiro onde antes repousava minha cabeça, e com um rápido e simples movimento, o lancei no Caçador de Sombras para distraí-lo enquanto eu pulava para o outro lado da cama. Passei a mão por alguns equipamentos hospitalares, e senti alguns bem afiados que poderiam ser úteis. Mas espere. Não estou algemado! Eu estou livre... Eles iriam claramente se arrepender por esse erro...

 Não havia mentido para o Caçador do dia anterior. Eu não era assassino. Por isso mesmo, arranquei o colchão do leito hospitalar com minha telecinese, e o lancei onde o Nephilim estava, o estava segurando na parede. Seo atingiu, era outra história. Antes de sair pela porta, tirei a venda de meus olhos para enchergar exatamente onde estava e para onde iria. No criado mudo ao lado da entrada havia um par de óculos escuros, do tipo que soldados de espionagem usam. Coloquei-os em mim, ninguém me veria, mas eu veria a todos, perfeito. Meu pedaço de pano deixei no cabelo como uma faixa, para o caso de precisar me livrar dos óculos. Corri pelo corredor, e percebi que havia demorado muito, pois o Nephilim se encontrava em meu encalço. Virei em inúmeros corredores que pareciam ser todos iguais e intermináveis, até chegar a um sem saída. Inúmeras portas, apenas uma aberta. A última, claro. Passei por ela e segui em frente. O cheiro do galpão em qual eu agora estava era amedrontador, orgânico, e...morto. Um calafrio percorreu minha espinha. O cheiro era de cadáveres. Dei voltas no mesmo lugar por alguns minutos, o medo me impedia de ir em frente. Escutei passos pesados atrás de mim, e isso me deu forças para continuar a correr. Porém, ao virar em uma esquina, me deparei com uma sala de cirurgia, e na mesa, estava um corpo. Tinha chifres, asas e cabelos azuis, um feiticeiro. Eles o estavam fechando, e assim que acabaram, um Caçador de Sombras o pegou sem delicadeza nenhuma, e atravessou o corredor onde eu estava, para o outro lado. Dentro da sala do outro lado do corredor escuro, havia uma enorme fogueira, e nela eram jogados corpos de todos os tipos e formas. Lobos, homens, mulheres com a pele pálida e lábios vermelhos, seelies com a pele manchada de ferro líquido e feiticeiros com as mãos acorrentadas. 

 Olhei para trás por um simples reflexo, e vi que meu perseguidor me alcançara. Continuei a correr, mas com menos velocidade, o motivo? Desconhecido. Chegamos a um corredor sem saída, assim que percebi que não tinha mais para onde correr, me virei para encarar o soldado. Ele andava na minha direção, enquanto eu ia para trás, tentando deixar o máximo de espaço possível entre nós. Chegou um momento em que faltavam apenas alguns centímetros para eu bater na parede atrás de mim, portanto, parei de andar e posicionei meus braços em frente ao corpo, em posição de combate. Ele recuou. 

 - Magnus - Disse. Novamente a voz familiar, e o jeito estranho que falava meu nome. Seria ele... - Alec. Sou Alec, de ontem. Se lembra?

 Eu estava bem debaixo da única luz daquele corredor, já ele se escondia nas sombras em minha frente, não podia ver seu rosto.

 - Não vou te machucar...

 "Não confie em Caçadores de Sombras" a voz de Camille ecoava em minha mente. Ela já teria fugido se estivesse em meu lugar, mataria alguns Nephilins e iria embora sem qualquer remorso. Um grito preencheu o recinto, um grito feminino. Levei um susto tão grande, que me segurei com muita força de vontade para não chegar mais para trás. Não queria admitir, mas estava com medo. Os Caçadores de Sombras nunca pareceram assim tão cruéis e icensíveis. Quando voltei a mim, vi que o Nephilim estava muito próximo de mim, e por um momento, temi por minha vida. Achei que ele fosse me apunhalar, esmurrar ou simplesmente me prensar contra a parede para intimidar-me. Mas não, ele...me abraçou. Alec estava me abraçando. Um Nephilim estava me abraçando. Não o retribuí, em vez disso, tentava sair de perto dele, mas conforme me afastava, mais ele me puxava para perto. 

 Tentava achar uma explicação para aquilo, o por quê daquele gesto tão sem fundamento. E foi então que notei, que por meu rosto rolavam lágrimas quentes e tristes. Não havia percebido que a visão dos corpos mutilados me doera tanto, mas Alec sim...

  "Não confie em Caçadores de Sombras".

 - Magnus, deixa eu te levar de volta. Se souberem das coisas que viu, nunca vão te deixar sair daqui, entende? - Ele falava - Mas se voltar, pode ser que você e Vicent tenham uma chance...

 "Não confie em Caçadores de Sombras"...

 - Precisamos conversar - Falei, me afastando, dessa vez com sucesso. As sombras eram inúmeras em torno de nós. Um não conseguia ver o outro.

 "Não confie em Caçadores de Sombras"...

 - Não podemos demorar - Respondeu.

 "Não confie em Caçadores de Sombras"...

 - Não iremos - Garanti.

  "Não confie em Caçadores de..."

 - Confia em mim? - Perguntou estendendo a mão.

  "Não confie em..."

 - Talvez - Respondi, colocando a ponta de meus dedos em cima da mão dele.

 

                                  ∆∆∆


 Estava garoando, delícia. Meus olhos estavam tampados novamente, e eu apenas podia sentir a água em meu rosto e cabelos. Era muito provável que estávamos no terraço.

 - O quê deseja saber? - Perguntou 

 - Aquela hora - Comecei - Por que me pediu o braço?

 - Posso te mostrar agora? - Pediu, possivelmente estendendo a mão.

  "Não confie em Caçadores..."

 Hesitantesubi o braço direito, e o apontei na direção em que parecia estar Alec. Ele o pegou, e com uma delicadeza surpreendente, afastou a manga de meu pulso e a empurrou até chegar ao antebraço. Senti a ponta de seus dedos desenhando algo em meu pulso, e notei que era o mesmo lugar formigava.

 - O quê há? - Indaguei

 - Um desenho... Uma espécie de runa parabatai. Já vi muitas em submundanos, e não são nem um pouco recentes. Devem ter uns cinquenta anos...

 - E funciona mesmo como runa? - Perguntei

 - Apenas se alguém tiver a mesma marca que você, então, sim. Você chegou a fazer em alguém?

 Assenti apenas. Eu e Ragnor havíamos trocado essas marcas no primeiro ano dos ensinos básicos, e desde então não lembrara mais disso. 

 - Elas geralmente servem para rastreamento, e para saber como se encontra seus portadores. Alguém devia estar tentando descobrir como você está... - Ele passou os dedos pela marca, embora eu ache que não tenha sido um ato muito necessário.

 - O quê te faz pensar que não posso criar um portal, talvez aqui mesmo, para sair daqui? - Perguntei. Aquilo me atormentava amargamente, queria uma resposta, porque eu também precisava dela.

 - Eu sei que vai ficar, Magnus - Respondeu - Nós somos parecidos, quero dizer, acho que juntos nós realmente podemos fazer a diferença nesta guerra.

 Eu o encarei. Tinha razão, ele definitivamente tinha razão. Ficamos os dois alí, sem dizer nada, sem fazer nada. De repente, a frase  "Não confie em Caçadores de Sombras" não parecia mais ser assim tão correta...


 

 


 



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