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História Coraline - 15


Escrita por: Bella56

Capítulo 16 - 15


Fanfic / Fanfiction Coraline - 15

Matt me ajudou a levantar e então traçamos um plano.
- A maioria da casa está trancada e a chave fica com seu tio, só resta saber onde ele deixa.
- Vamos ao quarto dele.
Digo indo em direção ao quarto dele.
- Nossa, eu não sabia que esse era o quarto dele, como você sabia?
- Eu moro aqui gênio. - digo abrindo a porta.
A primeira coisa que vejo é a cama e várias lembrança vem  a minha mente. Ele beija tão bem e seu cheiro é tão bom.
- Vai entrar ou não? - diz Matt então percebo que fiquei parada na porta.
- Vamos.
Fecho a porta e sinto o cheiro de a Lúcio no ar.
- É capaz de seu tio matar a gente se nos pegar aqui. - diz Matt rindo de tão nervoso.
- Vai não - digo indo em direção ao closet.
Abro aa portas do closet, o lugar é do tamanho de um quarto normal, e os armários são feitos de uma madeira escura. Vejo seus ternos, suas camisas, suas camisetas, e parece tudo milimetricamente organizado até por cor.
- Seu tio deve ter TOC. - diz Matt parado atrás de mim.
- Ele só é organizado.
- Organizado é uma coisa, isso até da medo. - ele ri.
- Você ta com muito medo, nem sei porque.
- Nem eu, mas eu tô me tremendo todo. - ele ri.
Matt tenta abrir uma gaveta em vão então pego um controle branco e abro.
- Isso é tão coisa de rico. - ele revira os olhos. - Como sabia?
- No meu quarto é assim também. - digo indo mexer nas gavetas.
Lúcio tem uma coleção enorme de relógios e outra de sapatos, tudo milimetricamente organizado.
- Se tirarmos qualquer coisa do lugar ele vai saber. - diz Matt.
- Você ta parecendo um detetive amador. - digo mexendo em suas gavetas.
Não acho nada, simplesmente nada. Nenhum papelzinho, nem mesmo nos bolsos.
- Seu tio me assusta. - diz Matt olhando pra mim.
- Você já disse isso.
- Por que ele não assusta você? - penso comigo "quem disse que não?" Mas resolvo não dizer isso.
- Porque ele é meu tio.
- Grande coisa. Uma vez ouvi a Marta dizer que o pai dele, seu avô, morreu de um jeito bem estranho. Ele caiu da escada, aqui, nessa casa.
- O pai do Lúcio não é meu avô. Meu pai e ele não tem o mesmo pai, só a mesma mãe e  se você tá insinuando que meu tio tem algo a ver com isso deveria se lembrar que ele é médico. Ele mataria alguém de um jeito bem menos desorganizado que jogar da escada. - digo fechando as gavetas.
- Agora você me assusta. - ele diz rindo.
O quarto é enorme, e com certeza meu tio não guardaria as chaves aqui. Então devemos até o escritório dele, cumprimentando os empregados pelo caminho como quem está ativa por aí.
Lúcio não deixou seu escritório trancado e isso é muito descuido de alguém tão organizado.
- Nossa, eu nunca estive aqui também. Que lugar incrível. - diz Matt olhando para a enorme sala com formato oval, prateleiras de livros, uma mesa enorme e atrás da mesa um painel de vídro que mostra tudo lá fora.
Eu já tinha visto então não perco tempo e começo a mexer nas coisas do meu tio. Abro todas as gavetas me esquecendo de que em uma delas tem uma arma. Olho para Matt que ainda está deslumbrado e então abro rápido a gaveta que deveria ter uma arma, mas a arma não está lá.
Acho que tava escrito na minha cara o meu espanto porque Matt perguntou:
- O que foi? - ele diz vindo até mim.
- Tinha uma coisa aqui que agora não está mais. - digo.
- O que? - ele pergunta.
- Uma arma. - digo voltando a mexer na gaveta. Acho um molho enorme de chaves.
Olho para Matt e ele está branco.
- Que foi? - pergunto.
- Seu tio tem uma arma?
- Sim. E daí?
- E você só fala agora? Ele pode jantar a gente.
Reviro os olhos e me levanto.
- Vamos. - balanço o molho de chaves na minha mão.
Graças a extrema organização de Lúcio, as chaves vem com nomes marcados.
Ala A, ala B, Ala C e ala D. Só resta saber quais são as alas.
- Você sabe em que ala estamos? - digo.
- Não, mas acho que é a A.
Ele diz e então subimos as escadas.
- Acho que aqui não vai ter nada mais que quartos. - ele diz.
- Vamos ver.
Passamos pelo corredor de sempre e então viramos a esquerda.
Tudo que descubro é que a casa tem umas três salas, uma de música, uma normal sem TV e outra igual a sala de baixo. Na sala de musica eu me sinto deslumbrada quando vejo o enorme piano de cauda que tem perto de uma enorme janela de vidro deixando o lugar super elegante. No chão, um tapete vermelho cobria mais da metade da sala. Tinha alguns instrumentos nos cantos, mas o piano com certeza é o foco.
Confesso que depois de um tempo já estava me sentindo cansada e desistindo. Fora que eu ja nem sabia se eu saberia voltar, estava perdida e o Matt que disse conhecer a casa esta mais perdido que eu.
- Cora, posso te fazer uma pergunta bem íntima? - ele diz.
- Pode. Só não sei se vou responder. - digo tentando achar a chave pra abrir mais um comodo.
- Eu ouvi as mulheres conversando esses dias, elas estavam falando que mais de uma vez você amanheceu no quarto do seu tio.... - ele engole em seco... - Você .... Vocês dormem juntos? - vejo seu rosto ruborizar.
- Não. - minto.
- Eu não vou contar, pra ninguém, eu juro. Pode confiar em mim. - me sinto tentada a contar tudo a ele, mas resisto.
- Você acha mesmo que o Lúcio dorme comigo? Por favor né. Ele vai dormir em outro quarto. Ele só me deixa ficar no dele quando quer me medicar. - digo seria, até eu acredito em mim.
- Sinto muito tocar no assunto.
- Eu sei o que pensam, que eu e ele somos uma família agora, ou temos algum envolvimento íntimo, mas não existe isso. A vida não é um conto de fadas. - digo empurrando a porta para destranca-la.
- Bom, isso é melhor pra você, seria estranho você se envolvendo com seu tio. Tá que ele é bonito e todas as mulheres comem ele com os olhos, mas ele é estranho é não parece respeitar muito o sentimento dos outros.
- Ele é a única família que me resta. - digo.
Matt se desculpa, mas quando eu abro a porta do quarto não ouço mais nada.
De cara me deparo com uma foto do meu pai, um quarto enorme, uma cama branca, cheiro de poeira, e na cabeceira, uma foto do meu pai e da minha mãe quando bem jovens. Não consigo passar da porta, minhas pernas amolecem e tremem. Me lembro do dia do acidente, minha mãe estava com o mesmo sorriso para meu pai, a chuva la fora, a luz azul do som do carro dentro do carro escuro
Lembro da voz do meu pai, do cheiro, do cheiro de chuva, de terra molhada e do frio que fazia.
Olho para o lado e posso ver Leslie deitada no banco tomando conta de mim como sempre e eu nem pude protege-la.
O movimento do carro é o que mais me perturba, meu corpo se lembrará para sempre e para sempre eu me sentirei enjoada quando lembrar. Não sinto mais nada, não vejo mais nada, não ouço mais nada, tudo fica escuro com as lembranças embaralhadas na minha mente como se eu as tivesse revivendo agora, nesse exato momento, como se eu pudesse fazer algo para impedir porque de alguma forma isso é tudo tão mal explicado. Minha família, meu tio, minha avó, sinto que estou me perdendo. Tudo que mais sinto vontade é de correr até Lúcio e o abraçar, mas será que posso confiar nele? Todos tem cuidado com ele, por que comigo seria diferente?

Ele é a única família que me resta....
Única família...

Sinto uma textura diferente debaixo das minhas costas e então ouço vozes e só depois a escuridão da lugar a uma luz forte.
- Cora, você está aí? - ouço a voz da Kate.
- Ela já está voltando. - ouço a voz de Max.
Depois que a luz me deixa ver algo vejo o rosto de Kate me olhando assutada.

- Aí minha cabeça. - digo levando a mão a cabeça, mas Max segura minha mão.
- Calma, você já vai melhorar.- ele me diz me olhando com seus olhos azuis.
- O que houve? - digo tentando levantar. Olho para os lados e vejo que estou no meu quarto. Cadê o Matt?
- Matt te achou desmaiada no quarto.
- Meu tio... - digo preocupada.
- Ele já sabe, não teve nem como esconder, tem muitos olhos aqui nessa casa. - diz Kate. - Logo, logo ele chega.
Respiro fundo e tento me reorganizar. Eu estava procurando algo com Matt então entrei no quarto do meu pai.... O quarto do meu pai.
Uma súbita vontade de chorar me atinge. Não sei como explicar, não sei o que causa isso, mas lágrimas começam a sair doa meus olhos aos montes.
- Cora... - Kate bem me abraçar, mas eu a afasto.
- Me deixa. - digo com a voz mais rude do que eu gostaria.
Me levanto da cama mesmo Max tentando impedir e me sento no parapeito estofado sa janela, porque ali é meu lugar. Kate tenta vir ao meu encontro, mas Max a impede fazendo sinal para saírem
Agradeço mentalmente Max por ele existir. Olho para a janela e lembro do que me fez desmaiar. Será que essa dor nunca vai passar?
Olho para a pulseira da minha mãe e sinto lágrimas saírem dos meus olhos deixando eles ardendo.
Eu a amava tanto é o pior é que esse amor fez um buraco no meu peito.
Depois de um tempo refletindo a porta do meu quarto foi aberta. Ja olho com raiva para a porta preparada para pedir para quem fosse sair, mas então a pessoa que eu queria e não queria ver aparece.
Ele da silêncio, anda até mim e me analisa e passa a mão no cabelo.
Fico sem saber o que dizer, de manhã eu não tinha percebido que ele estava tão bonito. A luz da janela ilumina seus olhos os deixando mais azuis e sua pele mais branca.
- Coraline. - ele diz com a voz meio rouca.
- Lúcio. - digo baixo.
- O que houve? - ele diz parado na minha frente com as mãos no bolso.
- Nada, só passei mal. Nem deveria ter saído da empresa por causa disto.
- Fiquei sabendo que ficou mais de meia hora desacordada e só acordou quando Max te deu uma injeção.
- Caramba, quem anda te informando tanto? - digo com raiva.
- Eu tenho controle sobre tudo Coraline. - ele diz.
Viro o rosto olhando para o lado de fora, mas então sua mão vira meu rosto de volta pra ele.
- O que aconteceu? - ele diz parecendo um pouco mais irritado.
- Já disse, passei mal.
- E o que estava fazendo com o filho da empregada? - ele diz com raiva.
Minha espinha gela por um instante, como ele sabe? Meu Deus.
- O nome dele é Matthew. - digo o encarando.
- E o que estava fazendo com o Matthew?
- Conversando. - digo.
- No seu quarto? - ele rosna.
OK, meu choque é enorme.
Não sei bem como contornar a situação. Olho pra ele e ele fica mais bonito com raiva e então percebo que ele está com ciúmes. Ciúmes? Ciúmes.
Sinto vontade de sorrir, mas assim que começo a cara dele se fecha mais ainda. Confesso que toda raiva que eu estava sentindo da lugar a algo novo, um sentimento forte.
Fico em pé no peitoral da janela estofado e quando me desiquilíbrio Lúcio me segura firme pelo braço..
- Vem aqui. - digo para que ele chegue mais perto.
- Para que? - ele diz bravo.
Ele chega mais perto e então eu seguro em seus ombros. O puxo mais pra perto pela camisa e então ele fica bem perto. Ele olha pra mim que estou um pouco mais alto e então eu o beijo, de novo, eu tomo a iniciativa. No começo ele tentou sair, mas então segurei seu rosto com as mãos.



Ele destranca o maxilar e depois me rodeia com seus braços. Uma das mãos ele passa pela minha cintura e a outra ele me trás mais para perto. Ele aperta o braço na minha cintura e isso me deixa super animada.
Mesmo parecendo idiota eu coloco minhas pernas ao redor dele então ele me pega no colo. Ele me beija de forma intensa, mas tão intensa que parece que meu ar vai acabar. Eu nunca tinha beijado antes, mas sei que poucas pessoas teriam esse efeito sobre mim. Eu esqueci minhas dúvidas por um tempo. Eu posso estar beijando um tipo de monstro, mas agora não da pra ligar.
Lúcio me deita na cama separando nosso beijo.
Meu cabelo cai sobre meu rosto e eu me sinto um pouco perdida por causa disto. Ele desprende minhas pernas de seu tronco e eu posso ver algo diferente nele, parece com raiva, só que diferente.
Ele sai andando em direção a porta. Me sinto confusa e frustrada, muito frustrada, não acredito que ele vai me deixar aqui. Não sei o que esperar. Nem olho ele sair, não quero ver. Ouço a porta se fechar então fecho os olhos sentindo toda a dor no meu coração. Ouço então a porta ser trancada então olho assustada para a porta. Lúcio ainda está aqui, ele trancou a porta. Okay. Sinto um pouco de medo e excitação junto.
Me sento na cama e olho pra ele, sei que ele está descontrolado se não sairia pela porta.
- O que aquele garoto estava fazendo no seu quarto? - ele pergunta mais uma vez com raiva.
- Nada. - digo baixo.
Ele vem até mim e me puxa pelo braço até estar colada em seu corpo. Doi um pouco e isso me deixa assustada.
- Mentira. Você está mentindo. - ele diz. - Gosta dele? - ele diz me deixando perplexa.
- Parece que gosto dele? - digo com raiva.
- O que ele estava fazendo no seu quarto?
- Nada. - digo com raiva.
- Por que está mentindo por ele? - ele grita me fazendo arrepiar.
- Eu não estou.- digo com a voz embargada de raiva.
Ele segura e meu cabelo e me beija, um beijo cheio de raiva. Eu quase não consigo acompanhar. Ele me deita na cama e fica encima de mim. Será que é outro sonho?
- Lúcio... - tento dizer enquanto ele me beija.
- Me diz... Por que? - ele diz olhando dentro dos meus olhos. É uma pressão psicológica sem igual, me faz querer chorar, sinto lágrimas escorreram pela minha bochecha.
- Eu to dizendo a verdade. Eu nem o conheço direito, ele veio trazer meu café.
- Ele te viu de pijama? - ele rosna olhando fundo em meus olhos. Sinto meu corpo amolescer, sinto medo, raiva, excitação, amor...
- Não, eu já tinha tomado banho e colocado essa roupa. - algumas lágrimas caem dos meus olhos.
Vejo o rosto de Lúcio amolescer quando vê a primeira gota escorrer.
Ele passa a mão em meu cabelo e depois em meu rosto.
- Você é tão bonita sabia? - ele diz.
Sinto como se não soubesse se é um sonho ou não.
- Eu só não quero que as pessoas te incomodem, não quero que machuquem você. - ele diz.
- Você acha o que? Que um cara que eu mal conheço entrou no meu quarto e a gente transou? - digo e vejo seu maxilar trincar de novo.
Lúcio passa a mão pela minha cintura e a outra fica em meu cabelo e então ele me beija, de uma forma menos agressiva. Passo a mão pelas suas costas quando ele beija meu pescoço. Sinto um choque percorrer todo meu corpo quando sua barba encosta na minha pele. Seu corpo é forte e está sobre o meu. Prendo minhas pernas em seu tronco e minhas mãos passam pelos seus cabelos.
- Eu sei que sou eu que estou te fazendo mal. - ele diz baixo com o rosto escorado na minha pele.
Viro e o beijo tentando deixar nossos corpos mais juntos ainda. Ele passa as mãos pelo meu corpo me fazendo sentir coisas que nunca senti, eu quero ser dele, sem dúvida. Eu quero mesmo que minha primeira vez seja com ele.
Ele para de me beijar e me olha nos olhos.
- Como você não vê? - digo baixo.
- Não vejo o que? - ele diz.
- Que eu só quero você, eu não consigo parar de pensar em você, como pode pensar que eu transei com outro cara? - digo sentindo toda a magoa.
- Você não pode gostar de mim, eu sou seu tutor. - ele diz.
- E você não pode gostar de mim, eu sou sua protegida, mas você gosta. - eu digo.
-  Você ainda é uma menina, tem toda a vida pela frente.
- Eu não to nem ai pra minha vida, eu só quero agora. Você é tudo que eu tenho. - eu digo sentindo vontade de chorar.
Lúcio fica perplexo, vejo que ele nao sabe como lidar e nem eu sei o que me deu pra dizer tudo isso.
- Você é menor de idade. Isso seria estupro de incapaz. - ele diz parecendo preocupado.
- Mas ninguém vai saber, só nos dois. - digo.
- Alguem sempre sabe e muitos inimigos meus só precisam disso para ferrar a minha vida toda. - ele diz. - E não seria justo com você, você precisa de ajuda.
Lúcio me abraça passando suas mãos pela minha cintura e encostando seu rosto em meu pescoço e eu o abraço afundando meu rosto nele.

Então gente, me digam o que acham. Será que Lúcio esconde algo de importante ou ele só é fechado mesmo? Será que é mesmo errado os dois ficarem juntos ou não?
Quem vocês acham que está envolvido nos assassinatos?
Será que tem algo a ver com a Coraline ou é tudo da cabeça dela por ela ter Trastorno de estresse pós traumático?



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