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História Coraline - A porta se abre - O corredor escuro


Escrita por: Arthurmoreira1737

Notas do Autor


Olá pessoal! Resolvi postar mais capítulos dessa fanfic hoje!

Capítulo 2 - O corredor escuro


Fanfic / Fanfiction Coraline - A porta se abre - O corredor escuro

Como? Como é que a porta não estava trancada? A chave está dentro do poço! Não havia nenhuma maneira. Toco nos tijolos vermelhos. Continuam rígidos. Fecho a porta e deslizo até o tapete com as mãos no rosto.

"Beldam, só pode ser ela"  penso, balançando a cabeça. Encosto a cabeça na porta e estico as minhas pernas, colocando as minhas mãos sobre o colo. Não podia ser outra pessoa. Será que ela me quer? É óbvio que não desistiu de mim. Deve querer vingança. Deve querer costurar botões nos meus olhos, como queria da última vez que fui para lá. Quer acertar as contas. Ela quer sair ganhando. Mas será difícil sem uma das mãos.

Tento afastar os pensamentos da cabeça. É claro que não é isso. Saio da sala de estar e atravesso o corredor andando rápido, até chegar na cozinha. A minha mãe está trabalhando no computador, sentada na mesa.

- Mãe? - pergunto, tentando parecer nem um pouco assustada. Afasto uma mecha de cabelos castanhos do meu rosto. - Eu posso ir lá fora?

- Pode, Coraline - diz. Eu me surpreendo, já que ela nunca dizia sim, desde que nós nos mudamos. Parece uma nova pessoa agora, embora não seja. - Leve as suas galochas, e a capa de chuva.

- Sim - respondo. Mas não estou feliz. Estou preocupada. - Obrigada, mãe.

Então olho fixamente para o seu rosto. A minha autêntica mãe. Imagino-a com botões no lugar dos olhos. Como pude achar alguma semelhança entre Beldam e minha mãe? Se bem que estava transformada. Mas afasto isso da cabeça e vou até meu quarto. Remexo o guarda-roupa. Acho a capa de chuva e as galochas. Há muita lama nessa região onde moro. 

Quando chego na porta de entrada, fecho os olhos e respiro profundamente. Irei até o poço, ver se há alguma coisa errada ou de diferente ali. Tenho que tomar cuidado. Nunca se sabe o que a mão pode fazer. Será que está viva ainda? Abro os olhos e abro a porta, fechando- a com cuidado. Desço pela escada que leva ao jardim e sem olhar para trás, corro em direção à vegetação alta e as árvores velhas. Sei a trilha até o poço, então vou correndo. Chego ao círculo de tijolos vermelhos alguns minutos depois. As tábuas de madeira ainda estão ali, e parece que nada foi mexido. Olho através de um dos buracos na madeira. Apenas escuro. Não dá para ver o fundo do poço, nunca deu em todas as vezes que olhei. Será que é verdade a história que dá para ver um céu estrelado através desses buracos em qualquer hora do dia? É surreal, então talvez seja mentira.

Não há nada de mais ali no poço. Jogo seixos e bolotas através do buraco pequeno. 

- Um, dois, três, quatro... - e assim prossigo,até cinquenta, e ouço o barulho de algo batendo em água. Ergo uma sobrancelha. De que outro jeito Beldam conseguiria abrir a porta, senão desse? Tudo estava muito estranho ultimamente.

Então, ouço um miado, e me viro. Sentado em um grande cilindro de pedra enterrado no chão, está um gato preto. gato.

- Olá...gato - digo, tentando sorrir. Ele olha pra mim e solta um miado, como se dissesse "Como vai a vida?". - Nada bem. Acho que Beldam voltou para se vingar. 

Ele olha para o poço atrás de mim e solta outro miado. Eu acaricio o seu pêlo, de cócoras. 

- Não há nada de diferente no poço, gato. Está exatamente igual como eu o deixei há um ano atrás. 

De alguma forma, sei que ele entendeu o que quis dizer. Ele sobe nas tábuas de madeira sobre o poço, e tenho medo que de repente caiam e ele caia junto. Ele ouve alguma coisa e sai correndo. Engulo em seco e volto para casa.

- O que fez? - pergunta a minha mãe quando entro de volta, sem olhar para mim.

- Apenas explorei. Eu gosto de fazer essas coisas.

Ela assente com a cabeça. Deixo as galochas fora de casa, no último degrau da escada. De repente esfriou lá fora. Acho que vai chover. Fecho a porta novamente e minha mãe avisa antes de sair da cozinha:

- Tome banho. Se quiser, pode ir comigo à cidade. Irei daqui a pouco.

Meu pai já está lá, resolvendo coisas do trabalho. Eu mordo o lábio. Será que vou? É melhor. Estarei mais vulnerável aqui dentro de casa, sozinha, do que com meus pais, à quilômetros daqui. 

- Eu vou. 

- Então trate logo de se arrumar.

Eu me viro e atravesso o corredor. O escritório do meu pai está vazio, mas não vou até lá, apenas passo por ele. Vou até a sala de estar. A porta me dá calafrios. Caminho rapidamente até lá, e giro a maçaneta fria. Quando abro, não há mais parede de tijolos. Há um corredor escuro, um odor frio e bolorento, que cheira a uma coisa muito velha e muito lenta. Uma brisa vinda do corredor esvoaça os meus cabelos castanhos, trazendo-os para trás, como se quisessem que recuasse. Ouço um sussurro, que parece abrir a porta do outro lado do corredor:

Coraline.

Fecho a porta com força e, ofegante, levo as minhas mãos, que tremem, à boca. O corredor. Beldam está me chamando. Beldam está viva. Corro e dobro em direção à escada, que leva ao banheiro, meu quarto e o quarto dos meus pais. Subo rapidamente e me tranco dentro do meu quarto. Talvez estarei segura aqui.

Lá fora, as primeiras gotas de chuva começam a cair.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Oi pessoas! Mas um cap. dessa fanfic pra vcs!


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