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História Coraline - O Pesadelo voltou - Jimmy quase quebra de carinho


Escrita por: gwendoline

Notas do Autor


OIII então eu estive meio ausente ultimamente, mas a escola ta pegando pesado comigo, tipo, eu tenho uma apostila inteirinha pra passar a limpo de matematica e ainda tenho q copiar as questões. Detalhe: sou de humanas. Mas claro que, mesmo se demorar uns dias, eu vou postar aqui. Só isso mesmo gente.
Boa leitura :)

Capítulo 14 - Jimmy quase quebra de carinho


Conforme a manhã ia passando, o clima ficava menos frio, e Thomas tirou o cachecol para o guardar na mochila.

Jimmy estava com o mapa naquela hora, olhando as coordenadas que, pelo o que ele e Thomas conseguiram entender, levava para a antiga vila. Ele não queria dizer, mas estava meio assustado. Não queria voltar lá, nem ver a destruição que havia causado. Ele viu Thomas guardar o cachecol na mochila, e pensou se ele havia notado seu nervosismo enquanto falavam em voltar lá.

Talvez Jimmy estivesse olhando demais, pois Thomas o encarou com o cenho franzido.

- O quê? - perguntou.

Jimmy voltou para a realidade.

- Hã? Nada. Nada não - respondeu olhando para o mapa.

- Sabe, você está tenso - Thomas comentou, colocando a alça da mochila de volta.

- Não tenho porquê estar tenso, Thomas - Jimmy o respondeu, notando que soou mais grosseiro do que pretendeu. Na verdade ele não queria soar nada.

Thomas ergueu as sobrancelhas e olhou para seus pés, enquanto andavam. Não sabia se Jimmy estava pensando em alguma coisa, mas sabia que ele mesmo estava. Pensando em perguntar o que havia acontecido na vila. Como Jimmy fez aquela coisa surreal. Era meio inevitável olhar para o rosto do rapaz e não pensar nos seus olhos brilhando. Ele mesmo podia virar um hamster, mas nunca havia visto algo como aquilo, nem esperava ver. Será que ele iria começar uma discussão se perguntasse algo?

Thomas olhou para Jimmy de rabo de olho. Não havia mais sangue no seu rosto, mas sim uma mancha clara, um resíduo do acontecido. Isso o fez sentir culpado, mas era engraçado ao mesmo tempo. Ele e Jimmy bateram um no outro, discutiram, e, agora estavam lado a lado, se guiando até uma vila, sendo legais um com o outro. Thomas agradeceu por aquela briga não ter resultado em nada mais que um abraço. Ou dois.

Jimmy virou para ele.

- Por que está sorrindo?

Thomas desfez seu suposto sorriso.

- Nada, só... - ele deu uma risadinha.

Jimmy ergueu as sobrancelhas.

- Só o quê?

- Não sei. Estava pensando em alguma coisa.

- Você estava rindo de mim?

Thomas fez uma cara debochada para ele, e suspirou.

- Olha, você tem que aprender a diferença entre rir de você e rir para você.

- Por que você iria rir para mim?

Thomas ergueu os braços fazendo um ARGH alto.

- Meu Deus, Jimmy! Você é uma pessoa difícil ou se faz?

O garoto franziu o cenho e olhou para a neve por um instante.

- Eu acho que sou...?

- Eu estava sorrindo, - Thomas balançou a cabeça para Jimmy - em primeiro lugar. E não era de você, era para você. Simplesmente porque eu lembrei de algo.

- O.k... - Jimmy dobrou o mapa e o guardou no bolso do casaco.

Silêncio. Silêncio. Silêncio...

- E no que estava pensando?

Mais um suspiro de Thomas.

- Caraca.

- Eu só quero saber.

Thomas jogou a cabeça para trás.

- Eu só estava pensando que é legal não estar brigando com você, e que gostei daquela briga não ter resultado em nada... além de um abraço - ele disse essa parte mais baixo.

Jimmy olhou para seus pés, sentindo as bochechas esquentando.

- É legal saber que posso confiar em você.

Isso fez Thomas sentir um certo alívio.

- Isso aí - ele sorriu - E você pode mesmo, sabe? É muito óbvio dizer isso, mas estou do lado de vocês.

- Eu sei. - Jimmy suspirou e levantou a cabeça, olhando para frente - Agora eu me sinto culpado - ele ainda olhava para seus pés, envergonhado por estar, meio que, se abrindo, mas queria contar à Thomas o que pensava - Eu esperava que você fosse nos deixar à qualquer momento, ou então nos trair. E eu também te dei um soco, falei aquelas coisas horríveis e... - ele respirou fundo - Isso me deixou culpado.

Thomas abaixou a cabeça dando mais um sorrisinho. Isso era bom, eles estavam chegando a algum lugar sem discussão.

- Você não precisa mais, aliás, eu te dei um soco primeiro.

- Verdade. Mas foi porque te ofendi.

- Você não me ofendeu, Jimmy. Você me magoou.

Jimmy virou rápido para Thomas, que não estava mais sorrindo.

- Eu te magoei?

Thomas lambeu o lábio superior e assentiu, olhando para frente, e depois para Jimmy.

- Você ainda está magoado, não é?

Thomas franziu o cenho, pensando. Ele se sentia inseguro ao lado de Jimmy. Não como se fosse levar um sermão a qualquer momento, que era o que ele pensava antes, mas porque sentia que não podia deixar suas emoções fluirem. Ele sentia coisas diferentes, naquele lugar, naquela situação, mas não sabia como demonstrar. A mágoa recente poderia ser uma delas?

- Acho que sim - respondeu.

- Ah, eu sou um pedaço de bosta.

- Não - Thomas o olhou - Eu só... me sinto inseguro, às vezes, por sua causa - falou finalmente.

Jimmy olhou para os pés novamente e coçou o nariz, tentando fazer seu nervosismo passar despercebido, e pigarreou. Se sentir inseguro em relação à ele? Por quê?

- Não precisa - ele tirou o mapa do bolso, desdobrou e esticou à sua frente, voltando a observá-lo.

- Não sei... É que...

- Você ainda tem a caneta? - Jimmy cortou Thomas, que o olhou confuso. Idiota, óbvio que ele tem a caneta.

- Hã... - Thomas pegou o objeto no bolso e entregou a Jimmy - Tenho. Por quê?

- Não sei... acho que esqueci - Jimmy evitou olhar para o rosto do outro garoto - Que besteira. Vamos continuar.

E o silêncio tomou conta novamente.

Desde que acordaram, Jonathan ouviu umas cinquenta milhões de vezes Coraline falando sobre sua conversa com Tarjei, e de como ela estava preocupada com todo mundo, como ela não sabia o que fazer e que estava desesperada. Ele não queria ser levado à mal, afinal, ele tinha as mesmas preocupações, mas uma das características que ele reconhecia em Coraline, quando ela estava impaciente e ansiosa, era que não parava de pensar alto. Alto demais.

- Como ele não sabe quem é? E não nos dar nem uma pequena dica? Um absurdo!

Jonathan suspirou. Ele estava andando a uma pequena distância à frente da amiga, que não dava a mínima, pois só queria falar, falar e falar mais.

Por um minuto, ele olhou para frente, sem ligar muito para as reclamações repetitivas que estavam lhe perseguindo com uma touca preta e luvas bordô, e deixou seus pensamentos o dominarem. Ele pensou naquilo que Tarjei confirmou para Coraline: morte. Um calafrio percorreu sua espinha, enquanto ele pensava em um de seus amigos morrendo e, tentando não pensar muito em destino, no qual ele não acreditava, a imagem de Jimmy tomou conta de sua mente. Ele, seu melhor amigo, seu irmão, desaparecido depois de uma explosão causada por ele mesmo. Onde estava esse garoto, afinal?

Jonathan observou a neblina, que Tarjei dizia levar aos seus amigos. Ele acreditava no tempo, não tinha como desconfiar dele, pois estivera sempre a espreita e os ajudara também. Mas agora, a neblina estava desaparecendo.

- Jonathan!

O garoto virou e viu uma Coraline quase brava o encarando.

- O quê?

- Você por acaso ficou cego? Ou surdo?

Jonathan franziu o cenho e notou que a garota apontava para algo. Com o sol batendo no rosto, ele cerrou os olhos e notou destroços, não muito longe de onde estavam. Isso fez seu coração dar um salto.

- Jimmy e Thomas - ele sorriu e olhou para Coraline, que também sorria.

Os amigos saíram correndo na direção dos destroços da vila, sem pensar duas vezes.

Ao chegarem lá, viram os destroços. Todas as casas e lojas no chão.

- Isso é meio...

- Triste. - Coraline disse, sentando em um banco que, milagrosamente, estava inteiro.

Jonathan largou a mochila e sentou ao lado da garota. Ela ainda tinha a expressão preocupada no rosto, e isso só o fazia lembrar do quão problemática era a situação atual.

- Você está com medo.

Coraline agora olhava para Jonathan com uma expressão de dor, o que fez seu coração se despedaçar.

- Estou - ela respondeu - Quer dizer, como não estaria? Alguém vai morrer. Como você não está com medo?

- Eu? Estou morrendo de medo. Não quero que isso aconteça.

- Sabe, quando Tarjei me disse àquilo, uma parte de mim desejou que fosse eu. É tudo tão confuso. Primeiro Jimmy com aqueles olhos brilhantes, e agora isso.

- Precisamos falar sobre isso com ele. Quer dizer, como do nada alguém faz aquele tipo de coisa? E se ele sempre foi assim e nunca me contou? Sou o melhor amigo dele. E se ele nunca confiou em mim o bastante?

- O quê? - Coraline virou para Jonathan, de verdade, e pôs a mão em seu ombro - Jonathan, não. Não pense nisso. Ele confia em você. Vocês dois são como irmãos, e ele confia muito em você. Eu sei disso.

- Ele pode ter pensado que eu não gostaria dele, ou que ficaria agindo como se ele fosse, sei lá, um brinquedo muito legal.

- Isso é besteira. Jimmy confia em você, onde quer que ele esteja agora.

Jonathan franziu o cenho.

- É... mas onde?

Coraline estudou o lugar, sem encontrar respostas.

- Ele devia estar aqui, não? Ele e Thomas. Onde eles estão?

Jonathan levantou e começou a olhar em volta, mas não viu nada incomum, somente restos de construções no chão, para todos os lados, então disse:

- Não podemos fazer nada além de esperar.

- Eu estou ficando impaciente - Coraline levantou e foi até ele - Vamos olhar em volta?

Jonathan fez uma careta.

- Eu estou cansado.

Coraline fez um bico e revirou os olhos.

- Então tá, eu vou sozinha.

Ela virou e começou a andar.

- Coraline - Jonathan chamou, e a garota o ignorou - Coraline, você sabe que é perigoso - ignorado - Não vá para esses escombros - ele arqueou as sobrancelhas - Coraline, você está me ignorando.

A essa altura, Jonathan já havia começado a seguir a garota.

Thomas estava ficando irritado, vendo Jimmy o ignorar completamente. Eles tiveram um momento de constrangimento? Sim, mas o garoto parecia constantemente desconfortável perto dele, sem motivo algum. Não era da natureza de Thomas ser direto ou meio grosseiro, mas talvez ele devesse ser naquele momento.

- Está na hora de você parar com isso - ele segurou o ombro de Jimmy, fazendo com que os dois parassem.

Jimmy deu um passo para trás, fazendo com que a mão de Thomas caísse de seu ombro, parecendo constrangido.

- Parar com o quê?

Thomas estava quase explodindo.

- Com ISSO! - ele encolheu os ombros - E isso - ele puxou o mapa de Jimmy e o colocou no rosto, como o garoto tinha feito a manhã toda - Eu sei que aquela hora lá atrás foi meio... estranha, mas supere! - ele soou mais grosseiro do que quis, o quê fez Jimmy levantar as sobrancelhas - Por favor? Olha. - ele apontou para longe - Está vendo aqueles escombros? - Jimmy olhou para onde ele apontava. Embora fossem meio invisíveis, por causa da distância, podia se ver do quê Thomas falava - São a vila. Estamos quase lá. Andamos bastante, e eu não sei porquê diabos você ainda está parecendo tão desconfortável. - ele suspirou e abaixou a cabeça, dando um passo à frente - O.k. Eu sei que você é tímido, mas cara - ele encarou Jimmy - Vamos parar? Aquele momento já passou, vamos esquecer? Não precisa ficar constrangido. É isso que eu quero dizer.

Depois de alguns segundos, Thomas notou que Jimmy estava, de alguma forma, o estudando. Será que ele havia falado demais?

Nesse momento, Jimmy começou a se aproximar de Thomas, que não entendeu nada, então:

- Jimmy! Thomas!

Thomas encarou Jimmy, que também o fez.

- Você ouviu, certo? - ele perguntou.

- Sim - Jimmy deu um passo para trás, e os dois começaram a olhar em volta.

Não muito longe, enxergaram uma forma se aproximando, que se tornou duas. Suas vozes eram facilmente reconhecíveis.

- Jimmy! - gritou Jonathan.

- Gente, aqui! - Coraline disse acenando com o braço.

Com um sorriso no rosto de cada um, os garotos começaram a correr para seus amigos, que também se aproximavam velozmente.

Cada vez mais perto, Jimmy e Thomas esqueceram o constrangimento de minutos atrás, e Jimmy ignorou a dor que sentia no corpo enquanto se movia tão bruscamente.

Quando finalmente se encontraram, Jonathan pulou, literalmente, em cima do melhor amigo, que soltou um grito de dor e se desequilibrou, tombando na neve com o amigo em cima, o abraçando.

- Ele está machucado! - Thomas esticou um braço, preocupado, enquanto o outro envolvia as costas de Coraline, que apertava seu pescoço tão forte quanto Jonathan apertava Jimmy depois do grito.

- Você está vivo! - um sorriso iluminava o rosto de Jonathan, que agora ajudava o amigo a levantar. Ele olhou para Thomas e arregalou os olhos, ainda mais surpreso - Vocês estão! - ele pulou em Thomas também, que conseguiu aguentar o peso.

Coraline, agora se desfazendo de um longo abraço com Jimmy, fez uma careta olhando para seu rosto.

- Tem uma mancha aqui - ela apontou para o próprio nariz e depois para o dele.

Ele arregalou os olhos e começou a esfregar o rosto com a manga do casaco.

- Isso... isso é sangue? - Coraline retirou a mão de Jimmy do rosto.

Ele olhou para Thomas, os dois estavam com os rostos vermelhos.

Jonathan parecia ter entendido rápido, pois arregalou os olhos.

- Você bateu nele? - ele virou para Thomas, que não entendeu se o olhar que Jonathan lançava para ele era raiva ou surpresa. Talvez os dois.

- Não! - Jimmy gesticulou a mão, chamando atenção - Nós estávamos vindo para cá e eu bati de cara numa árvore.

Todos pareceram não acreditar. Que desculpa esfarrapada.

- Uma árvore que obviamente o Thomas não disse que estava no caminho - ele fingiu uma expressão de raiva, e Thomas arregalou os olhos, primeiro surpreso, mas entendendo que tinha que ir de acordo.

- Ah, é claro que culpa foi minha se você estava com a cara por trás do mapa o tempo todo.

Jimmy revirou os olhos e Coraline suspirou.

- Deixem isso de lado agora, por favor. Você está bem? - ela pôs a mão no ombro de Jimmy.

Ele assentiu com a cabeça. Thomas e ele trocaram um olhar, tentando se comunicar para dizer deu certo. Coraline cortou o barato.

- Ótimo. Agora, precisamos conversar.

Ela olhou para Jonathan, que sentiu seu coração se quebrando por dentro.

- É... - ele concordou - Precisamos.

Thomas franziu o cenho.

- Aconteceu alguma coisa. O que foi?

- Na verdade, - Jonathan suspirou, sentindo um nó na garganta - é sobre o quê vai acontecer.

Coraline pigarreou.

- Acho que é melhor irmos sentar, e falar com calma sobre isso. É meio delicado.

Jimmy olhou para Thomas, tentando entender se ele já tinha alguma ideia do assunto a ser falado, mas o garoto também parecia completamente perdido.

- Vamos? - Jonathan chamou os amigos, que começaram a andar juntos em direção à vila destruída.

Ele estava se sentindo péssimo, acabara de encontrar seus amigos, e teria de contar, no meio daquela felicidade, que um deles podiam morrer. Ia ser, sem dúvida, um dia adorável.


Notas Finais


oi, de novo! gostou?? pode deixar seu coment, e até a próxima!


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