1. Spirit Fanfics >
  2. Coraline >
  3. 27

História Coraline - 27


Escrita por: Bella56

Capítulo 28 - 27


Fanfic / Fanfiction Coraline - 27

Sinto como se meu mundo tivesse desabado. Por que essas coisas acontecem comigo? Acho que deveria ter uma cota de coisas ruins por ano.

Cloe toca o piano, algo que eu sempre amei, mas é interrompida por batidas na porta. Ela olha pra mim, quer saber se eu vou abrir. Eu não quero, e a porta é bastante grande e forte, pode segurar quem for lá fora. Então um arrepio passa pela minha coluna, e se for a pessoa que tentou entrar pela sala?

Ouço mais batidas na porta. Se fosse o Lúcio ele já estaria aos gritos, Kate estaria me chamando.

- Procura a passagem. - digo para Cloe.

Começamos a mexer nos livros na estante, nas estátuas encima da lareira, no quadro da minha família e então vejo uma saliência nas pedras que dá lareira.

- Amiga, e se for seu tio?

- E se não for? - digo. - E eu não sei se consigo falar com ele agora.

Pressiono a pedra saliente e então uma passagem se abre dentro da lareira.

Não fico pensando no quão louco isso é, eu só entro.

- Detesto esse lugar. - diz Cloe.

- Também odiei. - digo.

- Pra que eles tem isso ein?

Fecho a porta e escuto um click. Só tem como abrir por dentro, por fora, você tem que achar a fechadura escondida.

- E agora? Não da pra ficar brincando de gato e rato com seu tio pra sempre. - ela diz.

- Se soubesse o tamanho desse lugar, saberia que se eu não quiser ve-lo eu posso prolongar isso por muito tempo. - digo.

- Até ele colocar todo mundo atrás da gente né. Eu nem quero imaginar a bronca que ele vai te dar. - ela diz.

Andamos devagar até achar outra porta. Giro a maçaneta e então entramos na garagem, ótimo.

- Puta que Pariu, quanto carro! - diz Cloe. - Pra que tudo isso? - ela pergunta espantada.

- Eu não sei. O painel de chaves é bem ali. - digo apontando.

- Amiga, quantos carros tem aqui? - ela diz me seguindo.

- Não sei. - digo.

Abro os portões da garagem.

- Se prepara pra correr. - digo.

- Por que?

- Porque eu vou ter que apertar pra ele fechar antes de sair.

Quando ele se abre, Cloe ja passa, então aperto pra fechar e saio correndo.

Assim que saímos a levo até os estábulos.

- Eu nem quero mais falar sobre o quanto esse lugar é estranho e enorme, parece o instituto Charles Xavier. - ela diz.

- Será que a gente encontra o jato? - digo passando a mão em um dos cavalos.

- Eu tenho medo disso. Sabe, aquele laboratório parece um lugar para experiências. - ela diz.

- Eu não quero pensar nisso. - digo.

Ficamos ali por um tempo até que o nó na minha garganta e a dor no meu coração sumisse.

Meu celular apita, vejo que é uma mensagem de Max. Pelo jeito ele descobriu sobre a Rachel.

Ele fica com medo por mim, pede para que eu diga a ele tudo que estiver acontecendo. Eu conto, por cima.

Voltamos quando a Cloe já estava morrendo de fome, eu ja não sinto mais fome.

Entramos pela cozinha, Matt está ajudando a mãe a organizar.

- Oi meninas. - ele diz calmo.

- Oi. - nós dizemos.

- Estão com fome? - a mãe dele pergunta.

- Sim. - digo.

- Kate está louca atrás de você porque você não apareceu pra almoçar. - diz a mulher rindo.

Eu não sorrio, só Cloe sorri.

Ela esquenta comida pra gente, Matt conversa com Cloe quando percebe que eu não tô afim.

- Amiga, vou subir. - digo.

- Tá, eu já vou. - ela diz.

Digo tchau ao Matt e subo as escadas. Sinto medo de andar pela minha própria casa.

Entro no meu quarto e fecho a porta, me deito na cama e durmo.

Acordo ao ouvir meu nome e mexerem no meu corpo. Abro os olhos ainda nublados. Sei quem está do meu lado só pelo cheiro.

- Que horas são? - pergunto com a mão na cabeça.

- Umas 18;30. - ele diz.

- Me disse que ia chegar tarde. - digo.

- É, eu disse. - ele diz frio.

Viro de costas pra ele e deito de novo.

- Você ouviu não é? - ele diz.

- Sim. - sinto a tristeza em meu corpo.

- Temos que conversar sobre isso. - ele diz.

- Por que não me contou quando aconteceu? - pergunto sem virar.

- Porque não faz sentido Cora. Você ainda é muito nova, não tem que se preocupar com esse tipo de coisa. - ele diz sério.

- Você só me vê assim não é? - digo me levantando abruptamente com raiva. - Nova, como criança, incapaz de aguentar qualquer coisa. Mas eu não sou assim Lúcio, e eu tô cansada de você me tratar desse jeito. - digo brava.

Ele me olha sério, ele não arregala os olhos, não sorri, não parece bravo, ele só me olha.

- Converso com você quando estiver mais calma. - ele diz.

- Que seja. - digo brava. Me levanto e vou o mais distante dele que eu consigo. Vou para o banheiro.

Eu cansei dele me escondendo coisas o tempo todo e depois eu tenho que ficar escutando coisas picadas por ai. Ai ele leva um tiro e eu nem sei porque isso aconteceu, e se ele morrer?

A ansiedade me consome só de imaginar ele sendo morto. O que eu faria? Me sinto culpada por estarmos assim, mas não posso controlar.

Respiro fundo e sento no chão.

Ele me deixa maluca.

Ouço meu celular tocar no quarto então saio.

- Alô. - digo.

- Como está? - pergunta Caroline.

- Meio estressada. - digo.

- Quer sair? - ela pergunta.

- Quero.

- Te pego em uma hora. Esteja pronta.

Procuro Cloe pela casa com medo de topar com o Lúcio. O bom dele é que ele desaparece quando brigamos.

Encontro a Cloe conversando com o Matt na cozinha, eles parecem bem íntimos.

- Oi. - digo. Os dois se assustam..

- Cora, já acordou? - pergunta Cloe se levantando.

- Não. Tô la ainda. - digo indo pegar água.

- Ha há ja engraçadinha. - ela diz revirando os olhos.

- Você ta bem? - pergunta o Matt.

- Eu to. - digo. - Cloe, minha avó vem nos pegar hoje para sair. Vamos? - digo.

- E o seu tio? - ela pergunta.

- Que se dane o Lúcio. - digo. Matt me olha curioso.

Não dou a chance para que ele faça perguntas, me despeço dele é subo.

- O que está acontecendo com você? - pergunta Cloe assim que entramos no quarto.

- Eu to estressada. - digo.

- Ainda com o seu tio?

- Para de chamar ele assim. - digo estressada. - Chama ele de Lúcio.

- Amiga, ele é seu tio e ter dormido com ele não muda isso.

- Ele é meio tio. - digo.

- É, mas tem o sangue da sua avó.

- É, essa aí não gosta de esperar, então começa a se mexer. - digo.

Tomo banho, troco de roupa e passo uma maquiagem leve.

Minha avó chega depois de uma hora, ela não entra, nós vamos até seu carro e entramos.

- O que faremos hoje? - pergunto.

- Uma social. - ela diz.

Agradeço por ter colocado uma das roupas que ela comprou pra mim. No fundo eu queria vir de moletom, mas eu conheço a Coraline, não da pra sair com ela assim.

Cloe nunca sai desarrumada, então ela está mais linda que nunca.

- Como foi o jantar com o sei tio? - pergunta minha avó.

- Foi normal. - digo.

- Saiu uma foto de vocês dois em uma revista importante ontem. - ela me entrega a revista.

Tem uma matéria falando sobre o Lúcio, de como ele é um solteiro cobiçado. A primeira foto é a que tiramos na festa. Eu ele e minha avó, a segunda, somos eu e ele quando saímos de moto pela primeira vez.

A matéria ressalta a sorte que tenho por morar com ele e diz "A nova herdeira dos Hastings não fica atrás no quesito beleza se tornando uma das 10 garotas mais cobiçadas dos EUA".

Reviro os olhos.

Que bobagem. Olho para a foto em que foi tirada na noite em que eu e o Lúcio saímos de moto e sinto um aperto no coração. Na foto ele está segurando o meu capacete e está falando comigo.

Não demonstramos nenhum afeto maior um pelo outro na foto, só estamos parados falando, mas eu sinto um aperto no peito.

Na outra foto ele está no meio, eu em uma ponta e Caroline em outra.

Os dois estão radiantes. Caroline sorrindo, Lúcio com aquele sorriso de cara mal dele e eu  com um sorriso tímido. Sua mãe está segurando em eu braço, mas ele está segurando em minha cintura.

Sinto um arrepio de novo ao lembrar. Ele foi tão legal comigo, por que está agindo dessa forma?

Acho que transar estragou tudo e foi eu quem insisti, eu estraguei tudo.

- Coraline! - chama minha avó como se já estivesse chamando a algum tempo.

- Oi? - pergunto.

- Onde estavam na segunda foto?

- Um restaurante. Nós saímos para comer.

- Vocês ficaram lindos na foto. - diz Cloe olhando a revista. - Impressionante como a Cora e o Lúcio fazem um casal bonito. - ela diz ora me provocar. Sinto maldade em sua voz.

Ela sorri pra mim, eu vou matar ela.

- Se meu filho cooperasse mais, eu poderia inseri-los mais no meio da sociedade. - ela lamenta. - A propósito, Cora, quando estra pronta para sair e ter encontros? - ela pergunta como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Não sei, por que? - pergunto sentindo meu rosto esquentar.

- Soube que o Príncipe da Dinamarca ficou encantado com você. - ela sorri satisfeita. - Poderia dar uma chance a ele.

- Por favor Carol, ele só foi educado. - digo

- Claro que não. Eu sei bem a diferença. Se não tivesse ficado grudada no seu tio a noite toda ele tiraria você pra dançar. - ela diz.

A conversa acaba por aí.

Minha avó nos leva para sua casa. Lá ela nos ajuda com a maquiagem e a colocar a roupa que ela pediu para trazermos.

Eu coloco um vestido preto curto e tomara que caia, meia calça e um sapato alto da louboutin também preto. Cloe ficou animada porque o estilo da minha avó é o estilo que ela quer pra ela, então ela colocou um vestido azul escuro com renda grudado no corpo e rodado depois da cintura, meia calça, e uma bota.

- Hoje vamos ter uma noite de garotas. - diz minha avó e então saímos.

Eu sei que o Lúcio ficaria P da vida se soubesse, mas eu não quero pensar nele agora.

Minha avó nos leva a uma festa cheia de pessoas ricas o que me deixa desconfortável. Assim que minha avó chega ela é bem recepcionada, um monte de pessoas vem ao sei encontro.

- Caroline Hastings, como você está linda. - diz um homem com a voz de mulher.

- Arthur, como sempre, perfeito. - ela diz. Ele beija sua mão.

- E essa é sua bela neta, não?

- Sim. - ela diz me apresentando. - Coraline, esse é um amigo meu, Arthur Falls. - eu sorrio pra ele quando ele sorri pra mim.

Fico meio sem graça por minha avó não dar atenção a Cloe, mas quando olho pra ela, ela já está se divertindo olhando para todos os lados, ela nem nos escuta.

Vou até ela enquanto minha avó conversa com outras pessoas. Aqui parece uma casa noturna, tem música alta, luzes, pessoas bonitas e elegantes dançando.

- Amiga, o que está fazendo? - pergunto a vendo um pouco distante.

- Acho que aquela ali é a Kim Kardashian. - ela diz animada.

- E daí?

- Eu gosto muito dela e da família dela. Eles arrasam. - ela diz.

- Vai falar com ela então. - digo.

- Claro que não. - ela diz. - Quem sou eu? Ta maluca. - ela diz.

- Que seja então, vamos voltar. - digo.

Ela olha mais uma vez para uma morena de longos cabelos pretos e olhos grandes, ela está com alguns amigos.

Fico um pouco deslocada nesse ambiente. Por que foi que eu quis vir mesmo? A é, para fugir dele.

Sinto alguém segurar meu braço de leve, penso ser a Cloe, mas quando olho para trás vejo um cara loiro de olhos verdes e pele levemente bronzeada me olhar.

- Qual seu nome? - ele pergunta chegando perto de mim. Olho para os lados e não vejo a Cloe. Maldita!

- Coraline. - digo.

- Que nome lindo. - ele diz sorrindo.

Ele não é feio, não é feio mesmo, mas talvez o jeito que ele me abordou, me deixou com receio.

- Obrigada. - digo soltando meu braço da sua mão.

- O meu é David. - ele diz.

Sorrio forçado pra ele e então vejo minha avó de longe conversando e rindo.

- Tudo bem. - digo. - David adorei te conhecer, mas eu tenho que ir, minha avó está me chamando. - digo.

- Nossa, acho que essa foi a desculpa mais dolorida que já me deram. - ele diz se encolhendo e depois rindo.

- Não, verdade. Ela está ali. - olho para a Carol e guio seu olhar.

- Ela é sua avó?

- Sim. - digo desconfortável e me afastando.

- Okay. - ele sorri. - Espero te ver outra hora Coraline. - ele da uma ênfase em meu nome que me deixa um pouco sem graça.

Saio de fininho e procuro a Cloe por todos os cantos, então a vejo do lado da minha avó olhando pra mim.

Vou até ela.

- Quem era aquele gato?

- David. Mas é tudo que eu sei. - digo.

- Deveria ter ficado com ele. - ela diz.

- Ainda não estou nessa Cloe. - digo.

Nos juntamos a minha avó por um momento e então, depois, nos fomos dançar. Dancei a noite toda, me senti até mais livre.

Dessa vez eu escolhi não beber mas Cloe bebeu e pareceu muito feliz.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...