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História Corações divididos - Sakura e Itachi (Itasaku) - Furiosa e apaixonada


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!!! Tudo certo????

Genteee... tenho que agradecer muito a vocês, pelos comentários maravilhosos que tenho recebido a cada capítulo. Vocês alegram meu dia de forma inesplicável!!! *-*
Obrigada a todos que participam dessa história, seja favoritando ou mandando mensagens e comentando.

Bjs

Capítulo 18 - Furiosa e apaixonada


Meu corpo ficou paralisado enquanto eu olhava Deidara. Não estava muito ferido, mas seu rosto já começava a inchar. E a provável culpada por isso era eu, sabia da rixa que Itachi tinha com ele, mas ainda assim nunca havia imaginado que chegariam a este ponto. Ino falava sem parar no meu ouvido, mas depois de ouvir as palavras "aquele monstro", enquanto ela se referia à Itachi, não consegui escutar mais nada.  

Deidara estava com a mão esquerda na bochecha e sangue pingava no chão. Sua sobrancelha cortada em uma ferida profunda e aberta, nem dava ao certo para dizer como aquilo aconteceu. Pelo que Ino me contou foi um soco, só que parecia ter sido muito mais que isso. Fechei minha mão direita em punho, enfincando minhas unhas na minha palma.

 Olhei para Ino e, ao ver meu estado de estresse, ela se calou imediatamente. Estava cansada de tantas coisas ruins acontecendo o tempo todo, exausta por sempre ter um motivo para ficar chateada com Itachi. E por mais que eu soubesse que Deidara não era santo, não conseguia ver motivo algum para o Uchiha se sentir tão ameaçado por ele. Porém, de certa forma, eu imaginava o porquê de tanta obsessão por mim.

Ele não aceitaria perder seu brinquedo para outra pessoa, mas se esqueceu que eu não era uma bonequinha de porcelana. E não iria aturar esse comportamento, que já estava passando dos limites. Quando você reclama, grita, briga é uma coisa, mas quando a situação parte para violência, temos que cortar o mal pela raiz, antes que as coisas fiquem ainda piores.

 Queria mesmo era socar tudo o que visse pela frente, menos ter que encará-lo. Mas agora essa não era mais uma opção, eu precisava me impor de alguma forma, e ele ia ter que me ouvir, mesmo que eu tivesse que usar a força. Deidara, de certo modo, também me irritou com esse acontecido. Não sabia direito o que ocorreu, mas ele não precisava ficar com aquela carinha de inocente injustiçado.

 — Você não precisava ter me chamado para tratar de um ferimento tão pequeno, Deidara. A Ino pode muito bem fazer isso, eu estou aqui apenas para casos emergenciais e você deveria compreender isso e parar de agir feito uma criança — disse rispidamente, tentando me conter para não ranger os dentes enquanto falava. Ino e ele me olharam com os olhos enormes pela surpresa de ter ouvido aquelas palavras rudes da minha boca, mas já estava cansada daquilo tudo, de estar ali.

Aproveitei o momento, antes que minha raiva se esvaísse, e dei as costas para os dois, saindo da sala e passando por Konan e Sasori, que me olhavam confusos. Senti uma veia saltar de minha testa e minha mão estava tão apertada que latejava. Batia os pés com força no chão enquanto ia em direção ao hall, onde os outros estavam.

 Por mais que eu soubesse que fui rude com Deidara, não me arrependia. Ele era maravilhoso comigo, mas em momento algum me esqueci que ele, na verdade, não se passava de um renegado cheio de crimes nas costas. E agora, por ter levado um soco, estava se fazendo de vítima. Ele, como um ninja, deveria ter um pouco mais de orgulho próprio.

 Não sabia bem o que estava fazendo, a única coisa que eu realmente tinha certeza era de que não me permitiria ser taxada como fraca mais uma vez. Passei por Kisame, Asami e Yahiko, que abriram passagem para mim sem nada dizer. Estava olhando focada para Itachi, que permaneceu parado na porta, como se eu não significasse nada para ele.

E talvez fosse isso mesmo, talvez eu fosse apenas um passatempo para ele, uma insignificante, mas todo mundo tinha um limite e ver Deidara, que sempre foi tão gentil comigo, daquela forma, me deixou muito alterada. Não entendia o porquê de Itachi se achar tão superior.

 Já não estava me importando com nada nem ninguém, o meu sangue quente parecia ter apagado tudo de minha mente e a única coisa que eu via agora eram as lembranças ruins que tinha tido com Itachi, e eram muitas para um curto período de tempo, e essas memórias só aumentavam ainda mais minha sede de meter a mão na cara dele.

 Parei ao ver Kin, que eu nem sequer sabia que estava lá. Ela se colocou na frente dele, com os braços cruzados e um sorriso debochado no rosto. Respirei fundo, absorvendo chakra e direcionando até minha mão direita e, quando ia enfrentá-la, Itachi a empurrou para o lado com força e a garota quase caiu no chão, enquanto os meus olhos trocavam faíscas com os dele.

 O sharingan ativado só me mostrava o quão ingênua eu fui em acreditar que ele sentia alguma coisa por mim. Ele estava apenas me usando e brincando comigo, e isso estava mais do que claro agora. Meu peito doeu ao vê-lo dando passos para trás, indo para o lado de fora, então eu o segui, atenta a todos os movimentos que ele fazia. Ele estava mesmo disposto a me enfrentar, tinha ido para uma área aberta, provavelmente para facilitar o combate.

 — Por que você fez isso? — perguntei séria para ele.

 — Porque eu quis — ele respondeu tranquilamente, rindo da minha pergunta.

 — Não me surpreende, um traidor como você sempre joga sujo. — Impliquei, mas seus olhos para mim agora emanavam uma grande decepção, porém a essa altura eu já não me importava com nada, estava passando da hora de parar de ser manipulada.

Ele balançou a cabeça acenando positivamente, ainda com aquele olhar de decepção, porém maligno para mim. Deu três passos para trás e com um movimento leve e preciso pulou, numa altura considerável, parando em pé no galho de uma árvore, enquanto ainda me olhava. E eu, da mesma forma, não tirei meus olhos dos dele nem sequer por um segundo, já estava preparada caso ele tentasse me pôr em algum genjutsu, então não me preocupei tanto: durante minha busca insaciável pelo Sasuke, aprendi bastante bem a me defender de jutsus oculares.

Ele estava me desafiando e isso estava mais do que claro em minha mente, e o motivo de ele ter subido na árvore foi simples para mim; ele queria levar aquela batalha a outro lugar. Todos os outros membros da Akatsuki já estavam ali, do lado de fora, menos Ino e Deidara, que deveria estar chateado comigo por conta da maneira que falei com ele.

 Me poupei de encará-los, já poderia imaginar a expressão no rosto de cada um. Yahiko deveria estar surpreso; Asami deveria estar adorando, já que ela fazia o tipo feminista; Konan com certeza estava chocada com aquilo tudo e vermelha de preocupação; Sasori provavelmente estava indiferente e Kisame... um sorriso no rosto com certeza fazia mais seu tipo.

Suspirei fundo e quando ia começar a segui-lo escutei passos apressados em minha direção e logo senti a mão de Ino tocando meu ombro esquerdo. Olhei para seus olhos, e ela estava com o olhar endurecido, com certeza queria evitar que eu saísse dali, me achando exagerada. Mas ela não sabia de tudo o que estava acontecendo e por isso não me dava razão nenhuma.

Ela franziu o cenho e fechou os olhos, enquanto escorregava sua mão para longe de mim. Como sempre, ela entendia que não adiantaria falar comigo nesse estado no qual me encontrava. Ela sempre me conheceu bem demais e sabia que existiam dentro de mim dois extremos; um no qual eu era frágil e ingênua, e outro que ela conheceu durante o exame chunin. Uma Sakura sem precedentes que não desistia nunca, independente das probabilidades.

Direcionei meu olhar, novamente, para Itachi, que já se encontrava em outra árvore. Dei um pulo e comecei a seguir os passos dele, que eram coordenados e rápidos. Ele olhava para mim de segundo em segundo, com ódio no rosto, provavelmente para verificar se eu o estava seguindo. Meu coração se apertava a cada pulo que dava: a verdade era que não sabia o que diria para ele, não tinha pensado em nada até o momento.

 Minha mente parecia estar se clareando, tentava pensar em várias coisas para falar com ele, mas todas elas pareciam estúpidas e infantis. E agora já não dava mais para voltar atrás, eu já tinha deixado ele demasiadamente furioso para apenas fazer de conta que nada aconteceu.

Respirei fundo enquanto o vi pular para o chão, em uma área rasteira da floresta. Respirei fundo mais uma vez, tentando recuperar aquela confiança que tinha em meu coração a instantes atrás e fiz o mesmo que ele. Deveríamos estar a aproximadamente duzentos metros de distância do esconderijo e a cinco passos um do outro.

 Olhei em seus olhos, que já não mostravam mais seu sharingan e percebi que ainda estava com minha mão direita apertada fortemente em punho, o chakra fluindo. Enfinquei ainda mais minhas unhas na minha carne latejante, para acordar meu espírito de luta, e decidi que não precisava de palavras ensaiadas para dizer tudo o que ele merecia ouvir de minha boca.

— Por que você é tão idiota? — perguntei seriamente, enquanto ele me olhava com indiferença. Porém eu não me deixaria abalar por sua pose.

 — Por que você é tão insistente?

 — Insistente? O que eu fiz para que você pense em mim dessa forma? Insistente é você que sempre fica me procurando.

Os ombros dele se encolheram um pouco, parecia aborrecido em ter ouvido aquilo, e vê-lo com aparência tão frágil era de partir meu coração, mas eu não poderia me deixar enganar.

— Você fala como se não gostasse — ele disse dando dois passos em minha direção, parando ao me ver entrando em posição de combate. — Sakura... — Ele começou, hesitante, com sua voz mais baixa agora, me fazendo perceber que estávamos praticamente gritando um com o outro. — O que você queria que eu fizesse? Ele estava se gabando com o pessoal durante o treino, dizendo que ia acompanhar você na festa. E quando ele esbarrou em mim, não consegui me segu... — ele parou, arregalando os olhos e entreabrindo a boca, como se estivesse arrependido por ter dito aquilo. Abaixou seu olhar, fitando o chão à sua frente, e ficou quieto por um instante.

— Se você se importa tanto com isso, então por que não larga a Kin de uma vez? — questionei alterada, abrindo devagar minha mão dolorida e relaxando um pouco meu corpo.

Ele me olhou com seus olhos sombrios novamente e senti naquele momento que, independente do que ele fosse falar ou fazer, eu sairia dali emocionalmente machucada.

 — Você não entende — ele disse baixinho, e um arrepio percorreu meu corpo com sua voz macia.

 Eu realmente não entendia o que ele tinha com Kin, isso era indecifrável para mim. Sempre a estava desprezando publicamente, a traía descaradamente, enquanto ela parecia gostar dele de verdade, sempre se jogando aos seus braços e ignorando todos os atos dele. Mas ele tinha que entender que agora não eram apenas eles dois naquele relacionamento, eu também fui tragada para aquilo e estava me sentindo desgastada com essa situação.

— O que eu não entendo, Itachi? — perguntei com a voz mais branda, tentando encadear nele alguma coisa, por menor que fosse.

Esperava em meu coração que ele me dissesse que não queria mais nada com ela e que a largaria por mim, porém sabia que essa era só mais umas das minhas fantasias infantis. Daquelas que toda garota boba e inocente sonha.

 — Ela é minha namorada — ele falou, tornando-se ríspido mais uma vez, e meu coração tremeu ao ver seus olhos tão firmes.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, comecei a piscar várias vezes, tentando contê-las. Fui forte até ali e já imaginara aquele resultado, não poderia fracassar agora.

 — Você não vale a pena — respondi baixo agora, olhando para a árvore que estava logo atrás dele, esperando que ele não estivesse olhando para meu rosto, que deveria estar todo vermelho.

 — Não. Eu não valho — Sua voz rouca e triste chamou minha atenção, e eu o encarei.

Suas pálpebras estavam levemente caídas e seu rosto aparentava sofrimento. Quando nossos olhos se chocaram, ele desviou o rosto, olhando para o lado e balançando a cabeça negativamente. E tudo em mim era pura confusão.

— Você tem razão em sentir raiva. E se você disser que não sente nada por mim, eu juro que não te procuro mais. Eu juro.

Uma corrente elétrica parecia atravessar meu peito. E certo que ele mexia profundamente comigo, mas me pôr em situações como esta era insano. Fechei meus olhos, tentando encontrar algo concreto para lhe dizer, mas nada vinha em minha cabeça. Apesar de que o motivo de estarmos ali fosse que eu estava louca de raiva por causa das idiotices dele, não conseguia proferir uma palavra sequer se essas significassem não o ter mais por perto. Era doloroso demais saber que seria rejeitada novamente.

 Estava na beirada de um precipício e à minha frente haviam vários inimigos, ou eu morria à espada, ou me jogava. Era assim que estava me sentindo e teria que tomar uma decisão. Teria que lhe dar uma resposta, mas qual? Respirei fundo, sentindo meu coração disparar e logo depois abri um pouco a boca, buscando forças para dizer que não o queria.

 — Isso não é justo! — Essas foram as únicas coisas que consegui proferir, antes de levar minhas duas mãos até meu rosto, escondendo-o. E fiz isso não porque chorava, mas por me sentir envergonhada por não poder afastá-lo de vez de mim.

— As coisas são mais complicadas. Não posso explicar. Não dá... — disse ele com serenidade, mas eu já não sabia bem sobre o que ele falava.

Soltei uma lufada de ar pela boca ao sentir o toque de suas mãos em meus braços. Ele era tão cafajeste, e eu era tão burra por ainda estar ali para ele. Itachi tentou descer minhas mãos de minha face, mas eu o impedi, não queria ter que olhá-lo depois de tudo isso. Seus braços me envolveram em um abraço, que mais parecia um consolo, e a carne do meu corpo tremia como em um dia gelado, por conta de sua presença tão forte.

Ficamos quietos, e o lugar estava tão silencioso que eu podia ouvir o assoviar do vento. Escorreguei um pouco minhas mãos, parando-as em seu peito, deixando meu queixo encostado em seu ombro direito. Eu olhava para os galhos de uma das árvores que balançavam, espalhando folhas pelo chão. Nada se passava em minha mente, me sentia como uma total dependente de seus cuidados.

 — Não fica chateada — ele disse em meu ouvido, soprando seu hálito quente em mim e eriçando os pelos da minha nuca.

— Eu sempre fico chateada com você. E eu sempre tenho razão — disse zangada, mas com a voz mansa, me recordando do sangue que escorria pelo rosto de Deidara.

Ele pegou em meu pescoço e se afastou apenas o suficiente para que pudéssemos nos olhar. Mas eu fitava minha mão em seu peito, para não ter que ver os olhos... aqueles olhos dele.

 — Esquece isso — ele sussurrou, e eu o olhei indignada.

 — Você quer que eu esqueça de tudo —  minha voz saiu emburrada, e ele revirou os olhos, bufando para mim.

— Um dia, quem sabe, eu possa te explicar tudo... Não vamos brigar de novo, por favor? — ele implorou, balançando a cabeça negativamente com um pequeno sorriso nos lábios.

Eu não entendi por que era tão importante pra ele manter o segredo por trás de tudo aquilo. Meu coração gritava por ele, mas minha consciência me mandava me afastar para o mais longe possível. Eu queria mais do que tudo o entender, mas, com certeza, ele era a pessoa mais complicada que já havia conhecido em toda minha vida. Continuei a olhá-lo, ainda sentindo uma imensa tristeza e confusão em meu coração.

 Itachi encostou sua testa na minha e permaneceu daquele jeito, apenas tirando sua mão da minha nuca e a pondo junto com a outra em minha cintura. Seus olhos estavam fechados e sua respiração tão calma que parecia dormir. Olhando-o daquela forma, não precisava de mais alertas para me mostrar que meu propósito fora totalmente quebrado por ele. E não consegui nada, além de reafirmar aquilo que já sabia; ele sentia ciúmes de mim.

Meus seios enrijeceram com o roçar do seu nariz no meu, era algo tão sutil, mas tão inesperado, quanto todas as palavras doces que ele usava logo depois das amargas. Era como estar em uma piscina sem água, ou em um mar sem sal. Seus lábios se encostaram nos meus, mas não o suficiente. Ainda me sentindo arruinada pelo dia que estava tendo, me afastei bruscamente dele, impedindo nossa total união.

 — Não faz isso — ele disse olhando em meus olhos, com sua voz grave e extremamente triste. Meu coração se apertou em meu peito e eu olhei para os seus lábios, fechando meus olhos em seguida, esperando pelo seu beijo.

Só realmente entenderia minha ação, depois de tanto caos, uma pessoa apaixonada. Me sentia incapaz de amar outro, senão ele, de estar em outros braços que não fossem os dele. Sabia sobre tudo o que ele fez, sobre todas as suas maldades, porém, de alguma forma, minha mente sempre fica procurando justificativas para o injustificável. Em diversos momentos minha mente viajava em direção aos poucos, porém intensos momentos que tivemos. E cada uma dessas lembranças já eram para mim, como partes preciosas da minha vida. Não conseguia ignorar isso.

 E eu estava sentindo na pele, nesse exato momento, como se apaixonar por alguém era difícil. Era saltar da felicidade para o sofrimento, da luz para escuridão e depois ver esse ciclo se repetindo incansavelmente, tirando de dentro de nós cada gota de nossa integridade, nossa fome e sono. A paixão certamente era uma forma de vício. Uma doença para qual não conhecia a cura, e não saber me frustrava. E por algum motivo toda vez que discutimos por conta de algo, ao invés de nunca mais querer olhá-lo, a minha vontade era contrária; era de tê-lo ainda mais próximo de mim. Era uma loucura insana e intensa, daquelas que a gente nunca imagina um casal perfeito tendo que enfrentar. Era uma loucura tão grande que não desejava isso para ninguém e ao mesmo tempo torcia para que todos encontrassem alguém pelo qual pudessem se apaixonar.

Meus lábios tremularam ao sentir os dele, sua mão tocava suavemente meu cotovelo, indicando que queria que eu erguesse o braço. E foi o que eu fiz, apesar de relutante, entrelacei meus braços em volta de seu pescoço, sentindo a ponta de sua língua tocar minha boca. Dei passagem para que ela entrasse e explorasse cada canto que ansiava por ele.

 Suas mãos firmes me apertavam contra seu corpo num misto de luxúria e carinho que nunca havia experimentado com ele ainda, não até então. Era como se a cada dia ele me apresentasse uma forma nova de estar junto dele. Toquei seu rosto, sentindo sua pele lisa, que sempre tinha a barba perfeitamente aparada, e ele soltou um pequeno gemido entre o beijo, me apertando ainda mais em seus braços.

 Sua ereção já era mais do que perceptível, e eu sabia que tínhamos que parar por ali, caso contrário iríamos perder a cabeça e fazer besteira, mas não sabia como interromper aquilo. Como separar nossos corpos que pareciam se unir numa sincronia perfeita e prazerosa, que causava arrepios e tesão em mim de um jeito quase assustador? Até olhar para ele depois disso seria difícil, como foi depois de ter sido estimulada por ele em meu quarto.

Distanciei um pouco nossas bocas, gemendo ao sentir uma pequena contração muscular de minha boceta, que já estava encharcada com a malícia de seus toques, que desciam cada vez mais. Porém, apesar de sedenta por tudo aquilo, eu precisava recuperar ao menos um pouco da minha razão, que se perdia toda vez que estava com ele.

Queria perder minha virgindade com ele, isso não era uma questão a ser discutida. O problema era que queria que ele fosse meu e de mais ninguém quando isso acontecesse, e se minha vontade se tornaria realidade ou não, só o tempo diria. Porém eu preferia esperar. Sabia que ele não era, e nunca seria como o príncipe encantado que sempre sonhei em ter para mim, mas era nele que pensava quando acordava e era ele meu último pensamento do dia.

Olhei em seus olhos, e ele findou seus movimentos, me retribuindo o olhar intensamente. Não tinha nada mais para dizer, a não ser que ele era o idiota que eu mais amava nesse mundo e que eu estava abrindo mão de mim mesma e de meus desejos mais profundos só para tê-lo por perto, só por uma chance de algum dia ele ser meu.

— É melhor nós irmos — sussurrei, enquanto ele observava cada detalhe de meu rosto, fazendo uma vergonha estranha crescer dentro de mim.

 — Não está mais brava? — ele perguntou, um meio sorriso quase que falso e aliviado ao mesmo tempo.

 — É claro que estou — falei séria, enquanto ele franzia a testa, tentando me entender. — Mas não dá para ficar sem você — disse essas palavras com um enorme sacrifício, a vergonha em mim era imensa. Mas sentia que precisava me expressar de forma clara para ele entender que, ao contrário do que ele estava fazendo, eu levava tudo aquilo que estava acontecendo entre nós a sério.

 Exibido e orgulhoso, ele soltou um sorriso e selou seus lábios nos meus com força, quase como uma brincadeira. Separou nossos corpos e entrelaçou nossas mãos. Olhei confusa para ele, mas ele estava imponente com os olhos já voltados na direção em que seguiríamos. Andar com ele daquela forma era algo muito novo para mim e eu tinha medo de que alguém pudesse ver, mas ele parecia não se importar com nada, e com ninguém.

 — Droga, Sakura, você tem que parar de me deixar na mão! — ele falou, olhando para o volume em sua calça, e eu senti minhas bochechas arderem com aquele comentário, ele nunca perdia uma oportunidade de falar alguma besteira.

 — Para de falar essas coisas! — disse sem graça, e ele ria da minha cara.

 

 — O que tem? É verdade — ele disse, pondo sua mão esquerda em minha cintura, agora andando colado comigo, e eu realmente nunca entenderia esse seu jeito de ser. 

 As cenas e palavras ditas nesse dia enorme se repetiam em minha mente e eu, como uma boa perfeccionista, ficava tentando ajeitar as palavras inauditas, as coisas que deveria ter feito, ou deixado de fazer, mas que nem ao menos tinham se passado pela minha mente no momento. Olhei para ele e seu rosto estava sereno e despreocupado.

 

— Quando a gente chegar posso te ajudar com essa mão — ele falou sem me olhar, com um sorriso de deboche nos lábios. Minha mão direita estava mesmo muito machucada: toda raiva que senti foi descarregada sobre ela.

— Se você me garantir que vai fazer um bom trabalho — respondi em um desafio.

— Mais tarde. Prometo — ele falou me olhando, um sorriso ainda maior nos lábios.

Estava na cara que ele tentava se redimir. No entanto, apesar de ter cedido, não podia negar que um pedaço de mim se quebrou ali naquela clareira. Não conseguia me afastar, mas, se as coisas continuassem naquela direção, eu não precisaria: ele me afastava sozinho.

 Não falamos mais nada um para o outro enquanto andávamos e tudo estava tão estranho e perdido na minha mente, porém meu coração estava calmo e quente, como num dia de verão. Era ele que fazia isso comigo, ele causava em mim coisas nas quais eu jamais imaginava existir, e estava contente com isso, com essas descobertas, ao mesmo tempo que estava frustrada por não ser mais forte e mais determinada em afastá-lo de mim.

Fiquei um pouco tensa ao lembrar que teria que explicar para Ino tudo o que aconteceu, mas preferia não pensar muito nisso. Estávamos bem próximos à instalação quando ele soltou minha mão, porém não antes de me puxar para mais um beijo. E quando nos olhamos, eu poderia jurar que havia um brilho de aflição e amor em seu olhar, mas não tinha como eu saber. Nada com ele era o que parecia e me iludir sozinha já doía muito para eu ficar alimentando esperanças vindas de teorias vazias.


Notas Finais


Espero que tenham gostado rsrsrs


É isso ai gente!!!
Bjnn


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