História Corazón - Gastina (Em revisão) - This match is no longer yours.

Nina on

Lembranças, acho que deveriam ser uma das melhores coisas da sua vida, lembrar se de algo como: o primeiro dia de aula, o primeiro beijo e até mesmo a primeira vez que assistiu uma série, deveria ser algo surpreendente, algo que te faça sorrir automaticamente.

Minhas lembranças, estavam longe de colocar um sorriso em meu rosto, ao contrário, quanto mais me lembrava, mais vontade eu tinha de esquecer, preferia nunca ter me lembrado.

-Licença me deixe ver a amiga de vocês!- a professora gritou se aproximando.

- Eu estou bem - me levantei lentamente.

Gastón quase como por reflexo tentou me ajudar a levantar.

-Não encosta em mim! - Quase gritei.

Ele abaixou a cabeça e eu vi as lágrimas caírem em sua camiseta branca, que fazia parte do uniforme da educação física.

-Vou pedir para alguém te levar para a enfermaria -. Professora disse, olhando toda a sala.

-Não...Não precisa - tentei.

-Alguém pode levar a Nina a enfermaria? - Merda! Ela não me escutou.

-Eu posso - escutei uma voz conhecida, conhecida até demais.

-Xavi - o encarei surpresa.

-Muito obrigada Xavi - A professora sorriu e o moreno se aproximou.

Eu ainda estava fraca, minhas pernas falharam, senti algumas mãos segurarem as minhas costas… Xavi e Gaston.

Afastei-me rapidamente dos dois é me dirigi a porta.

-Não precisa, eu vou sozinha.

-Xavi vai te acompanhar.

Bufei e cruzei os braços, meus olhos vagaram até parar em Gastón ele permanecia, sério, havia vestígio de choro em seu rosto, seu olhar se encontrou com o meu, ele sibilou um desculpa com os lábios.

-Vamos Nina - Xavi apareceu do meu lado.

Olhei novamente para Gastón, ele havia abaixado a cabeça, meu coração se apertou, mas mesmo que quisesse, eu não conseguia perdoa- lo.

-Será que pode me levar para outro lugar, eu estou bem.

-Acho melhor ir para enfermaria. - Xavi me olhou.

-Por favor, me deixe esfriar a cabeça eu estou bem - Quase gritei e sai para parte de trás do colégio.

Sentei no gramado, encarando o céu azulado que fazia contraste com os raios fortes de sol, a manhã estava linda, desejei que minha vida fosse como aquela manhã. Mas ela estava mais para uma manhã nublada.

-Quer conversar? - Xavi se sentou ao meu lado.

-Não - Falei rude - na verdade só quero te perguntar o porquê sumiu.

-Precisava esfriar a cabeça, eu não sou tão tolo quanto acha que eu sou, Nina - ele sorriu.

-Como assim? - o olhei confusa.

-Você acha mesmo que eu não sei, que depois do seu sumiço, você começou a ficar com Gaston.

-Q..que? - merda! Gaguejei.

-Por mais me doa dizer isso, eu sei que ele te faz feliz e por te amar tanto, decidi me afastar

-Eu senti sua falta - sorri fraco.

-Droga, Nina! Como eu queria que você me amasse. - ele passou a mão em seu rosto.

-Eu também queria te amar da mesma forma que você me ama, seria tudo mais fácil - abaixei a cabeça.

-Só não quero que se magoe com Gaston – ele abaixou a cabeça.

- Isso já aconteceu – toquei em seu cabelo.

- O que el te fez? – Ele me olhou serio.

- É complicado – Dei de ombros.

- As vezes falar sobre, ajuda – Xavi sorriu fraco.

- Descobri alguns demônios do meu passado e um deles era Gaston.

- Nina, viver de passado não é bom, você tem que viver o presente, recordar o que te aconteceu, não te deixara feliz.

- Você sempre sabe o que falar – sorri abertamente.

- Gosto de fala com você, por isso fica fácil.

- Queria que minha vida fosse fácil como nossa conversa – ri sem humor.

- Ela pode ser, Nina, deveria deixar o passado de lado, e por mais que me doa dizer isso, encarar o presente junto com o babaca do Gaston.

- Eu quero esquecer, Xavi, mas não é tão simples assim – Neguei com a cabeça.

- Nina, todos cometemos erros – ele sorriu – Olha para mim, não foi fácil abrir mão de você, mão da garota que eu amo, mas eu estou me esforçando ao máximo.

-E eu te admiro muito por isso – sorri – mas Gaston causou muito mal em minha vida, não é fácil assim.

- Deveria se lembrar de tudo que ele também te causou de bom – Xavi me olhou sugestivamente.

- Nada – Falei rude.

Claro que era mentira, ele havia causado muitas coisas, os dias que passei com Gaston foram os melhores da minha vida.

- Te conheço o suficiente para saber que esta mentindo.

- Droga!

- Nina, eu nunca te vi sorrir para mim, da forma que sorri para Gaston, vocês nasceram para ficarem juntos. – ele sorriu, mas era um sorriso com dor.

- As vezes somos destinados a ficarmos juntos, mas isso não quer dizer que iremos ficar.

- Você é tão inteligente, Nina, deveria aprender a perdoar – ele sorriu se levantando e se afastando.

- Xavi – gritei

Ele me olhou.

- Obrigada – sorri fraco.

- Não foi nada, mas se algum dia me quiser de volta, sempre estarei aqui por você, meu anjo – ele piscou e saiu.

Fiquei novamente encarando o céu, enquanto as palavras de Xavi passavam uma por uma em minha cabeça. Levantei pronta para volta para dentro do colégio.

Senti meu corpo ser puxado e lábios se apossarem dos meus, eu conhecia esse beijo, eu sabia quem era, e por algum motivo eu me entreguei totalmente a ele.

- Por que fez isso? – Perguntei ofegante.

- Foi uma tentativa de perdão – Ele sorriu fraco.

Segurei o pescoço de Gaston e o beijei, nosso labios se encaixavam perfeitamente, nosso beijo era rápido e intenso, como se descontássemos toda nossa magoa nele.

- O que foi isso? – Agora foi a vez dele perguntar.

- Nossa despedida – Falei fria.

- Oque? – Ele gritou – Porra Nina! Eu achei que tivesse me perdoado

- Sinceramente? Acho melhor você seguir sua vida. Preciso seguir a minha.

– E se eu quiser seguir minha vida com você? -Olhou para mim, as lagrimas já escorriam novamente de ambos os olhos.

Ri fraco enquanto sentia as lagrimas molharem minhas bochechas.

- Eu já fiquei longe tempo demais, não quero perder mais nenhum segundo disso.

– Mas terá que perder. Não tem mais tempo, Gaston

Ele abaixou a cabeça, pensando algo, mas logo levantou.

- Já assistiu um jogo de futebol, certo? – Ele passou as mãos levemente em seus cabelos.

- Ahn? – Fiz uma careta confusa.

- Sim ou não Nina? – Ele me olhou impaciente.

- Sim – Dei de ombros.

- Nos jogos, tem o primeiro tempo e o intervalo. O final só é decidido depois do segundo tempo.

- Acontece que eu não sou um jogo.- revirei os olhos.

– Sei que não, mas eu sempre gostei de jogar –ele abriu aquela droga de sorriso de lado.

- Essa partida não é mais sua – enxuguei minhas lagrimas.

- Posso ter perdido o primeiro e o segundo tempo, mas tem o acréscimo e farei bom proveito dele. – Ele piscou.

Você sempre ganha em tudo, Gaston, mas dessa vez não, talvez essa partida não seja mais sua.

Ou você resolve ficar, ou vai embora para sempre levando todas essas dores e histórias mal resolvidas que guardo no peito.
              —  Caroline Alves