Nina on
Fim do castigo 17H40
Eu não sei explicar o que acontece quando estou perto do Perida, eu mudo, viro outra pessoa, é um sentimento maior do que eu mesma.
Gaston Perida me domina completamente, ele domina meu corpo, minha alma e o pior ou melhor de tudo, meu coração.
-Estão liberados, o diretor disse que ja podem ir para casa, mas não s esqueçam, estou na cola de vocês – Inspetor Robson abriu um sorriso intimidador.
-Vamos meu amor ? - Gastón segurou em minhas mãos.
-Sim - sorri.
Caminhávamos de mãos dadas enquanto a brisa atravessava levemente nosso corpo, algumas folhas secas rolavam no chão, quem nos visse daquela forma, não imaginava o que passamos para enfim estar juntos.
-Já escolhi a música que cantaremos no open - Gastón sorriu.
-Gaston, eu já disse que não... - tentei falar.
-Merda, Simonetti! Você vai cantar comigo e ponto final. - Ele quase gritou.
-Eu não vou, Droga!- Minha voz se igual a sua.
-Por que é tão teimosa? - ele me olhou.
-Por que quer tanto que eu cante? Você só vai ser motivo de piada se cantar comigo ao palco.
-Eu não ligo, você tem uma voz linda Nina.
-Você? Tem certeza que você não liga em ser piada do colégio? - o olhei desconfiada.
-O que umas piadinhas de mal gosto mudariam em minha vida, só um idiota sofre por isso.
Arregalei os olhos com suas duras palavras, afinal eu era a idiota que sofria com isso.
-Não acredito que disse isso - Minha voz já estava começando a ficar embargada.
-Não me referi a você - Ele tentou concertar.
-Se você não se lembra, algumas semana atrás eu era a idiota que você zombava Gastón - Gritei.
-Porra Nina! - Ele virou seu rosto em minha direção.
- Já disse para não usar essa frase para me xingar - Sussurrei
- Dane - se - Gastón estava irritado, como sempre ele continuava com seu pavio curto e completamente explosivo.
-Dane - se Gastón? Dane - se? - gritei indignada.
-Caralho, será que você não percebe que eu quero que cante pra todo mundo perceber que você não é a fracassada que mostra ser - Gastón gritou e suas palavras machucaram profundamente, como se tivesse enfiado uma faca em meu peito.
Ele pareceu se arrepender do que falou, pois passou a mão freneticamente no rosto.
-Merda! Eu... É... –
Eu já sabia, Gastón não consegue pedir desculpa, seu ego é muito grande para tal ato.
-Va a merda Gastón! - gritei e virei sentindo a brisa fria atravessar meu rosto, naquele momento percebi que não era só a brisa que estava esfriando, o coração de Gastón também.
-Nina, espera - o escutei gritar, mas não ousei me virar continuei correndo, o máximo que minhas pernas suportaram.
Cheguei em casa, segurando as lagrimas, as palavras de Gaston ecoavam em minha cabeça, eu sabia que era um erro ficarmos juntos, eramos de mundos opostos e isso nunca daria certo.
- Minha filha o que foi? – Mamãe me olhou preocupada.
- Nada mamãe, eu estou bem – fingi um sorriso.
- Não adianta mentir para mim, Nina – Ela me abraçou – Foi o Gaston não foi?
- N...não – Falei em meio as lagrimas.
- O que esse garoto fez Nina? – Mamãe insistiu.
- Já disse que não foi ele, mamãe – bati o pé cansada de tudo.
- Por tudo que eu descobri, eu percebi que só ele te deixa dessa forma.
- Talvez esse seja o efeito Perida – sussurrei para mim mesma.
- Sabia que esse garoto estava envolvido – Mamãe me olhou vitoriosa.
- Ta mamãe, foi ele – Desisti de discutir.
- O que ele te fez? – Mamãe perguntou com o semblante irritado.
- É só que... – respirei fundo – eu não sou boa o suficiente para ele – não consegui segurar as lagrimas, elas começaram a escorrer de meus olhos.
- Nina, a questão não é essa – Ela falou calmamente – A questão é que você é boa demais para ele – Ela abriu um sorriso confortante.
- Vou para o meu quarto, não quero ver ninguém hoje, por favor mamãe – Pedi, suplicando com o olhar.
- Tudo bem, Nina – Ela concordou – Mas lembre-se se a pessoa não te aceita da forma que é, então talvez ela não seja boa o suficiente para você – Mamãe sorriu.
Eu senti meu coração se aquecer com aquela frase, eu amava mamãe, apesar de me fazer passar vergonha, ela sempre sabia o que falar.
- Obrigada mamãe – sorri subindo a escada.
Gaston on
Merda mil vezes, eu havia exagerado com Nina, eu não tinha vergonha dela, mas ela como sempre, conseguiu me tirar do sério, libertar o meu demônio interior.
Precisava mês desculpar com ela de alguma forma, não podíamos acabar desssa forma algo que nem ao menos começou.
Enquanto pensava em mil em uma maneira de fazer ela me perdoar e voltar para mim, meus pés quase como automaticamente seguiram em direção a casa de Nina.
Respirei fundo, antes de tocar a campainha, me recordando eu a ultima vez que estive na casa de Nina foi para contar para mãe dela quem eu realmente era. Antes que me desse conta meus dedos já haviam apertado o botão.
Senhorita Simonetti abriu a porta toda sorridente, mas o seu sorriso sumiu quando ela viu que era eu a porta.
- O que faz aqui?
- Eu cometi um erro, senhorita Simonetti, e eu gostaria que a Nina soubesse.
- Não acha que comete erros demais Gaston – Ela falou rude, eu sabia que não havia me desculpado totalmente, ainda havia uma magoa.
- Estão tentando concerta –lo – Arrisquei um pequeno sorriso.
- Seria melhor se pensasse mil vezes antes de magoar a minha filha – Ela me fuzilou – Você não merece Nina.
- Ela esta? – Fui direto.
- Não, ela não esta.
- Pode dizer para ela que vim até aqui – cocei a nuca.
- Tudo bem – Ela respondeu com desdém – Boa noite, Gaston – Ela bateu a madeira em minha cara.
Merda! – sussurrei.
Nina on
Deitei em minha cama e senti meu celular vibrar, olhei a tela piscando e era Gaston.
Ignorei a primeiro toque.
Ignorei o segundo toque.
Não consegui ignorar o terceiro, desbloqueei.
Merda! – Praguejei por me render tão fácil a ele.
- Achei que não me atenderia – Pude perceber pelo tom de sua voz que ele sorria.
- Essa era a intenção – rebati.
- Aquilo que você ouviu, não era verdade, droga! Você me irritou Nina.
- Eu sei que no fundo era tudo que queria me falar Gaston – Falei com desdém.
- Não, Nina não, merda! Eu só queria que fosse menos teimosa.
- Aquilo que disse foi bem convincente – senti meus olhos marejarem novamente.
Levantei a cama, acendendo a luz de meu quarto.
- Por favor Nina – Ele respirou fundo – Só quero que cante comigo – Ele suplicou.
- Esse show vai deixar tudo confuso, Gaston, começarão a te tratar diferente.
- Eu não me importo, desde que esteja com você Nina.
Não o respondi, apenas respirei fundo
- Só quero que cante comigo Nina, por favor, você tem que dizer sim, porque eu trouxe uma coisa para você.
- Como assim?
- Olha para trás.
Me virei lentamente e ele estava parado em minha varanda, com o celular na mão, abri o vidro e o encarei profundamente.
No seas tan cruel
No busques más pretextos
No seas tan cruel
Siempre seremos
Siempre seremos profugos los dos
Sua voz ecoou por todo o quarto, enquanto eu o olhava admirada, sua voz soava como anjos cantando ao meu ouvido. Quem eu queria enganar? Eu amava aquele garoto.
Ele levantou a letra da musica e sorriu.
- É para um casal.
Sorri e tirei a letra das mãos de Gaston, debruçando no encosto do terraço.
- Isso é um sim? – Ele agarrou em minha cintura.
- Quem é você? E o que fez com o Gaston Perida? – Sorri debochada.
- Esse é o efeito Nina Simonetti – Ele sorriu me apertando.
- Gosto dele – Sorri lhe dando um leve selinho.
- Amo ele - Gaston sorriu me beijando.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.