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História Coraline - O Pesadelo voltou - Meu amigo abre um portal


Escrita por: gwendoline

Notas do Autor


Eu não sei o que escrever de início, somente espero que gostem. E me avisem nos comentários ou em outro lugar, como o twitter, se gostarem, me inspira mais quando as pessoas gostam do que estou fazendo.

Capítulo 2 - Meu amigo abre um portal


Fanfic / Fanfiction Coraline - O Pesadelo voltou - Meu amigo abre um portal

Quando voltei da escola, corri para a garagem para checar se a bicicleta de Wybie ainda estava lá ou se eu estava delirando.


Encontrei ela encostada na parede, como eu havia deixado. Um sentimento estranho me tomou, uma certa insegurança. Se a bicicleta estava lá, eu havia mesmo ouvido a voz dele?


Subi para meu quarto e sentei na cama com o celular na mão. Eu não sabia a senha então não seria muito útil ter ele comigo.


Coloquei os fones na esperança de ouvir a voz de Wybie novamente, mas nada aconteceu, então os retirei.


Olhei para a janela. Às vezes o gato aparecia ali para ficar deitado no tapete do meu quarto.


Quase caí da cama quando ouvi o celular tocar. Não o de Wybie,
o meu.


Peguei ele na mochila e atendi.


- Coraaaa! - disse uma voz feminina, aguda e irritante, que eu conhecia bem.


- Cassandra - respondi - Oi.


Cassandra era uma "amiga" minha. Na verdade a gente mal se conhecia. Seu irmão, Jonathan, era meu amigo de verdade. Ela estudava no mesmo colégio que nós, um ano à frente, e tinha um certa fixação em ficar se intrometendo na vida do irmão.


- Eu soube do seu amigo. Aquele... - ela ficou muda por um instante - Harbie?


- Wybie.


- Isso mesmo - ela fingiu lembrar - Então, você quer assitir um filme? Alguém para conversar sobre isso?


Não. Eu não queria. Era normal ela me chamar para sair ou sei lá o quê, mesmo que eu não aceitasse, mas não para conversar sobre a minha vida.


- Cassandra, ele não morreu.


Cassie! Alguém gritou do outro lado da linha. Ouvi uns zumbidos, como se alguém tivesse colocando e tirando a mão do microfone do celular várias vezes.


- Ah, não enche! - ouvi Jonathan gritar para ela - Desculpa por isso, Coraline. Ela é chata! Pegou meu celular de novo.


- Não tem problema.


Jonathan bufou.


- Mas a gente vai aí depois do jantar. Sem a Cassandra, é óbvio.


- O quê? - perguntei. Não queria dizer Jonathan não quero vocês aqui hoje, mas eu estava tão desanimada para alguma coisa, para qualquer coisa.


- Eu e Jimmy vamos aí depois. Não pensou que eu fosse levar aquela chata junto não é?


- Mas...


Puff. Desligou.


Não dava para o negar que o Sr. B, meu vizinho, era um pouco estranho. Costumo dizer que ele é excêntrico, mas minha mãe acha ele bizarro. Acho que é porque ele cria camundongos.

No fim da tarde, ele foi até minha casa com algo na mão. Meu palpite foi uma caixa, mas estava coberta com um pano vermelho.

- Olá, Caroline! - ele disse.

- Coraline, Sr. B.

- Quem?

Suspirei.

- Ninguém. Então... o que é isso?

Ele olhou para o pano.

- Oh! Então, eu queria saber se você queria uma companhia. Soube que seu amigo... - ele parou de falar quando notou minha expressão - Bem, aqui está, Caroline.

Ele puxou o pano. Por mum momento pareceu um show de mágica e pensei que pombos sairiam voando de dentro de uma cartola, mas quando Sr. B retirou o pano vermelho, vi uma gaiola. Sim, uma gaiola. Ela tinha tubos coloridos por todo lado e dentro de um deles estava um miudinho hamster.

- Um hamster?

- É! Aquelas malucas do andar de baixo me contaram que você iria preferir um hamster à um camundongo. - ele disse revirando os olhos - Então, elas me contaram que ele apareceu naquela espelunca delas ontem, e hoje eu providenciei essa linda gaiolinha. Elas até sorriram quando eu falei que tinha comprado para dar ele à você, acredita?

Tive que rir. Nossas vizinhas, Srta. Spink e Srta. Forcible, tiveram uma certa discussão com Sr. B por causa de camundongos que entravam e saiam de sua casa, e desde então ele tem tentado controlar a situação fazendo amizade com elas. Não acho que ele tenha progredido muito.

Olhei para o hamster dentro daquele tubo. Não sabia dizer se ele era meio laranjinha ou branco por causa do tubo azul onde ele estava, mas achei uma fofura.

- Muito obrigada, Sr. B.

Ele abriu um sorriso.

- Espero que vocês... - ele parou e fez uma cara pensativa - usufruam da companhia do outro. Ele parece um bom falador.

Sr. B riu e me deu a gaiola.

- Tenha um bom dia, Caroline! Ah, e aquelas doidinhas pediram para avisar que queriam você lá essa noite para uma xícara de chá.

E assim, ele virou para ir embora.

- É Coraline... - falei sozinha.

Meu pai amou o hamster novo e até deu um nome para ele. O novo membro da família se chamava Dodolin. Com certeza não era um bom nome, mas acho que nem eu sabia como chamá-lo.


- Coraline, o que você acharia de colocar uma daquelas coisas em que eles correm na gaiola? - disse ele enquanto colocava mais frango no seu prato durante o jantar.


- Uma roda?


- Ele ia se divertir, o Dodolin.


Minha mãe levantou a cabeça.


- Você parece uma criança falando desse jeito.


Ele mostrou a língua para ela, que revirou os olhos.


Eu quero ir para casa...


- O quê?


Meus pais me olharam.


- O que foi, Coraline?


Olhei em volta. Como aquilo poderia ter acontecido de novo?


- Eu acho que estou sem fome.


Peguei o prato e coloquei na pia, tentando parecer calma. Meus pais se entreolharam. Pensei se eles notaram alguma coisa estranha, mas acho que não.


Arrumei minha cadeira na mesa e comecei a subir as escadas rapidamente, quando ouvi alguém bater na porta. Grrr, Jonathan. Não me leve a mal, eu gosto dele e de seu fiel escudeiro Jimmy. Os dois são legais, estamos sempre juntos na escola e fora também, mas naquele momento eu acabava de achar o celular do meu melhor amigo desaparecido, sua bicicleta e comecei a ouvir vozes. Por incrível que pareça, eu gostaria de um pouco de paz e silencio para tentar achar respostas sobre isso.


Mas é claro que eu fui uma anfitriã educada, e abri a porta para que entrassem.


No meu quarto, Jonathan e Jimmy sentaram na ponta da cama e pareceram meio constrangidos, o que era meio normal deles.


- Vocês vieram me consolar não é?


Jonathan balançou a cabeça como se dissesse mais ou menos.


- A gente soube do Wybie. Tudo bem que ele é um amigo não muito próximo nosso, mas vocês são... - ele pigarreou.


- Amigos também.


- É. Melhores amigos, não é? Então, como somos seus melhores amigos também, viemos para ver como você estava e aproveitar para te distrair.


Jimmy assentiu com a cabeça.


Miau. Ouvi em algum lugar. Olhei para a janela, e lá estava o gato.


— O que é isso? — perguntou Jimmy.


Olhei para ele.


— Ele é o gato de estimação do Wybie. Quer dizer, mais ou menos. Às vezes ele fica aqui e às vezes lá. Se não, na rua mesmo.


O gato deitou no parapeito da janela ficou lambendo as patas. Toda vez que olhava para ele, lembrava que ele falava. Nem sempre, mas falava e até me aconselhava. Era como se fosse meu Dumbledore, mas isso nunca mais aconteceu depois de a porta ter sido fechada.


- Vocês vieram a pé? - perguntei.


Olhei pela janela, o tempo estava horrível. Tinha certeza que começaria a chover daqui a pouco.


— Sim. — Jimmy olhou para o tempo lá fora — E obviamente fomos burros.


— Se começar a chover logo a gente pede para sua mãe vir. — disse Jonathan — Meus pais não estão em casa hoje e a Cassandra não quer dar carona, porque eu não deixei ela vir. Chata.


— Cara, a minha mãe teve uma torção no pulso. Lembra?


- Porcaria.


Soltei uma risada.


— Você não trate de rir da nossa desgraça, Coraline Jones.


— Vocês não são bons em distrair as pessoas, não é?


Jimmy fez uma careta.


— Olhe para mim, você acha que eu sou bom em alguma coisa?


— Não. — respondeu Jonathan.


Eles me lembravam tico e teco. Eram inseparáveis e tinham algumas coisas em comum. Ambos tinham cabelos bagunçados, eram branquelos e magros, até a altura era quase a mesma. Mas embora fossem parecidos nisso, Jonathan tinha cabelo castanho e olhos claros, enquanto Jimmy tinha cabelo preto preto e olhos castanhos.


- Vamos nos distrair, então - falei - Querem ver um filme? Jogar alguma coisa?


Jonathan levantou.


- Eu tenho uma ideia. Quer dizer... Ah, só me sigam.


Ele abriu a porta do quarto. Olhei para Jimmy, que parecia confuso, e saímos atrás dele.


- Senhorita Coraline - Jonathan dizia enquanto andava - eu sempre tive uma curiosidade sobre a sua casa.


Arqueei as sobrancelhas.


- Você já veio aqui várias vezes.


- É claro, mas ela tem uma peculiaridade que eu sempre quis saber o que é.


Ele foi andando à minha frente, eu e Jimmy o seguindo. Viramos um corredor, outro e chegamos a uma sala.


- O que diabos é aquilo? - ele apontou.


Olhei por cima de seu ombro e senti um calafrio. Ele estava apontando para uma pequena portinha no meio da parede. Eu não iria dizer a verdade sobre o quê era aquilo, porque iriam  me chamar de louca ou então iriam querer abrir. Não seria bom dizer um portal para outra dimensão, seria?


- Ah. Aquilo? - saí detrás de Jonathan - Eu não sei. Na verdade, não tem como saber porque não tem uma chave para abrir então...


- Moleza. -  disse Jimmy e foi até mim - Você anda com a chave o tempo todo.


Ele retirou o grampo do meu cabelo e foi até a portinha.


- Não abra!


Jimmy e Jonathan olharam para mim.


- Mas você não sabe o quê tem aqui. Nunca ficou curiosa?


Nesse momento o gato apareceu na porta e miou para mim. Quando virei para Jimmy, ele já estava virando a maçaneta.


- Não! - gritei, mas era tarde demais.



Notas Finais


Obrigada por ler! Semana que vem posto mais um capítulo p vocês.


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