História Corações Entrelaçados - Nosso destino ligado

— Bom dia General Uchiha – disse a moça de longos cabelo rosa ao moreno alto a sua frente.

— Apenas Ichiro, madame Senju – ele a respondeu gentil.

— Apenas Harumi, senhor Uchiha. Ou melhor, Ichiro Uchiha – ela lhe deu um sorriso e ambos disfarçaram quando mais pessoas se aproximaram.

— Sasuke? Onde estamos? Porque ninguém consegue nos ver? – Sakura perguntava desesperada agarrando-se ao seu braço.

— Estamos nas memórias dos dois. Acredito que teremos que ver até o final, para que voltarmos a nossa época – Sasuke disse por fim, atentando-se ao Uchiha a sua frente, Ichiro.

— Bom dia General e senhorita Senju, a mais formosa, Harumi – um senhor de idade os cumprimentou.

— Bom dia Vossa majestade – a mulher de cabelo rosa respondeu.

— Hoje é um dia de festividade, vamos esquecer essas formalidades. Afinal de contas, hoje comemoramos mais um ano da aliança entre os nossos reinos. Seus pais já chegaram? – o senhor a questionou.

— Sim, majestade. Estão em seus aposentos repousando – respondeu educadamente.

— Ótimo. Muito bom. O baile será em dois meses, mas temos muito o que preparar. Ichiro, porque não apresenta o reino a senhorita Senju.

— Sim, meu pai – o Uchiha mais novo o respondeu seriamente, dando as costas ao mesmo, aguardando que Harumi a acompanhasse.

Quando já estavam distantes do reino Ichiro a tomou em seus braços, beijando-a ardentemente.

— Não posso permitir que outro a tome em seus braços. – ele disse desesperado.

— Ninguém irá. Somente você. – ela o respondeu firme.

Ichiro a puxou pela mão em meio a mata, eles corriam sorrindo um ao outro.

Sasuke e Sakura corriam também para acompanhá-los. Sakura sorria para a cena dos dois a sua frente correndo apaixonados, nem ao menos notou o olhar de Sasuke sobre si. Jamais Sasuke havia a olhado daquela forma, mas naquele instante Sasuke notou o amor no casal a sua frente e viu o quão parecidos eram os quatro, Ichiro apenas demonstrava mais os seus sentimentos que o Sasuke, Harumi era idêntica a Sakura, apaixonante, alegre, sorridente, feliz.

Sasuke engoliu em seco, viu o quanto amava Sakura e estaria disposto a tudo para fazê-la feliz. Enfrentaria a todos se possível, até mesmo o seu pai.

Ichiro e Harumi correram até uma cachoeira muito conhecida pelos dois que se olharam naquele instante.

O casal foi até a lateral da cachoeira, onde as águas caiam fortemente. Entraram numa passagem que deu a uma caverna. Sasuke e Sakura viram quando Ichiro fez alguns selos com a mão e cuspiu fogo pela boca.

— Katon goukakyuu no jutsu – Ichiro pronunciou. — Proteja o local Harumi.

— Sim, meu general. – Harumi fechou os olhos e ao abri-los suas mãos estavam verdes e o lugar foi tomado por sua luz, como uma bolha impenetrável.

Logo eles estavam no grande salão que Sasuke e Sakura estavam a minutos atrás. O lugar estava modificado, não possuía as estátuas, mas os móveis e tudo continuava intacto.

— Meu poder jamais deixará esse lugar ser destruído, ou tocado – Harumi disse firme.

Ichiro se aproximou da mesma e a beijou, deitando-a sobre a cama.

[…]

Sasuke e Sakura piscaram os olhos e de repente surgiram em outro lugar, no castelo Uchiha, em meio a um baile.

Estava tendo uma discussão.

— Eu não irei me casar com ele. Jamais!

— HARUMI! Como ousa desafiar o seu pai diante de todos os convidados – um senhor de longo cabelo negro a respondeu nervoso.

— Hashirama Senju, vossa majestade. Não precisamos perder nossa paciência com os jovens. Nossa unificação não será afetada por um mero capricho de uma adolescente.

— Claro que não. Harumi irá se casar com Indra, querendo ela, ou não.

— Não irei – Harumi encarava a todos os presentes no salão real, principalmente a Indra, que sempre soube que a mesma amava o seu irmão, mas Indra sempre foi egoísta e jamais abriria mão da mesma. Ele a fitava com curiosidade. — Eu pertenço a outro.

O salão se calou.

Não era ouvido um som sequer.

— HARUMI! – Hashirama seu pai a gritava.

— Hashirama! Como isso é possível? Você afirmou que ela não tinha compromisso com nenhum outro reino. Quem seria ele? – e quando o Senju ia responder uma voz estrondou pelo salão.

— Eu!

— Ichiro! – Harumi correu para os seus braços.

— Não se preocupe. Irei te proteger. – uma risada maléfica foi ouvida no salão.

— Proteger? Ora irmãozinho tolo, acha mesmo que saíra impune após uma vergonha desse tamanho em nosso reino? Você tomou a noiva de seu irmão, que já estava prometida e acha que saíra feliz para sempre? – Indra questionava se aproximando do casal, de olhos fechados, ao abrir suas pupilas estavam vermelhas. — Engano seu.

— Sharigan! – Ichiro olhou para Harumi e balançou a cabeça.

— Shanaro. – Harumi deu um soco no chão, onde tudo se quebrava e logo passou a correr ao lado de Ichiro se afastando do reino Uchiha.

— Isso não ficará assim. A unificação dos nossos reinos está acabada. Declaro guerra contra o reino Senju, a partir de hoje.

— Madara, não precisa ser assim, podemos conversar com os nossos filhos e resolver pacificamente. – Hashirama tentava persuadi-lo.

— Não permitirei mais um só dia que seu clã sobreviva. Os Uchihas dominaram esse mundo. E meu filho Ichiro terá o que merece junto a sua filha Harumi pelas mãos de meu filho Indra.

— Não, Harumi!

Harumi e Ichiro corriam o máximo que podia. No castelo Uchiha via-se sinal de fogo nas torres – sinal de guerra.

— O que fizemos Ichiro? Nossos clãs estão em guerra agora. O que faremos? – ela perguntava desesperada.

— Meu pai já estava planejando exterminar o seu clã no baile de hoje. Veja… – Ichiro a puxou para trás de uma árvore e ao longe via-se a cavalaria do reino Senju se aproximar, enquanto do outro lado do campo a tropa dos Uchihas avançavam.

— Meus pais… Meu clã… – Harumi se desmanchava em lágrimas.

— Vamos! Meu irmão virá atrás de nós.

[…]

Sasuke e Sakura mais uma vez se viram em outro lugar, agora estavam no antigo reino Senju em chamas.

— Ichiro, meu lar. O que houve?

— Meu pai deve ter planejado tudo minunciosamente. O extermino do clã Senju. Ei, Harumi! Aonde vai…

— Tenho que ter certeza que meus pais estão vivos.

— Não podemos voltar Harumi, temos que fugir.

— Meu clã, meus pais, minha família… Tudo destruído por meu amor por você Ichiro. – ela disse quando parou de correr e ele estava ao seu lado.

— Está dizendo que se arrepende…

— Não, jamais… Só que nosso amor está destruindo tudo ao nosso redor.

— Juntos somos mais forte. Não permitiremos que nos destrua. Confie em mim – um beijo em sua testa selou a promessa que durou séculos após séculos.

[…]

— Ichiro! – Harumi gritava.

Sasuke apertava firmemente a mão da Sakura que estava em lágrimas com a cena a sua frente.

— Nosso pai está morto por sua causa, Ichiro – um chute foi dado no Uchiha mais novo que estava caído no chão de terra. — O Hashirama Senju o matou e desapareceu com alguns de seu clã. Mas não permitirei que vocês sobrevivam, muito menos esse feto em seu ventre sua tola.

— Não tocará no meu filho – Harumi disse firmemente.

Indra enfiou uma espada no peito de seu irmão e logo outra em Harumi que cuspia sangue caída no chão.

Sasuke tampou os olhos da Sakura, que logo as tirou. Queria ver até o final.

— É o fim, para os dois.

Indra se retirou do local. Local esse que era a cachoeira, onde costumavam se ver. O lugar do amor mais eterno e puro que já existiu.

— Ichiro! – Harumi dizia em meio a dor, se arrastando, esticando a sua mão até seu amado.

— Harumi… Me desculpe – ele se esticava para alcançar a sua mão — Não consegui proteger você e muito menos ao nosso filho… Sinto muito… – Ichiro deixava uma fina lágrima percorrer sua face.

— Não há o que desculpar… Eu te amo… Nosso amor gerou o fruto mais belo – Harumi pousou sua outra mão em seu ventre.

Uma luz verde começava a sair pelo seu corpo.

— O que está fazendo Harumi… Não gaste suas forças… – ao conseguir enfim segurar a mão um do outro, Ichiro compreendeu os pensamentos de Harumi, estavam ligados.

— Eternizarei o nosso amor. Ele jamais será destruído. Vai chegar o dia em que Senju e Uchiha serão um só novamente, não é uma profecia Ichiro, nem feitiçaria, mas eu acredito que esse dia chegará.

— Eu acredito em você, Harumi… – Ichiro tombou sua cabeça sem mais piscar os seus olhos. Harumi chorou por minutos até as suas forças se esgotarem e a luz de seu corpo sumir.

Sasuke e Sakura se entreolhavam e viam que ainda não voltaram para o seu tempo. Mas logo viu que vinha alguém em direção aos corpos. Era Hashirama Senju.

— Harumi minha filha, minha amada filha me desculpe, não cheguei a tempo… E Ichiro Uchiha… O amor de vocês vai além da morte. O clã Senju sobreviverá e vai chegar o dia em que não mais seremos inimigos.

Logo Sasuke e Sakura foram se vendo distantes da cena, cada vez mais longe, até uma forte luz fazer eles abrirem os olhos e ver que haviam retornado aonde estavam.

Sakura ia dirigir a palavra ao moreno a sua frente, mas logo foram preenchidos por memórias, mas dessa vez era diferente.

Sasuke levou as mãos na cabeça, enquanto revivia memórias que passavam como flash em sua mente, até ver uma que lhe prendeu a atenção. Em sua mente Sasuke assistia a morte dos pais da Sakura, ambos sendo mortos pelo seu pai.

Sakura gritava com as mãos na cabeça chorando com a cena que assistia, Sasuke era muito pequeno e gritava com medo, Itachi entrava em sua frente protegendo o mesmo, o moreno de longos cabelo foi perfurado por uma espada no peito.

— Me desculpe Sasuke. Eu te amo… Seu irmão sempre te protegerá… – Itachi caia de costas, enquanto Sasuke corria até ele tirando uma venda de seus olhos.

— Nii-san, fala comigo. Não me deixe… Não me deixe… Não me deixe…

Sakura e Sasuke ao saírem das memórias acabaram não resistindo a pressão e desmaiaram sobre o chão daquele lugar misterioso, do amor eterno.