— Estou feliz que você tenha decidido acertar as coisas com a Hinata. — Abro um sorriso para Neji.
— Espero que tudo dê certo. — Ele engole em seco enquanto ajeita nervosamente seu cabelo no espelho.
— Não se preocupe, você está tentando concertar seu erro e isso é suficiente por enquanto. — Digo numa tentativa de confortá-lo, mas ele ainda parece nervoso, então eu me aproximo e beijo seu ombro.
Ele se vira para mim e me dá um beijo delicado, mas logo agarra minha cintura e intesifica o beijo, pedindo por mais. Ultimamente ele está sempre querendo mais, apesar de transarmos todo dia, e eu não sei como me sentir sobre isso. No mínimo, desconfiada.
— Eles chegaram. — Me afasto dele ao ouvir a companhia soando.
Seguimos para a porta e recebemos Naruto e Hinata. E recebê-los é de certa forma engraçado, já que com dezessete anos eu imaginava essa cena numa versão muito menos complicada.
Neji e eu moraríamos juntos e receberíamos Naruto e Hinata, ele com uma garrafa de vinho na mão e ela segurando seu braço. Nós teríamos um jantar formal e, em algum momento, Naruto e Hinata anunciariam o noivado e nós comemoraríamos, todos felizes e héteros.
— Eu trouxe comida japonesa e cerveja. — Naruto anuncia, sorrindo. — Vocês dois arrumam a mesa, eu e Sakura precisamos ter uma conversa.
Deixando os primos para trás numa situação desconfortável, Naruto me puxa para dentro do apartamento como se fosse dele próprio e para na cozinha.
— O que deu em você? — Junto minhas sobrancelhas.
— Você foi embora da minha casa de repente, me deixou preocupado. — Ele coça o queixo e aguarda, mas eu prefiro não explicar meus motivos. — Acabei me distraíndo com o Gaara e não pude falar com você, me desculpe por isso.
— Também te devo desculpas, eu acho. — Digo, incertada.
— Só briguei com você porque me importo com você, me importo com o Sasuke e me importo com a Hinata. Para o Neji eu não dou a mínima. — Ele mal me dá tempo para rir e volta a falar. — Isso não significa que eu queria ver ele machucado e infeliz, tá bem?
— Tá bem. — Respondo num sussurro.
— O fato de eu te amar não quer dizer que vou te apoiar quando você estiver fazendo algo errado. E o que você está fazendo é errado.
— O jantar está servido. — Hinata anuncia, surgindo na porta da cozinha e sumindo tão rápido como apareceu.
Á medida que o jantar segue, as coisas parecem começar a se encaixar, mas em algum momento as intenções de Neji com o que deveria ser um jantar de reconciliação se tornam mais claras.
— Puta merda. — Naruto interrompe Neji. — Eu e você estamos longe de sermos próximos, mas você sabe que eu sou gay, não sabe?
Neji não responde.
— Por favor, me diga que isso não é o que eu estou pensando. — Hinata parece se dar conta do que está acontecendo aqui.
O silêncio é a deixa perfeita para que ela exploda
— Eu não estou acreditando, seu desgraçado. DESGRAÇADO. — Ela avança sobre a mesa e encara o primo, furiosa. — EU ME ASSUMI E VOCÊ ACHA QUE É SÓ ARRUMAR A PORCARIA DE UM JANTAR PARA ME TORNAR HÉTERO!? VÁ A MERDA, SEU DESGRAÇADO.
Ela para e abaixa a cabeça. Ouvimos o choro dela, mas continuamos em silêncio, incapazes de dizer qualquer coisa.
— Como é que você pôde planejar esse jantar com a intenção de me aproximar de um cara? Como você pôde fazer isso? — O choro dela se intesfica e meu coração aperta. — Eu sou lésbica e não há nada que você possa fazer. Você não pode me concertar porque não tem absolutamente nada de errado comigo.
Eu a vejo ir embora e não faço nada sobre isso.
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