- Oh minha bonequinha bonitinha, eu gosto tanto de você! – Cantava a Bela Dama. Segurava na mão direita botões pretos e na outra uma agulha fina e grande, com uma linha presa na ponta.
Uma menina estava presa na mesa. Sua boca estava tampada por um tecido escuro. Braços e pernas presos por um cinto de couro. Uma luz estava sobre os seus olhos. Ela se mexia constantemente querendo escapar. Queria gritar por socorro, mas não conseguia.
- Calma, querida.... Você sabe que eu te amo, não sabe? – Disse a Bela Dama.
Sua aparência naquele momento mudou. O rosto delicado da doutora Grayson havia se transformado em um rosto cumprido. Os olhos pularam para fora do rosto, revelando botões grandes reluzentes. Seus cabelos claros ficaram escuros e secos. Sua pele rosada se tornou pálida, áspera e rachada.
A voz era de um tom soturno e confuso. Nunca saberia dizer se era a voz de uma mulher ou de um homem.
A Bela Dama então aproximou a agulha perto dos olhos da menina, que chorava.
- Depois que isso acabar, você terá tudo que quiser – Disse ela, sorrindo.
A menina, por sorte, conseguiu se soltar e pulou de cima da mesa. A Bela Dama gritou de raiva, as paredes e o chão estremeceram. A menina, por sua vez, não perdeu tempo, abriu a porta com força e correu pelo corredor, desesperada. Ela tentou abrir todas as portas, mas todas estavam trancadas. Percorreu o corredor até o fim dele, mas apenas tinha uma janela no final. Ela olhou para trás e viu se aproximar a Bela Dama, uma mulher alta e magra, sua cabeça quase batia no teto. Andava com passos pesados, dizendo:
- Não fuja de mim... seremos felizes juntas, meu amor! Vem aqui – Seus lábios curvaram-se, formando um sorriso estranho, como se estivesse faminta.
- Não! Não vou! – Gritou a menina.
A menina se jogou contra a janela e caiu no telhado. Estava chovendo. Ela conseguiu se segurar e segundos depois já estava de pé. Correu pelo telhado até ver uma janela aberta. Ela escalou o telhado até a janela e entrou. Era o quarto onde ela estava presa, o quarto onde acabara de escapar. Ela saiu pela porta, mas novamente estava no quarto. Percebeu que era impossível escapar. Mesmo assim, desesperada, saiu pela porta inúmeras vezes e em todas as vezes ela entrava no quarto onde a Bela Dama queria costurar botões em seus olhos. Até que por fim ela ouviu um sussurro em seu ouvido e uma respiração quente em seu pescoço.
- Você nunca vai sair daqui.
E uma risada ecoou por todos os cantos da casa.
A menina gritou.
Minutos depois tudo ficou em silencio.
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