História Corazón - Gastina (Em revisão) - Where's Gaston?

Nina on

Na semana seguinte, o Gaston não apareceu no colégio, ali que eu realmente me preocupei. Mas eu estava preocupada de verdade. Ele até que era de faltar, mas não daquela forma. 

Estávamos nos últimos minutos de aula da sexta-feira, Gaston não estava lá, assim como não esteve na quinta, nem na quarta, nem na terça, e nem menos na segunda-feira.

 Vi o Ramiro me encarar e percebi que ele queria conversar comigo. Quando o sinal bateu, ele veio na minha direção, assenti para o Xavi, que apenas saiu, nos deixando ali

– Gaston. – Ele disse. 

 – Isso – respondi –, como ele está? 

 – Eu não sei – respondeu.

– Onde ele está? 

– Espera... do que você está falando? 

– Você... você não sabe onde ele está? 

 – Não, Ramiro. Eu pensei que você soubesse. 

 – Esqueceu que não somos mais amigos.

E eu me preocupei mais ainda. Eu não fazia ideia de onde ele pudesse estar. Talvez ele apenas estivesse em casa e nós estivéssemos fazendo aquele drama todo por nada. 

 – Merda! – ele disse. 

– Você vai fazer alguma coisa depois daqui? 

 – Não, por quê? 

 – Pode me levar até a casa do Gaston?

Ele assentiu. 

 – Pode ser agora? – perguntou. 

 Assenti. 

Ramiro estava mesmo preocupado, quer dizer, eu nunca vi ele daquele jeito, nunca vi ele preocupado com alguém. 

 Peguei o celular e mandei mensagem avisando mamãe.

N: não precisa vir me buscar.

M: O quê? Por qual motivo? 

N: Depois eu te explico, não precisa se preocupar. 

M:  Está tudo bem? 

N: Sim, mãe. Quando eu chegar explico tudo. 

M: Tudo bem. Se cuida.

Entramos no carro. Gaston tinha que se considerar importante, até demais, já que eu e a Ramiro havíamos se unido apenas por ele, eu estava prestes à ir para a casa do Gaston, apenas para perguntar se ele estava bem, olhar em seus olhos, ver o que ele tinha para me dizer. 

 – Gosta dele? – Ramiro perguntou de repente.

- O quê? 

 – Gaston 

 – Ah – respondi –, não te devo satisfações. 

– Tão delicada quanto uma pedra. 

 Revirei os olhos, olhando pela janela do carro. 

– Você não pode dizer nada em relação à delicadeza. 

 – Touché.

Respirei fundo e parei em frente aquela casa, imóvel.

- Vai apertar essa porra logo, ou não? – Ramiro gritou.

- Vai a merda! 

Coloquei o dedo na campainha e a apertei. Não demorou muito para uma mulher abri-la. 

 – Ramiro... – sorriu fraco, parecia desanimada. 

- Quem é ela? – sussurrei.

- A única família de Gaston – Ele puxou meu braço – Licença só um minuto.

- Eu soube que sua família é complicada, mas quem é ela? 

- Uma empregada de anos, talvez a única que se importa com Gaston.

Abaixei o olhar, pensando na merda em que Gaston vivia.

– Voltamos– Ramiro sorriu – será que nós podemos falar com o Gaston? 

Ela riu fraco.

- Está tudo bem? – perguntei. 

 Ela me olhou e sorriu de lado, ainda desanimada. 

– Poderiam conversar com ele, caso ele estivesse aqui. 

 – O que quer dizer com isso? 

 – Ele sumiu. Eu não sei onde o Gaston está... 

Ramiro passou a mão pelo rosto. Eu fiquei parada, encarando o chão. Merda!

- Qual a ultima vez que o viu? – perguntei. 

 – A última vez que o vi foi na sexta-feira passada, antes dele ir ao colégio. 

 Olhei para o Ramiro, que me olhou no mesmo segundo. Sabíamos que tínhamos uma porcentagem de culpa.

Muito obrigada. Qualquer coisa, pode contar comigo – sorri fraco

  – Comigo também. – Ramiro sorriu fraco. 

 – Muito obrigada. Qualquer coisa eu aviso. 

 – Qualquer coisa, também avisamos. Ramiro falou - Só não me deixe desinformado – ele suspirou. 

– Até mais. 

 Ela assentiu, sorrindo forçado, fechando a porta à nossa frente.

- Merda! – ele disse, assim que a porta se fechou. 

 – Sabe onde ele possa estar? – perguntei. 

 – Não. Não faço a menor ideia. 

 Fiquei encarando o Ramiro, tentando encontrar uma solução. 

 – Qual é? – perguntou. – Eu não sou vidente. 

 – Quais lugares vocês costumavam frequentar?

- Devíamos perguntar a Matteo – respondeu. 

– E o que ainda está fazendo aqui? 

 – Quer ir junto? 

 – Não, não, Ramiro – ironizei. 

 Ele revirou os olhos, voltamos para o carro. 

N: Não sei que horas vou chegar em casa, mas não precisa se preocupar. Amo você.

Mandei para a mamãe, para que ela não se preocupasse comigo. 

Chegamos a casa de Matteo, que ficava bem próxima a casa de Gaston. Dessa vez Ramiro apertou a campainha.

- Nina – Ele sorriu – E... Ramiro? – Arregalou os olhos.

- Eai – Ramiro disse sem jeito.

- O que fazem aqui? 

- Gaston desapareceu. – Fui direta.

- Como desapareceu? – Ele não deu muita importância.

- Sei que não estão se falando, mas ele é seu melhor amigo e bom ele não apareceu a semana inteira no colégio. – Falei tudo rapidamente.

- Já foram a casa dele? – Ele sugeriu.

- Sim, ele também não estava la. – Abaixei o olhar.

- Vocês sabem como ele é, ama chamar a atenção – Matteo revirou os olhos.

- Matteo – O reprendi – É seu melhor amigo. – Olhei em seus olhos.

- Não é mais – Ele deu de ombros.

- Esta parecendo uma criança mimada – Bati os pés.

- Desculpe me intrometer, mas Matteo, Nina me perdoou, então porque não pode perdoar o Gaston.

Matteo soltou um longo suspiro e me olhou.

- Por favor,  Matteo, ele precisa de nossa ajuda, mais do que nunca. – sussurrei, suplicando.

- Tudo bem – Se deu por vencido – O que eu posso fazer por ele?

- Sabe de um lugar onde ele sempre gostou de ir? – Perguntei com esperança.

- Não – Ele abaixou a cabeça. – Gaston sempre foi muito fechado, era difícil saber o que gostava ou não.

- Eu te entendo, Perida sempre foi um mistério.

– E você conhece algum lugar que ele goste? – Ramiro me perguntou.

 – Não – respondi. 

 – Ah, que ótimo. – Ramiro ironizou.

 – Eu não tenho culpa. 

 – Não tem culpa? – riu com deboche. – Ele só fugiu por sua causa! E você ainda quer dizer que não tem culpa?!

- Como tem tanta certeza que foi por culpa minha? – Arqueei as sobrancelhas. 

Encarei Ramiro que apenas abaixou a cabeça, Matteo segurou em meus ombros respirando fundo.

 – O Gaston estava doente de amor, Nina Só você que não percebeu, eu nunca vi ele daquele jeito. Ele estava mesmo apaixonado, ele estava louco por você. Eu tentei falar com ele, mas não adiantou. 

 Matteo deu uma pausa me olhando.

-Ele não aguentava mais, precisava de um tempo, ele precisava respirar, se livrar daquele peso que estava carregando nas costas. E, por mais que você negue, eu sei que você sempre foi apaixonada por ele, eu sei o quanto esta sofrendo Nina.

Fiquei em silêncio. Será que estava escrito na minha testa? Não tinha outra explicação.

Eu estava acabada por dentro, eu precisava encontrar-me com o Gaston mais uma vez. Eu só queria sentir o seu abraço de novo. 

Sua frase ecoava em minha mente, ele estava tentando me dizer isso naquele dia, como eu simplesmente não entendi? Como eu não raciocinei? É claro, ele já devia estar pensando em fugir desde aquela droga de dia.

Talvez, ele não precisasse mais de mim, mas eu ainda precisava dele, precisava mais que tudo. Eu queria sentir o seu cheiro, ouvir a sua voz, tentar decifrar o seu sorriso.

 Eu precisava do Gaston, precisava dele como nunca precisei de ninguém. Era por ele que meu coração batia rápido, era por ele que eu sentia frio na barriga, era com ele que eu sonhava todas as noites, era o abraço dele que eu queria para me confortar.

 E era ao lado dele que eu queria passar os meus dias, era o rosto dele que eu queria ver ao acordar. De todas as formas possíveis, eu precisava do Gaston.

E talvez seja por isso que ele havia me deixado, ele havia quebrado nossa promessa, eu desejei que fosse assim, merda!

Ele me deixou porque eu não precisava mais dele, mas eu sabia o quanto ele precisava de mim, eu queria, eu necessitava o ver novamente, ou talvez enloqueceria, morreria de amor.

Como eu queria que o que a gente sente um pelo outro fosse forte o suficiente para te fazer ficar. Para te fazer me amar mais que tudo. Para te fazer ter coragem. Para te fazer permanecer ao meu lado quando o mundo ficar bagunçado ou trêmulo.

- Autor desconhecido