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História Coraline - O Pesadelo voltou - A bicicleta fala comigo


Escrita por: gwendoline

Notas do Autor


Obrigada por ler! Espero que gostem.

Capítulo 1 - A bicicleta fala comigo


Fanfic / Fanfiction Coraline - O Pesadelo voltou - A bicicleta fala comigo

Só para lembrar: nada daquilo me afetava mais. Não a parte da outra mãe malvada e o fato dos meus pais terem desaparecido quatro anos atrás, mas sim que nós éramos uma família desunida. Blé como você é chatinha e melosa. Não sou, sério, mas desde que eles voltaram para casa, sinto como se tudo tivesse melhorado entre nós. E isso foi muito bom, até para meu intestino, já que meu pai havia começado a fazer aula de culinária.
Então é, tudo estava bem em casa.

Quando você muda de colégio, você muda de amigos. E isso aconteceu comigo. Agradeço por isso, porque eles são uma das poucas coisas que eu gosto na escola.

Lá estava eu, sentada na minha cadeira não prestando atenção na aula de química. Sr. Howard, meu professor, era um cara muito estranho que tenho certeza que me detestava. Bem, eu e todos os outros alunos. Toda vez que ele olhava para nós e via nossas caras de cansados e entediados, fazia uma cara de nojo. Ou era isso ou ele soltava um suspiro decepcionado toda vez que virava para trás.

De qualquer forma, ele era estranho. Mas o quê eu posso falar dele, se eu também era, não é mesmo? Pois ah, eu era. Para começar, meu cabelo era azul, e eu nem sequer pintei ele alguma vez na vida. Eu era magrela demais para o uniforme da escola, a calça caía, a saia, tudo era enorme, então minha mãe sempre mandava fazerem pontos e costura aqui r ali. E, claro, os desmaios. Uma vez por semana eu tinha aula no laboratório, e lá tem muitos bichos estranhos, como cobras e aranhas dentro de frascos - aranhas são um problema bem grande pra mim - então toda vez que eu entrava lá, a fobia me atacava e eu tremia ou desmaiava. Qual é, todo mundo tem uma fobia.

- Srta. Jones!

Levantei a cabeça e vi Sr. Howard e a diretora do colégio, Sra. Prince, olhando para mim, como se eu tivesse acabado de chegar de um funeral.

A sala da diretoria era fria e cinzenta. Toda vez que eu ia lá, me sentia dentro de um ar condicionado. Minha mãe estava lá, sentada na cadeira em frente à mesa da Sra. Prince, com a bolsa e o celular na mão. Havia saído do trabalho para ir ali.

- Srta. Jones. Sente-se por favor.

Eu me sentei ao lado da minha mãe. Ela parecia assustada.

- Vou deixá-las conversar.

E assim, Sra. Prince deixou a sala.
Olhei para minha mãe, agora eu quem estava assustada.

- Mãe?

- Ah Coraline... Eu não devia ter vindo assim.

- Mãe. O quê aconteceu? É o papai?
Ela balançou a cabeça.

- Wybie, querida. Ele... eu não sei o que aconteceu ele só... desapareceu.

Franzi a testa para ela. Ela deixou o trabalho para ir até minha escola dizer isso? Porquê não dizer quando eu chegasse em casa? De qualquer forma, isso fez minha cabeça dar uma rodopiada. Como assim ele havia desaparecido? Eram nove horas da manhã. Fora isso, Wybie mal saía de casa, e normalmente quando saía era pra ir à minha. Pois é, depois de termos jogado a chave daquela bruxa nojenta no poço, não consegui ignorar-lo mais, e isso foi legal, porque ele virou meu melhor amigo.

- Mãe, como que... você tem certeza?

- Vamos. Eu preciso te levar agora.

Joguei minha mochila na cama e coloquei minhas galochas por causa da lama.

Enquanto minha mãe dirigia para me levar para casa, me contou o que supostamente aconteceu. Wybie sempre ia para a escola de bicicleta. Nós até poderíamos ir junto de carro, mas não estudávamos juntos. Continuando, sua avó, Sra. Lovat, ligou desesperada para minha mãe quando viu que a bicicleta dele estava caída no quintal de casa com a mochila e seu celular com fones junto. Ela não sabia o quê fazer já que não tínhamos vizinhos para contatar, então sim, ela ligou para minha mãe e para a polícia.

Saí em disparada para a casa de Wybie e toquei a campainha. Sua tia, que havia se mudado no ano passado para lá, atendeu. Ao me ver sua expressão murchou.

- Entre.

Sentei à mesa da cozinha e ela me serviu uma xícara de café, mas na verdade eu nem gostava muito então só fiquei bebericando - adoro essa palavra - enquanto ouvia ela falar.

- Minha mãe enlouqueceu quando viu que ele não estava lá - começou -Eu também fiquei assim, claro. Nós duas vimos ele antes. Tínhamos tomado café com ele. Ele estava atrasado e saiu correndo. Isso é normal dele, mas, Coraline, isso é muito estranho. Você sabe, a região aqui é cheia de lodo em dias chuvosos, mas eu não vi sequer uma pegada. Não vi nada. O rastro da bicicleta foi até metade do quintal e puff! - ela pôs a caneca na mesa com força. A tia de Wybie, Dora, gesticulava muito com as mãos quando falava - Depois, é claro, chamamos a polícia e fizemos um relatório de tudo - disse irritada - o tudo nada.

Prestei atenção em cada coisa, e não cheguei à conclusão nenhuma.

Depois de me contar o quê houve, Dora perguntou se eu queria almoçar com ela e Sra. Lovat, mas meu pai estava insistindo à dias num prato com camarão que nem sei o quê era, e como ele teve progresso na culinária - ainda bem - eu queria provar. E também ficava meio tímida almoçando com estranhos. Isto é, eu aa conhecia, mas não tinha intimidade.

Quando estava indo para casa, vi o gato de Wybie sentado na cerca. Aquele gato era o melhor de todos com certeza.

- Você não acha isso tristemente bizarro? - perguntei.

Ele assentiu com a cabeça e soltou um miado triste. Fiz um carinho nele e abri o portão para ir embora. Ele mordeu minha manga.

- O quê?

Ele miou novamente e olhou para a casa de Wybie. Franzi a testa.

- Não entendi.

Ele fez de novo e pulou no chão, depois andou até a varanda e sentou lá. Outro miado.

- Olha, me desculpe mas eu quero ir pra casa. Não há nada que nós dois possamos fazer, entende?

Quando voltei, deitei no sofá da sala e fiquei pensando sobre o que acontecera. Bem, isso até a hora do almoço, quando provei o prato que meu pai havia tentado fazer. Ainda bem que não estava ruim. Não muito.

O resto do dia se resumiu em esperar algo dos policiais, e minha mãe e eu dando voltas de carro para ver se algo aparecia, se ele aparecia. Porém nada aconteceu.

No outro dia, quando eu estava trocando de roupa, para ir para a escola, vi, pela janela, alguma coisa no quintal. Não, não só alguma coisa. Era a bicicleta de Wybie.

Coloquei o uniforme o mais rápido possível, peguei a mochila e corri até o quintal. Porquê diabos a bicicleta estava lá? Olhei em volta e não vi Dora, Sra. Lovat, nem mais ninguém por perto. Minha mãe ia me chamar à qualquer instante, então peguei a bicicleta e levei correndo para a garagem. Só quando estava saindo notei que, no guidom, estava enrolado seu fone com o celular pendurado, e havia alguma música ligada. Pus os fones, mas não era música. Era Wybie. Sua voz estava tremendo e ele parecia assustado.

Eu quero ir para casa...eu quero ir para casa...



Notas Finais


O próximo capítulo será postado na próxima semana! Essa será a forma de atualização. Se quiser ficar por dentro, todo domingo terá um capítulo novo ;)


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