O tempo passava rapidamente e logo se passaram os dois meses, o tempo restante para enfim chegar o dia mais apreensível para Sasuke: O baile. Não estava nervoso pelo baile em si, mas sim pelo que seu pai tramaria. Sabia que algo estava errado, seu pai sabia sobre a Sakura e não permitiria que ele se casasse com uma escrava.
Sasuke estava em pé vendo o sol nascer no horizonte, usava apenas uma calça folgada. Deu um longo suspiro e abaixou a cabeça pensativo.
Sua porta foi aberta e por ela sua mãe que logo entrou abraçando-o por trás.
— Estou do seu lado meu filho. – Sasuke havia conversado com a sua mãe na noite passada, precisava desabafar tudo o que estava entalado em sua garganta. — Não importa o que aconteça. Farei o que estiver ao meu alcance. Ele não fará mal algum a Sakura meu amor.
— Mãe. – ele levantou a cabeça sentindo os pequenos raios solares contra sua face. — Algo de muito ruim acontecerá hoje.
— Não pense isso Sasuke. – ela o virou de frente para si. — Não permito que pense dessa forma.
As lágrimas a denunciava, pois nem mesmo Mikoto acreditava que estava tudo bem. O seu marido não dormiu ao seu lado essa noite, ficou organizando em seu escritório os detalhes finais com Shikaku sobre o baile. Ele não permitiu que ela se envolvesse em detalhe algum.
— Não se culpe. Você não tem culpa alguma. – ele mesmo que não gostasse de demonstrar os seus sentimentos, sabia que sua mãe estava sofrendo tanto quanto ele naquele instante.
— Você precisa se arrumar, para estar lindo quando a Sakura chegar. Você irá buscá-la? – perguntou dando um pequeno sorriso, tentando distrair um pouco a si mesma e ao seu filho.
— Não, combinei com ela que poderia vir direto para cá.
— E ela virá? – Mikoto o questionou.
— Espero que sim. – falou mais para si mesmo do que para a sua mãe.
Sasuke tinha como sua última esperança a presença de Sakura, ela chegaria no instante que o baile já tivesse começado e ele não sairia do seu lado. Dessa forma, acreditava que não havia nada que o seu pai poderia fazer.
Sakura estava apreensiva andava para lá e para cá em seu quarto, enquanto Itachi estava sentado na cama com as sobrancelhas arqueadas apenas observando-a.
— Itachi estou nervosa… É um baile. Pessoas importantes estarão presentes, e se… – ele a cortou.
— Sakura! Para! – disse seriamente. — Não pense assim, Sasuke a convidou porque você é importante para ele, você deve se importar apenas com o que meu irmão pensa de você. Ninguém mais importa. E acredite! Se meu irmão a convidou um motivo importante ele teve. – ele a respondeu com sinceridade, Sakura caminhou até ele sentando ao seu lado.
— Me desculpe Itachi, acho que a questão é que não sei como reagirei diante da presença do seu pai. Ele assassinou os meus pais, não sei o que pensar sobre isso ainda. – disse cabisbaixa.
— Não pense, abra a mala que o Sasuke lhe deu e se arrume. Sei que é difícil, mas não pense em nada, se não em Sasuke hoje. – disse simplesmente.
— Você sabe o que acontecerá no baile, Itachi? – perguntou curiosa.
— Não posso ver o futuro, sou um fantasma e não vidente, Sakura. – ele sorriu com a curiosidade dela. — Apenas o presente, e sei que nesse instante meu irmão está angustiado pensando que você não irá. E ele conta muito com a sua presença hoje, é de suma importância.
Sakura apenas sorriu para ele abaixando-se no chão em seguida, abrindo a bolsa que Sasuke a entregou. Abriu-a e puxou de dentro um elegante vestido, o mesmo que usara a primeira vez quando foram na caverna.
— Vai ficar linda Sakura. Uma verdade rainha. – Itachi a elogiou antes mesmo de provar o vestido.
— Vou me vestir. – disse dando as costas para o moreno caminhando até o pequeno banheiro da casa, sorrindo para o vestido.
Após minutos enfim estava pronta, faltava apenas o cabelo. Chiyo-baa se aproximou da garota e pediu para arrumar os seus cabelos, Sakura sorriu-lhe agradecida pela ajuda.
Sakura estava perfeita! Seu vestido longo vermelho era tomara que caia e destacava a cor de sua pele, seu cabelo estava solto enrolado em camadas de mechas rosa preso apenas um pouco em cima, fazendo um topete, e deixando alguns fios soltos pela face, seus olhos verdes estavam destacados pela leve maquiagem que adornava seus olhos e cílios. Usava também uma pulseira na mão direita e brincos na mesma cor.
— Perfeita! – a velha se pronunciou. — Minha pequena, boa sorte e que hoje seja um dia magnífico em sua vida.
— Obrigada Chiyo-baa. Agora tenho que ir, se não chegarei mais atrasada ainda. – disse após um abraço nela.
Sakura caminhou até a saída da pequena casa, mas antes de sair deu uma última olhada em Chiyo-baa. Sentiu uma sensação estranha a dominar, como se ali fosse uma despedida e que nunca mais a veria.
Do lado de fora Itachi a esperava para acompanhá-la e seguir pelo caminho mais seguro, pois ele sabia o que estava acontecendo. A levaria pelo meio da mata por trilhas desconhecidas.
— Porque estamos seguindo por esse caminho Itachi? – Sakura questionou segurando seu braço gelado.
— Guardas reais a aguardam pelo caminho tradicional. Ninguém conhece além de Sasuke e eu esse caminho. – Itachi disse simplesmente sem se importar com a cara de espanto de Sakura.
— Me… Aguardam? – perguntou receosa.
— Sim. Sakura não vou mentir para você, pois não temos tempo para isso. Estou aqui para que chegue em segurança até o meu irmão. Ele precisa de você. Esse sempre foi o meu objetivo, lembra? – indagou e ela apenas balançou a cabeça positivamente.
— Seu pai já sabe sobre Sasuke e eu, não é mesmo?
— Sim, sabe. Meu pai está sempre um passo a frente por mais que não desconfiamos.
— Não tremerei como a garotinha que ele conheceu há alguns meses. – disse firme, Itachi sorriu de canto. — Ele não irá me atingir, confio no Sasuke e sei que ele não faria nada para me prejudicar.
Itachi estava orgulhoso das suas palavras, mas sabia que aquilo não seria o suficiente, pois independente da Sakura ir, ou não ao baile, Fugaku viria atrás de si, não importa onde estivesse. Ao lado de Sasuke, Itachi tinha fé de que Fugaku não tentasse nada e assim ela estaria protegida. Ali na cabana de Chiyo não era mais seguro, a cachoeira muito menos.
No castelo a música já preenchia o ambiente do grande salão real, onde estava ocorrendo o baile. Muitos dos convidados já haviam chegado, muitas moças filhas de grandes nobres estavam ali aguardando ser a escolhida do príncipe, mas apenas uma tinha o seu coração.
E era ela quem ele aguardava olhando pela janela de seu quarto. Seu coração batia aceleradamente, estava muito ansioso por sua presença e nada mais o importava naquele instante. Só sairia dali quando a visse.
Sua mãe entrou no quarto em sua procura.
— Filho seu pai já está nervoso com a sua ausência. Não seria melhor aguardar no salão? – perguntou com receio.
— Não vou descer caso ela não apareça. – foi tudo o que disse, e após longos minutos de silêncio viu que ele não falaria mais nada.
Mikoto segurou as lágrimas e observou o seu filho. Estava tão lindo. Um verdadeiro rei, trajado em uma vestimenta real, uma túnica camurça azul-marinho com detalhes em ouro, com uma calça apertada preta, uma capa da mesma cor da túnica por fora e por dentro amarelo cor de ouro, em sua bainha levava sua espada, que ganhara de Itachi quando o mesmo ainda estava vivo.
Saiu de seu quarto sem dizer mais nada de cabeça baixa, e ao fechar a porta escorou sobre a mesma deixando que algumas lágrimas molhassem sua face, mesmo que estragasse um pouco sua maquiagem.
Sentir a dor de um filho, mãe alguma queria, era uma dor insuportável. Mikoto estava disposta a salvar a felicidade de seu filho, jamais o tinha visto tão feliz como ele estava quando voltava dos passeios com Sakura, não o via assim desde que Itachi falecera, e aquilo apertou o seu coração.
Determinada Mikoto seguiu pelos corredores do castelo até se aproximar do escritório de seu marido, sabia que ele estaria ali, mas foi surpreendida por outra voz que estava junto a Fugaku.
— E como parte do pagamento aqui estão os yens que meu reino prometera. – era o rei Sasori.
Mikoto levou as mãos aos lábios secando as lágrimas do rosto delicadamente e ouvindo atentamente a conversa.
— Nosso reino é bem generoso. Então decidi dar-lhe alguns de meus bons escravos a você Sasori. – seu marido dissera. Ela novamente levou as mãos aos lábios, já imaginando o que seu marido tramaria.
— Bons escravos? – Sasori disse irônico. — Não me contento com pouca coisa Fugaku, e após tantos anos de rixa o que seria bom o suficiente para que me deixasse feliz o suficiente?
— Tenho uma escrava, digamos bem interessante… Acredite, quando ela chegar você quererá ela. – o tom de voz de Fugaku era de maldade pura.
— E porque estaria me dando uma escrava tão preciosa assim? – Sasori questionava desconfiado.
— Digamos que meu filho acabou se envolvendo demais com a escrava. Não quero problemas com o reinado dele, entende? – Mikoto segurou o grito que queria dar.
Não! Ela não queria aceitar que seu marido tenha ficado tão cruel a esse ponto. Já não bastava ter feito o que fez com Itachi no passado agora faria de novo ao Sasuke? Não!
Ela não permitiria.
— Presente aceito. Não preciso nem ver a escrava para aceitar, só isso já é o suficiente. Agora se me der licença aproveitarei o baile Fugaku.
Mikoto ouviu os passos e se escondeu atrás de um pilar, viu quando o ruivo se afastou e correu até o escritório fechando-o em seguida.
— Não vou permitir isso. – disse firme a Fugaku que estava de costas para a mesma, porém, ao ouvir o tom de voz de sua esposa se assustou e virou-se de imediato.
— Permitir o que, Mikoto? – ele a questionou alterando-se.
— Não vou permitir que tire a Sakura de Sasuke. Não permitirei que estrague a felicidade de nosso filho. – ela gritou com o mesmo.
— Você não tem esse direito. Quem decidi as coisas nesse reino ainda sou eu, e você esposa, obedece. – disse sentando-se na sua cadeira.
— Se fizer isso eu juro Fugaku, eu irei embora e nunca mais irá me ver. – a morena disse firme apoiando as mãos sobre a mesa se aproximando mais de seu marido, irreconhecível naquele instante.
— Você não faria Mikoto. Sabemos disso. Já presenciamos essa história há algum tempo atrás com Itachi, lembra-se? – sorriu sarcástico.
— Não seja tu um tolo. Sabes muito bem que se fizer isso Sasuke tomará o trono e declararará guerra contra os Akasuna. Você sabe disso tanto quanto eu. – Mikoto deixou que algumas lágrimas denunciasse a sua tristeza por ver sua família destruída.
Fugaku não a respondeu, pelo contrário, ficou a pensar nas palavras de sua esposa. Não havia pensado por esse lado. Sasuke não abandonaria a escrava tão facilmente, viu na campina a maneira que a protegia. Sasuke mataria Sasori sem pensar duas vezes. Mas também não poderia desfazer o acordo tão facilmente.
Estava sem saída no momento e sentia-se encurralado.
— Não há como desfazer o contrato. – disse simplesmente se levantando da cadeira.
— Sempre há uma forma. – Mikoto disse segurando nos braços do rei.
— Estamos atrasados. – ele a estendeu o braço sem olhar a mesma.
Mikoto arrasada seguiu até a porta sem dar uma resposta e sem acompanhá-lo.
Sasuke ainda fitava a janela, sabia que ela viria. Sakura não o abandonaria. Pelo menos era no que acreditava, não queria pensar na possibilidade de Sakura ter o enganado todo esse tempo, dizendo que o amava sendo que era tudo uma mentira.
Mas todos os seus pensamentos foram substituídos pela visão dela, ao longe na campina. Sasuke estava com os seus olhos vermelhos: Sharigan. Com isso conseguia enxergá-la ao longe. Seu sorriso aumentou a medida que a via se aproximar. Ela estava perfeita!
Sasuke saiu de seu quarto descendo todas as escadarias para ir ao salão aguardá-la. Ao chegar no topo das escadas do salão viu que estava cheio, todos pararam de fazer o que fazia para observar o príncipe dos Uchihas, olhou de canto – com seus olhos já negros – ao trono que estava do seu lado direito e abaixo de si, viu seus pais sentados cada um em seu lugar.
Sua expressão era séria e não fazia questão de sorrir para ninguém, principalmente para as moças solteiras que gritavam por sua atenção.
O salão dourado estava decorado com cortinas vermelhas e muitas mesas com comes e bebes estavam espalhadas pelo local, deixando apenas o centro para danças vazio.
Sasuke estava apreensivo, porque ela estava demorando a entrar? Seu pai havia a impedido?
Olhou com raiva para o seu pai e o mesmo ergueu uma taça de bebida para si, dando-lhe um sorriso. Sua mãe apesar de ter sorrido para ele, sabia que a mesma estava triste e apenas estava cumprindo o seu papel de rainha.
Logo as portas do salão foram abertas chamando a atenção de Sasuke que logo a viu entrar pelo salão envergonhada. Todos fitavam a figura exótica que acabava de entrar pelas portas do reino. Ela era a mais linda da noite.
— Quem é ela?
— Linda…
— A qual família pertence?
Dava-se para ouvir os murmúrios pelo salão. Sakura era a figura desconhecida que todos estavam admirando, as moças sentiram inveja e raiva, pois Sasuke não tirava os seus olhos da mesma.
O moreno desceu as escadas e foi ao seu encontro e ao parar em sua frente a fez uma reverência e deu um beijo em sua mão.
— Pensei que não viria. – declarou a ela que corou com suas palavras.
— Bem… Eu realmente não iria vim. – disse para provocá-lo.
— Então eu teria que ir buscá-la. – Sasuke disse próxima a ela dando um pequeno sorriso que somente ela viu e ouviu.
O príncipe Uchiha a estendeu o braço e ela o aceitou, os dois caminhavam ao centro do salão, onde uma melodia era tocada.
— Eu não sei dançar… – falou nervosa.
— Apenas me deixe guiá-la. – Sasuke segurou na cintura feminina com uma mão e a outra segurou sua delicada mão.
Os dois seguiam a melodia da música, no início Sakura se atrapalhou um pouco, mas logo pegou o ritmo. Todos observavam o casal dançando, muitos admiravam a beleza de ambos e diziam o quanto eram perfeitos juntos, já outros tinha inveja.
Mas havia outra pessoa que ao canto do salão apenas observava o casal, sabia que logo aquela alegria toda acabaria, pois mais uma vez ele destruiria outro Uchiha.
— Parece que nos encontramos de novo… Sasuke – o ruivo falava, a raiva era evidente. Seu olhar estava no casal que dançava no centro do salão.
Muitas coisas se passavam na mente do ruivo, a maldade era evidente no sorriso estampado em sua face.
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