História Corazón - Gastina (Em revisão) - Ice heart... no more?

Nina on

Já havia se passado quatro dias, tenho certeza                que papai e mamãe deviam estar muito preocupados, ainda abem que não estava com o celular, por que tinha certeza eu eles já teriam rastreado e me achado. Eu sabia que estava na hora de volta, só não estava com a mínima vontade para isso. Mas culpa me assombrava cada vez que pensava em mamãe e papai.

- Nico, eu quero ir embora -  Pedi.

- Sabia que diria isso, Nina mis cedo ou mais tarde.

- Acho que eu não deveria ter fugido.

 – Você acha? – Pedro zombou.

 – Agora não, Pedro . – Nico o reprendeu.

 – Eu vou embora.

- Eu te levo.

- Não, Nico.  Eu não quero que você se meta em confusão por mim.

 – Eu prometi cuidar de você, eu não gosto de quebrar promessas.

 Respirei fundo.

 – Tudo bem.

 – Boa sorte... – Pedro se levantou, caminhando até mim.

 – Valeu. – sorri o abraçando.

Eu sabia que estava na hora, precisava encarar meus problemas, mesmo só querendo desaparecer, me enfiar em um buraco e nunca mais sair de la, ou apenas deitar a cabeça no travesseiro e chorar até esgotar todas as minhas lagrimas.

Entramos no carro

- Preciso do seu endereço. – Nico pediu.

Passei meu endereço e ele colocou no GPS.

- Esta pronta? – Nico perguntou.

- Não- suspirei- Quer mesmo fazer isso por mim? – Perguntei apenas para ter certeza.

- Se eu for preso, você vai me visitar na cadeia? – Nico zombou.

- Não – ri sem humor.

Estava distraída olhando pela janela, então a imagem de Gaston e Xavi me vieram a cabeça, eu havia magoado não apenas um, eu havia magoado os dois, talvez as duas pessoas mais importantes da minha vida, eu não queria encara –los, ainda não estava preparada para isso.

- Nico, para o carro – gritei.

Ele esperou alguns segundo e parou no farol fechado.

- Acho que não quero mais voltar – abaixei a cabeça.

- Pense logo Nina, você tem exatamente quinze segundos - ele disse se referindo ao farol que iria abrir.

Fechei os olhos, a imagem de Gaston e Xavi passou lentamente, mas então veio o grande sorriso de mamaãe, e as piadas de papai, eu não podia fazer isso com os dois, os amava demais para magoa-los por uma crise boba de adolescente.

O sinal abriu.

- Tudo bem me leve para casa – o olhei decidida.

- Seu pedido é uma ordem – ele sorriu acelerando no farol.

- Nico – o chamei – Obrigada.

- Sabe desde a primeira vez que te vi indo embora travessando aquela porta, achei eu te esqueceria.

- E por que não esqueceu?

- Você era tão frágil, que seu choro ficou guardado em minha memoria. – ele murmurou – Parecia de vidro e que quebraria a qualquer momento, mas eu sabia que um dia você voltaria mas forte do que nunca.

- Acho que te decepcionei – ri sem humor.

- Não, Nina, olhe só você, nem chorou dessa vez – ele sorriu.

- Impossível chorar perto de você, Nico – sorri docemente.

- Eu sei – Ele me olhou convencido.

Em um piscar de olhos estávamos em frente  a minha casa, e eu só queria que tivesse demorado uma eternidade, ou que talvez o carro nunca chegasse.

- Esta tudo bem? – Nico me olhou preocupado.

E só ali pude perceber as lagrimas que molhavam meu rosto.

- Só não quero encarar meus problemas.

- Nina todos nós temos algo que nos assombra, mas precisamos levantar a cabeça e encarar isso de frente – ele sorriu.

- O que eu faço Nico? – supliquei.

- Siga seu coração Nina, ele é tão doce, tenho certeza que saberá o que  fazer – Ele colocou meu cabelo atrás da orelha e depositou um beijo em minha testa,.

- Obrigada, você é incrível – sorri admirada.

- Não eu não sou- ele abaixou a cabeça.

- Você me acolheu em sua casa, mesmo depois de eu ter te dado um chute no meio das pernas, que pessoa faz isso? – Ri.

- Talvez um louco – ele riu junto comigo.

- Não importa o que digam, lembre –se que uma certa pirralha te acha incrível – sorri beijando sua bochecha.

- Chega de enrolar, Nina esta na hora de encarara a realidade.

- Droga!

Nico pegou em minha mãe e me levou até a porta, tocamos a campainha, meu corpo tremia, e eu não conseguia parar quieta, tudo passava em minha cabeça, inclusive que mamãe poderia denunciar Nico.

- Oh Meu Deus! Nina – Mamãe quase gritou quando abriu a porta, ela me puxou para seus braços.

Encarei seu rosto, lagrimas secas, olhos vermelhos, grandes olheiras, ela estava acabada, naquela hora eu de conta do que havia feito e a culpa me atingiu em cheio eu me apertei no abraço de mamãe e chorei igual um bebe.

- Me desculpe – solucei.

- Nunca mais faça isso – Ele me apertou mais em seu abraço.

-Eu prometo mamãe, eu te amo – afaguei seus cabelos.

- Quem é ele? – mamãe perguntou me soltando e encarando Nico.

- Um amigo, ele me ajudou... – tentei.

- Quem te ajudar a fugir, não deveria considerado um amigo – Mamãe fechou a  cara.

- Me desculpe, ela estava muito mal, e  eu não sabia muito bem o que fazer – Nico coçou a nuca.

-Eu poderia te denunciar – Mamãe advertiu.

- Não mamãe por  favor, não – Supliquei.

Só então percebi duas pessoas me encarando do sofá da sala.

- o que eles estão fazendo aqui? – Perguntei.

Ambos se levantaram e vieram em minha direção, droga!

- Nina – Gaston me abraçou com um sorriso enorme, havia algumas lagrimas secas em seus olhos e percebi que eles ganharam brilho assim que  me viu. Não o correspondi ao abraço, eu não estava feliz em vê –lo.

- Que merda, você estava fazendo com ela, Nico – Xavi gritou.

Gaston me soltou, e todos os olhares se direcionaram para os dois, Espera Xavi conhecia Nico.

- Xavi – Nico falou entre dentes.

- Que caralho você estava fazendo com ela? Qual é o seu problema, Nico?!

 – Do que você está falando, cara? – Nico parecia perdido.

 – Você o conhece? – referiu-se à mim.

 – Sim, ele...

 – Ela é minha namorada! – berrou. – Onde vocês estavam? Espera, porque você estava com ele?! De onde você o conhece, Nina?!

- Eu não lhe devo satisfações – respondi.

 – Mas que droga estava fazendo com ela ?! – Voltou-se para o Nico outra vez.

 – Você não é meu pai, Xavi. Eu não lhe devo satisfações.

– Á partir do momento que você está com a minha namorada, você me deve satisfações! – gritou, indo para cima dele.

Gaston o segurou.

- Será que da para parar com isso? – Perida murmurou.

Mamãe me encarava, mais confusa que todos ali. Eu já não tinha mais noção do que estava acontecendo.

- Nico é meu amigo, ele me protegeu, diferente de você, então não pense que pode mandar em mim só por que é meu namorado, você não é nada mais além disso, não é meu dono – Berrei.

Xavi me olhou, com aquele olhar frio, que fazia todo meu corpo tremer, eu esperei suas palavras, mas nada saiu.

- Vem, você precisa esfriar a cabeça – Gastou segurou meus ombros.

Olhei para mamãe e ela assentiu, dando permissão para sairmos.

- Obrigada por tudo, Nico – sorri para o louro que estava na porta.

Ele sorriu abertamente e deu um aceno com a mão. Eu sabia que aquilo não significava um adeus e sim um até logo.

                                   [...]

- Esta aqui a quanto tempo?

- Eu vim todos os dias, ficava apenas sentado, encostado em sua porta – ele me olhou.

- Mamãe não abriu para você? – O encarei confusa.

- Sabe Nina, depois que você fugiu, a culpa me atingiu em cheio, uma vontade maior do que eu mesmo, me fez contar tudo a sua mãe, eu contei o quanto te machuquei, o quanto te humilhei, contei quantas te fiz chorar, ou as vezes que deixei roxos em seu corpo, eu não sei por que fiz isso, eu nunca me abri para ninguém, nunca quis aceitar ou entender meus sentimentos, mas, Porra Nina! Eu te amo e eu não aguentava mais a dor que estava em meu coração cada vez que pensava no que fiz com você, cada vez que seu choro ecoava em minha cabeça.

- G...Gaston – Tentei acalma lo, pois ele já arrancava alguns fios de seu cabelo.

- Eu cansei merda! Cansei de esconder sentimentos, cansei de fingir que não sinto nada quando na verdade eu sinto tudo, eu estou esgotado Nina, sua mãe me xingou, alguns dias que apareci na sua porta, ela quase me bateu, mas isso me fez bem, pois cada vez que ela me xingava ou tentava algum ato contra mim, eu me senti como você se sentiu todas as vezes que te machuquei, eu mereço isso e muito mais Nina,  – Ele suspirou – Só peço que por favor... – Ele fechou os olhos.

- Não peça para te perdoar – o olhei, enquanto meus olhos marejavam.

- Ontem eu cheguei, já esperando os gritos os xingamentos e as quase agressões de sua mãe, mas ela me surpreendeu, começou a chover, eu  ja estava encharcado,mas não said e sua porta, então ela me puxou para dentro, eu chorava no chão, enquanto ela chorava no sofá, e em um ato se surpresa, sua mãe me abraçou, ela me acolheu em seus braços, enquanto ambos estávamos destruídos

Ele suspirou pesado, enquanto enxugava algumas de suas lagrimas, o que era inútil já que muitas continuavam caindo.

 - Ela me perdoou Nina, só então eu percebi a mãe incrível que você tinha, eu nunca tive esse tipo de carinho, sabe, nunca tive uma mãe carinhosa...

- Me desculpe... – tentei me aproximar, mas ele se afastou.

- Talvez você não me conheça de verdade Nina, você acha que eu sou um babaca, idiota e todos os outros nomes que costuma me xingar, mas não sabe quem é o verdadeiro Gaston Perida, sabe eu sou muito mais do que o cara que transformou sua vida em um inferno.

Ele sorriu, mas não era um sorriso debochado ou vitorioso, era um sorriso, de dor, um sorriso tentando esconder o quanto aquilo o machucava.

Seus olhos transbordavam em lagrimas, pela primeira eu estava o vendo chorar assim de forma tão sincera, eu estava o vendo de um jeito que nunca havia visto, ele não era o Gastón Perida que importunava no colégio, ali eu percebi que ele era o Gaston Perida derretendo, quebrando o gelo de seu coração e preenchendo seu vazio, com sentimentos, sentimentos que transbordavam por seus olhos e atingiam em cheio meu coração.