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História Coraline - 17


Escrita por: Bella56

Capítulo 18 - 17


Fanfic / Fanfiction Coraline - 17

Carolina me mostrou um mundo totalmente diferente, o dela. Decidi ficar em sua casa, será mais fácil pra mim ignorar um problema do que enfrenta-lo. Mando mensagem para Kate avisando que não voltarei hoje, ela protesta bastante, mas eu simplesmente ignoro. 
Parece injusto com ela, mas Caroline não me dá tempo sozinha com o celular. Depois de me fazer decorar nomes e posições de pessoas importantes fomos ao Starbucks tomar um café. Caroline acabou se soltando mais, me permitindo até rir de seu jeito egocêntrico de ser.
Esqueço um pouco de Lúcio e de tudo mais e de forma manipulativa Caroline acaba me deixando ansiosa para a festa depois de amanhã. Tenho a chance de conhecer a cidade, conhecer pessoas e confesso que é mais terapêutico que ficar mofando naquela mansão sozinha.
Caroline me levou para comprar jóias, e maquiagem.
No fim voltamos para sua casa. Vou para o quarto que ela preparou para mim, um quarto menor que o da casa de Lúcio e bem mais moderno com cores claras.
Depois de tomar um banho e me sentar na cama ainda de roupão alguém bate na porta
- Entre. - digo.
Caroline entra em uma camisola preta de seda linda que a deixa sexy e poderosa.
- Trouxe um pijama para você e um drink. - ela diz colocando uma camisola vermelha escura encima da cama.
- Eu não bebo.
- Vamos lá, não seja tão puritana, e também os remédios ja devem ter passado, pode tomar.
- Fez medicina também?
- Não, mas eu sei das coisas, então tome.
Ela me entrega uma taça cumprida cheia de um líquido vermelho.
- Que isso?
- É um drink com whisky e jujubas. - ela diz virando o dela na boca.
- Minha avó me ensinando a ficar bêbada. - digo experimentando a bebida. O gosto do whisky é forte, mas depois, o gosto do doce é bom.
- Se me chamar de avó de novo eu te mato. - ela diz seria se deitando sobre a cama.
Olho pra ela e então bebo mais um gole.
- Caroline, você conhece bem seu filho? - pergunto.
- Qual? O falecido ou o desalmado?
- Acredito que seja o desalmado. - suponho que essa não seja a primeira taça dela porque sua voz está arrastada como a dr uma pessoa bêbada e o cheiro de whisky é forte.
- Eu não sei nada sobre ele. - ela diz com uma certa amargura na voz. - Quer saber? Eu não sei a onde foi que eu errei. Eu dei de tudo a eles, boa educação, dinheiro, nome... Un me esconde uma neta e o outro quer que eu morra. - ela reforça a palavra morra rindo depois.
- Quanto a amor e carinho? - pergunto bebendo mais um gole.
- Essas coisas são muito subestimadas sabia? Nem todo mundo recebe isso é ve se eles estão reclamando? Desde pequeno Lúcio não me deixava toca-lo e seu pai? Seu pai sempre foi um homem agressivo, ele puxou a mim sabe, já Lúcio eu não sei a quem puxou, se foi ao idiota do pai dele ou ao meu pai. Meu pai.... - ela diz com um tom de nostalgia -  Se você me acha ruim, deveria conhece-lo. Ele sim era ruim, e o pior é que ninguém acreditava porque ele era muito atraente.
- Ele morreu faz muito tempo?
- Sim, ainda bem, se não eu mesmo teria o matado. - ela diz com desdém.
Fico surpresa mas não tento transparecer muito.
- Ele queria tanto um filho para assumir o nome da família e as empresas, mas foi amaldiçoado não tendo nenhum. - ela ri - E então eu nasci, ele me desprezava, mas então eu provei que não é um cromossomo que define o que somos.
- Ser ruim é de família. - digo me lembrando das vezes em que meu pai tinha acessos de raiva. Mas ele tratou isso.
- Não, minha mãe não era ruim, acho que você puxou a ela. - ela diz. - Mas também era uma mulher fraca, submissa e passiva. - ela volta a raiva.
- Parece a máfia.
- A máfia.... Bons clientes eles, adoram novas tecnologias para ficarem se matando. Bom, acho que vou tomar mais umas e ir dormir. - ela diz levantando da cama.
Não protesto, tomo o último gole e coloco à taça na cabeceira.
Sinto meu corpo leve e relaxado como jamais senti. Não sinto sono, mas sinto meu corpo relaxado. Meu telefone toca e meu coração para de bater. No fundo eu espero que seja ele, droga, por que me sinto assim? Pego o celular com raiva e sinto uma pontada forte de frustração quando vejo que é Kate.
- Oi - digo desanimada.
- Oi Cora, como vai?
- Tudo bem, eu já ia dormir e aí?
- Aqui ta tudo bem.
- Lúcio surtiu muito por eu não estar em casa?
- Não. - ela diz normal, mas me machuca - Ele chegou, foi para o escritório, recebeu algumas visitas, depois foi dormir.
- Algumas visitas? Quem?
- Não sei. Eu estava ocupada com a louça, nem vi quem era. - ela diz calma.
- Hmmm, bom, deve ser um novo advogado já que a outra lá já morreu. - digo.
- Então é verdade? Eu e as meninas só estávamos fofocando sobre.
- É verdade. - digo.
- Pobre Lúcio, ele parecia gostar da garota.
- Como assim?
- Ah, ela veio aqui várias vezes antes. Acho que só parou de vir tanto quando você chegou.
- Por que? - digo perdida pelo gosto amargo que sinto e falta de ar.
- Não sei. Seu tio quis tirar todos de perto quando você chegou, lembra que todos tinham medo de chegar perto de você no começo? É porque quando chegou seu tio mandou que ninguém te incomodasse.
- Eu lembro. - lembro de quando cheguei e falei com Kate e ela não me respondeu, deveria ser isso. - Enfim, ele nem perguntou....
- Coraline. - ela diz me repreendendo.
- Eu so não quero que minha avó se de mal por minha causa. - minto. Na verdade Lúcio e Caroline são dois cachorros grandes pra mim, eu não interferiria em uma briga deles.
- Bom, só liguei pra ver os estragos que sua avó tinha feito em você. - ela sorri, da para ouvir.
- Avós são assim não é? Elas mimam os netos.
- Aham, e o primeiro presente que sua avó vai te dar será camisinha. - diz Kate.
- Não é verdade. Ela me deu uma correntinha com um pingente com a letra H.
- Deve custar o mesmo que o meu apartamento. - ela resmunga.
- Kate, o drink que bebi está me deixando bem mole, vou dormir tá? Amanhã nos vemos.
- Drink? Que drink?
- Tchau Kate. - digo rindo e desligando.
Viro para o lado e Caio no sono.

Sonho com uma jaula, uma jaula enorme e eu estou nela. Uma jaula cravejada de pedras brilhantes só que fria. Me vejo sozinha dentro da jaula e apavorada, e entediada. É assim que me sinto....

Acordo mole e com uma leve, mas bem leve dor de cabeça, e sede.
Dormi de roupão mesmo, nem coloquei o pijama.
Acordo e está frio, droga. Coloco à mesma roupa que usei ontem e escovo os dentes e arrumo o cabelo.
O dia está frio e nublado. Olho para o lado e vejo um casaco branco e parece ser de pele de verdade. Pego ele e ele é pesado, colo e me olho no espelho. É como se não fosse eu ali, o que houve comigo? Olho no espelho e não vejo mais a semelhança com a minha mãe que eu tinha, eu não vejo mais nada, eu não vejo meus pais, eu me vejo. Vejo uma garota magra, com o cabelo castanho bagunçado, os olhos manchados de noites mal dormidas. Não vejo mais os olhos do meu pai, eu só me vejo, e isso é estranho, agora eu não sou mais tão bonita como achava ser.
Ando para fora do quarto pensando em como deve estar Amêndoa, a cada dia ela cresce mais e mais.
Quando vou até a cozinha vejo Carolina sentada na frente de uma mesa cheia de coisas, e pela primeira vez não a vejo tão gloriosa, ela parece solitária e triste. Me sento do seu lado e a desperto de algum devaneio.
- Coma Cora, tenho que te levar para seu tio.
- Por que? Ele mandou?
- Não, é que eu tenho de ir a um enterro. - ela diz fria.
Fico imaginando como ela recebeu a mensagem de que meu pai morreu? Será que ela foi a seu enterro? Eu não fui, eu estava meio morta no hospital.
Como algumas frutas me lembrando que na mansão teriam me forçado, mas aqui, a liberdade acaba me deixando mais sábia.
A casa é toda branca e alegre e elegante, diferente da mansão em que vivo que é escura e clássica.
Vejo o jornal encima da mesa, na primeira capa tem foto de várias garotas que ja morreram. Pego o jornal, Caroline nem se mexe para me impedir, ela está com a mão na cabeça e tomando algo que parece chá.
Olho melhor o jornal, depoimentos de pessoas indignadas em não se sentir mais seguras. Vejo a foto da advogada de Lúcio e um arrepio me sobe. Dessa vez quem morreu foi uma prostituta. Nas fotos, eh vejo várias mulheres parecidas comigo, o jornal diz que o assassino está ficando mais audacioso, que pegou a prostituta em um lugar público, mas ninguém viu.
Mexendo no jornal chego a coluna de fofocas e então vejo uma foto que faz meu coração doer. Vejo a foto em que eu estou perto da moto e Lúcio está me dando ou pegando meu capacete.
A manchete é : Lúcio Hastings e sobrinha encontrados se divertindo em lugar comum.
Na foto da para me ver bem, bem mais baixa que o Lúcio, cabelo amarrado, pareço um palito de lado, e Lúcio, bonito, alto e forte.
Fecho o jornal e não mostro nada a Caroline, afinal, não esta falando nada demais, só que fomos vistos jantando o que indica minha recuperação e minha ressocialização. E que eles não imaginaram um dos solteiros mais cobiçados dos EUA cuidando de uma criança.
OK, essa doeu.
Volto a ler sobre os assassinatos r vejo o povo já revoltado. Doze mortes, doze garotas que perderam a vida. Olho pra elas e penso que eu poderia ser a próxima ja que todos sabem como eu sou agora é eu sou parecida com elas.
- Vou me trocar e ja vamos. - diz Carol se levantando.
As empregadas dela vem tirar sua xícara da mesa, uma delas me olha intensamente me deixando gelada.
Ela é baixa, um pouco gorda e velha.
Término minhas frutas e o cereal de granola.
Pego minhas coisas e espero por Caroline.
Ela sai toda glamorosa de novo, só que de preto, parecendo uma dama de ferro.
Tiro o casaco para devolver mas ela me adverte.
- Esse é seu, fique com ele. - ela diz.
Coloco o casaco de novo e óculos escuros que tinha em minha bolsa para tampar meu rosto de mal dormido.
Carolina vai na frente, seu motorista abre a porta pra ela e depois fecha quando eu passo.
Carolina também está de óculos escuros, mas diferente de mim, ela não tira dentro do carro. Vejo que ela não quer conversar então olho a cidade pela janela, meu Deus, que lugar.
Não é de se espantar que Caroline more em um lugar rico, cheio de casas lindas e luxuosas, mas o que me interessa mesmo é quando vamos ao centro.
Olho para uma ponte no alto e vejo escrito "cuidado, estripador de Seattle a solta".
Penso em como alguém pode fazer uma brincadeira mórbida dessas, me arrepia.
Viajo tranquila tentando evitar a náusea de estar dentro de um carro novamente. A verdade é que não passo tão mal com Caroline por perto, não sei porquê.
Demora um pouco até eu ver os portões da mansão e logo meu ar diminui, meu coração aperta, será que Lúcio está?
Nas portas do enorme casarão vejo Kate e mais duas empregadas esperando. O carro para bem na entrada.
- Não esqueça que te pagarei cedo amanhã Coraline, vê se volte a dormir o dia todo como antes, seu rosto está péssimo. - diz minha avó.
- Tchau Carol. - digo saindo do carro.
Quando vejo o rosto de Kate olhando pra mim, ela está boquiaberta. Caminho até ela.
- Vamos? - pergunto.
- Claro, madame. - ela diz.
Ela tira meu casaco dentro da casa e então tiro os óculos que tinha colocado antes de sair do carro. Vamos direto ao meu quarto, preciso de Amêndoa.
- Como foi? - diz Kate entrando atrás de mim.
- Foi normal, preciso dormir.
- Acho que normal não é Bem que eu usaria se eu passasse uma noite com sua avó.
- Kate, ela é normal. Ela não fez nada de anormal a noite toda.
- Fico feliz. Que casaco é esse? Você parecia uma madame.
- Caroline me deu. - digo deitando e pegando Amêndoa.
- Tomou banho lá!
- Sim.
- Mas e a calsinha? - diz Kate rindo.
- Saímos para comprar algumas coisas.
Mal termino de falar isso é alguém bate a porta.
Kate abre e então dois mordomos entram de cabeça baixa em direção ao closet carregando muitas sacolas. Tinha até esquecido.
Kate olha com a mão no rosto e então fecha a porta falando algo para eles quando eles saem.
- Nossa, sua avó te mima muito.- ela diz rindo. - Louis Vuitton, Prada, Lanvin, Chanel, Jimmy Choo, Cartier, Gucci, Hermés Paris e até mesmo Christian Dior!! - ela da um gritinho no último mês fazendo rir.
- Só uns mimos. - digo pegando o celular e tirando foto das sacolas que Kate trouxe para cima da cama para ver. Mando a foto para Cleo que pira me falando que ela quer pelo menos uma bolsa da Louis Vuitton.
Não entendo por que a marca modifica algo? Caroline não parece querer nem um café espresso se não for de uma marca famosa.
- Meu Deus, que jóias, que sapatos, acho que vou pintar. - diz Kate.
- Eu sei - digo sorrindo - Tudo ideia da minha avó.
- Okay, talvez Caroline não seja tão monstro assim, vocês devem ter gastado uma fortuna, algo que eu nem poderia imaginar.
- Kate para de pensar nessas coisas.- digo me espreguiçando.
- E essas camisolas da Chanel ? Não sei porque uma garota de 15 anos deveria usar algo tão provocante, com quem você vai transar?
- Minha avó diz que uma mulher deve estar linda para ela mesma, mesmo que for dormir sozinha. - digo repetindo as palavras de Caroline.
- E gastar o preço de um carro em lingeries?
- Ela pode Kate, e não tem como discutir com uma mulher com milhares de cartões de crédito. - digo.
- Eu nem imagino como é estar dentro de lojas assim.
- É chato. Prefiro lojas de departamento, mas se minha avó souber ela me mata. - nos duas rimos.
- Seu tio saio cedo antes que me pergunte.
- Eu ja imaginava. - sinto que ele está me ignorando, mas guardo só para mim.
- Kate, me ajuda a fazer uma mala pequena para levar para a casa da minha avó amanhã?
- Vai voltar lá? - Kate parece triste.
- Vou me arrumar para a festa lá.  Na mala eu quero levar, lingeries, a maquiagem que comprei, os perfumes e algumas roupas leves e um dos vestidos sociais que compramos lá.
- Ta bem. - Kate pega uma mala preta e coloca as coisas que pedi.
Alguém bate na porta e então Kate pede que entre.
Vejo Max como se fosse um sonho, não sabia que ele viria se não teria me arrumado mais. Max está com uma camiseta escura, cabelo cortado e barba por fazer.
- Coraline, tudo bem? - ele pergunta
- Eu to bem, e você?
- Eu to bem, estava com saudades. - ela diz me deixando sem graça.
Kate guarda rápido as lingeries e as coisas dentro do closet e eu me levanto.
Kate sai do quarto me deixando sozinha com Max. Seu cheio é forte de perfume, eu gosto.
Ele se senta ao meu lado na cama.
- Se sentindo bem mesmo? Alguma dor?
- Talvez na cabeça. - digo meio sem graça. Droga, é o Max, por que me sinto assim?
- Você está muito bonita. - ele diz sorrindo me deixando meio sem graça, mais sem graça.
- Obrigada.
- Vamos passear?
- Claro, só deixa eu me arrumar. - digo me levantando.
- Ta bem. Nossa, quantas sacolas, Lúcio saio para fazer compra com você? - ele diz.
- Não, minha avó. Dormi na casa dela ontem.
- Caramba. - ele diz.
Coloco uma calça de moletom e uma regata dentro do closet, claro, deixo o cabelo em um coque e coloco um tênis leve.
Quando abro a porta do closet Max está em pé na minha frente.
- Vamos? - ele me oferece o braço.
- Vamos. - digo pegando em seu braço.
Eu e Max saímos andando e conversando por ai. Ele me levou aos estábulos, onde tem três cavalos. Um pintado, um branco e um preto.
- Imagino que meu tio nem vem aqui. - digo.
- Bom, não sei, mas para manter três cavalos eu acho que ele vem sim. Afinal, é um ótimo jeito de conquistar uma mulher. - diz Max rindo.
Mas em mim doi.
Passo a mão no cavalo pintado enquanto Max me observa.
- Fica tranquilo, não vai acontecer nada. - digo.
- Se você se machuca seu tio me joga nu nessas florestas e me caça.
- Você tem uma mente bem sombria. - digo.
- Como tem passado os dias?
- Como antes. Dormindo, lendo, vendo TV.
- Mas agora você sai.
- Sim, com Caroline.
- Como foi com ela?
- Foi legal até, uma experiência diferente.
- Imagino que sair por aí torrando dinheiro deva ser bem terapêutico. - ele ri.
- Para de debochar. - digo meio brava então ele para.
Max está encostado em uma das cocheiras, parece bem mais atraente que antes, mas isso não faz efeito em mim, porque não tem como ninguém superar Lúcio.
- Você tá estranha. Sabe que pode me contar qualquer coisa não é?
- Sei, eu só não dormi bem a noite.
- Você disse que gostou de estar com sua avó.
- E gostei, mas eu não dormi bem.
- Tem visto Rachel?
- Não, na verdade ela sumiu. - digo estranhando.
- Estranho. Sabe, ouvi as empregadas fofocando que Rachel é apaixonada pelo Lúcio, olha só. - ele diz rindo.
- Está com ciúmes? - digo com um pouco de raiva.
- Não, eu não tenho nenhum interesse em Rachel, muito menos em Lúcio. - ele ri e se aproxima. - Meu interesse é em outra pessoa. Uma moça que conheci.
- Que bom. - digo focando totalmente no cavalo que esta recebendo meus carinhos.
- Ela é bem timida, muito bonita, só que está presa em um enorme castelo protegido por um dragão muito cruel. - ele diz sorrindo.
- Não consigo entender o que está falando. - digo olhando confusa.
- Sabe Cora, eu não pretendia dizer isso a você, mas eu não consigo parar de pensar em você nem mesmo quando estou trabalhando. - ele diz. Fico meio perdida sem saber como reagir ao que ele disse. Recapitulando: Ele gosta de mim?
- Diz alguma coisa. - ele diz com a voz aveludada.
- Eu não sei... - digo.
- Sabe, quando seu tio me chamou eu pensei em recusar. Eu nunca fui muito com a cara dele, sempre achei ele arrogante. Mas então quando te vi deitada na cama, tão delicada, parecia um fantasma, uma miragem, eu aceitei, por você. Eu cuidei de você desacordada durante um tempo, e teve horas que eu só ficava sentado te olhando. Eu queria tanto te beijar, mas eu nunca fiz, nunca faria isso sem sei consentimento.
- Maxell.... - Chamo tentando assimilar as informações.
- Eu sei. Você está sofrendo muito, e eu respeito isso, eu só queria que soubesse.
Ele se aproxima de mim e olha no fundo dos meus olhos e passou a mão no meu rosto. Sua respiração quente fica mais perto e eu me sinto paralisada. Ele vai me beijar eu sei disso, mas eu quero?
Enquanto penso Max encosta seus labios nos meus produzindo um choque no meu corpo. Empurro de leve seu corpo pra trás, não é como o beijo de Lucio, é bom, mas não é ele.
- Eu estou confusa.
- Sinto muito.  Eu entendo. - ele diz.
- Obrigada. - caminho para longe de Max, ele não me segue, só me faz uma última pergunta.
- Cora, só me responde uma coisa...
Me viro para olhar pra ele, eu lhe devo isso.
- Seu coração já tem dono?
- Ele ainda está sendo reconstruído Max. - digo e então o deixo ali.
Por que a vida tem que ser assim? Uma pessoa legal e bonita gosta de você, mas você não consegue gostar dela porque gosta de um que não liga pra você. Caminho de volta para a mansão sentindo como se eu tivesse feito algo errado e me sentindo aliviada por isso.
Entro na mansão pela porta da cozinha. Os empregados estão pra lá e pra ca como de costume. Me sinto invisível perto deles, pois cada um tem algo a fazer e eu fico perdida.
Então ouço alguém me chamar, sinto medo por ser Max, mas não é, é o Matt.
- Cora, como se sente? - ele vem ate mim, me sento na bancada da cozinha ignorando o fato de ter umas cinco pessoas aqui além de nós.
-  Bem, me desculpa por te assustar ontem.
- Tudo bem, eu sei porque aconteceu aquilo e eu sinto muito.
- Tudo bem. - digo olhando para a mesa cansada de sentir tanto.
- Cadê o médico que vi saindo com você?
- Ele teve que ir, teve uma emergência.
- Você parece bem triste por isso.
- Gosto da companhia dele. - digo o que nao deixa de ser verdade. Fico triste por ter que ter saído.
- Ele é bem bonito.
- Se quiser eu apresento vocês. - digo.
- Ah, eu já tenho namorada. Nao vai rolar.
- Como vai sua namorada?
- Ela vai bem. Contei da nossa pequena aventura e ela está ansiosa para conhecer você. Você tem saído muito em jornais ultimamente. - ele diz me olhando. - Na verdade, ela tá ansiosa pra saber se vai estudar conosco.
- Acho que não vou não. Minha avó quer me mandar para uma academia na Alemanha.
- E você quer ir?
- Acho que sim. - principalmente para ficar longe de Lúcio.
- Vocês ricos. - ele revia os olhos.
- Vou subir Matt, quer vir?
- Se seu tio me pegar no seu quarto ele me mata. Ele pediu para a governanta dar a maior bronca na minha mãe.
- Sinto muito. Mas a governanta não é a Kate?
- Era, agora é outra. - ele susurra. - Ela está bem ali.
Ele aponta para uma mulher velha e magra olhando duas empregadas e conversando com elas.
- Não gostei dela. - digo.
- Ela é uma vaca. Vive enchendo o saco, se acha a dona. Ela só não fala assim com a Kate que agora virou sua secretaria particular, ou babá, como preferir.
- Cala a boca Matt. - digo rindo. - Vem comigo, preciso conversar. - digo.
- Okay. 
Subimos as escadas até meu quarto e então eu me sento no umbral da janela, e ele em uma poltrona.
- Ja cheguei a comentar que seu quarto é maior que a minha casa?
- Acho que sim.
- E olha que a minha casa não é pequena. - ele ri.
Seu cabelo ruivo reluz com a luz do seu nublado. Pego uma manda e jogo sobre meu corpo.
- Sobre o que precisa conversar?
- Matt... Você ama sua namorada?
- Cora, amor é algo muito forte. Eu gosto dela, mas não a amo, não ainda sabe. Por que? Você acha que ama alguém?
- Não. Só fiquei curiosa porque ouvi uma das amigas da minha avó falando sobre. - minto.
- Falando sobre o que?
- Que ela esta apaixonada por um cara que não dá a mínima pra ela e ao mesmo tempo tem um cara maravilhoso atrás dela, mas ela não gosta dele.
- Bom, isso acontece com toda a mulher eu acho. - ele diz.  - Eu sempre fui o idiota que gostava da garota que sempre gostava de outro cara. - ele diz baixo.
- Eu não entendo essas coisas. Parece tão injusto sabe?
- Imagina para o cara que ve a garota que ele gosta apaixonada por um idiota? É pior, porque ele é legal com ela e mesmo assim ela prefere o cara que trata ela mais ou menos.
- Nossa, você só piorou tudo. - digo rindo.
- Bom, é um daqueles assuntos que podemos discutir pra sempre, mas nunca vamos entender. Enfim, você viu sobre todos os assassinatos?
- Eu vi sim. O que eles andam falando disso no seu colégio?
-  Que esse cara é tão bom que nem o FBI pega ele. E as garotas estão com medo, várias delas estão faltando. Mas sabe, Seattle é grande, tem tantos clubs e boates, não sei se esse cara vai querer matar em meio a colegiais.
- É porque você é homem, ele não vai atrás de homens. Não teme por sua namorada?
- Ela pintou o cabelo de loiro. Ficou meio estranho, mas é melhor do que ela morrer esfaqueada por ai. Não sente medo? Afinal, você é bem do jeito que ele gosta.
- Eu estou, mas Lúcio me garantiu que nada vai chegar perto de mim.
- Os boatos de que seu tio vai contratar mais seguranças e verdade?
- Sim. Ele vai contratar ex soldados do exército.
- Tudo por sua causa? Caramba, quem diria que esse cara se importava mesmo com alguém além dele.
- Não sei porque pensam tão mal dele.
- Ele é arrogante e mimado mesmo sendo muito inteligente e quase todas as empregadas caindo de amores por eles. Sabe o que eu ouvi Anne dizer outro dia? Que queria que a vida dela fosse igual os livros que ela lê e queria viver um amor intenso com Lúcio.- ele diz rindo.
Eu ja nem ligo tanto. Parece que todas querem Lúcio.
- Não acha engraçado?
- Desculpa, eu perdi meu senso de humor quando voei pra fora do carro. - digo e ele para de rir ficando sem graça.
- Sabe, acho que você sendo sarcástica com a coisa horrível que te aconteceu é um sinal de que está superando.
- Quem precisa da Rachel quando se tem você né? - digo e ele volta a sorrir.
- Do que eu tenho uma coisa que seu tio quer bem longe de você.
- O que seria?
- Meu charme.
Dessa vez dou risada de fazer barulhos estranhos. Matt ri também.
- Bom, pelo menos te fiz rir. - ele diz com o rosto vermelho. - Cora, sabe o que falta aqui? Música.
- Ah, faz uns dias que nao escuto, sla, perdi a vontade.
- Você precisa. - diz ele levantando e indo até a TV. Matt conecta seu celular na TV e depois escolhe uma música.
- Vou escolher uma música bem dramática para a gente dançar como nos filmes quando o amigo quer melhorar o estado de humor da amiga. - ele diz.
- Tá bem.
Matt coloca uma música na TV e fica alto o suficiente. O nome da música é Closing time de uma banda chamada Semisonic.
A música começa calma mas quando chega no refrão chega me arrepiar. Matt vem em minha direção sorrindo e segura uma das minhas mãos me puxando para ele.
- Vamos aumentar seu astral. - ele diz me segurando pela cintura, fico meio dura, não quero estragar essa amizade também.
- Calma Cora, relaxa. - ele diz.
Ele segura minha cintura e eu coloco os braços envolta do seu pescoço e então nós só ficamos balançando de um lado para o outro, mas é divertido. Ele me gira devagar e me traz de volta pra ele e sorri quando me vê sorrir. A cada momento que os minutos vão passando me sinto mais relaxada e menos timida, mas a música só tem 4 minutos, então acaba.
- Quer outra? - ele pergunta.
- Sim.
Ele coloca outra música que é só acústica e é uma mulher quem canta. Olho para a tela da TV pra ver quem canta e vejo o nome da música Fly, da Meadowlark.
Não conheço a banda, mas gosto da voz da menina e do som do violão.
Volto a segurar em seu pescoço e dessa vez eu encosto a cabeça em seu ombro. Não quero que esse momento seja romântico, quero apenas que seja diferente dos dias em que eu durmo. Matt apóia sua cabeça em meu pescoço me deixando tranquila. Não quero que nossa relação se complique como com o Lúcio e o Max. Tiro meus braços de seu pescoço e abraço sua cintura. A música é calma, eu nem presto atenção quase no que ela fala, eu só descanso, descanso de tudo que bem acontecendo, dos pesadelos, das mortes, da paixão, da culpa. Matt me aperta me fazendo sentir segura, o sentimento é diferente de quando estou com Lúcio, eu ligo mais pra mim do que para o Matt, ja quando estou com o Lúcio, eu só penso nele.
A música acaba e eu me separo de Matt.
- Vamos ouvir uma música pra cantar agora. - ele diz.
Ele coloca uma música do Marron 5 - Never Gonna Leave This Bed.
Eu conheço a música ela é antiga um pouco.
Matt começa a canta-la e sua voz é bonita. Ele pega a minha mão e me gira devagar me fazendo rir.
- Canta! Você não conhece?
- Eu não canto. - digo e a lembrança de Cleo e eu cantando feito loucas vem em minha mente.
Me mexo sozinha e começo a cantar baixo, me desrraindo do tempo lá fora, da atuação aqui dentro, canto a música como eu cantava wuando estava com Cloe e é divertido, sinto algo que se parece com o que ei sentia antes de tudo.
Fico de costas para Matt e canto e ouço ele cantar, sua voz é linda me faz pensar que ele deveria ser um cantor profissional.
Matt coloca uma música de uma mulher que começa a cantar acústica também, me faz sorrir.
- Preciso me sentar. - digo.
- Claro. - ele diz me ajudando a sentar.
Ele abaixa o volume e se senta comigo.
- Queria ver um pouco disso em você, você parece sempre tão triste.
- Não é fácil... - digo.
- Sei que não, mas pelo menos você ta aqui, tira algum proveito disto. Mesmo que seus pais não estejam mais aqui, que esse não seja seu país, esta não seja sua casa e eu não seja sua melhor amiga, mesmo que Lúcio e Caroline sejam estranhos, tire proveito de algo nisso tudo. - ele diz de forma séria e inspirada.
Fico um pouco emocionada, mas escondo.
- Obrigada pela ajuda amigo. - digo e ele sorri.
- Sabe que horas seu tio vai chegar? Não quero que ele me pegue aqui. - ele diz rindo.
- Calma, não acho que ele va chegar. - lembro que Lúcio está me ignorando.
- Pergunte a ele.
- Não, não vou mandar mensagem pra ele. Qualquer coisa você se esconde no meu closet ou pula a sacada.
- Ta achando que eu sou o que? Atleta? Eu tenho até medo de altura, nem vem. - ele diz rindo.
- É isso ou enfrentar meu tio.
- Você sabe ser convincente. Okay, você nem precisa empurrar, eu pulo. - ele diz me fazendo rir.
- Que exagero.
- Exagero nada. Você sabia que rola boatos que tem uma sala de taxidermia aqui nesta casa? Do tempo que seus tataravós caçavam nesses bosques. As mas línguas dizem que hoje em dia é um laboratório em que seu tio faz experiências para relaxar.
- Que bobagem. - digo, mas no fundo isso não é tão bobagem.
- Seu tio tem cara de Victor Frankenstein vai. - ele ri.
- Vamos parar de falar dele. - digo me deitando.
- Okay, sobre o que vamos falar? Quer marcar um próximo tur pela casa?
- Não sei, não conhecemos quase nada. Tenho certeza que os quartos interessantes são mais escondidos.
- Se você conseguisse discutir onde está a planta da casa. - diz Matt me mandando uma indireta.
- Lúcio nunca me diria. Por ele eu deveria ficar presa no quarto sempre.
- Tenta outra pessoa afinal você é patroa aqui também.
- Sabe para quem eu poderia perguntar?
- Pergunta para o Jeremy, ele trabalha aqui a mãos tempo do que eu e você temos de vida. Acho que ele viu a sua avó um pouco mais velha que você só.
- Nossa.
- É, ele cuida das coisas desse lugar. Quando tem algum problema é com ele que todo mundo fala.
- Vou procurar ele. Mas acho que ele não vai me falar algo, se ele conhece tão bem Lúcio sabe que ele é controlador.
- Talvez ele também não goste muito da família Hastings.
- Como assim também?
- Calma, as pessoas gostam de você, mas sua avó é difícil de aguentar vai.
- Não acho. É só o jeito dela.
- Jeito de bruxa, jeito de megera.
- Fica quieto vai Matt. - digo revirando os olhos.
- Sabe o que ela me disse uma vez? Que eu era uma junção de batata com cenoura que deu errado.

Começo a rir cada vez mais alto depois que Matt fala isso. Ele fica vermelho e ri também, mas eu rio ate minha barriga doer. Limpo as lágrimas fe tanto rir e volto a me recompor sentando na cama de novo
Matt vai embora várias horas depois, quando Kate vem me deixar o almoço. Eu insisto para que Kate não fique no meu pé o dia todo, sei lá, eu me sinto estranha quando ela quer passar o dia comigo. Não é que eu não goste dela, ela e o Matt são meus melhores amigos aqui, mas Kate é mais velha e ela vive querendo me dar sermões como a minha mae fazia.
Tomo um banho pego meu caderno de desenho e um cardigan azul escuro de bolinhas amarelas claro.
Resolvo voltar a ouvir música, pego meus fones é coloco Never Stop - SafetySuit pars tocar. O vento ainda continua forte, mas não vai chover, talvez só a noite e eu precisava sair.
A música é dramática, mas quando ando confusa ultimamente, não ligo muito. Me sento em uma mesa de pedra no bosque e penso no que desenhar. Nunca fui muito de palavras e sim de desenhos, meu caderno é como se fosse meu diário.
Começo a desenhar sem pensar muito no que estou fazendo, só no que estou sentindo.
O som da música abafa o som do vento forte la fora, o que em meu cabelo solta deixando ele revolto. Sinto uma lágrima cair de meus olhos, uma lágrima solitária. Mesmo estando animada mais cedo eu ainda sinto um buraco aqui e eu não sei o que fazer para acabar com isso. Faço cada traço perfeitamente como eu lembro é como eu vejo.
Queria que alguém me dissesse o que esta havendo comigo, queria que tudo isso fosse mais fácil. Queria ter me apaixonado por um garoto do Colégio, nos poderíamos sair para tomar sorvete, ir ao cinema, afinal, quantos filmes que eu queria ver ja não estreiaram?
Eu deveria parar de me lamentar, até quando pretendo ficar assim? Lamentando por algo que não vou ter. Talvez eu deveria morar com a minha avó. Ela é estranha, mas é mulher e me deixaria mais liberta. Término o desenho e então o vejo, seus olhos sombrios, sua boca, seu cabelo bagunçado.
Deus, o que está havendo comigo? Eu o quero tanto.
Ele está com um de seus ternos e não está sorrindo, como sempre.
Ele é meu tio, ele é meu tio.... Tento pensar, mas eu não sinto assim. Não sinto como se ele fosse minha família apesar de não tira-lo da cabeça.
Olho em volta e vejo a copa das árvores se mexendo pra lá e pra cá, e não muito longe tem uma joaninha lutando para chegar até um lugar seguro. Penso que talvez ela estivesse como eu então coloco um dedo para ela subir e depois a deixo perto da raiz de uma das árvores, protegida.
O mundo parece mais interessante aqui, verde, intacto, a natureza é totalmente protegida aqui.
Tento desenhar o bosque a minha frente do jeito que eu queria que ele estivesse esse agora. Lúcio disse que acharia tempo para me trazer aqui, mas acho que agora ele nem pensa mais nisso.
Acho que não vou vê-lo tao cedo já que eu acabei passando dos limites e agora não tem mais volta, não tem como fingir que não aconteceu. Ele vai me ignorar até eu fazer 18 e poder viver minha vida, eu faria isso.
Verdade, ele vai viajar e acho que agora sem pressa para voltar.
Mesmo com o fone ouço um barulho forte no meio das árvores como se algo tivesse caído. Penso em olhar o que é mas o medo ou o vento gelado gela minha espinha me deixando paralisada.
Não é nada, com certeza.
Volto a me sentar, mas dessa vez fico mais atenta tirando um fone de ouvido para escutar melhor as coisas ao meu redor.
Não demora para que eu ouça outro barulho. Me lembro da noite em que Lúcio matou aquele animal, me pergunto, que animal era? Não consigo me concentrar então decido voltar. Me levanto devagar, logo em seguida escuto outro barulho como de galhos se quebrando ao serem pisados. O vento sopra forte, o barulho da copa das árvores é forte, faz quase inaudível os outros barulhos. Olho as árvores então saio andando lentamente para fora do bosque.
Respiro fundo o ar forte bagunçando todo o meu cabelo impossível de arrumar. Sinto meu coração começar a bater rápido, me controlo, não tem porque se assustar.
Olho para os lados, mas é quando sinto algo cair nas minhas costas que eu grito e sinto o ar sumir dos meus pulmões. Olho pra trás para instintivamente ver o que é, mas não era nada, só um frito de um das árvores. Já assustada volto a passos mais largos para a mansão.
- Coraline... - ouço alguém chamar, uma voz que eu não reconheço.
Começo a correr ja vendo pedaços da mansão, mas antes que eu saisse do bosque sou puxada de volta para dentro do bosque.



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