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História Corações divididos - Sakura e Itachi (Itasaku) - Corações divididos


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???


Quero agradecer a vocês, mas confesso que é difícil expressar o quão feliz me sinto por ter leitores tão carinhosos. Obrigada pelo apoio de todos, pelas mensagens e comentários de incentivo que tem me enviado, vocês não imaginam como isso é importante para mim.


Espero que gostem!
Bjs

Capítulo 25 - Corações divididos


Meus olhos captavam a luz com dificuldade, minha mente trabalhava arduamente para decifrar o local onde eu me encontrava. Tentei erguer minha mão, para tocar minha face ardida, mas ela despencou em cima da cama. Todo meu corpo estava mole, parecendo pesar muito mais do que deveria, e minha cabeça começava a latejar.

  Senti o colchão ceder para o lado direito e vagarosamente olhei para ver o que era, sentindo meus olhos arderem por conta da luz que vinha da janela. Um anjo parecia velar por mim, e sorri com a linda visão que tinha. Pisquei algumas vezes, tentando me adaptar logo à luz, e isso fez com que eu percebesse que o querubim em minha frente se tratava de Konan.

 Suas mãos quentes tocaram a minha esquerda, e com ambos os polegares ela começou a me acariciar carinhosamente. Minha cabeça estava confusa, e eu me esforçava para tentar me lembrar o que estava acontecendo. Olhei para frente, vendo Itachi de pé, com os braços cruzados, ele parecia preocupado com alguma coisa, e isso começou a trazer à tona tudo o que minha cabeça se esforçava tanto para recordar.

 A imagem de Ino desferindo um forte tapa em minha face direita fez com que meu peito doesse. E essa dor era diferente de todas as que estava sentindo até agora. Meus olhos se encheram de lágrimas, nublando novamente minha visão, e eu não entendia o porquê de isso tudo estar acontecendo logo agora.

  Minha vida foi carregada, sempre tive meu coração dividido em vários pedaços quando o assunto era amor. Quando pensei que poderia ser feliz, uma onda gigante me arrastou de meu mundinho, tirando todas as coisas nas quais eu lutei tanto para poder me agarrar. Quando poderei ser feliz? Quando toda dor vai passar? Quem foi que falou sobre meu relacionamento para Ino? Isso era tudo o que eu pensava.

  Tomada pelo desespero da situação terrificante em que me encontrava, comecei a respirar com dificuldade, aumentando ainda mais o ritmo para tentar puxar o ar pela minha boca. Tudo à minha volta parecia girar, e meu estômago acompanhava o padrão redemoinho que eu via. As lágrimas jorravam de meus olhos e parecia que nunca cessariam.

 — Ela vai desmaiar de novo. — A voz de Konan parecia estar a quilômetros de distância de mim, como se ela abafasse a boca com algo. Tentei permanecer atenta aos movimentos de Itachi, que agora vinha em minha direção. Konan se levantou da cama, dando espaço para que ele se sentasse no local em que ela estava.

— Sakura, olha para mim. — Sua voz era firme, mas assim como a de minha amiga, parecia estar longe demais. Ele segurou minha cabeça com a mão direita e pegou em minha cintura com a esquerda, me puxando para mais perto dele. Por mais que eu tentasse, não conseguia reagir, e minhas mãos ficaram jogadas na cama por falta de força. — Vai ficar tudo bem. — Ele encostou a testa na minha, e sua voz baixa estava carregada de tristeza. Comovida com a maneira que ele me pegava, como se não pudesse me perder nunca, comecei a me esforçar o quanto podia e levantei um pouco meu braço, tocando a face dele com os dedos.

 Ele separou nossos rostos minimamente, apenas o suficiente para me olhar nos olhos. As lágrimas continuavam a rolar por minha face, e eu sentia que agora estaria tudo acabado para nós dois. Tsunade e meus pais jamais permitiriam que continuássemos juntos quando descobrissem sobre tudo, e assim eu voltaria a ter o mesmo coração dividido de antes, porém agora um pedaço dele sequer me pertence mais.

 — Dá para ela. — Olhei para o lado, enquanto Itachi me soltava com delicadeza em cima da cama.

Konan havia trazido um copo com água para mim, mas eu não sentia sede, nem fome, nem nada. A única coisa que realmente queria era poder ter a certeza de que tudo ficaria bem, como Itachi havia dito.

 Ele tornou a segurar minha cabeça, levantando-a um pouco, e encostou o copo em meus lábios em seguida. Mesmo sem muita vontade, entreabri minha boca, deixando o líquido escorrer pela minha garganta. A sensação que eu tinha era a de ter meu corpo totalmente anestesiado, e só sabia que não era isso por conta da ardência que ainda sentia em minha face.

 Segurei trêmula em seu braço, afastando assim o copo de meus lábios, para que eu pudesse respirar. Fechei meus olhos com força, tentando parar de vez com todas aquelas lágrimas, que pareciam que me secariam internamente de tanto derramar. Abri os olhos novamente, fitando os dois que estavam presentes no quarto, que só agora havia percebido que era o meu.

 — Cadê a Ino? — sussurrei.

 — Asami está tentando acalmar ela um pouco mais — Konan falou, se aproximando mais ainda de mim.

 — Como ela descobriu?

 — Nós não sabemos ainda. — Itachi parecia tão triste quanto eu, segurou minha mão e depositou um beijo nela. — Mas eu vou descobrir.

 Olhei para Konan, que parecia tensa por causa de mim, e me lembrei que até esse momento tinha me preocupado tanto com Ino, que ainda não havia entendido o que de fato tinha acontecido comigo.

 — Como eu vim parar aqui? O que aconteceu?

 — Você ficou muito nervosa, Sakura. — Konan estava com o rosto atribulado e parecia aflita pela situação que abraçava a instalação.

 — Enquanto Kisame e eu te trazíamos para cá, você acabou desmaiando. — Apesar da voz de Itachi estar mais firme, seus olhos para mim pareciam temerosos, me sentia mal por ter que fazê-lo passar por mais situações difíceis.

 — Você deu um baita susto na gente. — Quase pulei da cama, vendo Kisame entrar no quarto.

 — Você falou com Asami? — perguntou Konan afobada, e mais uma vez comecei a tentar me sentar para prestar atenção na conversa deles.

Parecendo preocupado comigo, Kisame seguiu imediatamente em minha direção, ajudando Itachi a me sentar. Os dois não eram apenas parceiros, se respeitavam muito e, apesar de nunca se expressarem de forma clara, eram com certeza melhores amigos.

 — Obrigada — falei já começando a me sentir um pouco melhor.

 — A Ino está irredutível. Ela não para de falar de Sasuke. — Um frio percorreu minha espinha, eu virei meu rosto para olhar Itachi, que não pareceu nenhum pouco chocado ao ouvir o nome do irmão. E acabei ficando sem entender nada novamente.

 — Como assim?

 — É melhor a gente deixar eles sozinhos — Konan disse, e Kisame acenou positivamente para ela. Apesar de querer ficar sozinha com Itachi, também queria que eles permanecessem ali. Aquilo tudo estava me deixando assustada.

— Kin e eu terminamos — Falou Itachi, segurando novamente minha mão. Seus tristes olhos faziam minha alma doer, não queria ter que vê-lo sofrer nunca mais. E apesar de estar contente com a notícia, minha agonia era grande demais para poder comemorar.

 — Foi ela que contou para Ino?

 — Não sei.

 — Como assim? Não estou entendendo nada.

 — O Sasuke... — Ele parou de falar, virando seu rosto para que eu não pudesse olhá-lo, e dentro de mim sabia que ele estava extremamente chateado com alguma coisa. Apoiei minha mão em sua face, e ele voltou a me olhar. Como sempre ele parecia penetrar-me o fundo, como se quisesse entrar em minha mente e me contar tudo sem precisar dizer uma só palavra, mas isso não era possível, eu tinha que ouvir tudo de sua boca.

 — O que foi, Itachi? Você está me deixando ainda mais assustada.

 — Sasuke matou Orochimaru.

Arregalei meus olhos e prendi a respiração.

 Não poderia acreditar nessa informação, não que eu duvidasse da força de Sasuke, mas isso parecia insanidade. Porém tudo o que acontecia ao meu redor era incerto, e eu já deveria ter me acostumado com isso. Saber que o rapaz que foi motivo para vários suspiros apaixonados meu agora, além de ser classificado como um renegado, também deveria estar sendo caçado por ser considerado um assassino perigoso, fez com que todos os meus problemas com Ino se tornassem pequenos demais nesse momento.

 — Não entendo — sussurrei com meu coração acelerado, e sequer poderia imaginar como Itachi deveria estar se sentindo agora.

 — Orochimaru estava fraco, precisava de um corpo novo. Se aproveitando desse momento, Sasuke o matou, segundo Kin. — Estava tão preocupada com o que ele havia me dito, que até me esqueci de Kin por alguns segundos.

— Ele vai voltar para a Aldeia agora?

 — Ao que parece, não. — Ele suspirou e encostou sua testa na minha, como sempre fazia. E parecia que eu podia sentir o pesar de seu coração através desse gesto. — Ele está atrás de algumas pessoas, não sei — concluiu confuso, se afastando de mim de novo.

 — Atrás de quem?

— Parece que ele quer montar um time.

Fechei os olhos, sentindo uma lágrima solitária escorrendo pelo meu olho direito. Naruto e eu que fazíamos parte do time que ele deveria estar. Nós éramos o time sete, por que ele precisava de outra equipe agora? Nunca fomos em seus olhos o suficiente, e isso me assombrava, e ia me assombrar pelo resto da vida. Apesar de não o ver mais com os mesmos olhos de antes, ainda tinha muito carinho por ele, e não conseguia admitir que agora Sasuke se tornara tão perverso.

 — E a Kin? — Abri meus olhos novamente, tentando me manter firme o quanto podia.

— Depois que ela me falou isso, não tinha mais motivos para continuar com ela... e terminei. — Ele parecia animado com essa parte da história e eu também estaria, se não fosse por tantos outros inconvenientes.

— Então foi ela que contou para Ino sobre nós — falei chateada, me arrependendo agora por não ter dado a ela a surra que a garota merecia antes.

 — Eu não sei, Sakura. Ela reagiu muito mal quando a gente terminou, e tive que usar meu sharingan para acalmá-la, mas não tenho certeza se ela disse alguma coisa de nós para qualquer um que seja. Na verdade, nem acredito que ela sabia sobre nós.

 — Se não foi ela, quem pode ter sido então?

 — Deidara. — Revirei meus olhos, pensando que isso foi a coisa mais boba que ele já disse até agora. — Eu te disse que não confio nele, e até sabermos exatamente quem foi, vou continuar acreditando nessa minha teoria. — Olhei novamente para ele, percebendo o quão seguro ele parecia daquilo, mas eu não conseguia acreditar nessa possibilidade, porém resolvi não discutir sobre isso.

 — Quando foi que você terminou com a Kin?

 — Um pouco antes de... da Ino... — Ele parecia tentar escolher as palavras certas para não me magoar. — Você não ouviu a gritaria da Kin? — Questionou, por fim.

 — Não. Eu estava lá fora, a alguns metros da instalação, cuidando das ervas— disse, me lembrando de como as coisas pareciam estar bem antes de tudo isso acontecer. E em como eu estava distraída naquele momento, pensando em nós dois. Talvez se não ficasse perdida por tanto tempo em meus pensamentos, conseguiria ter evitado o tapa de Ino. Fechei meus olhos, me recordando novamente daquele momento terrível.

 Estava morrendo de fome e louca para ver Itachi depois de comer. Saí do canteiro onde as ervas são cultivadas, indo em direção à cozinha, mas ao virar a coluna da instalação recebi um forte tapa de surpresa. Fiquei sem reação alguma, na verdade nunca me imaginei naquela situação, apesar de sempre ter tido medo de que ela descobrisse algo sobre Itachi e eu.

— Eu deveria ir falar com a Ino. — Despertei de meus devaneios ao ouvi-lo. Ele consertou sua postura, passando ambas as mãos sobre a cabeça, parecendo se sentir culpado.

 — Não quero que faça isso — falei séria, pensando que se alguém deveria conversar com ela, esse alguém era eu. Mas mesmo querendo muito, não ia fazer isso. Ela me agrediu, me desmoralizou, estragando uma amizade que presava com todo meu coração. Iria esperar por ela, pois sabia, ao menos esperava, que uma hora Ino viria me procurar, ela sempre fazia isso... sempre relevava.

— Mas eu deveria. Querendo ou não, nós só estamos juntos porque, bom, pressionei você de todas as maneiras.

 — Ainda bem que você fez isso. — Soltei um meio sorriso, me sentindo a mulher mais sortuda no mundo por tê-lo ao meu lado, jamais poderia me imaginar sem ele. Tudo o que eu queria era poder viver em paz ao seu lado, abandonando todo preconceito errôneo que foi lançado contra ele, quando seu intuito era apenas ajudar.

Ele se aproximou de mim, segurando meu rosto entre as mãos, enquanto eu segurava sua cintura. Seus olhos sorriam para mim da forma mais linda que jamais havia visto. Me aproximei de seu corpo, encostando meus dedos na testa dele, e ele enfim sorriu verdadeiramente. Ele sempre fazia esse gesto comigo, e agora já estava tão acostumada com isso, que fazia também. Fechei meus olhos, esperando por um beijo dele, mesmo ainda me sentindo quebrada por dentro, estava feliz por saber que ele ainda estava ali, comigo.

 — Te amo.

 — Eu também te amo muito — sussurrei, ainda com meus olhos fechados, sentindo meu corpo um pouco mais aliviado agora. Meu rosto tinha parado de arder... e ouvir que ele me amava era tudo o que eu precisava.

 A suavidade de seus lábios nos meus me fizeram estremecer. Agora ele enfim era só meu, e tudo o que passamos até aqui valeu a pena. Enfrentaria qualquer tipo de provação se no final soubesse que ainda o teria para mim.

 Entreabri meus lábios trêmulos, roçando nossa boca uma na outra, sentindo seu hálito quente em meu rosto. Ele parecia ter bebido, mas estava sóbrio, e isso já era o suficiente por hora. Ele me tomou em seus braços, enlaçando minha cintura e, num movimento exasperado, subi minhas mãos até sua nuca. Nossas línguas se tocaram, fazendo minha respiração se tornar descompassada. Diferente de muitas das vezes em que ficamos juntos, agora ele estava ainda mais paciente. E eu acariciava seus cabelos, sentindo toda sua sedosidade em minhas mãos. 

  O ar começava a faltar em meus pulmões, mas eu não queria que esse beijo delicioso terminasse. Puxei com dificuldade o ar entre nossas passadas, abrindo um pouco meus olhos. Seu rosto estava sereno, porém tristonho, e sabia que ele deveria estar sofrendo por dentro por conta de Sasuke. Queria ter o poder de tirar de dentro das pessoas não só a dor física, como também a emocional, só para poder curar o coração ferido dele agora.

Ele separou um pouco nossas bocas, e fechei meus olhos novamente. Ele roçou seu nariz no meu, mordendo em seguida meu lábio inferior. Meus seios se enrijeceram de tesão, tudo nele me excitava. Mas minha vida estava totalmente bagunçada agora, e sabia que ele estava abalado também.

 Itachi findou aquele beijo e afrouxou suas mãos de mim, meu corpo balançou um pouco com o impacto do vácuo entre nós. Abri os olhos, e ele começou a se deitar na cama, puxou meu corpo para baixo com força, mas eu já não me assustava tanto com seus gestos, e se deitou atrás de mim, abraçando meu corpo.

— Eu não posso perder você, Itachi. — Senti seu corpo tremer e sua mão em minha barriga me apertou um pouco mais. Ele não falou nada, ficou quieto deixando minhas palavras soltas no ar, ecoando em minha cabeça sem parar.

 — Você está com fome? — Seu questionamento me fez voltar ao momento em que Ino me deu aquele tapa. Suspirei, tentando afastar isso de minha mente, não podia ficar me sentindo a pior pessoa do mundo por amar.

 — Não quero comer nada — falei, sabendo que ainda estava fraca, mas meu estômago parecia estar dobrado sobre si. Era difícil sentir vontade de comer qualquer coisa estando tão devastada.

 — Mas precisa — ele falou, se apoiando em seus braços e começando a levantar. Virei meu rosto para olhá-lo, percebendo que já começava a ficar tarde e sequer sabia que horas eram. Mas isso não me importava, queria ficar quietinha apenas.

 Permaneci olhando para ele, até que fechasse a porta após sair. Fechei meus olhos, relaxando o meu corpo e soltando um longo suspiro. Meu coração parecia um tambor dentro de meu peito, e até podia ouvir meus batimentos por conta do silêncio. Porém isso não durou muito, e abri meus olhos, assustada, ao ouvir vozes que vinham do corredor. Parecia ser uma discussão, e por mais que isso tenha levantado minha curiosidade, não tinha mais forças para problemas.

Fiquei quieta, esperando que aquilo acabasse, porém só durou alguns segundos. Só esperava que não tivesse sido nada com Itachi, ele não merecia ter que passar por mais nada de ruim, ainda mais por minha culpa. Não entendia como um homem como ele foi se apaixonar por mim. Sabia que tinha bons atributos, mas também conhecia meus defeitos.

 Meu coração, sempre dividido, me tornou uma garota temerosa, carente, solitária e vulnerável. Aparentava ser forte por fora e as pessoas que conviviam comigo acreditavam nisso, mas por dentro eu era um poço de insegurança e tristeza. A pessoa que jamais imaginaria que poderia me tirar dessa solidão foi a que me mostrou que existia felicidade nessa vida.

Pensava estar fadada ao esquecimento e a ter uma vida vazia e solitária. Amei Sasuke por tanto tempo, me entregando para ele a todos os segundos no qual vivia, que esqueci até de cuidar de mim mesma e só agora percebia isso. Deixei de sair, de conhecer pessoas novas, de me abrir para o mundo, sempre à espera de um amor que nunca veio, um amor que me matava aos poucos.

  Nunca imaginaria que o irmão dele me traria a paz de volta, devolvendo a serenidade que perdi ao me apaixonar por Sasuke. A vida é engraçada às vezes; enquanto eu chorava escondida em meu quarto por não ter aquele garoto perto de mim, Itachi se corroía por dentro por não ter seu irmão ao seu lado.

   Ele entrou no quarto novamente, fazendo com que eu levantasse minha cabeça, assustada. Mas ao vê-lo com um prato recheado de biscoitos, me senti aliviada por ser ale ali. Me arrastei pela cama, sentando e encostando meu corpo na cabeceira da cama. Ele se ajeitou ao meu lado, eu sabia que ele estava triste, mas havia um sorriso em seus lábios.

 — Yahiko que fez a comida hoje. Então achei melhor trazer umas besteiras mesmo. — Seu tom de voz estava um pouco descontraído, e eu olhava em seus olhos, com um singelo sorriso em meus lábios.

   — O que aconteceu lá fora depois que você saiu?

   — Deidara veio me perguntar como você está. Acredita nisso? — Ele voltou a me encarar com o olhar indignado, como se o mundo fosse acabar por conta disso. — Se Sasori não tivesse aparecido, teria socado ele ali mesmo.

  — Que bravinho! — falei, levando um biscoito à minha boca, não estava com fome, mas precisava comer, sabia bem disso. Ele balançou a cabeça, tentando conter um sorriso.

  Ele ficou me observando enquanto eu comia lentamente aquela refeição improvisada. Depois de algum tempo, me levantei e fui tomar um banho. Como sempre, ele se ofereceu para ir comigo, mas disse que queria ficar um tempo sozinha. Era difícil demais pensar em ser eu mesma sem ter por perto uma peça fundamental para a formação de meu caráter; minha melhor amiga e precisava de um momento só meu para absorver a situação.

 Ino sempre me ajudou nos momentos mais complicados da minha vida, mesmo quando não sabia disso. Como nas vezes em que eu a abracei ou me aproveitei de suas conversas bobas para me distrair das coisas estranhas que Itachi fazia antes. Coisas que hoje sabia que não eram tão esquisitas assim, considerando a situação dele. Quando Ino e eu deixamos de nos falar, por conta de Sasuke, nossa amizade continuou, mesmo que nenhuma de nós admitíssemos isso.

 Sua coragem me inspirava, e eu sabia que também a inspirava de alguma forma. Mas agora tinha medo de que tudo isso estivesse perdido, porém o meu consolo era o tempo, que dizem poder curar tudo. Me troquei e me deitei na cama, abraçando o corpo do homem que amava com força. E mesmo estando triste pela possibilidade de perder Ino, ainda estava tranquila, pois agora a pessoa mais importante da minha vida estava ao meu lado, me apoiando.

   Comecei a acariciar seus cabelos, tentando imaginar no que ele deveria estar pensando. Mas não precisava de muito para saber que ele estava preocupado com o irmão.

   Itachi começou a se virar lentamente e me abraçou de frente. Seu braço pesava em cima da minha cintura, e seus olhos estavam fechados. Mas sabia que, assim como eu, ele não estava com sono. A verdade é que esse dia parecia que nunca ia acabar e talvez dormir mais cedo fosse uma solução para isso, mas quando estamos frustrados com alguma coisa, o sono não vem. Tentei ficar imóvel, o quanto podia, para não o atrapalhar. Mas depois de alguns minutos sempre acabava por me mexer de alguma maneira, fosse por uma coceira na perna, ou um desconforto na posição em que eu estava. Porém, após um tempo, comecei a sentir minhas pálpebras pesarem.

 Acordei sentindo meu corpo leve, mas minha mente ainda trabalhava como se estivesse em um dia excitante de aula. Estendi minha mão, procurando por Itachi, mas não consegui senti-lo ao meu lado. Meu coração começou a acelerar, pensando no porquê de ele ter saído de perto de mim, já que agora não tínhamos mais que nos preocupar com Kin.

 Virei para o lado e soltei um suspiro de alívio ao vê-lo em pé, olhando para o lado de fora da janela. Ele parecia perdido em pensamentos, pois me levantei e comecei a me aproximar dele sem que ele parecesse notar. Envolvi minhas mãos na cintura dele, sentindo seu corpo quente no meu, e ele me puxou para frente rapidamente, me dando um abraço.

 — Acordou cedo — ele disse.

 — Você também. — Ele se afastou um pouco de mim, tirando do meu rosto alguns fios de cabelo que tapavam parcialmente minha visão.

 — Vamos tomar café. — Tremi com essa possibilidade: não me sentia pronta ainda para encarar todas as pessoas da instalação. Não depois de tudo o que aconteceu ainda ontem. — Não precisa se preocupar, eu vou ficar do seu lado. — Sorri ao ouvi-lo.

 Soltei um pequeno gritinho ao ser erguida em seu colo. Escondi meu rosto em seu ombro, enquanto ele caminhava em direção ao banheiro. Quando entramos, ele me pousou no chão novamente, começando a tirar sua blusa. Fiquei olhando atentamente para ele, reparando em cada detalhe de seu corpo nu.

Sua musculatura se contraía com seus movimentos, e os sutis gominhos de seu abdômen me fizeram ter vontade de tocá-lo. Ao terminar de se despir, ele ficou olhando para mim, enquanto eu ainda olhava para sua barriga, um pouco envergonhada. Estendi minha mão direita e toquei meus dedos em sua pele alva, deslizando sobre ela minha curiosidade.

 Ao chegar em seu umbigo ele segurou meu pulso, e fechei meus olhos, já com a respiração acelerada. Ele me puxou para perto de seu corpo, e eu agarrei suas costas, sentindo sua ereção em mim. Sua mão segurou meu queixo, levantando-o para ele e nossos lábios se chocaram carinhosamente. Enquanto aquele beijo se aprofundava, meu corpo parecia ir se consumindo em chamas pelo prazer que corria em minhas veias.

 Sua boca na minha era um encaixe perfeito, que me instigava a querer mais, muito mais. Nos separamos do beijo e olhei para seu rosto, enquanto ele começava a subir minha blusa devagar. Ele respirava pela boca, morrendo de desejo. E por mais que eu estivesse abalada demais, não queria recuar agora, precisava sentir seu corpo no meu e tentar esquecer os problemas que me assolavam, ao menos momentaneamente.

 Ele jogou a blusa no chão, e eu coloquei a mão no cós de meu short para começar a tirá-lo, mas ele segurou minhas mãos com força, afastando-as dali. Deu um passo para frente, colando nossos corpos, e começou a desferir beijos em meu pescoço enquanto descia a peça pelas minhas pernas. Minha boceta já estava toda molhada de tesão, e rocei uma perna na outra enquanto o short caia aos meus pés, sentindo ainda mais prazer.

 Itachi me pegou no colo novamente, me carregando até o box do banheiro, e ligou o chuveiro. Ele apertava minhas coxas enquanto sua boca explorava cada canto da minha. Nossos corpos molhados deixavam tudo ainda mais interessante. Ele foi descendo seus beijos, e arqueei meu corpo em seus braços ao sentir sua boca quente, em contraste com a água fria, em meu seio.

Ele chupava o bico intumescido do meu seio, mordendo em seguida, me fazendo gemer baixinho. Suas mãos apertavam minha bunda de encontro ao seu membro rijo, e eu já não aguentava essa tortura, precisava senti-lo dentro de mim o quanto antes. Segurei em seus cabelos com força, e ele levantou a cabeça para me olhar.

Queria ser como ele, deixar os palavrões fluírem soltos pela minha boca, mas ainda não conseguia ser assim. Mas não precisei falar nada, pois ele entendeu meu olhar desesperado.

 Ele me encostou na parede e começou a me erguer devagar, gemendo enquanto encaixava seu pau em minha boceta. Encostei minha boca em seu ouvido, enquanto deslizava para baixo, engolindo todo o seu membro lentamente. Ele começou a se movimentar, segurando meu corpo com força, como se não quisesse sair dali nunca mais, e se eu pudesse não sairia também.

 Suas estocadas ritmadas faziam meu corpo se arrepiar, lubrificando cada vez mais minha intimidade. Estávamos mergulhados num lago de êxtase, onde as águas queimavam nossas peles aumentando cada vez mais nosso prazer. Gemíamos juntos, um se agarrando ao outro perdidamente, enquanto ele acelerava cada vez mais suas investidas.

 Me deixei levar por esse momento tão íntimo e gostoso que estávamos tendo, e me entreguei totalmente à luxúria, gozando intensamente. Ele apertou meu corpo contra o seu ainda mais, cessando seus movimentos e deixando correr para dentro de mim seu jato quente, em conjunto com nossas contrações prazerosas que se misturavam.

 Aquele momento era tudo o que eu precisava para diminuir ao menos um pouco minhas tensões. Olhei para seu rosto, pensando no quão importante ele era em minha vida e que nunca poderia deixá-lo partir, mesmo que para isso eu tivesse que renunciar toda a minha vida. Isso seria o mínimo que poderia fazer por ele me conceber tanta felicidade, mesmo em momentos tão difíceis.

 Terminamos o nosso banho calados, estava preocupada com o momento em que teria que encarar Ino novamente, porém tentava não pensar muito sobre isso. Vestimos nossas roupas e ele segurou minha mão firmemente, enquanto deixávamos o quarto. Mais uma vez caminhávamos pelo corredor de mãos dadas, mas dessa vez ele não me soltou ao chegarmos ao final.

Olhei para baixo, tentando me desvencilhar dos olhares de todos enquanto entrávamos na cozinha. Sentia minhas pernas tremerem, mas Itachi parecia uma muralha, imponente como sempre, como se nada pudesse abalá-lo. Suspirei pesadamente quando ele soltou sua mão da minha, mas voltei a me sentir segura quando ele envolveu minha cintura, puxando uma cadeira para que eu pudesse me sentar.

 Ouvi um brusco arrastar e, quando levantei os meus olhos para ver quem era, me arrepiei ao ter meus olhos ligados ao de Ino por um breve segundo, mas ela logo virou o rosto e começou a caminhar para fora da cozinha. Ela estava sentada entre Sasori e Deidara. Olhei para a mesa constatando que ela sequer tinha comido.

 — Vai ficar tudo bem. Só dê um tempo para ela — Asami falou, passando sua mão em meu braço carinhosamente, enquanto eu ocupava meu assento.

 — Espero que sim — sussurrei olhando para Deidara, que parecia estar com dó de mim, mas desviei meu olhar, achando isso muito chato. É triste quando alguém sente pena de você.

 Tomei apenas um chá enquanto Itachi conversava com os garotos sobre uma reunião que haveria na quinta-feira, na qual ele seria o representante. Discutiam sobre quem iria acompanhá-lo, e eu fingia prestar atenção, tentando evitar conversar com Konan e Asami sobre Ino e eu. Ao fim de tudo ficou certo de que Kisame iria com ele, o que não foi surpresa para mim. Mas pensar em ter que passar uma noite sozinha, na situação em que eu me encontrava, era difícil.

 Só podia esperar que durante o resto da semana conseguisse me conciliar com minha amiga. Sabia que nossa amizade jamais voltaria a ser a mesma depois de tudo o que houve, mas torcia para que ao menos não a perdesse para sempre. Olhei para Itachi, vendo seu rosto alegre perante seus companheiros, tentando entender de onde ele conseguia tirar tanta força para fingir que não estava abalado por conta de seu irmão. Mas a necessidade nos faz fortes em situações que seríamos fracos, a vontade de fogo corria por suas veias graciosamente lhe dando as armas de que precisa para continuar seu trabalho como espião de Konoha.

 Diferente do que eu havia pensado, Ino estava se afastando cada vez mais de mim com o passar dos dias. E mesmo não tendo chorado mais por conta disso, me sentia muito mal por saber que ela ainda se sentia traída por mim. Às vezes, tentava me colocar em seu lugar, mas ainda não conseguia ver o sentido para que ela tivesse usado de agressão física no momento da raiva.

 No dia que comecei a suspeitar que ela e Sasori estavam se gostando, não reagi mal aos seus impulsos, pelo contrário, estava torcendo para que, independentemente de qualquer coisa, ela fosse feliz. Mas talvez por acreditar que só tenha feito isso por conta de nosso trabalho, ela se achou no direito de me bater por estar gostando de verdade do nosso suposto inimigo.

Asami e Konan tentavam se manter neutras diante a nossa briga, sempre tentando não tocar no assunto para não ter que tomar partido de ninguém. Itachi permanecia ao meu lado o tempo inteiro, preocupado com o fato de Kin não ter ido até a instalação atrás dele. Segundo seu raciocínio, Kin não era do tipo de mulher que desistia facilmente e, se ela ainda não tinha vindo até nós, era porque estava tramando alguma coisa. Mas talvez ela tenha apenas se cansado de ser ludibriada por um homem que não a amava e resolveu sumir de vez. Isso era o que esperava, do fundo de meu coração, já tínhamos problemas demais por hora.

Já era sexta feira, passei a noite de quinta sozinha e preocupada com Itachi. Minhas mãos tremiam enquanto eu esperava no quarto, torcendo para que ele aparecesse antes de dar o horário do café da manhã, pois não queria ter que olhar para Ino sem tê-lo ao meu lado.

 Ainda não tínhamos pistas sobre quem poderia ter contado para Ino sobre nós dois. Mas em minha mente não conseguia ver outra culpada além de Kin. Isso era um grande problema para nós, pois sem saber quem fez aquilo não podíamos ficar um dia sequer em paz verdadeira.

De todos os medos que tinha, o maior era o de chegar em Konoha e ela contar para a Hokage sobre meu relacionamento. Pois, mesmo que se a quinta soubesse sobre o verdadeiro ocorrido com os Uchiha, nada me garantiria que ela não fosse a se opor ao meu namoro. Suspirei pesadamente, imaginando como meus pais reagiriam ao receber a notícia de que meu namorado era um assassino. Simplesmente não sabia como nosso amor sobreviveria diante de tantos desastres, pior, não fazia ideia de como Itachi ficaria com mais uma decepção.

 Soltei um enorme sorriso de alívio ao vê-lo adentrando meu quarto, mas logo o riso desapareceu de meu rosto quando ele se aproximou rapidamente, segurou meus braços com força e me ergueu da cama. Ele me envolveu em um abraço apertado, parecendo extremamente aflito, e meu coração batia rápido em meu peito pelo medo do que poderia ter acontecido agora.

 — O que foi, Itachi? — Minha voz saiu trêmula, e ele se afastou um pouco para poder me olhar nos olhos, subindo suas mãos até minha face e a segurando com vigor.

 — Você sabe que eu te amo, não é?

Meu corpo tremia só de ver seus olhos tão frios e ao mesmo tempo tão intensos. Acenei positivamente, respondendo sua pergunta, mas ainda sentindo o medo percorrer minhas veias.

 — Eu também te amo — sussurrei, e ele entreabriu os lábios soltando uma lufada de ar, como se estivesse se sentindo liberto de algo. — Mas por que você está assim? — questionei, segurando seus braços.

 — Eu tenho que ir, Sakura, mas você precisa prometer que nunca vai se esquecer que você é tudo para mim. — Seus olhos se encheram de lágrimas, e os meus fizeram o mesmo em resposta.

Não fazia ideia do que poderia estar acontecendo, mas não queria acreditar no que tinha acabado de ouvir e na sensação de que algo terrível estava para acontecer. Comecei a escorregar meu corpo para baixo, sentindo um peso enorme em minhas costas, mas ele segurou minha cintura com uma das mãos, apoiando minha nuca com a outra, e me manteve firme, como sempre fazia.

— Do que você está falando? Porque está fazendo isso comigo? — As lágrimas começaram a correr por meu rosto e em meus lábios eu sentia o sabor amargo do abandono.

— Sakura, por que acha que te chamei para ficar como espiã na instalação? — Ele ficou calado por alguns segundos, esperando por uma resposta minha, mas a minha mente não parava de trabalhar, pensando no porquê de eu ter que sofrer tanto por amor. — Só te chamei porque sabia que esse dia chegaria. — Concluiu, ainda deixando muitas dúvidas em minha cabeça.

 — Que dia? — perguntei confusa, segurando em sua blusa com força, como se assim ele não pudesse sair de perto de mim nunca. Ele balançou a cabeça negativamente e encostou sua testa na minha.

 — Nunca duvide do quanto eu amo você. Eu não sei como as coisas serão daqui para frente, mas preciso que você seja feliz. — Soltei um soluço choroso, abraçando seu corpo fortemente, notando apenas agora que ele usava calças jeans azul e camisa branca. Ele sempre usava preto.

 — Eu não aceito isso, não aceito você fora da minha vida. — Minhas unhas cravaram em seus ombros, e ele me apertou ainda mais contra seu corpo, fazendo minha confusão aumentar ainda mais.

— É por esse motivo que nunca pude te dizer o quanto queria ter um futuro com você, me arrependo amargamente por ter te trazido para tão perto e agora ter que me afastar. — Empurrei ele com força, sentindo uma raiva imensa percorrer por meu corpo.

 — Como você tem coragem de fazer isso comigo depois de me dizer tantas vezes que me ama? — bradei, fechando minhas mãos em punho fortemente.

 — Um dia talvez você me entenda. — Ele se aproximou de mim e eu tentei me afastar, mas ele segurou meu pulso esquerdo me puxando para perto dele novamente. — A verdade é que nunca teríamos chance de ter uma vida juntos. Nossa relação nunca seria aceita por ninguém. — Revirei meus olhos, e ele tornou a me abraçar. Sentia um nó em minha garganta e, por mais que quisesse gritar e brigar, a voz não saía da minha boca, então apenas enterrei meu rosto em seu peito, sentindo sua sôfrega respiração. — Você é tudo para mim. — Meu corpo balançou para frente e para trás, dei dois passos de costas, me firmando no chão em seguida, após senti-lo me soltando e desferindo seu toque em minha testa.

 Olhei para a janela, tendo minha última visão de seus cabelos pretos amarrados esvoaçando contra o vento. Estava ainda mais desesperada agora, e a única coisa que conseguia pensar era que todos já deveriam ter descoberto sobre nós dois, e por isso ele foi tão radical assim. Mas eu precisava ir atrás dele, tinha que dizer que não importava com o que todos pensavam, o meu lugar era ao seu lado. Sem ele eu não poderia viver mais e tinha certeza de que nesse momento seu coração deveria estar tão triste e dividido quanto o meu.


Notas Finais


É isso aí genteee!!!


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